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KPIs em Automação Industrial Você já se perguntou como é possível que um mesmo produto seja oferecido em diferentes países por períodos de décadas mantendo-se com as mesmas características que o fabricante anunciou, como no caso de smartphones, alimentos, roupas ou veículos? Certamente, esses produtos não foram feitos por processos artesanais ou manuais, e sim, por máquinas e processos sofisticados controlados por computador. É justamente nesse “mundo de tecnologias” que surge a automação industrial. Automação porque torna processos automáticos (e no atual momento, autônomos) e industrial, porque atua no segmento da indústria, onde máquinas e processos realizam nossos sonhos de consumo A automação industrial consiste em um conjunto de tecnologias voltadas a tornar possível a automatização da fabricação de itens que não seria possível pela ação puramente humana, seja pela necessidade de volume e velocidade de resposta. As tecnologias de automação permitem que dados do processo, como o nível de um tanque, a temperatura de um forno, a quantidade de peças que passa por uma esteira, ou a vazão de um fluido sejam mensurados, registrados e controlados por meio do uso de sensores, controladores e atuadores. Atualmente é possível assistir aos processos por meio de interfaces que dão acesso aos dados do processo em tempo real, com conectividade à internet em plataformas móveis embarcadas em smartphones que permitem o controle e a monitoração dos resultados mesmo estando longe da planta produtiva. No ambiente de automação industrial, há uma preocupação latente com indicadores-chave de desempenho ou KPIs (Key Performance Indicators) que podem ter relação direta com os dados do processo, pois, ao mesmo tempo que uma caldeira opera com a temperatura de 350 °C, esta pode levar 30 minutos para atingir este valor em estado ideal ou 80 minutos após 5 anos de uso, devido à vazamentos e desgastes. A variação de tempo (de 30 minutos para 80 minutos) par obter o mesmo resultado (350 °C) corresponde no aumento do consumo de combustível e consequentemente em um desperdício, porém, muitas vezes efeitos como esse podem ocorrer silenciosamente e aumentar pouco a pouco ao longo dos anos, sem que possamos perceber e quando nos damos conta, o desempenho da mesma máquina é inferior e muitas vezes esta passa a consumir mais do que pode produzir, sendo inviável para o negócio. A automação industrial pode contribuir no sentido de monitorar as variáveis envolvidas no processo e comparar cada resultado real que o sistema oferece com o resultado que deveria fornecer (referência), assim, para a temperatura que deveria ser de 150 °C no tempo t1, a temperatura mensurada é comparada com este valor e a diferença entre elas pode gerar um alarme (caso seja maior do que um valor tolerável) que orienta a equipe de trabalho à analisar instantaneamente a causa do problema e corrigi-lo antes mesmo que cause maiores prejuízos de maneira preditiva. Veja no gráfico da Figura 1, que há duas linhas de tendência, uma em azul, representando a temperatura de referência (temperatura ideal para a caldeira conforme fabricante) e a outra linha em laranja, representa temperatura real, mensurada em um processo com 5 anos de utilização. Figura 1: Gráfico da temperatura no tempo para uma caldeira. Considere que o tempo t1 é de 11 minutos e 18 segundos, o tempo t2 é de 30 minutos e que o tempo t3 seja de 37 minutos. Perceba que a diferença entre o valor desejado da temperatura (linha em azul) e o valor real (linha laranja) corresponde à uma diferença de tempo (t3-t2) igual à 7 minutos, o que representa pouco se a caldeira fosse acionada apenas uma vez, porém, a operação é diária, 7 dias por semana, 30 dias por mês. Sabendo-se que a caldeira consome 12 kg de lenha por minuto e que este insumo custa R$ 350 à tonelada, o custo deste desvio de 7 minutos pode representar um desperdício significativo, que sob o ponto de vista de automação e gestão de processos é um desperdício que precisa ser minimizado ou eliminado. Assim, sabemos que: a caldeira consome 12 kg de lenha por minuto sendo 7 minutos de desvio, fica: 7*12 = 84 kg durante o período de atraso o custo da lenha é R$ 350 à tonelada, ou seja, R$ 350/1000 kg logo: se 1000 kg custam R$ 350 84 kg custam “x” Daí: x=(84*350)/1000, que resulta em: x=29,4 então, há um desperdício diário de R$ 29,4, que ao final de um mês com 30 dias de operação chega à: 29,4 * 30 = R$ 882. Atribui-se o motivo da diferença entre o valor desejado e o valor real da temperatura aos diversos vazamentos que a caldeira passou a apresentar ao longo dos anos e com isso, o baixo desempenho. Uma equipe de manutenção realizou o orçamento para resolver os problemas com a caldeira que custaria R$ 8.300,00. Levando-se em consideração que o sistema da caldeira possui 5 anos de operação e que seu valor atual de mercado nas condições em que se encontra é de aproximadamente R$ 214.917, ao ponto que um equipamento novo custa R$ 300.000,00, responda ao questionário da atividade M.A.P.A. Atividade: De acordo com as características do problema apresentado, analise cada correlação e responda com argumentos que justifiquem sua resposta, o porquê de cada escolha. Dado o custo de operação da caldeira, a monitoração da temperatura é decisiva para a tomada de decisão em termos de manter[1] ou substituir o equipamento? Por que? O valor da manutenção do equipamento justifica seu reparo ou dado ao tempo de uso a empresa deve substituir o sistema completamente? Por que? Se o erro entre o valor desejado de referência e o valor mensurado possui uma propagação de 4,66% ao ano (cumulativo) e a depreciação do sistema caldeira completo deprecia linearmente 8% ao ano, estabilizando-se ao final de 10 anos, qual a relação de valor da caldeira e do desperdício produzido por ela no período? [1] : Manter significa realizar a manutenção no equipamento de modo que este possa continuar operando de maneira normal em sua função e volume de produção nominais.
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