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Pratica V - aula 5

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE 
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
 
 
 
 NOME DO ADVOGADO, nacionalidade..., estado civil..., advogado, 
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº..., endereço eletrônico, 
endereço profissional na rua..., Cidade/UF..., CEP..., vem respeitosamente 
perante Vossa Excelência impetrar o presente 
 
 
HABEAS CORPUS PREVENTIVO COM PEDIDO LIMINAR 
 
pelo procedimento especial, em favor de MATILDE, nacionalidade..., estado 
civil..., profissão..., portadora da cédula de identidade nº..., inscrita no CPF sob 
o nº..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na rua..., Cidade/UF, 
CEP..., apontando como autoridade coatora o EXCELENTÍSSIMO JUIZ DA 10ª 
VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL, pelas razões de fato e de 
direito que passa a expor. 
 
 
I - DOS FATOS 
 
A paciente é genitora dos menores Jane e Gilson Pires e em decorrência 
do poder familiar restou obrigada ao pagamento de pensão mensal aos filhos no 
valor de R$ 1.000 (mil reais), cabendo R$500,00 (quinhentos reais) a cada um 
dos filhos. 
No entanto, a paciente vem enfrentando dificuldades para realocar-se no 
mercado de trabalho há aproximadamente 1 ano, o que a prejudica na prestação 
dos alimentos. 
A falta da atividade laborativa resultou na impossibilidade de pagamento 
nos últimos 5 meses do valor de pensão estipulado e em razão do 
inadimplemento, foi ajuizada execução de alimentos. 
Contudo, mesmo a paciente justificando a falta de pagamento em razão 
do desemprego, a autoridade coatora determinou a prisão civil. 
 
 
II - DA LIMINAR 
 
Como já é sabido, a concessão de medida liminar fundamenta-se na 
presença de dois elementos justificantes, quais sejam, o fumus boni iuris e 
o periculum in mora. 
O fumus boni iuris resta claramente demonstrado quando da limitação 
imposta pela lei processual, notadamente quanto ao débito alimentar de três 
meses e principalmente pelo fato da paciente ter justificado, de modo verídico, a 
impossibilidade de adimplir sua obrigação alimentar em face de doença e de 
estar afastada do mercado de trabalho há mais de 1 ano. 
De outro giro, o periculum in mora consiste na possibilidade do decreto 
prisional ser executado, o que causará grave violação de direito, visto que o 
mesmo não guarda fundamento que o sustente. Ainda poderá agravar os 
problemas de saúde suportados pelo paciente. 
 
 
III - DOS FUNDAMENTOS 
 
Ante aos fatos expostos acima, não resta dúvida a necessidade medida 
que ora se requisita. 
Conforme disposto no ar. 5º, LXVII da Constituição da República de 
1988, o habeas corpus se presta a coibir violação da liberdade de locomoção de 
quem já tenha sofrido ou esteja na iminência de sofrer, o que é o caso em 
comento. 
A decisão da autoridade coatora indica não guarda fundamento de 
validade, senão vejamos: 
A paciente foi apresentada como parte Ré num processo de execução 
de alimentos que busca o pagamento dos últimos 5 meses. 
Contudo, o art. 911 do Código de Processo Civil, leciona que a execução 
fundada em título executivo extrajudicial em que haja obrigação de pagar, o juiz 
mandará citar o executado para que faça o pagamento em três dias. A paciente, 
conforme já relatado acima, não apresenta condições de adimplir o débito por 
motivos alheios à sua vontade, não tendo fundamento a edição do decreto 
prisional, notadamente em seus artigos 528, §§ 2º ao 7º. 
Assim, o direito da paciente foi violado vez que o § 7º do art. 528, 
combinado com o art. 911 e corroborado pela súmula 309 do STJ são claros em 
lecionar que a prisão civil é justificada pelo débito dos 3 últimos meses anteriores 
ao ajuizamento da ação, o que invalida o pedido feito na inicial que ora se ataca. 
“SÚMULA 309 : O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante 
é o que compreende as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso 
do processo”. 
Assim, por estes fundamentos, o decreto prisional não deve ser 
executado, vez que incorrerá em grave violação do direito da paciente e requer-
se, dede logo, que seja concedido o presente pedido de habeas corpus para a 
manutenção da justiça. 
 
 
IV - DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer: 
 
1. A concessão de liminar para sustar o decreto prisional, bem como os seus 
efeitos; 
2. A intimação da autoridade coatora para prestar as informações; 
3. A intimação do Procurador de Justiça; 
4. Seja concedida a ordem de Habeas Corpus preventivo com posterior 
expedição de alvará de salvo conduto em favor da paciente. 
 
 
V - VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
 
Local, data 
 
 
Advogado 
OAB/UF

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