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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM GESTÃO EMPRESARIAL Resenha Crítica de Caso Luciana Furtado Azevedo Trabalho da disciplina Estratégia Empresarial Tutor: Prof. Janaina de Carvalho Aguia Ananindeua/Pará 2020 http://portal.estacio.br/ 2 EMBRAER: A LÍDER MUNDIAL EM JATOS REGIONAIS Referências: GHEMAWHAT, Pankaj. Embraer: A Líder Mundial em Jatos Regionais, Boston: Harvard Business School, 2000. O presente estudo de caso escrito pelo autor Pankaj Ghemawat, trata de um texto no qual aborda o processo de privatização de uma empresa estatal, neste caso, a Embraer. Tal empresa foi fundada em 1969 pelo Governo Brasileiro em São José dos Campos, cidade considerada o centro da indústria aeronáutica brasileira, idealizada por Ozires Silva; era promissora e de grande sucesso. Não pagava impostos e tarifas aduaneiras sobre matérias- primas, peças e equipamentos no país, e com isso, suspendeu um capital estimado em US$ 350 milhões. Diante deste panorama, a empresa atendeu rapidamente três segmentos da aeronáutica: aeronaves regionais de passageiros, aeronaves de defesa e aeronaves para fins específicos. Com lançamento de duas aeronaves até a sua primeira grande criação, o Bandeirante, uma aeronave turboélice de 19 assentos, este que fez com que a Embraer exportasse o modelo para mais de 12 países até o final de 1984. Com o sucesso que vinha obtendo no ramo aeronáutico, a Embraer começou a desenvolver uma nova aeronave, o Brasília, um turboélice, agora com capacidade para 30 passageiros. Até o fim de 1999, a Embraer já havia vendido 350 unidades do modelo Brasília. Todavia, com o fim da Guerra Fria, houve um cancelamento de bilhões de dólares em programas militares, juntamente com a assinatura de um tratado pelo governo brasileiro e pelo governo argentino. Tal tratado fez com que o novo projeto da Embraer, o CBA123, não obtivesse êxito, já que o mesmo apresentou um custo muito alto, acumulando US$ 280 milhões em dívidas para a empresa. No decorrer dos anos a inflação no país disparou, e atingiu uma taxa anual de 37.000%, vindo a estabilizar após a mudança da moeda brasileira, contudo, mesmo assim o Brasil continuou a apresentar um grau muito fraco de competitividade internacional. Então, 3 diante de todos esses aspectos fizeram com que as vendas da Embraer sofressem uma queda brusca, levando a um prejuízo médio de US$ 200 milhões por ano. Em 1994, o governo viu como única saída, a privatização da Embraer, está que foi vendida para a companhia CBS (Companhia Bozano, Simonsen), grupo brasileiro com atividade básica no setor de serviços financeiros. A CBS adquiriu uma participação da empresa com suas dívidas e um acordo de não demitir nenhum funcionário no período de seis meses após a compra, bem como tinha conhecimento que a Embraer vinha pagando taxas de juros acima de 30%. Passados seis meses da venda da Embraer, os novos administradores tiveram que de cortar em mais de 40% do quadro de funcionários, principalmente aqueles que tinham um salário acima do nível de mercado, tal qual cortes nos salários de outros funcionários que ainda permaneceram. Apesar dos cortes, a Embraer sempre manteve o bom relacionamento com seus empregados. Demorou cerca de 10 anos para que pudessem voltar a fazer novas contratações, a empresa investiu em incentivos para energizar seu pessoal, distribuindo 25% dos dividendos pagos aos acionistas, com base no desempenho das metas fixadas; investiram também em terceirização, velocidade e qualidade da produção, reduzindo o tempo de produção da turboélice Brasília de 14 para 6 meses em um período de 2 anos. É perceptível que os novos administradores transformaram uma empresa que era focada em produção e desenvolvimento em uma empresa mais centrada no mercado. Os prejuízos operacionais foram estancados, contudo, o lucro líquido permaneceu zerado. Ao final de 1997, a Embraer obteve mais dinheiro dos acionistas controladores, elevando a contribuição destes para US$ 520 milhões, também conseguiu fontes de financiamento mais baratas, reduzindo a taxa de juros de 33% para 8%, em 1999. O que faltou para a empresa, neste período, foi um produto de sucesso, e sua única perspectiva imediata era o ERJ 145, um jato projetado para 50 assentos e dois motores que começou a ser desenvolvido em 1989 pela empresa. Apesar das dificuldades com capital, a empresa finalizou a produção da primeira aeronave ERJ 145 em 1995, e foi com o empréstimo feito ao BNDES, no valor de US$ 115 milhões, além de aproximadamente US$ 100 milhões financiados por quatro parceiros estrangeiros, que foram pagos à medida em que as unidades eram sendo vendidas. O jato 4 ERJ145 estava à frente dos concorrentes, causando incômodo as empresas concorrentes, tal modelo foi responsável por 60% da receita da Embraer em 1997, passando assim a tirar a empresa do vermelho no ano seguinte. Com o sucesso do modelo ERJ 145, levou a empresa a lançar mais duas versões da mesma aeronave, porém, com grau elevado de elementos comuns. Foram as seguintes aeronaves: o ERJ135, com 37 assentos (entregue em 1999) e o ERJ140, com 44 assentos (entregue em 2001). Como a necessidade do mercado voltado para a venda de aeronaves regionais com mais assentos, a Embraer assumiu o compromisso de completar sua linha, a partir daí desenvolvendo os jatos de 70 a 110 assentos. Em 2002 foi criado o então ERJ 170, uma aeronave diferenciada das demais, superando as aeronaves de grandes empresas internacionais, tais como: a Bombardier e a Fairchild. Contudo a Embraer não parou por aí, em seguida, foram lançadas mais duas novas aeronaves, bem maiores, foram elas: a ERJ 190- 200, com 108 assentos e a ERJ 190-100, com 98 assentos. Mesmo com os custos altos no setor de produção dessas novas aeronaves, foi realizada uma análise de fluxos de caixa descontando e o resultado, mostrando que a Embraer assumiria a liderança das vendas, tanto nos segmentos de 61 a 80 passageiros, quanto no de 81 a 110 passageiros. Desta feita, para os parceiros, seria um passo de grande risco a ser dado, já que a empresa propôs que os fornecedores se responsabilizassem por suas partes do projeto, ou seja, os fornecedores selecionados receberiam um montante fixo, previamente acordado entre as partes, por unidade vendida, ajustado pela variação de índices de custos relacionados à indústria aeronáutica, sendo que a maior parte das receitas seria da venda de componentes de reposição. Vale ressaltar que não havia nenhum compartilhamento de lucros ou receitas com os fornecedores. Com esse diapasão surgiu uma grande tensão entre a Embraer e a Bombardier, empresa canadense também fabricante de aeronaves. A Bombardier dissuadiu o governo canadense a disparar procedimentos na OMC, com a alegação de que o PROEX diminuiria os custos para exportação das aeronaves a juros subsidiados. Consequentemente, a Embraer entrou com recurso, alegando que o governo canadense subsidiava exportações das aeronaves da Bombardier. Após mais de um ano de imbróglio, os governos brasileiro e canadense deram entrada aos pedidos, junto à OMC, para que decidisse sobre o desrespeito às regras quanto 5 ao subsídio de exportação das aeronaves das duas empresas. Isto posto, a comissão decidiu que ambas as empresas deveriam diminuir os seus financiamentos, por parte do Governo Canadense e pela PROEX. Após várias conflitos e situações adversos o que levou a Embraer a retomar seu status e recuperar sua economia foi a decisão de privatizar a empresa, passando a ser uma empresa de livre mercado predominando em todas as áreas. Para muitos a privatização de empresa soa como fracassou ou perda total da diligencia estatal, haja vista que, ao se privatizar uma empresa daráa ela a oportunidade de reordenar a sua posição estratégica e econômica, que foi o que vimos na leitura do texto, onde o processo de privatização implicou em mudanças radicais da Embraer, seja na forma de gestão, como na organização industrial e institucional, bem como, na cultura empresarial e, sobretudo, na visão de negócio da empresa, já que a mesma passou a engendrar e formalizar um planejamento estratégico através da realização de análises de mercado, baseadas no novo departamento de informação de mercado, bem como para a área comercial, desenvolveu sua própria metodologia de analise de mercado a qual substituiu as avaliações feitas por consultores independentes de informação, uma etapa fundamental para a nova fase da empresa. Isto posto, as estratégias de reestruturação produtiva e financeira, possibilitaram o crescimento do faturamento e uma valorização do patrimônio e prestígio da Embraer, esta que se transformou, de fabricante de aeronaves militares em uma fornecedora de sistemas de defesa inteligentes; que investiu em transferência de software e tecnologias de sistemas para o setor de defesa, além de se envolver com outros sistemas para defesa naval e terrestre. O Brasil esteve em suas prioridades, pois estava analisando uma compra multibilionária em dólares de novos caças para o país.
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