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Jéssyca Brum e Luan Areco Mauricio Brito Dias Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso Ed. Física (BEF0304/4) – Prática do Módulo II – 11/12/2019 Acadêmicos Jéssyca Brum e Luan Areco Tutor Externo Mauricio Dias Brito RESUMO Estudamos como a evolução da dança da cultura Hip Hop se desenvolveu através da expressão social e artística representada pelas escolas Old School e New School. Os materiais utilizados foram os artigos publicados, livros e documentário que embasaram os pontos de vista. A representatividade da rua confronta coreografias repetidas em academias e mostra a identidade do movimento Hip Hop que é a liberdade de expressão. Com esse enfoque percebe-se que cada dançarino é diferente e escolhe seu próprio caminho. Palavras-chave: 1. INTRODUÇÃO Na década de 60, jovens norte-americanos das classes menos favorecidas mediante a desigualdade social, iam para as ruas em busca de lazer, e eram atraídos para o crime através das Gangues que comandavam as periferias, nessa época o Hip Hop surgiu nos guetos. Conjuntamente, um grupo que batalhava pelos direitos dos negros e contra a violência, o grupo Panteras Negras, que foi um grande símbolo dessa luta, buscou um meio de socialização por meio da dança, que ficou conhecida como break. O local que fortaleceu a cena do break foi nas ruas do Bronx, tendo como pioneiro o DJ Kevin, conhecido como África Bambaataa. No Brasil, o break apesar de já ser popular na época, foi nos anos 80 que teve grande propagação, primeiramente na cidade de São Paulo, teve como mentor desses movimentos Nelson Triunfo. Ocorriam na época vários encontros em praças e ruas que formavam os b-boys e as b-girls, que dançavam o break, tendo o mesmo intuito dos norte americanos que era o lazer da periferia. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O Hip Hop tem por suas características uma estética específica, que é composta por três elementos artísticos: a música, a dança e as artes visuais. Esses elementos têm por base manifestação social e política. Ao longo do tempo este movimento sofreu uma modificação apresentando duas culturas diferentes, a cultura Old School e a New School, ou a velha e a nova escola. Por este ponto de vista enfocaremos no elemento da dança: o Break, que pertence a Old School, e o Street Dance da New School. Em uma tradução literal o breakdance significa “dança quebrada”, nome que foi dado através da mídia dos Estado Unidos, que usava este termo para popularizar os estilos de dança, B. boying, Popping, Boogaloo e Locking, mesmo sendo como única expressão corporal dentro do Hip Hop o B. Boying, enquanto os outros estilos foram apenas incluídos em disputas e performances. Dentro do movimento houve controversas sobre a denominação Break imposta pelos meios de Dança break, cultura Hip Hop, Old School, New School A Evolução da Dança da Cultura Hip Hop 2 comunicação, sendo inadequada para as danças do Hip Hop. Nos Estados Unidos, cada estilo de dança tinha seu próprio nome e não aceitavam mais uma nomenclatura única, que era o Breakdance. O movimento chegou no Brasil, independente do movimento norte-americano, misturando o funk, o soul, o popping, o locking e o breaking, chamados de dança de rua na década de 1980. Vários autores não concordam com o termo dança de rua, alegando que dança de rua é realizada na rua. Por fim assim como o Ballet, dança contemporânea ou o Jazz, a dança de rua também era uma maneira de criar coreografias, e logo alcançou os palcos dos Festivais de competição ao final dos anos 80, e nos anos 2000 entrou para as academias. O autor Costa (2005) aponta também as categorias old e new school, onde os dançarinos mais antigos, que representam o Break de origem, levam o cultura Hip Hop, se envolvem nas questões sociais da rua, guetos e favelas pertencem ao Old School, e a New School composta pelos novos dançarinos, que ensinam em escolas de dança, e não são ligados ao movimento original, baseando-se mais em performances e coreografias. Tambem existe o termo street dance, traduzido literalmente do português para o inglês, que generaliza todos os estilos de dança influenciados pelas músicas norte-americanas, porem autores afirmam que não se tratava de estilos de dança criados na rua mas sim em casas noturnas, boates, clubes, festas e programas de televisão. Apesar desse termo ser muito usual no Brasil, hoje o termo mais aceito entre os praticantes é danças urbanas, que engloba todas as danças influenciadas pelo movimento Hip Hop, e consegue ter várias classificações através de características e diferenças musicais, sendo o Break, house, popping, locking, b boying, krump e freestyle. A via de acesso da cidade a esta arte é o ambiente particular das academias. Portanto, a cidade foi se apropriando da cultura Hip-Hop tornando-a um bem de consumo. (SOARES-ALVES, DIAS, 2004, p. 07) Outro ponto forte nas divergências entre a nova e velha escola, é o das coreografias, na rua são raros os grupos que têm um coreógrafo. Nas academias temos a situação contrária, os passos são montados por um coreógrafo e depois passado para os demais integrantes do grupo, a participação destes é mínima dentro destas coreografias. Outro ponto que está vinculado ao tema cultura Hip Hop, é o fato de os membros da velha escola saberem qual a base da dança, sabem diferenciar movimentos acrobáticos, o que lhes confere uma maior gama de movimentos a serem utilizados. A partir desta base, o b boy cria (termo frizado por vários dançarinos de rua) sua própria movimentação. (PRIESS-DA-COSTA, 2005, p. 20) Embora estes estilos de dança terem média de 40 anos, são as danças que mais alcançaram praticantes no mundo todo, de todas idades, classes e culturas, decorrência de um estilo contemporâneo, que obteve grande alcance na mídia. (Valderramas, Guimaraes e Hunger, 2007) A dança de rua nesses novos tempos tem enfrentado uma realidade adversa ao passado. É impressionante a quantidade de pessoas que encontra-se nas ruas e que afirmam ter participado dos concursos de dança, de ter dançado nos grupos mais renomados da cidade, sendo que de fato nunca fizeram dança de rua, o significado de dança de rua nas periferias ainda está carregado de glamour. 3 Assim, dizer que você fez parte disso é uma forma de conseguir ser respeitado na quebrada, e ser admirado, narram experiencias de outros. (GUARATO, 2005, p. 215) Ao se tornar um instrumento de ocupação das vias públicas e confrontar instituições e regras estabelecidas, essa modalidade de dança foi além de seu papel artístico e passou a obter significado também nos âmbitos social e político. (YOSHINAGA, 2015, p. 57) Contudo as possibilidades que aproximam a feitura corporal da dança e o espaço da rua ultrapassam o mero exercício nominativo derivado de sua fusão, aquilo que chamamos dança de rua. Assim, pensar a rua como espaço onde a dança se faz presente envereda-nos por uma vasta caminhada em que os procedimentos se multiplicam a cada esquina. Entre essas encruzilhadas, a atenção deste texto surge de um diagnóstico: disposição do corpo para a dança em ambientes públicos não é característica exclusiva dos tempos recentes. Se olharmos com um pouco de atenção, seja em nossa sociedade, seja em tempos longínquos, a dança sempre esteve presente na vida das pessoas por meio de rituais, festividades, celebrações ou formas de sociabilidade (GUARATO, 2015, p. 71) Os palcos tornaram-se vitrines mais atrativas. Muitos que provinham dessa realidade artística urbana não ingressaram nesse caminho, e, aos poucos, a arte urbana ganhou uma conotação bem mais acadêmica por parte de muitos, sobretudo dos adeptos da suposta “nova escola”. E acredito que dessa feita ocorreu sim certo distanciamento do que vivenciei nas ruas e do que passei a vivenciar nos palcos,em aulas, festivais e eventos. Foi notório o afastamento de uma “escola” para a outra, o que gerou certo conflito: até onde o artístico influenciava positiva ou negativamente no que era tido como a verdadeira raiz, a verdadeira essência que me levou a integrar esse caminho. (SNOOP, 2015, p. 101) “Mas o b boy, ele foi se formando e chegou numa concepção com vários fundamentos, com vários criadores tambem de novos passos e hoje temos no Brasil campeões mundiais. Meus nome é Nelson Gonçalves Campos Filho, mas o Brasil me conhece como Nelson Triunfo. Então de lá dos anos 70 tambem teve muita participação do pessoal de Porto Rico, dos hispânicos, junto com o pessoal do Bronx, e depois do mundo todo, e até hoje ainda existem pessoas criando passos novos.” (TRIUNFO, 2005, documentário) 3. MATERIAIS E MÉTODOS Os procedimentos utilizados na construção desse trabalho foram os artigos publicados, livros e um documentário. Como método foi feita a revisão bibliográfica desses artigos e livros. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos artigos e livros citados, apontam as questões expressivas a serem discutidas. Os estilos ficam divididos entre Old School e New School e tentam chegar em qual estilo se reflete mais a cultura Hip Hop. Conclui-se que cada dançarino é distinto, todos tem sua liberdade de expressão, e poder de escolha em qual estilo mais lhe representa. Mesmo as escolas tendo grandes contrastes, essa é a ideia do Hip Hop, onde todos têm liberdade. Na rua, eles inventam seus passos, e nas academias, repetem o que o coreógrafo ensina, sendo tudo uma questão de escolha. 4 5. CONCLUSÃO A evolução do pilar da dança no Hip Hop, desde a criação do break até o street dance, se deu conforme a necessidade do mercado capitalista, onde tudo é apropriado para produzir capital. Percebe-se que uma cultura gerada na desigualdade social, depois de ter grande propagação nas comunicações sociais, é vendida apenas como uma prática corporal como se fosse um novo produto repaginado, que se deve a industrialização do Hip Hop. Os novos praticantes que pertencem a nova escola, não se preocupam com os ideais do Movimento cultural e não conhecem sobre a literatura do Hip Hop. E a diferença entre as escolas tem uma origem social, onde devem-se seguir os métodos de trabalho de acordo com o ambiente, resultando em diversas metodologias de ensino da dança do Hip Hop. REFERÊNCIAS COSTA M. P. A Dança Do Movimento Hip-Hop E O Movimento Da Dança HipHop. Fórum de Pesquisa Científica em Artes 3. 2005 GUARATO R. Dança de rua: corpos para além do movimento (Uberlândia – 1970-2007). Uberlândia. 2008. 238 p. ROCHA T. et. al. Deixa a rua me levar / Organização: Instituto Festival de dança de Joinville e Thereza Rocha – Joinville: Nova Letra, 2015. 237 p. TEIXEIRA F. R. Movimento Hip Hop: educação física e a cultura nas escolas. Brasília. 2017 [Internet] disponível em https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/13176/1/21905005.pdf Acesso em 03 dez. 2019. CRISTINO R. R. Dança de rua ou danças urbanas: transformações no modo popular periférico entre 1990 e 2015. Anais do VI Encontro Científico da Associação Nacional de Pesquisadores em Dança - ANDA. Salvador: ANDA, 2019. p. 1563-1570. [internet] disponível em http://www.portalanda.org.br/anaisarquivos/5-2019-15-CRISTINO.pdf Acesso em 03 dez. 2019 DIAS R, ALVES S. F. A dança Break: corpos e sentidos em movimento no Hip-Hop. Campinas. 2004. Da Rua ao Mundo, break pra todos. Direção: Aline Rosa. Produção Prisma Produções. São Paulo. 2005. Documentário. [internet] disponível em https://www.youtube.com/watch?v=o9eZEGJP2lc, acesso 10 dez. 2019.
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