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13a. Aula HPF - A TEORIA DO CONHECIMENTO NA IDADE MODERNA E CONTEMPORÂNEA

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13ª. AULA – História do Pensamento Filosófico
A TEORIA DO CONHECIMENTO NA IDADE MODERNA E CONTEMPORÂNEA
TEXTO: TEORIA DO CONHECIMENTO
A TEORIA DO CONHECIMENTO
O século XVII representa, na história do homem, a culminação de um processo em que se subverteu a imagem que ele tinha de si próprio e do mundo. 
A emergência da nova classe dos burgueses determina a produção de uma nova realidade cultural, a ciência física, que se exprime matematicamente. 
A atividade filosófica, a partir daí, reinicia um novo trajeto: ela se desdobra como uma reflexão cujo pano de fundo é a existência dessa ciência.
A revolução científica determinou a quebra do modelo de inteligibilidade apresentado pelo aristotelismo, o que provocou, nos novos pensadores, o receio de enganar-se novamente.
A procura da maneira de evitar o erro faz surgir a principal característica do pensamento moderno: a questão do método.
Podemos dizer que até então, a filosofia tem uma atitude realista, no sentido de não colocar em questão a existência do objeto, a realidade do mundo. 
A Idade Moderna inverte o polo de atenção, centralizando no sujeito a questão do conhecimento.
Das questões sobre o sujeito vão originar duas correntes, o racionalismo e o empirismo.
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia: dos Pré-socráticos a Wittgenstein, 2ª. Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000
Texto: DESCARTES: MEDITAÇÕES METAFÍSICAS - Das coisas que se podem colocar em dúvida
O ARGUMENTO DO COGITO
René Descartes (1596-1650), nascido em La Haye, na região de Touraine na França, e falecido em Estocolmo, na Suécia – onde dava lições de filosofia e de ciências à rainha Cristina – foi um dos filósofos mais importantes do século XVII, tendo influenciado de forma decisiva a formação e o desenvolvimento do pensamento moderno. 
Contemporâneo de Galileu, Descartes se considerava não só filósofo, mas também cientista. 
Grande matemático, destaca-se sua contribuição à Geometria, tendo se dedicado também à Física e à investigação da natureza humana. 
Meditações Metafísicas – Das coisas que se podem colocar em dúvida
Nesse texto, a estratégia de Descartes é de refutação (resposta) do ceticismo (atitude na qual o homem não pode chegar a qualquer conhecimento incontestável, que não pode haver dúvidas). 
O ponto de partida consiste em adotar uma posição cética, levando-a até as últimas consequências para então mostrar que se trata de uma posição insustentável. 
1. Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundamentei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão muito duvidoso e incerto; de modo que me era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos, se quisesse estabelecer alago de firme e de constante nas ciências. 
Mas parecendo-me ser muito grande essa empresa, aguardei atingir uma idade que fosse tão madura que não pudesse esperar outra após ela, na qual eu estivesse mais apto para executa-la; o que me fez adiá-la por tão longo tempo que doravante acreditaria cometer uma falta se empregasse ainda em deliberar o tempo que me resta para agir.

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