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ESPIROMETRIA A espirometria é um teste de função pulmonar que mensura volumes e fluxo pulmonares através da medida do ar que entra e sai dos pulmões. Principais indicações da espirometria Investigação da dispneia; Diagnóstico e quantificação do distúrbio ventilatório; Acompanhamento e resposta ao tratamento pulmonar: A prova broncodilatadora nos ajuda a verificar a ocorrência ou não de hiperreatividade brônquica. Técnica de realização da espirometria Necessário um espirômetro; Posicionamento do paciente: sentado, coluna ereta; Uso de clipe nasal e lábio vedados em torno do bocal; Manobra de realização da espirometria Inspiração máxima até sua capacidade pulmonar total, sem hesitação; Expiração forçada até o volume residual. Esta manobra deve durar pelo menos 6 segundos ou até que a curva volume x tempo alcance 1 segundo. Validação da espirometria Máximo de 8 tentativas; 2 curvas aceitáveis e reprodutíveis; Máximo esforço realizado pelo paciente, sem diferença >150 ml entre as mesmas variáveis. Variáveis obtidas na espirometria Pico de fluxo expiratório – PFE (L/s): ponto mais alto da curva fluxo x volume, que reflete o calibre das vias aéreas proximais; Indica asma quando ocorre aumento de 15% no PFE após inalação de broncodilatador ou corticoide oral. Capacidade vital forçada – CVF (L): maior volume de ar mobilizado em uma expiração forçada até o volume residual (VR); É o total de ar que sai dos pulmões após uma inspiração profunda seguida de uma expiração forçada. Na asma moderada a grave pode haver aprisionamento de ar nos pulmões devido à obstrução significativa de uma doença obstrutiva. Volume expiratório forçado no 1º segundo - VEF1 (L): volume de ar expirado no primeiro segundo durante a manobra forçada. O VEF1 nos diz se há atraso na liberação do ar durante a expiração. (Ex: Pacientes DPOC tem tempo de expiração prolongado pelo aprisionamento de ar, por isso no primeiro segundo eliminam um volume inferior ao normal.) Auxilia na classificação da gravidade. A resposta ao broncodilatador é considerada significativa e indicativa de asma quando o VEF1 (<80%) que aumenta, pelo menos: Relação VEF1/CVF (Índice de Tiffenau): quantidade de ar que foi no primeiro segundo em relação a todo o ar expirado durante a manobra. O índice de Tiffenau nos indica se há ou não obstrução ao fluxo de ar, o qual está reduzido na asma, sendo o parâmetro definidor de uma doença obstrutiva. FEF 25-75% (L/s): Fluxo expiratório forçado entre 25% e 75% do ar expirado. Neste momento, o ar está vindo das vias aéreas mais distais, que são as mais acometidas na asma e DPOC está bastante reduzido. É o exame mais sensível. Algoritmo de interpretação da espirometria DVO: Asma, bronquite crônica. DVR: Doença pulmonar intersticial, pneumonite, distúrbios neuromusculares e na parede torácica. Exames laboratoriais complementares Hemograma: eosinofilia > 5% sugere reação de hipersensibilidade à algum alérgeno ou parasitose. O valor de referência do IgE total ou específico variam de acordo com a idade, e frequentemente quando se encontram elevados, indicam a presença de doença alérgica mediada por IgE, como rinite alérgica, asma e dermatite atópica, bem como parasitoses. Interpretação da espirometria do caso clínico Espirometria prévia - exame realizado aos 41 anos de idade Conclusão: A relação FEV1/FVC está normal, ou seja, >70%; O FEV1 pré-broncodilatador está normal, ou seja, >80%. Além disso, o valor pós-broncodilatador indica que houve aumento de apenas 10% e menos de 1% comparado ao seu valor pré-broncodilatador e valor de referência pré-definido, respectivamente. O FEF 25-75% é a variável mais sensível e no caso corresponde a 56%, inferindo doença obstrutiva das vias aéreas.