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TCC FINAL pronto ilsa

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16
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
O BRINCAR NA EDUCAÇAO INFANTIL: O PAPEL DOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS
OLIVEIRA, Ilsa de fatima
 RU 935260
 SOBRENOME, Nome do professor
RESUMO
O presente trabalho pretende confirmar o que vários estudos já concluíram: sobre o quão é importante brincar durante o período da Educação Infantil, e mostrar o quanto esse processo influencia no desenvolvimento e aprendizagem da criança. 
Para atingirmos o objetivo final desse material é preciso entender em todas as suas nuances, o que é exatamente brincar. Se é apenas oferecer uma brincadeira ou um brinquedo à criança para que ela reaja da maneira que quiser ou se brincar vai muito além disso. Para entender o que o ato de brincar oferece ao desenvolvimento motor e cognitivo da criança, temos que, não só conhecer significados e conceituar as etapas do processo, mas também nos aprofundar em tudo que a ludicidade pode oferecer. 
É diante do lúdico que a criança se abre, se mostra, se conhece. Ela consegue perceber que faz parte de um todo, e que há outros com ela. O lúdico faz com que a criança aprenda a se dividir, a criar relacionamentos, a interagir. Todas essas percepções fazem com a criança adquira conhecimentos e se desenvolva como indivíduo. 
Cabe ao professor assumir a função de coordenador desse processo. A criança precisa ordenar os conhecimentos que adquire nos momentos em que brinca. As informações que recebe do professor e durante as brincadeiras precisa ser organizadas em sua mente. É dessa maneira que tudo que se absorve do brincar se transforma em conhecimento, e consequentemente, em desenvolvimento.
Portanto, o estudo que se inicia, pretende mostrar que brincar não é apenas dar à criança uma boneca ou um carrinho. As atividades precisam ser direcionadas pelo professor, e tudo que for absorvido durante esse processo, deverá servir para que a construção do indivíduo se dê da maneira mais saudável que houver. 
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Palavras-chave: Lúdico. Desenvolvimento. Aprendizagem. Professor.
1 INTRODUÇÃO
Não é de hoje que a brincadeira faz parte do universo infantil. Ao longo da história da humanidade, a criança vem usando o lúdico para se auto conhecer, para assumir o espaço que ocupa, para reconhecer o meio ambiente que vive, e para interagir com os que estão a sua volta. Brincar não deixa de ser uma forma de comunicação, já que é por meio dela que a criança pode expressar as atividades que desenvolve no seu cotidiano. O ato de brincar influencia diretamente o processo de aprendizagem da criança a partir do momento em que possibilita a ela refletir, a conquistar independência e ter noção da criatividade que tem, o que vai proporcionar que se estabeleça uma relação entre jogo e aprendizagem.
Antes de definir a brincadeira infantil, vale destacar a contribuição do brincar para o desenvolvimento absoluto do ser humano como um todo. Assim, é preciso conscientizar pais, educadores e sociedade sobre o quão importante é vivenciar na infância, esta forma prazerosa de aprender. Neste contexto, o brincar na educação infantil proporciona que a própria criança estabeleça regras que valem para ela mesma e para o grupo. É apenas uma prévia do que a criança viverá em sociedade quando adulta. Aos poucos, e por meio do lúdico, ela vai aprendendo a resolver conflitos e levantar hipóteses sobre as situações que vivencia e, ao mesmo tempo, desenvolver a habilidade em compreender os vários pontos de vista, e de demonstrar que quer ser entendida e que tem opinião própria. É de muita importância ter essa percepção e estimular a capacidade criativa das crianças, porque é assim que elas vão elaborando as várias formas de relacionamento e um mundo sob a sua lógica infantil. 
Na definição do dicionário Aurélio (2003), brincar é "divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar", e também "entreter-se com jogos infantis". Isso significa que brincar faz parte de nossas vidas desde que nascemos. Se bem que nem todos têm esse direito respeitado. 
As crianças da Educação Infantil compartilham um conjunto de situações que lhes é oferecida com frequência e de forma regular, com o objetivo de proporcionar a elas o bem-estar durante o período em que ficam na escola e para que possam construir valores essenciais em termos de interação social, assim como a independência e a cooperação. Ao oferecer um espaço onde possam brincar e dividir esse momento com os outros, a Educação Infantil valoriza a interação com a cultura como eixo que reforça a estrutura da aprendizagem nessa etapa do ensino.
Portanto, este trabalho se justifica por compreender que a técnica utilizada em atividades lúdicas com jogos e brincadeiras anos desenvolve habilidades e aprendizagens fundamentais para a formação social, cognitiva das crianças de 3 a 5 anos. 
Os jogos são ferramentas lúdicas de aprendizagem que proporcionam, de forma agradável e eficiente, evolução no processo de comportamento e ainda, na aquisição de novos conhecimentos. Proporcionar aprendizado por meio de jogos em sala de aula é a maneira mais agradável, segura e moderna de ensinar. Desta forma lúdica, as crianças têm a oportunidade de aprender de um jeito diferenciado. As crianças da faixa etária entre 3 e 5 anos, estão num período de grande criatividade, dramatizando tudo que está em sua volta, e fantasiando quase todas as situações reais. Para ela, os brinquedos mais indicados são os carrinhos e as bonecas.
Obviamente, a escola precisa manter a seriedade que a missão lhe impõe, e isso inclui encarar a forma como interage com as crianças, com a mesma seriedade. Mas apresentar o seu lado sério, não significa que tenha que agir com rigor e castração, e sim, de uma maneira que consiga alcançar o universo infantil para só então, desempenhar sua principal função que é a de formar o lado afetivo e intelectual de cada criança. É necessário que a escola dê valor a esta postura de buscar o conhecimento por meio do lúdico, pelo prazer de estudar, sem que isso prejudique o processo de aprendizado, que por si só, já um processo prazeroso.
Ao produzirmos este estudo a ideia é que professores tenham acesso a uma proposta de trabalho que os orientará a implantar uma metodologia que deve levar em conta valores morais e éticos, aliados à afetividade no momento em que a atividade for jogos e brincadeiras. 
2 O PAPEL DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
A educação lúdica não é algo que tenha surgido recentemente, pelo contrário. Desde a antiguidade, sempre foi aplicada e reconhecida como de grande importância para o desenvolvimento do ser humano. A diferença é que houve uma evolução. Nos dias atuais, o lúdico é aplicado por meio de estratégias variadas. Segundo Oliveira (2002), brincando, a criança vai construindo os alicerces da compreensão e utilização de sistemas simbólicos como a escrita, assim como da capacidade e habilidade em perceber, criar, manter e desenvolver laços de afeto e confiança no outro. Esse processo tem início desde o nascimento, com o bebê aprendendo a brincar com a própria mãozinha e, mais adiante, com a mãe. Assim como aos poucos vai coordenando, agilizando e dotando seus gestos de intenção e precisão progressivas, vai aprendendo a interagir com os outros, inclusive com seus pares, crescendo em autonomia e sociabilidade. 
Com as brincadeiras, as crianças atingem um estado de prazer muito grande, levando-as a momentos de muita descontração e, consequentemente, dando asas às novas ideias criativas que facilitam o processo de aprendizagem de novos conteúdos e favorecem a confiança em si própria e também no grupo no qual está inserida.
Ao obter essa consciência, a escola se dá conta de que, por meio do lúdico, as crianças têm chances de crescerem e de se adaptarem ao mundo em que é preciso viver em sociedade.O lúdico precisa ser considerado parte integrante da vida do indivíduo não só no que se refere ao divertimento ou também como uma forma de descarregar tensões, mas também, uma forma de penetrar na realidade social do ambiente em que vive.
O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantindo se o educador estiver preparado para realizá-lo. Nada será feito se ele não tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação lúdica, condições suficientes para socializar o conhecimento e predisposição para levar isso adiante (ALMEIDA, 2000, p.63).
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Por meio da brincadeira, pode-se compreender como a criança entende e constrói o mundo que ela pensa viver, o mundo em que ela gostaria de viver, o que a preocupa e quais os problemas que têm. Isso porque, por meio da brincadeira, a criança consegue expressar o que sente, mas não consegue expressar em palavras. Já se sabe que as crianças não brincam só para passar o tempo, como podem pensar elas próprias e os adultos. Mesmo quando brinca para preencher momentos em que não há outra atividade para fazer, sua escolha é motivada por sentimentos que vem do seu interior, sejam eles desejos, problemas ou ansiedade. O que está no cérebro da criança é que vai determinar suas atividades lúdicas; brincar é uma linguagem que ela guarda dentro de si, por isso deve ser respeitada mesmo quando não a entendemos. 
O brincar proporciona à criança, comportar-se acima da idade da sua idade cronológica, e um comportamento diferente do que apresenta no dia a dia. Assim, no faz-de-conta, as crianças manifestam habilidades que não condizem com a sua idade. 
Nesse sentido, a aprendizagem cria a zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a aprendizagem desperta vários processos internos de desenvolvimento. Deste ponto de vista, aprendizagem não é desenvolvimento; entretanto o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer (VYGOTSKY apud OLIVEIRA, 2002, p. 132).
O jogo permite que sejam abertas novas perspectivas sobre o uso contínuo de códigos simbólicos. Mas para que estas ideias sejam consolidadas, é fundamental que se compreenda que o desenvolvimento mental infantil das crianças passa por diferentes estágios. É preciso então, fazer uma adaptação dos brinquedos ao potencial de cada criança e, sobretudo, permitir que haja uma diversificação para que se possa explorar novas inteligências e áreas ainda não desenvolvidas.
É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de agir numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não por incentivos fornecidos por objetos externos (VYGOTSKY, 1989, p. 109).
As brincadeiras que são disponibilizadas à criança devem ser adequadas à etapa de desenvolvimento em que ela se encontra. Somente desta forma, é que se pode perceber a importância de o professor conhecer a teoria de Vygotsky (VYGOTSKY, 1988). Na Educação Infantil, o papel desempenhado pelo professor é de extrema importância, já que é ele quem define os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, participa diretamente da construção do conhecimento.
O desdém ao movimento natural e espontâneo da criança, valorizando só o conhecimento estruturado e formalizado, ignora o alcance educativo das brincadeiras e dos jogos como forma poderosa de estimular a mentalidade construtiva da criança. É preciso que, o quanto antes, o professor amplie cada vez mais as situações já vividas pelas crianças, com brinquedos, brincadeiras e convívio com os coleguinhas.
Por meio do ato de brincar, a criança pode desenvolver a confiança em si mesma, sua imaginação, a autoestima, o autocontrole, a cooperação e a criatividade. O brinquedo revela o mundo interior de cada criança e permite que ela aprenda fazendo. A escola que tiver a capacidade de respeitar este conhecimento do mundo da criança e compreender o processo pelo qual ela passa até alfabetizar-se, propiciando-lhe enfrentar e entender com maior tranquilidade e sabor os primeiros anos escolares poderá ser considerado um verdadeiro ambiente de aprendizagem.
2.1 EDUCAÇÃO E O LÚDICO
Parece haver consenso de que, na educação como um todo, inclusive e principalmente na Educação Infantil, o brincar é uma ferramenta fundamental para o processo de aprendizagem já que promove, por meio da ludicidade, experimentar a educação como processo de desenvolvimento.
O lúdico é capaz de possibilitar uma alfabetização relevante dentro da prática educacional; de absorver o conhecimento; de permitir que o rendimento escolar vá além da simples conhecimento. Entretanto, é preciso que o professor compreenda a importância do brincar, porque só assim o professor vai poder interferir de maneira adequada, não comprometendo e prejudicando a satisfação que o lúdico propicia. Portanto, o brincar deve sim ser utilizado como um eficiente recurso pedagógico, mas sem ser desmembrado da atividade lúdica que o forma. A inclusão de brincadeiras, jogos e brinquedos como atividade pedagógica pode desenvolver ações variadas que vão contribuir para incontáveis aprendizados e para ampliar o nível de conhecimento de crianças e jovens. 
De acordo com Vygotsky (1998), o educador poderá usar jogos e brincadeiras, como forma lúdica de estimular a criança a raciocinar e resolver situações problemas para que assim, imite e refaça as regras que os adultos utilizam. Santos (2002) também concorda que o lúdico pode servir como estratégia de ensino e aprendizagem, assim com relaciona o brincar na escola ao professor que por sua vez, deve procurar informações teóricas sobre esse processo para que fique convencido e sensibilizado a ponto de entender o quão é importante o lúdico para a aprendizagem e desenvolvimento da criança.
Para proporcionar o desenvolvimento cognitivo, por exemplo, o professor pode oferecer histórias distantes do mundo real, o que também ira facilitar o relacionamento com pessoas que podem contribuir com algo a mais em termos de conhecimento. 
Há que se considerar também que, além de ser uma prática pedagógica, o brincar é um recurso que pode auxiliar não apenas o desenvolvimento da criança, mas ainda o cultural. Brincar não pode significar apenas um momento em que a criança ocupa um espaço para ficar livre da sala de aula, na presença ou não de brinquedos, e sim um tempo de ensinar e aprender com o comportamento que apresenta. O lúdico prepara a criança para a vida. Na convivência com as crianças, é possível observar que o cotidiano da criança gira em volta das brincadeiras e dos brinquedos. E é exatamente por isso que pedagogos incluíram a brincadeira no cotidiano escolar. Viu-se que o brincar é uma peça fundamental para formar a personalidade da criança e para construir o conhecimento.
Já se sabe o quão o jogo é vital para o desenvolvimento do ser humano como um todo, desde os aspectos físico, intelectual até o social. Então, é natural que seja visto como algo mais do que apenas uma forma de se divertir. É na verdade uma ligação entre a infância e a fase adulta. Vygotsky (1998), por exemplo, acredita que a imaginação que se manifesta durante um jogo infantil, acaba por transformar a criança. Para o bem. É por isso que a aplicação de jogos é altamente recomendada justamente pelo quadro lúdico que apresenta. Abre as portas da criatividade para as crianças, oferece a elas o domínio de si mesma, e ainda, lhes proporciona a possibilidade de enraizar a sua personalidade. 
Para Kishimoto (2002), o jogo como ação lúdica, proporciona ao ambiente escolar uma série de vantagens para o processo de aprendizagem. O jogo é encarado como um grande estímulo às crianças, já que, por meio do jogo, elas sentem prazer e é isso que lhes dá vontade de realizar qualquer tipo de esforço para atingir um determinado ponto. O jogo mobiliza a mente, movimenta o pensamento e agita a personalidadeda criança. 
O crescimento afetivo, social, motor e cognitivo da criança e o aprendizado ocorrem quando ela tem uma participação ativa do jogo, seja discutindo as regras, ou dando solução para resolver os problemas que possam aparecer. Só que nada isso acontece se o professor não participar e não propor desafios ou também, se não incentivar a participação de todos na atividade. A intervenção do educador é absolutamente necessária e pertinente no processo de ensino-aprendizagem. 
Está no Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 23):
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
Portanto, é necessário que se tenha consciência de que o professor é uma peça essencial no processo. Educar não é apenas repassar conhecimento ou apontar apenas um caminho a seguir, mas sim, auxiliar a criança para que ela tome consciência de si própria, e da comunidade. É também ofertar ferramentas diversas para que ela mesma escolha os caminhos, que tenha a ver com os valores que carrega dentro de si, com a maneira como vê o mundo e com os obstáculos com os quais vai se deparar.
Sob esse ponto de vista, o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, P.30) diz:
O professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano.
Educar também é, e talvez acima de tudo, a conexão entre sentimentos, afetos e estruturação do conhecimento. Através desse processo a afetividade ganha destaque, justamente por sabermos que a comunicação afetiva possibilita ao estudante compreender e mudar o seu raciocínio sobre as suas vivências. Só que muitos educadores ainda acreditam que a criança aprende apenas com a repetição. Não fazem nenhuma questão de usar a criatividade para despertar o interesse dos alunos e deixá-los mais alegre. E não se incomodam com o fato de que se mantê-los distantes, vai comprometer a afetividade que faz tanto bem à educação. Santos (2002) diz que:
Educar não se limita a repassar informações ou até mesmo mostrar um caminho que o educador considera o mais certo, mas sim em ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. Ainda, é oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. 
Sem estabilidade emocional a criança não consegue se envolver com o processo da aprendizagem. E é aí que o professor pode usar o afeto e a ludicidade para incrementar o processo de ensino-aprendizagem. A partir do momento em que o professor der destaque às atividades que dão base ao lúdico, é certo que o aluno vai demonstrar muito encantamento, afinal, vai aprender brincando. 
O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998), o documento reforça a importância da ludicidade, e que para isso o professor dever oferecer jogos, brinquedos e brincadeiras para direcionar as atividades didático-pedagógicas, permitindo que a criança receba uma aprendizagem que lhe dá mais prazer. 
É por tudo isso que a ludicidade conquista cada vez mais, um maior espaço na educação infantil. O brinquedo é a natureza da infância e dá espaço para um trabalho da pedagogia que amplia as possibilidades de conhecimento da criança. Ela firma uma relação natural com o brinquedo e o usa para colocar para fora todos os seus sentimentos, bons e ruins.
Quando assume as funções lúdica e educativa, a brincadeira torna-se sinônimo de diversão que proporciona prazer e incrementa a exploração, a imaginação e a estruturação do conhecimento. 
É importante que se diga que brincar é uma experiência que pode ser vivida por pessoas que todas as idades, mas é na Educação Infantil que o brincar cumpre o seu principal papel. Assim sendo, foi se o tempo em que a brincadeira era usada apenas no momento de recreação das crianças. É também, parte do plano de aula.
Portanto, torna-se papel do professor construir um ambiente propício aos elementos que sirvam de motivação para as crianças. E como isso pode ser feito? Criando atividades que as estimulem a participar do processo educacional, e a trabalhar com a resolução de problemas junto com a classe. 
A construção do processo de ensino e aprendizagem na escola deve levar em consideração, sempre, o nível de desenvolvimento da criança, num determinado momento e com sua ligação a um conteúdo específico que será desenvolvido, até atingir os objetivos estipulados pela instituição, supostamente adequados à média de idade das crianças e ao nível de conhecimentos e habilidades de cada grupo de crianças.
 A partir da leitura de autores que já se debruçaram sobre o tema abordado no presente trabalho, é possível perceber que a ludicidade, os brinquedos, os jogos e as brincadeiras são canais que a criança faz uso para estabelecer uma relação com a estrutura física e social do espaço onde vive, e assim, despertar a própria curiosidade e ampliar seus conhecimentos e habilidades em todos os aspectos que envolvem o ser humano. 
2.2 A HISTÓRIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Segundo Almeida (2004), cada época e cada cultura tem uma visão diferente de infância, mas a que mais chamou atenção foi a da criança como ser inocente, inacabado, incompleto. Entretanto, no século XVIII e XX psicólogos e pedagogos começaram a considerar a criança como especial, com características e necessidades próprias.
O aparecimento de jogos e do brinquedo como desenvolvimento infantil, proporcionou um campo amplo de estudo e pesquisas da importância do lúdico. O brincar está presente em diferentes tempos e lugares, de acordo com a faixa etária da criança. O brincar é natural da na vida da criança. 
No fim do século XIX, o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) e o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky, buscaram compreender melhor como as crianças se relacionam com o mundo e suas culturas. Por exemplo, o Jean Piaget, focado no que as crianças pensam sobre tempo, espaço e movimento, estudou como cada criança se depara com as características do brincar em cada faixa etária. Por isso o professor fica como mediador e responsável pelo repertório da criança. As crianças têm o costume de se comunicar através do brincar. Ele afirma que o importante papel da escola é desenvolver a autonomia do aluno. Brincar é a linguagem que as crianças usam para manifestar, descobrir e desenvolver a imaginação e a autonomia. O brinquedo tem um importante papel no desenvolvimento infantil da criança.
Brincando a criança desenvolve, compara, analisa, nomeia, associa e cria seus próprios brinquedos. No faz de conta, as crianças aprendem a representar outros personagens de sua preferência, como também enriquecem sua identidade, sua autonomia e desempenham vários papeis.
O professor precisa oferecer material adequado e variado para as crianças, assim como um espaço para que elas consigam brincar e soltar sua imaginação. E o ato de brincar precisa ser planejado, envolvente, e o professor precisa registrar sempre esses momentos, como recurso da prática educativa. Para Vygotsky (1984), os elementos fundamentais da brincadeira são: a situação imaginária, a imitação e as regras. Segundo ele, ao brincar, a criança recorre a um faz de conta que a faz pensar que é um adulto que lhe trás algo que contribui para o seu desenvolvimento. Passado esse momento, ela assume a própria personalidade, mas mantém dentro de si as regras de comportamento que o adulto imitado,trazia consigo. 
2.3 A EDUCAÇÃO INFANTIL
Faz algum tempo em que a mulher só trabalhava em casa. Cada vez mais, é maior a participação dele no mercado de trabalho. E além desse novo comportamento, ocorreram mudanças também na estrutura familiar e na sociedade, que passou a compreender e a aceitar melhor o quanto são importantes as experiências na primeira infância. Mais consciente, a sociedade acabou gerando um movimento que nasceu com a preocupação de dar atendimento às crianças já a partir de zero ano e num ambiente adequado às necessidades delas. E foi na constituição de 1988 que esse movimento tomou forma e foi para o papel. A primeira etapa da educação básica no Brasil é a fase em que as crianças são atendidas nas creches e pré-escolas, locais onde recebem uma ação integrada, isto é, atividades educativas, cuidados que necessitam junto com as brincadeiras. 
De acordo com a LDB número 9.394/96 (p. 302; art. 208, inciso IV) “O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de [...] atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade”. E a partir daí, tanto creches quanto pré-escolas passam a ser consideradas instituições de Educação Infantil, diferentes apenas no atendimento por faixa etária.
Para que as experiências vividas na escola, sempre se considerando os aspectos afetivos, emocionais, sociais e cognitivos da criança de 0 a 6 anos, ajudem na formação do futuro cidadão, o RNC’S Vol. I (1998, p. 15), recomenda os seguintes princípios: 
• O respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais; 
• o direito de brincar da criança, como forma particular de expressão, pensamento, comunicação e interação infantil; 
• a socialização da criança, participada das diversas práticas sociais, sem discriminação;
• o atendimento aos cuidados essenciais, garantindo sua sobrevivência e o desenvolvimento de sua identidade. 
A criança que frequenta a Educação infantil não difere de outros seres humanos, e também está inserido em uma estrutura familiar, que tem uma história construída e aspectos culturais enraizados. A diferença dos adultos, é que ela mostra o que pense e sente diante do que está em volta dela, de um jeito único. É através das brincadeiras que ela expõe o que pensa e o que sente. Ao longo do processo em que constrói o conhecimento, as crianças usam uma série de linguagens e demonstram a habilidade que lhes é inata, de ter ideias e hipóteses originais sobre o que querem descobrir. As crianças adquirem conhecimento a partir das ligações que mantém com outras pessoas e com o ambiente em que vivem. Isso porque o conhecimento não é uma cópia do que é real, e sim resultado de um trabalho que envolve criação e muitos significados. (RCN’S VOL I, 1998, p. 21 e 22).
Ao explorar o ambiente com brincadeiras, expondo emoções, pensamento e desejos, a criança, por meio de diferentes linguagens, aos poucos vai compreender e ser compreendida neste processo de montagem de significados, dando mais riqueza à sua capacidade de expressão. 
3 METODOLOGIA 
Para elaborar e fundamentar este trabalho, a pesquisa a ser utilizadas será a bibliográfica e descritiva, com um enfoque qualitativo. A pesquisa qualitativa não tem como foco principal o uso de símbolos, números para demonstrar os resultados obtidos, mas sim, o nível de compreensão de um determinado grupo. A maior preocupação de pesquisadores que fazem uso de métodos qualitativos é descobrir o por quê das coisas para que possam indicar o que é adequado fazer. Eles não usam números para explicar ou para provar o que descobriram, e sim descrevem os dados coletados. 
Segundo Gil (2002, p. 44), “desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Na pesquisa qualitativa, o cientista representa ao mesmo tempo o sujeito e o objeto do que está pesquisando. Não colocam o desenvolvimento da pesquisa como algo previsível. Até que inicia a pesquisa, o pesquisador possui um conhecimento parcial e limitado. Dentre os diferentes procedimentos metodológicos a opção foi à pesquisa bibliográfica realizada com uma abordagem da qual o pesquisador analisa os dados, podendo assim, fazer comparações.  
Ao reconhecer a importância da aplicação do lúdico com crianças de três a cinco anos, o presente trabalho poderá servir para esclarecer algumas questões como, o emprego diário na educação infantil. É preciso também, observar se a criança está com alguma dificuldade em assimilar a aprendizagem durante o desenvolvimento de alguma atividade.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Basta consultar as inúmeras bibliografias que existem a respeito do brincar para concluir que, enquanto brinca, a criança não apenas se diverte, como também adquire conhecimento e se desenvolve. Na Educação Infantil, quando as brincadeiras são quase sempre direcionadas pelo professor, o brincar é ainda mais importante. A criança percebe que não é só o brinquedo que a diverte, mas que também é divertido brincar ao lado de pessoas com as quais se relaciona. Com tanto prazer, a criança relaciona o brinquedo, o jogo, a brincadeira com algo que lhe faz bem. E assim, mais à vontade e confiantes, consegue expressar sentimentos e emoções.
Ao final deste material, é possível perceber que o desejo em lidar com o lúdico não é apenas das crianças. Adultos usam a ludicidade não só para sobreviver a determinadas realidades, mas também para adquirir conhecimento por meio de ferramentas mais leves. Mas é na infância que o lúdico que se dá através das brincadeiras e dos jogos. São momentos assim que a criança desenvolve as suas potencialidades, já que o conhecimento dá lugar às relações que ela estabelece com os amiguinhos.
Conclui-se então que o lúdico, quando trabalhado com a criança, facilita a aprendizagem e proporciona o desenvolvimento da criança como indivíduo. Diante desse quadro, não há como o educador ignorar que o lúdico é uma ferramenta fundamental para que ele alcance os objetivos da Educação Infantil. 
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Paulo N. Educação lúdica: Técnicas e jogos pedagógicos. 10. Ed. São Paulo: Loyola, 2000.
BOSSA, Nadia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
KISHIMOTO, T. M. (2002). O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira-Thomson Learning.
OLIVEIRA, Vera Barros de (org.). O Brincar e a Criança do Nascimento aos Seis Anos. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. O lúdico na formação do educador. 5 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. 
VYGOTSKY, L. S; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone: Editora da Universidade de São Paulo, 1998.
VYGOTSKY, L.S. et al. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone; EDUSP, 1988. 
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. Martins Fontes: São Paulo, 1984.
� Aluno do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional UNINTER, Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão do Curso 5º 2013/02 (semestre e ano).
� Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER.

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