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OAB Processo Penal Aula 1 Lei Processual Penal no tempo e no espaço 1. Lei Processual Penal no tempo Direito Penal: Art. 2° CP e artigo 5° XL, CF Direito Processual Penal: tempus regit actum Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Normas genuinamente processuais: são aquelas que cuidam de procedimentos atos processuais, técnicas do processo. A elas se aplicam o artigo 2°, CPP. Normas processuais materiais ou mistas: são aquelas que abrigam naturezas diversas, de caráter penal e de caráter processual penal. Ex: representação, ação penal privada > ação penal publica. 2. Lei Processual Penal no espaço Enquanto à lei penal aplica-se o principio da territorialidade (art. 5°, CP) e da extraterritorialidade incondicionada e condicionada (art. 7° CP), o CPP adota o principio da territorialidade ou lex fari. E por isso, um motivo óbvio: a atividade jurisdicional é um dos aspectos da soberania nacional, logo, não pode ser exercida além das fronteiras do respectivo Estado. - E se os atos processuais tiverem que ser praticados no exterior? Qual se aplica? Exceções: a) Aplicação da lei processual penal de um Estado em território nullius ( de ninguém); b) Quando houver autorização do Estado onde deva ser praticado o ato processual; c) Em caso de guerra, em território ocupado. 3. Ressalvas Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade; III - os processos da competência da Justiça Militar; IV - os processos da competência do tribunal especial; V - os processos por crimes de imprensa. Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. A- Tratados, convenções e regras de direito internacional. Muito embora os fatos tenham ocorrido no Brasil, os tratados, convenções e regras de Direit Internacional criam verdadeiros obstáculos processuais, impedindo, assim, a aplicação da lei processual penal brasileira. - crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves públicas estrangeiras, em águas territoriais e espaço aéreo brasileiro. B – Prerrogativas constitucionais do presidente da República e de outras autoridades A denominada Justiça Politica corresponde à atividade jurisdicional exercida por órgão políticos, alheios ao Poder Judiciário, apresentando como objetivo precípuo o afastamento do agente politico que comete crimes de responsabilidade de suas funções. Artigo 52, CF – serão processados e julgados pelo Senado. C – Justiça Militar Artigos 124 e 125 CF Artigo 124: À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar. Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. § 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. § 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. § 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Artigo 3 CPPM Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos: a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do processo penal militar; b) pela jurisprudência; c) pelos usos e costumes militares; d) pelos princípios gerais de Direito; e) pela analogia. D – Tribunal Especial Era o antigo Tribunal de Segurança Nacional, criado pela Constituição de 1937 E – Crimes de Imprensa O STF, na arguição de descumprimento do preceito fundamental 130/DF, declarou como não recepcionada pela CF a Lei 5.260/67. F – Crimes eleitorais Embora não esteja no rol de exceções do artigo 1°, aos processos que julgam crimes eleitorais na aplica o CPP. G – Outras exceções - crimes e abuso de autoridade – Lei 4.898/65 - crimes de competência originaria dos Tribunais – lei 8.038/90 - infrações de menor potencial ofensivo – Lei 9.099/95 - crimes falimentares – Lei 11.101/05 - Estatuto do Idoso – Lei 10.741/03 - Lei Maria da Penha – Lei 11.340/06 - Lei de Drogas – lei 11.343/06 H – Tribunal Penal Internacional O TPI será complementar as jurisdições penais nacionais, sendo chamada a intervir somente se e quanto a justiça repressiva interna não funcionar. Art. 5° CF § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. OAB Processo Penal Aula 1 Lei Processual Penal no tempo e no espaço 1. Lei Processual Penal no tempo Direito Penal: A rt. 2° CP e artigo 5° XL, CF Direito Processual Penal: tempus regit actum Art. 2 o A lei processual penal aplicar - se - á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior . Normas genuinamente processuais : são aquelas que cuidam de procedimentos atos processuais, técnicas do processo. A elas se aplicam o artigo 2°, CPP. Normas processuais materiais ou mistas: são aquelas que abrigam naturezas diversas, de caráter penal e de caráter processual penal. Ex: representação, ação penal privada > ação penal publica. 2. Lei Processual Pe nal no espaço Enquanto à lei penal aplica - se o principio da territori a li d ade (art. 5°, CP) e da extraterritorialidade incondiciona da e condicionada (art. 7° CP), o CPP adota o principio da territorialidade ou lex fari. E por isso , um motivo ó bvio: a atividade jurisdicional é um dos aspectos da soberania nacional, logo, não pode ser exercida além das fronteiras do respectivo Estado. - E se os atos processuais tiverem que ser praticados no exte rior? Qual se aplica? Exceções : a) Aplicação da lei processual penal de um Estado em território nullius ( de ninguém ) ; b) Q uando houver autorização do Estado onde deva ser praticado o ato processual; c) Em caso de guerra,em território ocupado. 3. Ressalvas Art. 1 o O processo penal reger - se - á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; OAB Processo Penal Aula 1 Lei Processual Penal no tempo e no espaço 1. Lei Processual Penal no tempo Direito Penal: Art. 2° CP e artigo 5° XL, CF Direito Processual Penal: tempus regit actum Art. 2 o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Normas genuinamente processuais: são aquelas que cuidam de procedimentos atos processuais, técnicas do processo. A elas se aplicam o artigo 2°, CPP. Normas processuais materiais ou mistas: são aquelas que abrigam naturezas diversas, de caráter penal e de caráter processual penal. Ex: representação, ação penal privada > ação penal publica. 2. Lei Processual Penal no espaço Enquanto à lei penal aplica-se o principio da territorialidade (art. 5°, CP) e da extraterritorialidade incondicionada e condicionada (art. 7° CP), o CPP adota o principio da territorialidade ou lex fari. E por isso, um motivo óbvio: a atividade jurisdicional é um dos aspectos da soberania nacional, logo, não pode ser exercida além das fronteiras do respectivo Estado. - E se os atos processuais tiverem que ser praticados no exterior? Qual se aplica? Exceções: a) Aplicação da lei processual penal de um Estado em território nullius ( de ninguém); b) Quando houver autorização do Estado onde deva ser praticado o ato processual; c) Em caso de guerra, em território ocupado. 3. Ressalvas Art. 1 o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
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