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TAREFA 1.3
DISCURSIVO
É possível que a desapropriação seja realizada por particulares? Em caso afirmativo, explique e fundamente a origem desse instituto e estabeleça dois pontos de diferença entre a desapropriação realizada pelo poder público.
A Constituição Federal garantiu o direito à propriedade, conforme art. 5º, XXII, onde diz que “é garantido o direito de propriedade”; Mas também assegurou ao Estado o poder de retirá-la por desapropriação, caso exista necessidade pública, conforme art. 5º, XXIV, onde declara que “a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição”.
A desapropriação é o procedimento administrativo pelo qual o Poder Público retira de alguém de seu direito de propriedade compulsoriamente, adquirindo-o mediante indenização que normalmente é prévia, justa e em dinheiro.
Para que ocorra a desapropriação o Estado deve fundamentar os motivos pelo qual necessita de desapropriar determinado bem, não podendo simplesmente usurpar o bem particular sem que fundamente o destino que o bem tomará. Sendo assim o Poder Público deve fundamentar a necessidade de desapropriação dando como motivo o interesse público, a necessidade pública, o interesse social, ou como pena pela não utilização do bem nos termos de sua função social ou, ainda, em decorrência de ilícito criminal. 
Contudo, se após a desapropriação a Administração não executar a obra pretendida, desaparece o pressuposto do instituto ante ao expropriado. Ora, vez que o bem que lhe pertencia não se mostra necessário para a satisfação do interesse público, nada obsta que este possa reivindicá-lo.
Assim, retrocessão é o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso o mesmo não tenha o destino para que se desapropriou.
Mas temos que esclarecer que a jurisprudência e a doutrina majoritárias afirmam que somente é possível o exercício do direito de retrocessão quando é dado ao bem outra destinação que não seja de interesse público, que chamamos de tredestinação que não lhe tenha dado destinação alguma dentro de um prazo de tempo determinado. Logo, não se admite a retrocessão quando é dada ao bem outra destinação que não a específica do ato expropriatório, mas que atenda a interesse de ordem pública. Pois o importante no ato é o interesse público que é dado ao bem expropriado, mesmo que não seja o mesmo que deu origem a desapropriação.
Outra possibilidade é a tredestinação que ocorre quando o Poder Público dá ao bem expropriado um destino diverso do que foi planejado inicialmente. Esse destino pode ser lícito ou ilícito.
Na visão de José dos Santos Carvalho Filho a tridestinação significa “destinação desconforme com o plano inicialmente previsto.” (2009, p. 841) [footnoteRef:1] [1: (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 21ª ed. rev. ampl. atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009).
] 
Entende-se por tredestinação lícita quando a Administração dá destinação outro que não o planejado quando da expropriação, porém, mantém o atendimento ao interesse público. Assim, o motivo continua sendo o interesse público, mas, como ensina Carvalho Filho, o "aspecto específico" dentro desse interesse público é diferente. Logo, não se vislumbra ilicitude porque o fim especial foi diferente, porém, o motivo que deu ensejo à expropriação (interesse público) permanece. (2009, p. 842)[footnoteRef:2] [2: (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 21ª ed. rev. ampl. atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009).
] 
Já a tredestinação ilícita é traduzida na verdadeira desistência da expropriação e dá ensejo à retrocessão. Ou seja, quando a Administração pratica desvio de finalidade ou, ainda, transmite o bem a terceiros, sendo este ato ilícito. Esses aspectos denotam realmente a desistência na desapropriação, sendo assim pode o proprietário expropriado requerer a retrocessão do bem.

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