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Resposta á acusação estagio

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EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DA 2° VARA CRIMINAL DA COMARCA DO AMAPÁ/UF
PROCESSO N° (...)
		Paulo Las Vegas, Casado, Servidor público, com cpf sob o n°(...), endereço eletrônico, domiciliado no endereço(...), com residência (...), por meio de seu advogado vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar
RESPOSTA A ACUSAÇÃO
		Com fundamento no art. 406 do CPP, nos autos da Ação Penal movida pelo Ministério Público do estado do Amapá pó pelos de fato e de direito a seguir expostos:
		Se faz necessário aclarar antes da exposição fática, que a resposta a acusação se encontra tempestiva, posto que o Réu foi citado no dia 02 de setembro de 2011, tendo até a presente data como prazo final.
I – DOS FATOS
		O réu foi denunciado pelo ministério publico no dia (...), no qual lhe imputou a suposta prática de crime descrito no art.121 do código penal qualificado em razão do crime ter ido praticado por motivo fútil, e de recurso, que impossibilitou a defesa da vítima.
		Ocorre que o Promotor de Justiça embasou sua acusação nos fatos e argumentos apresentados pelo Réu (legítima defesa). Assim, ele não se valeu daquela primeira versão, trazida por parte do vizinho Douglas Texas, deixando de narrar, na denúncia, fatos ilícitos e que se relacionem às qualificadoras, ou seja, não apresentou circunstâncias atinentes ao crime e às suas qualificadoras. 
		No dia 5 de junho de 2011, os autos foram conclusos ao magistrado, que não recebeu a denúncia, alegando, para tanto, ausência de pressupostos processuais, nos termos do art. 395, II, do CPP. 				Inconformado, o Ministério Público recorreu em sentido estrito, tendo a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Amapá, em 5 de agosto de 2011, publicado acórdão que deu provimento ao recurso ministerial, sem, contudo, ter havido qualquer intimação do Réu ou sua defesa para apresentação de contrarrazões recursais. 
		Comunicada a decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Amapá, já transitada em julgado, ao magistrado de Amapá, o Réu foi citado em 2 de setembro de 2011 (sexta-feira) para apresentação da resposta a acusação, sendo que o mandado cumprido foi devidamente juntado aos autos no dia 8 de setembro (quinta-feira), e a publicação acerca do recebimento da denúncia somente em 9 de setembro (sexta-feira).
II – DAS PRELIMINARES
		Antes de adentrar ao mérito da questão, importante destacar que houve desrespeito a uma das garantias fundamentais do ser humano no qual o art. 5°, LV, “assegura aos litigantes em processo judicial ou administrativo e aos acusados em geral, o contraditório e ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes”, indispensável lembrar também o que diz a Súmula 707, do STF, no qual informa que “constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo”.
		Desse modo Excelência, é irrefragável que a ausência de intimação do Réu para apresentar contrarrazoes resultou em prejuízo para o mesmo, devendo, portanto os atos praticados a partir dessa ausência, ser anulados como dita o art.564, III, alínea “o” do CPP e também o inciso IV, do mesmo artigo, gerando os efeitos ex tunc.
III – DO MÉRITO
		Superado o tópico preliminar, verifica–se necessário o desenvolvimento, no que tange ao mérito.
		Inicialmente cumpre destacar que o ministério público embasou sua acusação nos fatos e argumentos apresentados pelo Réu, deixou de narrar, na denúncia, fatos ilícitos e que se relacionem às qualificadoras, imputadas na denuncia, não apresentou circunstâncias atinentes ao crime, desse modo, imperioso destacar o disposto no art.395, II do CPC “A denuncia ou queixa será rejeitada quando faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal” verifica-se que pelo fato do ministério público não ter apresentado fatos ilícitos, e tão somente embasando a acusação nos fatos e fundamentos apresentados pelo Réu, no qual alegou Legítima defesa que é uma das excludentes de ilicitude conforme determina o art.23 do CP, ou seja, o fato não constitui fato ilícito, em virtude disso, nota-se a ausência do requisito “possibilidade jurídica do pedido” posto a acusação deve possuir o “fumus commissi delicti” (fumaça da prática de um direito punível).
		Devemos repisar Excelência, de que o Réu agiu em total e legitima defesa, para salvar sua filha, como já dito em seu interrogatório, devemos também nos ater a as provas juntadas nos autos como câmera de segurança, que filmou a dinâmica dos fatos, insta destacar que foram descobertas testemunhas oculares dos fatos que serão qualificadas logo abaixo.
		Conforme nos exatos moldes esposados, o Réu requer absolvição sumaria com base no art. 396,I do CPC, apesar dos procedimentos de competência do tribunal do júri, seguir um rito especial no, nada impede de ser utilizado o artigo anteriormente já dito, posto que o art.394 §4° determina que “as disposições do art. 395 a 398 do código penal aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste código.
		Não sendo o entendimento de Vossa Excelência, a absolvição sumaria do Réu, o que não se espera, requer o regular processamento do feito, com a devida audiência de instrução e julgamento, no qual pretende o Réu provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, e em especialmente a inquirição de testemunhas.
IV – DO PEDIDO
	Por fim, mediante aos fatos aqui expostos, requer-se:
 
a) seja decretada a nulidade dos atos posteriores, diante da ausência de intimação do Réu para contrarrazoar o recurso em sentido estrito oferecido pelo ministério público, com base no art.5°,LV c/c a Súmula 707, do STF
b) se não for o entendimento de Vossa Excelência de nulidade, seja reconsiderado o recebimento da Denúncia, para rejeitar liminarmente a inicial com base no inciso II do art. 395, do Código de Processo Penal;
c) no caso do recebimento da denúncia seja o réu absolvido, com base no art. 397, I do CPP haja vista a impossibilidade de ter praticado o crime por estar em legitima defesa. 
d) o arrolamento das seguintes testemunhas:
ALINE – profissão (...), idade (...), endereço (...)
BÁRBARA - profissão (...), idade (...), endereço (...)
CARLOS - profissão (...), idade (...), endereço (...)
DOUGLAS TEXAS - profissão (...), idade (...), endereço (...)
Nestes Termos,
Pede e espera deferimento
Amapá 14 de setembro de 2011
Advogado/OAB

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