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CONTENÇÃO FÍSICA No caps COMO UM DIREITO Á PROTEÇÃO Enfª Especialista Priscila de C. Tibúrcio Enfª Especialista Graciele Santos O que é Contenção mecânica? É uma medida terapêutica que deve ser usada de forma adequada e específica para restringir os movimentos do paciente agressivo/ agitado, limitando sua habilidade de movimento quando esse oferece perigo para si e para terceiros, através de dispositivos mecânicos possibilitando, pelo uso das faixas, um relaxamento progressivo, uma diminuição da agressividade / agitação e uma percepção dos limites corporais. Contenção Física: caracteriza-se pela imobilização do paciente por várias pessoas da equipe assistencial (contenção de espaço). Contenção Química: Caracteriza-se pela utilização de psicofármacos. A abordagem verbal e os manejos ambientais e químicos deverão preceder a intervenção mecânica. Contudo deve ser o ultimo recurso a ser utilizado. Usar a comunicação terapêutica Nosso grande desafio é acalmar a pessoa em atendimento. Durante a abordagem estimular a expressar seus pensamentos e sentimentos. Qualquer um da equipe pode fazer a abordagem ? SIM!! Mas é importante ter vínculo e sentir-se seguro para abordar. Papel da equipe durante a abordagem terapêutica Criar de um ambiente terapêutico Saber colocar limites, mas acolhedora. Olhar diretamente para o usuário. Deixar claro pro paciente que você está tentando ajudar Delimitar espaço Estimular o usuário a expressar seus sentimentos Apresentar-se e apresentar a equipe Evitar movimentos bruscos Perguntas diretas e claras A equipe de atendimento deve estar atento para os sinas de alerta Agressividade verbal Punhos e dentes serrados Movimentação exagerada Alteração da sensopercepção Tendência a aproximação Contenção Física - Aspectos técnicos Teoricamente um paciente não deve ser contido fisicamente no leito por mais de 2 horas. 8 Em hipótese alguma deve-se manter a contenção física como castigo ao paciente, ou por comodidade de quem presta a assistência. 9 Efeitos adversos associados a contenção física 10 Asfixia: ocorre devido ao posicionamento, que impede movimentos torácicos (tanto durante a contenção quanto durante o transporte). Ex.: Decúbito dorsal, flexão da cabeça sobre o peito, compressão do pescoço (“chave de pescoço”); Aspiração: pode ocorrer quando há um rebaixamento do nível de consciência, ou como resultado da doença ou secundária a uma medicação. Trombose: devido a imobilização por longos períodos; 11 Rush de catecolaminas: devido a agitação física e consequentemente a contenção, pode ocorrer uma grande liberação de catecolaminas, produzindo ritmos cardíacos perturbados, provocado morte súbita; Medicações: o potencial para efeitos adversos a contenção pode ser aumentado para pacientes que receberam algum psicotrópico ou outro tipo de medicação (vale destacar também drogas ilícitas); Rabdomiólise: devido ao esforço físico prolongado. 12 Efeitos psicológicos: Traumas; Medo; Raiva; Associação a punição; Entre outros. 13 Acidentes associados a contenção física Os risco podem acontecer: Durante a “imobilizações terapêuticas”; A equipe não conteve o paciente e o mesmo acabou acidentando-se; Alguns relatos sugerem que haja cerca de 50 a 150 mortes por ano direta ou indiretamente atribuídas à contenção física. 14 Legislação sobre contenção CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA RESOLUÇÃO CFM nº 1598/2000 (Publicado no D.O.U, 18 de agosto de 2000, Seção I, p.63) (Modificada pela Resolução CFM nº 1952/2010) RESOLUÇÃO COFEN Nº 427/2012 (Normatiza os procedimentos da enfermagem no emprego de contenção mecânica de pacientes). O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo orienta que o profissional Enfermeiro pode prescrever a contenção, se houver protocolo compartilhado autorizando a contenção. Referências LEE, S.; GRAY, R.; GOURNAY, K.; WRIGHT, S.; PARR, A.-M.; SAYER, J. Views of nursing staff on the use of physical restraint. Journal of Psychiatric and Mental Health Nursing, v. 10, n. 4, p. 425-430, 2003. LINDSEY, P.L. Psychiatric Nurses' Decision to Restrain: the association between empowerment and individual factors. Journal of Psychosocial Nursing, v. 47, n. 9, p.41-49, 2009. MOHR, W. K.; PETTI, T. A.; MOHR, B. D. Adverse Effects Associated with Physical Restraint. Canada Journal Psychiatry, 48, 5, 2003. MORI, C. M. N.; PENHA, J. B.; CORREIA L. S.; PEREIRA, T. C.; PRATES, J. G. Contenção física e segurança do paciente psiquiátrico: uma revisão integrativa da literatura. 2010. 17 Referências PAES, M.R.; BORBA, L.O.; BRUSAMARELLO, T.; GUIMARÃES, A.N.; MAFTUM, M.A. Contenção Física em Hospital Psiquiátrico e a Prática da Enfermagem. Rev. enferm. UERJ, v. 17, n. 4, p. 479-484, 2009. SEQUEIRA, H.; HALSTEAD, S. The psychological effects on nursing staff of administering physical restraint in a secure psychiatric hospital: 'When I go home, it’s then that I think about it'. The British Journal of Forensic Practice, v. 6, n. 1, p. 3-15, 2004. STEFANELLI, M.C.; FUKUDA, I.M.K.; ARANTES, E.C. (Org.). Enfermagem Psiquiátrica em suas dimensões assistenciais. São Paulo: Manole, 2008. 668 p. 18
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