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Resenha Crítica - Gerencimento de Riscos - Mariana Toscano Rios

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Resenha Crítica de Caso 
Mariana Toscano Rios
Trabalho da disciplina de Gerenciamento de Riscos
 
 Tutor: Prof. Marcio Jorge Gomes Vicente
Santa Cruz das Palmeiras - SP
2019
Gerenciamento de Riscos de Acidentes em uma Empresa de Construção Cívil.
Referência:
SILVA, Emerson; OLIVEIRA, Ualison. Gerenciamento de Riscos de Acidentes em uma empresa de Construção Cívil. Congresso Nacional de Excelência em Gestão, maio 2019. Disponível em: < http://www.inovarse.org/sites/default/files/T_15_046.pdf>. Acesso em: 20 out 2019.
Introdução
O setor de construção é uma área que possui um grande registro de acidentes de trabalho e que ainda vem aumentando conforme os anos, segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social 2013 (AEPS). Apesar do registro de acidentes não ser positivo, este colabora com informações que são relevantes ao processo e cria um ambiente com uma oportunidade de aprendizagem, evitando assim a ocorrência de novos acidentes. 
O artigo refere-se a um estudo de caso de uma empresa de construção e montagem industrial, que em sua fase inicial teve ocorrências de acidentes de trabalho, mas que conseguiu reduzir esse número por meio de análises e investigações dos ocorridos. E tem como objetivo classificar e categorizar as causas básicas desses acidentes. 
O autor utiliza-se de técnicas de análise e avaliação dos riscos ocupacionais de modo reverso, dado que os acidentes já ocorreram, para no fim poder elaborar um fluxograma dos subsetores críticos com ações de prevenção a serem implementadas.
Desenvolvimento
O estudo inicia-se com a implementação da metodologia de árvore de causas. Esse método consiste na reconstrução detalhada da história do acidente, sempre registrando apenas fatos sem emissão de juízos de valor e interpretações, para assim, a partir do ocorrido conseguir identificar a rede de fatores que levaram ao acontecimento do acidente de trabalho (BINDER et al, 1995). Com este banco de dados gerado, foi possível criar um gráfico de acidentes por setor aplicando o método de análise de Pareto. Esta é uma ferramenta importante, pois visa ordenar em forma visual por meio de um gráfico de barras os acidentes e suas causas. O gráfico gerado mostra que os três principais setores com maior número de acidentes foram: civil (30%); andaime (20%) e estrutura metálica (10%). E assim, o estudo seguiu-se dividindo o setor com maior percentual, no caso civil, em subsetores para analisar a criticidade (SILVA; OLIVEIRA, 2018).
Ainda aplicando a metodologia de Pareto, foi gerado o gráfico de acidente pela causa básica e as três principais causas básicas apontadas foram: a falta de percepção de riscos com 20% do total, procedimento com 13% e falha no planejamento também com 13% (SILVA; OLIVEIRA, 2018).
Como os dados que se pretende analisar foram reduzidos, para categorizar os subsetores foi utilizada a metodologia de análise de Modo de Falhas e Efeitos (FMEA) identificando-se assim o subsetor mais crítico do processo e propor ações preventivas. Essa metodologia tem como objetivo definir, identificar, avaliar e minimizar riscos, analisando as possíveis falhas que possam aparecer no processo e implantar ações preventivas, aumentando a confiabilidade do processo ou produto (AGUIAR; SALOMON, 2007). Para aplicação do método o autor optou por colocar todos os subsetores e tarefas da construção civil (setor com maior número de acidentes).
Para o lançamento de dados, para aplicação da metodologia FMEA, foram necessários os dados de severidade, detecção e ocorrência. Os valores de severidade foram divididos em três partes, atribuindo peso de 1 a 5 para acidentes sem afastamento, de 6 a 9 para acidentes com afastamento e 10 para os acidentes fatais. Já para detecção foi dividido pela causa básica, foi dado maior peso sempre que essa causa for relacionada a um fator humano em que não foi possível mensurar, levando em conta também o número de vezes em que ela se repete. Por fim, para os dados de ocorrência, foi atribuído o maior valor que, no caso do artigo foi 6, para o setor com mais acidentes ocorridos, conforme o gráfico de Pareto. A partir da multiplicação dos valores de severidade, detecção e ocorrência é gerada a Prioridade de Risco (RPN) (TOZZI, 2004).
A análise do FMEA realizado mostra que os subsetores que apresentaram maior RPN, ou seja, os mais críticos foram a concretagem em primeiro lugar e o subsetor deforma, escoramento, descimbramento e desforma em segundo. Os resultados do estudo foram os dois fluxogramas do processo produtivos dos subsetores mais críticos, realizados a partir do método de mapeamento de processo, melhorando a visão macro do processo e incluindo ações de prevenção em passos específicos, visando a prevenção dos acidentes (SILVA; OLIVEIRA, 2018).
A partir da análise pela metodologia FMEA, foi possível identificar que o gargalo da empresa, ou seja, o maior ponto de atenção, foi referente ao comportamento e condições psicofisiológicas do trabalhador, representando 80% das causas básicas encontradas. Apesar deste método ter sido essencial para o resultado da pesquisa, os outros métodos utilizados com o ADC e o gráfico de Pareto serviram como base para a construção da tabela que culminou nos fluxogramas finais (SILVA; OLIVEIRA, 2018).
Percebe-se pelos fluxogramas finais, que foi possível a aplicação de todos os métodos de forma reversa, e que todos estes foram viáveis e complementares para o resultado final do projeto. 
Conclusão
O estudo de caso consegue abranger toda a empresa e de maneira específica mitigar e planejar ações preventivas específicas para o setor de maior criticidade. Essas ações preventivas adicionadas no fluxograma podem ser divididas em gerais e específicas. Ações como interpretação da atividade a ser realizada, análise do local para início das atividades, planejamento da atividade e inspeção dos equipamentos e ferramentas previamente, podem ser utilizadas para todos os setores da empresa, aumentando assim, o controle e a mitigação dos riscos. 
As específicas como análise da rigidez da forma no subsetor de forma, escoramento, descimbramento e desforma e a inspeção do mangote para o recebimento de concreto são ações específicas para aquelas atividades e que atuam de maneira pontual nos subsetores tidos como mais críticos e que contribuem para um aumento da confiabilidade do processo.
O fator humano foi tido como uma das principais causas básicas, e processos como percepção e aceitação de riscos e tomadas de decisão podem potencializar o erro humano. O erro humano pode ser causado por fatores como: Falta de capacidade, falta de informação, motivação incorreta, condições ergonômicas inadequadas, deslizes e falta de aptidão física ou mental (COUTO, 2009)). Visto isso, há metodologias para análise deste fator humano e uma análise mais profunda conta com a resolução desse fator em ações preventivas mais específicas e direcionadas na raiz da causa básica (CORREA; JUNIOR, 2007).
Uma interessante continuação para que o processo seguro se mantenha é a implementação de um Sistema de Gestão Integrado, com a utilização do método PDCA (Planejar – Fazer – Verificar – Atuar) por exemplo, pois trata-se de um ciclo, visando sempre a melhoria constante. Por ele, é possível monitorar e implementar novas ações quando algumas já se tornaram obsoletas ou até mesmo ao encontrar uma nova falha no processo (BENITE, 2004). 
Referência Bibliográficas:
BENITE, A, G. Sistema de Gestão da segurança e Saúde no Trabalho para Empresas Construtoras. Dissertação Apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a Obtenção do Título de Mestre em Engenharia. São Paulo, 2004. Disponível em: < https://teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-27102004-101542/publico/AndersonBenite.pdf>. Acesso em: 20 out. 2019.
CORREA, C.R.P; JUNIOR, M.M.C; Análise e classificação dos fatores humanos nos acidentes industriais, 2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65132007000100013>.Acesso em: 28 out. 2019.
SALOMON, V.A.P; AGUIAR D.C. de; Avaliação da prevenção de falhas em processos utilizando métodos de tomada de decisão. Produção, v. 17, n. 3, p. 502-519, Set./Dez. 2007a.
SILVA, Emerson; OLIVEIRA, Ualison. Gerenciamento de Riscos de Acidentes em uma empresa de Construção Cívil. Congresso Nacional de Excelência em Gestão, maio 2019. Disponível em: < http://www.inovarse.org/sites/default/files/T_15_046.pdf>. Acesso em: 20 out 2019.
TOZZI, A. R. Desenvolvimento de um programa de verificação de processo de lançamento de cabos com o auxílio da FMEA. 2004. 84 p. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Engenharia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Escola de Engenharia, Porto Alegre, RS, 2004.

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