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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NOME DO ADVOGADO, nacionalidade..., estado civil..., advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº..., endereço eletrônico, endereço profissional na rua..., Cidade/UF..., CEP..., vem respeitosamente perante Vossa Excelência impetrar o presente HABEAS CORPUS PREVENTIVO COM PEDIDO LIMINAR pelo procedimento especial, em favor de MATILDE, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da cédula de identidade nº..., inscrita no CPF sob o nº..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na rua..., Cidade/UF, CEP..., apontando como autoridade coatora o EXCELENTÍSSIMO JUIZ DA 10ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL, pelas razões de fato e de direito que passa a expor. I - DOS FATOS A paciente é genitora dos menores Jane e Gilson Pires e em decorrência do poder familiar restou obrigada ao pagamento de pensão mensal aos filhos no valor de R$ 1.000 (mil reais), cabendo R$500,00 (quinhentos reais) a cada um dos filhos. No entanto, a paciente vem enfrentando dificuldades para realocar-se no mercado de trabalho há aproximadamente 1 ano, o que a prejudica na prestação dos alimentos. A falta da atividade laborativa resultou na impossibilidade de pagamento nos últimos 5 meses do valor de pensão estipulado e em razão do inadimplemento, foi ajuizada execução de alimentos. Contudo, mesmo a paciente justificando a falta de pagamento em razão do desemprego, a autoridade coatora determinou a prisão civil. II - DA LIMINAR Como já é sabido, a concessão de medida liminar fundamenta-se na presença de dois elementos justificantes, quais sejam, o fumus boni iuris e o periculum in mora. O fumus boni iuris resta claramente demonstrado quando da limitação imposta pela lei processual, notadamente quanto ao débito alimentar de três meses e principalmente pelo fato da paciente ter justificado, de modo verídico, a impossibilidade de adimplir sua obrigação alimentar em face de doença e de estar afastada do mercado de trabalho há mais de 1 ano. De outro giro, o periculum in mora consiste na possibilidade do decreto prisional ser executado, o que causará grave violação de direito, visto que o mesmo não guarda fundamento que o sustente. Ainda poderá agravar os problemas de saúde suportados pelo paciente. III - DOS FUNDAMENTOS Ante aos fatos expostos acima, não resta dúvida a necessidade medida que ora se requisita. Conforme disposto no ar. 5º, LXVII da Constituição da República de 1988, o habeas corpus se presta a coibir violação da liberdade de locomoção de quem já tenha sofrido ou esteja na iminência de sofrer, o que é o caso em comento. A decisão da autoridade coatora indica não guarda fundamento de validade, senão vejamos: A paciente foi apresentada como parte Ré num processo de execução de alimentos que busca o pagamento dos últimos 5 meses. Contudo, o art. 911 do Código de Processo Civil, leciona que a execução fundada em título executivo extrajudicial em que haja obrigação de pagar, o juiz mandará citar o executado para que faça o pagamento em três dias. A paciente, conforme já relatado acima, não apresenta condições de adimplir o débito por motivos alheios à sua vontade, não tendo fundamento a edição do decreto prisional, notadamente em seus artigos 528, §§ 2º ao 7º. Assim, o direito da paciente foi violado vez que o § 7º do art. 528, combinado com o art. 911 e corroborado pela súmula 309 do STJ são claros em lecionar que a prisão civil é justificada pelo débito dos 3 últimos meses anteriores ao ajuizamento da ação, o que invalida o pedido feito na inicial que ora se ataca. “SÚMULA 309 : O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso do processo”. Assim, por estes fundamentos, o decreto prisional não deve ser executado, vez que incorrerá em grave violação do direito da paciente e requer- se, dede logo, que seja concedido o presente pedido de habeas corpus para a manutenção da justiça. IV - DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: 1. A concessão de liminar para sustar o decreto prisional, bem como os seus efeitos; 2. A intimação da autoridade coatora para prestar as informações; 3. A intimação do Procurador de Justiça; 4. Seja concedida a ordem de Habeas Corpus preventivo com posterior expedição de alvará de salvo conduto em favor da paciente. V - VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). Nestes termos, Pede deferimento. Local, data Advogado OAB/UF
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