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Geo_Fund_8

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Capítulo 8 
TALUDES
Geotecnia e Fundações, Arquitectura
1. Tipos de taludes
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Um talude é uma superfície de terreno exposta que faz 
um dado ângulo α com a horizontal. 
Taludes naturais
Taludes de escavação
Taludes de aterro
α
Pode haver fenómenos de instabilidade associados a 
deslocação do solo para a base do talude (ravinamentos, 
derrocadas, deslizamentos de terras, etc)
Tipos de taludes:
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2. Tipos de instabilidade de taludes
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A profundidade da superfície de rotura e a velocidade 
de deslizamento permitem classificar o tipo de 
escorregamento:
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Extremamente lento v ≤ 0,06 m/ano
Muito Lento 0,06 m/ano < v ≤ 1,5 m/ano
Lento 1,5 m/ano < v ≤ 1,5 m/mêsFluimento
Moderado 1,5 m/mês < v ≤ 1,5 m/dia
Rápido 1,5 m/dia < v ≤ 0,3 m/minEscorregamento
Muito rápido 0,3 m/min < v ≤ 3 m/s
Extremamente rápido v > 3 m/sDesmoronamentoVelocidade
SD ≥ 20,0 mMuito Profundos
5,0 ≤ SD < 20,0 mProfundos
1,5 ≤ SD < 5,0 mPouco profundos
SD < 1,5 mSuperficiaisProfundidade da
superfície de
deslizamento
Causas de instabilidade de taludes:
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Efeitos do congelamento da água no terreno e consequente aumento do seu volume
Diminuição da resistência dos terrenos
Aumento das tensões de origem tectónica.
Aumento das pressões intersticiais, com a consequente redução da
resistência ao corte.
Causas
internas
Liquefacção do solo.
Erosão interna, provocada pela circulação de água no interior do talude.
Rebaixamento rápido do nível das águas exteriores.Causas
intermédias
Efeito da vegetação do talude que constitui uma sobrecarga e que pode causar
perda de resistência quando se dá o apodrecimento das raízes.
Erosão superficial
Abalos sísmicos ou vibrações induzidas nos terrenos.
Variação sazonal da temperatura e humidade, podendo conduzir à abertura
de fendas superficiais de retracção no solo, que favorecem a infiltração de
água nos terrenos.
Aplicação de sobrecargas no talude, em particular na sua parte superior.
Aumento da altura do talude, através da escavação no pé ou da construção
de um aterro no topo
Aumento da inclinação dos taludes, por escavação ou por erosão provocada pela água
ou pelo vento.
Causas
externas
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Taludes infinitos 
α
Taludes circulares
α
A geologia 
(estratificação), a 
presença de água, 
fenómenos de 
erosão e as acções 
exteriores podem 
ser responsáveis 
pela instabilidade 
de taludes.
Superfície de 
rotura plana
Superfície de 
rotura circular
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Casos considerados no estudo da instabilidade de taludes:
Para os dois tipos de taludes, a análise de 
estabilidade considera as equações de 
equilíbrio estático admitindo a plastificação do 
solo acima da superfície de deslizamento.
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A escolha entre condições drenadas (análise 
em tensões efectivas) e não drenadas 
(análise em tensões totais) depende de ser 
ou não necessário considerar pressões 
intersticiais na superfície de rotura.
Nesta superfície mobiliza-se a totalidade da 
resistência ao corte, seja a análise feita em 
condições drenadas como não drenadas.
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Independentemente da geometria da superfície de 
deslizamento, só há estabilidade quando a acção S 
(peso e sobrecargas) for inferior à resistência R 
mobilizada na superfíce de rotura idealizada.
S<R
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Para o cálculo das acções S considera-se o peso da massa de 
solo em rotura e das sobrecargas que têm efeito desfavorável.
Para o cálculo da resistência R considera-se que se está a 
mobilizar a tensão de rotura dada pela envolvente de rotura na 
totalidade da superfície de deslizamento. 
Em dimensionamento de 
taludes considera-se um 
Factor de segurança FS 
(em taludes, FS=1,5):
S
R
> FS
Consideram-se taludes infinitos sempre que a superfície 
de deslizamento é plana.
S – Acção instabilizadora
R – Resistência mobilizada
Forças actuantes numa fatia de largura 
B apenas devido à acção do peso W:
W
R
Nβ
N=W cosβ
R=N tanφ’=Fa
S=Wsinβ
Hip: solo puramente 
friccional
a) Taludes infinitos 
β
S
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Apenas devido à acção do 
peso, e para solos puramente 
friccionais, através do 
equilíbrio de forças numa fatia 
de talude chega-se à relação 
tanβ < tanφ’
Forças actuantes 
na base de uma 
fatia de talude:
W
R
Nβ
N=W cosβ
R=N tanφ’=Fa
S=Wsinβ
Hip: solo puramente 
friccional
β
S
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h
Caso genérico para 
condições drenadas: 
Caso genérico para 
condições não drenadas: 
S = γh sinβ cosβ
R = c’ + σ’n tanφ’ = c’+ γh cos2β tanφ’
S = γh sinβ cosβ
R = Cu
Consideram-se taludes circulares sempre que a 
superfície de deslizamento é finita. 
A geometria circular da superfície de deslizamento 
tem geometria semelhante à observada em solos 
aproximadamente homogéneos.
Há várias abordagens possíveis para o cálculo de 
estabilidade e que dependem de se considerar 
condições drenadas ou não drenadas.
A análise mais simples é feita em condições não 
drenadas, para solos puramente coesivos.
b) Taludes circulares 
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• Talude homogéneo em solo puramente coesivo
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RCuLM ADest =
rinst WbM =O
W
A B
C D
R
Cu
br
Este método é o mais simples. A dificuldade reside na 
identificação da superfície de rotura mais desfavorável. 
• Método das fatias 
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Este é um dos vários métodos existentes para 
analisar a estabilidade de taludes em solos 
friccionais (análise em condições drenadas).
Consiste em dividir em fatias a massa de solo 
limitada inferiormente pela superfície de rotura 
circular e resolver as equações de equilíbrio 
entre as várias fatias. 
Os vários métdos (Fellenius, Bishop, Bisho 
modificado, etc) diferem essencialmente na 
forma em como se consideram as forças no 
contacto entre as fatias.
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3. Verificação da segurança
A forma mais simples de verificar a segurança é
considerar que a relação entre as acções (S) e a 
resistência mobilizada no terreno (R) verifica uma 
margem de segurança dada por um factor de 
segurança (FS). 
S
R
> FS =1.5 No caso de taludes infinitos, S e R são forças 
ou tensões a actuar na base da fatia.
No caso de taludes circulares, S e R são os 
momentos provocados pelas forças actuantes 
na massa instável de solo.
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4. Estabilização de taludes
É necessário proceder à estabilização de taludes para 
aumentar a segurança nestes taludes.
Há vários métodos para aumentar a segurança de 
taludes:
• Alteração da geometria
• Introdução de sobrecargas na base
• Introdução de sistemas de drenagem 
(cortinas, trincheiras, esporões, ...)
• Pregagens 
• Construção de estruturas de suporte (muros 
de betão, estacas, cortinas ancoradas, ...)
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