Buscar

APS ELAINE

Prévia do material em texto

UNIP
UNIVERSIDADE PAULISTA 
DEISIMARA LUCIA C NOGUEIRA
KELLY SALLES DE MOURA
LUCILENE RODRIGUES DE C SILVA
PRISCILLA BRITO DE ANDRADE
MAYARA SILVA DE SOUZA
VANESSA PEREIRA BRITO
Atividades Práticas Supervisionadas
“ANALISAR O PROBLEMA APRESENTADO E PESQUISAR PRINCIPAIS DIFERENÇAS NO QUE TANGE RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E FALÊNCIA SOBRE O ASPECTO JURÍDICO”.
SÃO PAULO
2019
DEISIMARA LUCIA C NOGUEIRA
KELLY SALLES DE MOURA
LUCILENE RODRIGUES DE C SILVA
PRISCILLA BRITO DE ANDRADE
MAYARA SILVA DE SOUZA
VANESSA PEREIRA BRITO
 “Atividades Práticas Supervisionadas”
Trabalho disciplinar apresentado no Curso de Direito da Universidade Paulista sobre parecer jurídico entre recuperação de empresas e falência e suas consequências no que tange a disciplina em questão.
Norteador: Elaine Pardi
SÃO PAULO
2019
PROBLEMA APRESENTADO 
 Paulo Petronizildo e Pedro Paulinizildio são sócios em uma sociedade limitada que exerce atividade no setor de oficina mecânica e funilaria. Osvalnidio Perruque, fornecedor de tintas automotivas tem um crédito para receber no valor de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), referente produtos comprovadamente fornecidos e que não foram pagos. Ele tentou receber por todos os meios amigáveis possíveis, mas não teve êxito. Ele ficou sabendo que Paulo e Pedro venderam todas as máquinas e equipamentos da empresa para um ex-empregado que, em seguida à compra, formalizou um contrato de locação das mesmas máquinas e equipamentos para a oficina mecânica e funilaria que, em razão disso, agora paga aluguel e não é mais proprietária dos bens. O credor fez uma rápida pesquisa na vizinhança e descobriu que essa venda dos bens é fraude, inclusive porque o ex-empregado nem teria recursos para comprar os bens, porque é aposentado, tem a esposa muito doente e vive com poucos recursos para custear todas as suas responsabilidades. Osvalnidio Perruque procura o escritório de advocacia dos membros do grupo para saber como proceder para receber os valores de seu crédito.
As atividades que o grupo deverá realizar são: 
1.0 Pesquisar as principais diferenças entre recuperação de empresas e falência:
 Tanto a recuperação judicial quanto a falência são procedimentos judiciais previstos na Lei n° 11.101/2005, entretanto são distintas em alguns aspectos:
· Quanto à finalidade: a falência visa liquidar todo o ativo da empresa, já a recuperação visa dar uma chance à empresa para que se recupere da crise financeira e se mantenha no mercado, de forma com que os credores não deixem de receber os valores devidos.
· Quanto ao princípio norteador: a falência é regida pelo princípio da finalidade liquidativa e a recuperação pela manutenção/preservação da empresa.
· Quanto ao empresário permanecer no controle da empresa: na falência o empresário é afastado da posse da empresa, a administração fica sob a responsabilidade do administrador judicial. Já na recuperação, o empresário continua no controle da empresa, devendo prestar contas ao administrador judicial, que nesta hipótese atua como um fiscal da empresa em recuperação.
· Quanto à situação jurídica da empresa: empresas não registrada (sociedades de fato), ou, se registradas, irregulares, podem falir. Mas somente as registradas e regulares podem ter deferido o pedido de recuperação da empresa.
Com relação à finalidade de ambas, podemos dizer que a FALÊNCIA visa liquidar todo o ativo da empresa para satisfazer seus credores. Já na RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA EMPRESA, esse ato visa reerguê-la novamente para que possa se manter no mercado, de modo que os credores possam receber o que lhes são de direito.
Na RECUPERAÇÃO JUDICIAL, somente o empresário pode requerê-la, já na FALÊNCIA, tanto do próprio devedor empresário, quanto o credor pode requerê-la.
A FALÊNCIA é regida pelo princípio da finalidade liquidativa, e a RECUPERAÇÃO JUDICIAL pela manutenção / preservação da empresa.
Na FALÊNCIA o empresário é afastado da posse da empresa, não podendo mais administrá-la, a administração fica a cargo do administrador judicial. 
Na RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESAS, o empresário pode ficar no comando da empresa, devendo prestar contas ao administrador judicial, que é o fiscal da recuperação.
Quanto à situação jurídica da empresa, podemos dizer que empresas não registradas, sociedades de fato - ou se registradas, irregulares, que não estão em dia com sua documentação, podem falir, mas somente as registradas e regulares podem pedir a recuperação judicial.
Em se tratando do administrador judicial, na falência ele atua como o empresário da massa falida, buscando melhorar o ativo desta, na recuperação ele atua como fiscal das ações das ações do empresário.
2.0 Pesquisar se a situação narrada pelo credor poderá ou não ensejar o pedido de falência:
Sim, o credor pode ensejar e tem direito de entrar com o pedido de falência, juntamente com a ação revocatória, que é a ação movida pelos credores para que os atos fraudulentos e bens do empresário falido sejam anulados. No caso do problema apresentado, que as máquinas possam retornar a massa falida, artigos 129 e 130 da Lei 11.101/2005. 
3.0 Escrever um texto com no mínimo 30 e no máximo 40 linhas no qual deverá constar: 
3.1. As principais diferenças entre recuperação de empresas e falência; 
3.2. Qual o fundamento jurídico da decisão do grupo por propor ou, não propor o pedido de falência nesse caso. 
3.3. Qual a bibliografia consultada.
O instituto da recuperação e da falência tem em comum decidir o futuro da empresa, seja ela ter sua falência decretada, seja entrar em processo de execução do plano de recuperação. Mesmo tendo este aspecto em comum, estes institutos possuem algumas diferenças, como por exemplo, enquanto a falência visa à execução concursal dos bens para que os credores recebam seus créditos, a recuperação visa literalmente recuperar aquela empresa que segue uma finalidade social e que criou um plano diretor de meios para sair da presente situação e não cair em quebra, assim, preservando-a. 
Também é verificada diferenças no que concerne o procedimento de cada um, ao passo que a falência tem seu procedimento totalmente voltado a verificação dos créditos, os credores que devem receber seus créditos, a penhora, a lista de quem receberá primeiro e a venda de todos os bens, enquanto a recuperação tem seu procedimento voltado a criar um plano diretor que tem finalidade de sanar a crise econômica, de preservar os postos de trabalho, e que possui interesses de efetuar o pagamento aos credores, votação dos credores para que aprovem ou não este plano, e a execução do plano para que a empresa não caia em quebra.
Nossa sociedade de advogados decidiu que por força da Lei 11.101 de 9 de fevereiro de 2005 instauraríamos a propositura do pedido de falência, visto que nosso cliente está sofrendo uma fraude, pois, verificado o ato em que a sociedade limitada vendeu seus maquinários para um ex-funcionário cujo era aposentado e não havia renda suficiente para pagar por tudo aquilo, e logo após simulou um contrato de aluguel destes mesmos maquinários não os considerando mais donos e assim para futuras penhoras estas máquinas não cairiam para pagar suas dívidas. O art. 94 inciso III alínea ‘b’ dita:
“Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: III- pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: ‘b’) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não”
O dispositivo citado acima é o que tipifica o caso concreto a lei em abstrato, podendo assim ser proposta a ação de falência, devido a fraude à credores e o negócio simulado, não apenas nosso cliente como diversos outros credores sejam eles portadores de créditos trabalhistas, créditos de garantia real, quirografários... poderão estar caindo em fraude, visto que a Sociedade Limitada em questão está praticando atos de falência, como diz o autor Fabio Ulhoa Coelho em seu livro DireitoComercial volume três: “...É irrelevante a insolvência econômica, caracterizada pela insuficiência do ativo para solvência do passivo. Exige a lei a insolvência jurídica, que se caracteriza, no direito falimentar brasileiro, pela impontualidade injustificada (LF, art. 94, I), pela execução frustrada (art. 94, II) ou pela prática de ato de falência (art. 94, III)”
Mesmo que a Sociedade de Paulo e Pedro hipoteticamente não tenha o passivo maior que o ativo eles estão cometendo atos de falência, o que dá liberdade suficiente para decretação da falência, sendo neste caso típico a liquidação precipitada dos bens o que é um meio fraudulento que impede o pagamento dos débitos, da mesma maneira que realizaram negócio simulado já que alienaram os maquinários que produziam o ativo circularmente para retardar pagamentos ou fraudar os creditos dos credores. 
A Ação Revocatória por fraude Artigo 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.
Cabe na falência desde que desde comprovada à fraude, é certo que transações efetuadas pelo falido, dentro do termo legal, não produzem efeito em relação à massa falida e são passíveis de revogação. Entretanto, o caminho para considerar ineficazes os atos praticados pelo falido, dentro do termo legal, seria o da ação revocatória. A ação revocatória, deverá ser proposta pelo Administrador Judicial, por qualquer credor ou mesmo pelo Ministério Público no prazo decadencial de 3 três anos contado da decretação da falência. E poderá ser promovida contra todos os sujeitos que figurarem no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados; contra terceiros adquirentes, se tiverem conhecimento, ao se criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores; e contra herdeiros ou legatários dessas pessoas. 
 O juízo competente é o do principal estabelecimento do devedor, ou seja, o juízo falimentar, devendo observar o procedimento comum do CPC. A sentença que julgar procedente a ação revocatória determinará o retorno dos bens à massa falida em espécie, com todos os acessórios, ou com o valor de mercado acrescidos das perdas e danos. O juiz poderá, a requerimento do autor da ação revocatória, ordenar, como medida preventiva, na forma do CPC, o sequestro dos bens retirados do patrimônio do devedor que estejam em poder de terceiros. O ato pode ser declarado ineficaz ou revogado, ainda que praticado com base em decisão judicial, observado o disposto no art. 131 da LFRE. Uma vez revogado o ato ou declarada sua ineficácia, ficará rescindida a sentença que o motivou.
BIBLIOGRAFIA
Almeida, Amador Paes de. “Curso de falência e recuperação de empresa: de acordo com a Lei n. 11101/2005”. 25 ed. São Paulo: Saraiva 2009.
BRASIL. Lei 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Dispõe sobre a lei de falência e recuperação judicial e extrajudicial.
Coelho, Fábio Ulhoa. “Comentários à Nova Lei de Falências e de Recuperação de Empresa” (Lei nº 11.101 de 09.02.2005). São Paulo: Saraiva, 2005.
Coelho, Fábio Ulhoa. “Curso de Direito Comercial”. Vol 3. Ed 18. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais.

Continue navegando