Buscar

Direito Civil V

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO DE FAMÍLIA 
 ! Professor Conrado Paulino da Rosa
ORGANIZAÇÕES DO SEMESTRE 
Trabalharemos os artigos: 1511 a 1783-A.
G1 (07/10): predominantemente dissertativa e inspirada em casos.
G2 (09/12): terá peso 8 e serão 16 questões objetivas. Terá um trabalho 
valendo 2. 
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO DE FAMÍLIA 
1.1. BREVE HISTÓRICO: 
➡ Roma antiga (a partir de 754 a.c)
O Livro “A cidade antiga” de Numa Denis Fustel de 
Coulanges retrata a família da Roma antiga, a qual era 
considerada uma religião doméstica. 
Os humanos entendiam por família a partir como uma 
reunião de pessoas que detinha um fogo, fazendo seus 
cultos religiosos e eram chefiadas por um homem chamado 
“Pater Família”. Esse sujeito fazia a coordenação do culto, 
bem como tinha um poder absoluto perante a todos os 
integrantes da família, incluindo a mulher. Todos deviam 
obediência a esse “Pater família” e essa obediência era 
justificada através da religiosidade, pois com essa união de 
pessoas, que não necessariamente era um vínculo 
biológico, eram cultuados os antepassados daquela própria família. 
Para se ter um direito a vida eterna, na concepção daquelas pessoas, era necessário ter filhos, 
garantindo que esse “fogo terno” sempre estivesse presente. 
Quando um homem não pudesse ter filhos, ele tinha que dar espaço para seu irmão ter filhos 
com a sua esposa. Se caso aqueles ainda não pudessem ter filhos, se criou o instituto da 
adoção. A adoção, naquela época, surgiu como um instituto de benefício daqueles adultos. 
Ainda, não se bastava ter um filho, tinha que ter um filho homem, pois a mulher, quando casava-
se, passava a pertencer a família do homem. Já o rapaz, quando o pai morresse, iria substituí-lo. 
Não existia igualdade entre homens e mulheres (revolução: artigo 1.511 do CC).
O sobrenome era algo obrigatório e as mulheres tinham que adotar o sobrenome da família do 
marido que viessem a se casar (revolução: artigo 1.565, § 1º, do CC). A mulher, com aquele 
casamento, deixava de cultuar os deuses da sua família e passava a cultuar aqueles adorados 
pela família do marido.
A cerimônia do casamento, em 2019, ainda cultua alguma das práticas daquela época. Quando 
se casa, em um cartório de registro civil, o documento irá para o Ministério Público para, se tudo 
estiver correto, tornar aquele ato público - proclama-se (artigo 1.527 do CC). Nas cidades do 
interior, é mais comum ter o “proclama-se” nos jornais, dando-se publicidade aquele ato.
Voltando-se a Roma antiga, não havia jornais, a publicidade acontecia já no casamento, na casa 
do “Pater família”. Os noivos saiam em marcha nupcial e todos daquela vila iriam saber que os 
sujeitos tinham se casado. A marcha parava quando chegavam na casa em que os sujeitos iriam 
morar. O noivo pegava a noiva no colo e a levava para dentro da nova casa e dali se surgia o 
novo fogo sagrado (tal ato lembra muito a concepção atual do noivo que pega a noiva no colo). 
Aquela mulher casada, agora deve obediência e respeito a esse novo marido. A mulher não tinha 
dignidade para pisar naquele chão sagrado, por isso só podia entrar na casa se carregada pelo 
homem, o qual era digno. Tal ato não era romântico, era uma sobreposição de gênero. 
Nos dias de hoje, continuamos numa falsa igualdade de gênero. Não existia estado naquela 
época e, quanto mais presente o Estado, mais a intervenção na família, que antes tinha somente 
o “Pater Família” para determinar o que se fazia. 
Alexandra Montano Página de 1 57
As leis das 12 tábuas trouxe o conceito de patrimônio (origem: função do Pater família fazer a 
gestão dos bens) e matrimônio (origem: função da mãe era cuidar da casa). 
➡ Período cristão (a partir de 476 d.c.):
Por muito tempo, o Estado e a igreja eram o mesmo instituto. 
O conceito de família era definido como a formação de pessoas de 
caráter heterossexual, que se uniam para conceber uma família. A 
questão da monogamia é uma criação, a qual tem a origem patrimonial. 
A concepção de família europeia e família brasileira é diferente. O autor 
Felipe Ariés retrata a família antiga. Ele chegou à conclusão de que a 
experiência do cuidado que temos com a primeira infância é a partir do 
século 18. A mortalidade era muito grande. Na família burguesa, as 
crianças eram entregues aos serviçais e só passavam a fazer parte da 
família, caso sobrevivessem, na adolescência. 
O termo “garçom” era usado para se referir às crianças. 
O termo “infante” vem da origem “aquele que não fala”.
No Brasil, por outro lado, puderam observar os portugueses que era 
comum as crianças e os adultos viverem todos juntos em um mesmo 
ambiente. 
A nossa legislação, continua, ainda hoje, muito presa a concepção da 
família religiosa. A mulher, no artigo 6º do Código Civil de 1916, era considerada relativamente 
capaz. A Lei 4.121/1962 (Estatuto da mulher casada) mudou essa concepção da mulher 
relativamente capaz. Tinha outros absurdos no CC/16, quais sejam, a mulher era obrigada a 
adotar o sobrenome e, caso ela abandonasse o lar, perdia o direito à pensão alimentícia e não 
ficava com a guarda. Outra situação, o homem, caso descobrisse que a mulher que se casou não 
era virgem, podia desfazer o casamento. 
Apenas se possibilitou o divórcio a partir de 1977, através da EC 9/1977 e 6.5.15/1977. Antes de 
1977, existia o desquite, sendo que os sujeitos casados não precisavam mais cumprir as 
obrigações do casamento, mas, todavia, não podia se casar de novo. 
As pessoas que não eram casadas, mas moravam juntas eram chamadas de 
“concubinatos” (aqueles que dormem sob a mesma cama). A lei não dizia que eles eram família, 
portanto não tinham direitos. “Não é o legislador que cria a família, nem o jardineiro que cria a 
primavera” (crítica do Estado que tentava definir o que era família). Os concubinatos passaram a 
procurar o judiciário e, em razão disso, o STF, a partir da Súmula 380, deu definição para a 
questão:
Súmula 380 do STF: Comprovada a existência de sociedade 
de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução 
judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço 
comum.
Os concubinos eram definidos como uma espécie de sócios. A concubina não tinha pensão 
alimentícia, mas, sim, indenização pelos “serviços prestados”. 
Em 1988, a Constituição Federal, no artigo 226 pluralizou esse conceito de família.
Art. 226 da CF. A família, base da sociedade, tem especial 
proteção do Estado. 
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, 
devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a 
comunidade formada por qualquer dos pais e seus 
descendentes. 
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são 
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. 
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e 
da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre 
decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos 
educacionais e científicos para o exercício desse direito, 
vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições 
oficiais ou privadas.
Alexandra Montano Página de 2 57
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de 
cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir 
a violência no âmbito de suas relações.
Houve uma re-personalização do Direito Civil, uma vez que os direitos passaram a atender as 
pessoas e não tão somente o patrimônio. 
1.2. PÚBLICO X PRIVADO: 
Art. 1.630 do CC. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, 
enquanto menores.
Art. 55 do ECA. Os pais ou responsável têm a obrigação de 
matricular seusfilhos ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 16 do ECA. O direito à liberdade compreende os 
seguintes aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços 
comunitários, ressalvadas as restrições legais; 
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem 
discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 18-A do ECA. A criança e o adolescente têm o direito de 
ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de 
tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, 
disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, 
pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, 
pe los agen tes púb l i cos execu to res de med idas 
socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de 
cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Art. 14 do ECA. O Sistema Único de Saúde promoverá 
programas de assistência médica e odontológica para a 
prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a 
população infantil, e campanhas de educação sanitária para 
pais, educadores e alunos.
O dever dos pais é criar e educar os filhos. É obrigatório os pais matricularem as crianças em 
escolas. O artigo 16 do ECA fala dos direitos comunitários. A Lei n° 13.010, com o artigo 18-A do. 
ECA, veio acabar com a cultura de correção, que ficou conhecida como Lei de Bernardo (caso 
Bernardo). É obrigatório os pais vacinarem as crianças. 
A palavra “menor” é incorreta. Certo é falar infante, criança, menino, menina etc.
Embora o Direito de Família seja um Direito Privado, tem forte interseção com o Direito Público. A 
Lei n° 11.340/06 veio para tutelar as violências domésticas. O Brasil foi condenado a criar essa 
Lei.
É facultado aos indivíduos a forma como irão conviver entre si, mas se houver violência, o Estado 
irá intervir.
Art. 1.513 do CC. É defeso a qualquer pessoa, de direito 
público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída 
pela família.
Nem sempre a intervenção do Estado é positiva. A ideia do Direito Penal como ultima ratio 
também vem para o Direito de Família, uma vez que o Estado deve garantir a autonomia privada 
e só intervir quando de extrema necessidade. 
1.3. A IMPORTÂNCIA DOS PAPÉIS SOCIAIS NO DIREITO DE 
FAMÍLIA: 
Alexandra Montano Página de 3 57
Imposições que existem sob os sujeitos. Caso não sejam cumpridas tais imposições, o sujeito 
sofrerá certas punições sociais.
Cada pessoa tem o direito de escolher sua organização familiar e não cabe aos outros indivíduos 
julgar tais decisões. 
2. PLURALISMO DAS ENTIDADES RELIGIOSAS 
Artigo 226 da CF. A família, base da sociedade, tem especial 
proteção do Estado. 
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, 
devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a 
comunidade formada por qualquer dos pais e seus 
descendentes. 
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são 
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e 
da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre 
decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos 
educacionais e científicos para o exercício desse direito, 
vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições 
oficiais ou privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de 
cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir 
a violência no âmbito de suas relações.
2.1. UNIÃO ESTÁVEL: 
A partir de 1988, passou a ser melhor consagrada, deixou de ser sociedade de 
fato para ser unidade familiar. Existia casos anteriormente em que sobrinhos 
ganham mais herança do que um companheiro. Ainda a CF, no § 3º, referia que a 
União Estável era tão somente entre homens e mulheres. 
2.2. FAMÍLIA MONOPARENTAL: 
É aquela formada entre um dos pais e seus descendentes. Ou 
seja, a partir de um divórcio, ou de uma dissolução de união 
estável, ou de um estado de viuvez, ou de uma produção 
independente (adoção -art. 42, caput, do ECA; sistema de reprodução assistida 
-Resolução 2168/17; maternidade por substituição ou gestação solidária - 
Resolução 2168/17, não pode ter caráter lucrativo, não podendo ser chamada 
de “barriga de aluguel”, necessitando ter relação de parentesco com os autores 
da atividade parental), em que houve filhos, a gente poderá então ter uma 
família monoparental.
Art. 42 do ECA. Podem adotar os 
maiores de 18 (dezoito) anos, 
independentemente do estado civil.
Deve-se destacar o vocábulo “também” do parágrafo 4º 
do artigo 226 da CF, uma vez que ele é uma cláusula geral 
de inclusão. Veio para permitir a interpretação de que o rol de atividades 
familiar, que estão expressos no artigo 226 da CF, são meramente 
exemplificativos. Isso quer dizer que a CF não traz um ról fechado do que é 
família, sendo apenas exemplificativo. Dessa forma, o artigo 226 da CF é 
numeros abertos (não é taxativo). 
2.3. FAMÍLIA HOMOSSEXUAL OU HOMOAFETIVA: 
Foi a partir do reconhecimento da família homossexual que se passou a construir essa 
diversidade de modos de família. 
Alexandra Montano Página de 4 57
O TJRS foi pioneiro em muitas decisões que possibilitaram a família 
homossexual. Desde 1984, temos câmaras que julgam especificamente 
questões de família. 
A primeira decisão que foi muito importante nessa caminhada foi em 1999, 
de Bruno Mussi, que foi relator de um acórdão que determinou que a 
competência para decidir questões homoafetivas é a Vara de Família. Antes 
disso, era aplicada na vara de direito civil. 
Em 2001, tivemos a primeira decisão no Brasil partilhando bens entre casal 
homossexual. Foi a primeira vez que não se aplicou à sociedade de fato. 
Em 2003, tivemos o primeiro julgamento reconhecendo direito sucessório em 
relação homoafetiva. Após uma relação de 16 anos, um dos companheiros 
faleceu. 
Em 2005, tivemos a primeira decisão reconhecendo a adoção de um casal 
homoafetivo. A O Ministério Público recorreu da decisão e, em 2006, o 
Tribunal de Justiça, à unanimidade, desproveu o recurso. Em 2010, foi 
desprovido o recurso especial também interposto pelo Ministério Público. 
A partir de 2011, o STF reconheceu que todos os direitos que são assegurados aos casais de 
sexos opostos devem ser assegurados aos casais homossexuais. Qual a legislação aplicada? Se 
em nenhum ponto a legislação fala dos direitos dos homossexuais, se consagrou que eles têm os 
mesmos diretos dos heterossexuais. 
Como resultado desses julgamentos, em 2013, fez-se uma resolução que os oficiais de registros 
são obrigados a registrar o casamento ou união estável dos homossexuais. 
2.4. FAMÍLIA ANAPARENTAL (Ana= sem; parental=pais): 
É a família entre irmãos. 
Irmãos podem ser devedores de pensão alimentícia. 
Artigo 1.697 do CC. Na falta dos 
ascendentes cabe a obrigação aos 
descendentes, guardada a ordem de 
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, 
assim germanos como unilaterais.
O Estado Brasileiro faz políticas públicas através dos dados do IBGE, o qual faz 
a divisão de espaços que, em casos de irmãos que moram juntos, estes dividem 
o mesmo espaço. 
2.5. FAMÍLIA SOLIDÁRIA: 
Por exemplo, amigos que moram juntos. Existem casos em que pessoas de 
terceira idade fazem isso. Essa formação familiar às vezes se dá pela questão do 
custo e pelo cuidado. 
2.6. FAMÍLIA RECONSTITUÍDA/PLURIPARENTAL/
MOSAICO: 
Por exemplo, casal com filhos de outros casamentos se constituem. 
Segundo a Lei de registros públicos (Lei n° 6015/63), no artigo 57, § 
8º, permite-se que um enteado ou enteada possaacrescentar ao seu nome de 
família o nome do padrasto ou madrasta. A pessoa continuará sendo filhos de 
seus pais, mas apenas acrescentará o nome dessa pessoa que detém um vínculo 
afetivo. 
2.7. FAMÍLIA PARALELA/SIMULTÂNEA: 
Pessoa casada que tenha filhos em uma cidade e tem outra família em outra 
cidade. 
2.8. FAMÍLIA POLIAFETIVA: 
Família em que há mais de um companheiro ou companheira. Um bom exemplo 
conhecido é a família do Mr. Catra. 
O caso que aconteceu em São Paulo não foi um casamento, até porque o CNJ proibiu a escritura 
de documentos de União Poliafetiva. 
O Tabelionato reconhece vontades, uma vez que não cabe a ele dizer os direitos.
2.9. FAMÍLIA COPARENTAIS: 
Por exemplo, casais que não querem manter uma relação afetiva, mas querem ter filhos, realizam 
um contrato de coparentalidade. Neste contrato, irá ser estabelecido os dias de convívio, quem 
pagará o que etc. 
2.10. FAMÍLIA UNIPESSOAL/SINGLE/CELIBATÁRIA: 
Alexandra Montano Página de 5 57
Súmula 364 do STJ: o conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange 
também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
Nem toda família unipessoal é celibatária. Celibatário vem do conceito dos padres 
e freiras que não casavam.
Essa pessoa precisa ser tutelada. Dentro de um espaço geográfico, essa pessoa 
mora sozinha, mas ela pode conviver com diversos amigos, outros familiares etc. 
Família é um espaço de realização afetiva.
2.11. FAMÍLIA MULTIESPÉCIES: 
Por exemplo, existem famílias com mais animais do que crianças. 
Antigamente, tínhamos uma família institucional. Agora, vemos que a realização da felicidade das 
pessoas tem sido levada em primeiro lugar, agora dando lugar a família instrumental. Essa família 
instrumental também vai ser denominada pela doutrina como uma família eudemonista 
(grego=felicidade). 
3. FILIAÇÃO 
Artigo 227, § 6º, da CF: os filhos, havidos ou não da relação 
do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e 
q u a l i fi c a ç õ e s , p ro i b i d a s q u a i s q u e r d e s i g n a ç õ e s 
discriminatórias relativas à filiação.
Artigo 1.596 do CC. Os filhos, havidos ou não da relação de 
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e 
q u a l i fi c a ç õ e s , p ro i b i d a s q u a i s q u e r d e s i g n a ç õ e s 
discriminatórias relativas à filiação.
Perdeu-se a lógica dos filhos bastardos. Todos os filhos são iguais. 
3.1. DA PROVA DE FILIAÇÃO: 
Artigo 1.603 do CC: A filiação prova-se pela certidão do termo 
de nascimento registrada no Registro Civil.
Através da certidão de nascimento, poderá ser averiguado se a pessoa é casada. Se a pessoa se 
divorciar, com o trânsito em julgado da decisão, esse documento irá para o registro, que irá 
realizar uma averbação constando o divórcio. 
Artigo 1.604 do CC: Ninguém pode vindicar estado contrário 
ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se 
erro ou falsidade do registro.
O artigo traz a presunção de veracidade do acento de nascimento de alguém. 
O erro é o desvio não intencional contrário a verdade. Essa falha no registro pode ser um 
descuido. Ex.: pai registra o menino no cartório e percebe que eles registraram no cartório o 
gênero feminino. 
Alexandra Montano Página de 6 57
Em situações excepcionais, o erro pode ocasionar por razão de outro erro. Ex.: um casal de 
pessoas negras teve um filho e a criança era branca. Os pais fazem exame de DNA e percebem 
que a criança não era filho deles, pois tinha sido trocada. Os pais trocam os filhos. É permitida a 
retificação no registro em razão deste erro. 
Art. 1.605 do CC. Na falta, ou defeito, do termo de 
nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo 
admissível em direito:
I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente 
dos pais, conjunta ou separadamente;
II - quando existirem veementes presunções resultantes de 
fatos já certos.
Difícil aplicar este artigo na prática. Ex.: cartório pega fogo e o registro queima. Atualmente, 
existe registro “na nuvem”, então muito difícil perder documentos. 
3.2. FILIAÇÃO MATRIMONIAL: 
Atualmente, no Código Civil, ainda existe uma situação peculiar do matrimônio que tem origem 
no Código de Hamurabi. Criou-se uma construção de que todos os filhos da esposa são do 
marido. Essa presunção é chamada de “Pater is est” (o pai é aquele que as núpcias demonstra). 
Além da presunção da paternidade, criou-se a ideia de que quem deu à luz é a mãe, a presunção 
materna. 
Hoje no Brasil, ainda se presume que quem dá a luz é a mãe e quem está casado com a mãe é o 
pai. 
Artigo 1.597 do CC: Presumem-se concebidos na constância 
do casamento os filhos:
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de 
estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da 
sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e 
anulação do casamento;
(...)
Esse artigo de presunção dos filhos nascidos no casamento não é um absoluta, como se verifica 
no artigo seguinte: 
Art. 1.598 do CC. Salvo prova em contrário, se, antes de 
decorrido o prazo previsto no inciso II do art. 1.523, a mulher 
contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se 
presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos 
dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o 
nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a 
que se refere o inciso I do art. 1597. (180 dias)
A presunção jurídica só serve para facilitar o registro, uma vez que os testes de DNA são fáceis 
de se fazer e não há necessidade dessa presunção absoluta.
Ação negatória de paternidade servirá quando o sujeito identificar que não é pai da criança:
Art. 1.601 do CC. Cabe ao marido o direito de contestar a 
paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação 
imprescritível.
A presunção jurídica de paternidade só servirá depois de 6 meses (no caso, 180 dias - inciso I do 
art. 1.597) e se estenderá até 300 dias após o final do relacionamento (inciso II do art. 1.597). 
Alexandra Montano Página de 7 57
Presumem-se 
filhos os nascidos180 dias depois de 
iniciada a convivência 
conjugal
300 dias depois do 
término conjugal 
Essa presunção jurídica NÃO poderá ser aplicada à UNIÃO ESTÁVEL, uma vez que se tem 
características diferentes do casamento. O caput do artigo refere “casamento” e não se extende 
para “união estável”. 
Todavia, o provimento 63 do CNJ permitiu que uma mulher, sozinha, registre o filho do casal em 
união estável, desde que haja escritura pública ou sentença declaratória de sua relação. 
Artigo 1.597 do CC. Presumem-se concebidos na 
constância do casamento os filhos: 
(...)
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que 
falecido o marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões 
excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que 
tenha prévia autorização do marido.
Esses incisos trabalham com as situações de reprodução assistida. 
Procedimentos de caráter homólogo: o material genérico pertence ao casal, mas eles não 
conseguem reproduzir. Biologicamente, o filho é do casal. 
Procedimentos de caráter heterólogo: um ou ambos integrantes da relação não produz material 
genético, tendo que contar com a doação do material genético. 
Na situação do inciso III, o Código traz a ideia da inseminação “in vivo” (procedimento 
homólogo). 
A hipótese do inciso IV, é a ideia da fertilização “in vitro” (procedimento homólogo).
Existe, também, a possibilidade de utilizar o material genético do marido já falecido:
Enunciado 106 CJF: Para que seja presumida a paternidade 
do marido falecido, será obrigatório quea mulher, ao se 
submeter a uma das técnicas de reprodução assistida com o 
material genético do falecido, esteja na condição de viúva, 
sendo obrigatória, ainda, a autorização escrita do marido para 
que se utilize seu material genético após sua morte.
Enunciado 107 CJF: Finda a sociedade conjugal, na forma do 
art. 1.571, a regra do inc. IV somente poderá ser aplicada se 
houver autorização prévia, por escrito, dos ex-cônjuges para a 
utilização dos embriões excedentários, só podendo ser 
revogada até o início do procedimento de implantação desses 
embriões.
O inciso V fala da hipótese de reprodução heterológa, em que o embrião não é de um ou não é 
de ambos.
Enunciado 103 CJF: O Código Civil reconhece, no art. 1.593, 
outras espécies de parentesco civil além daquele decorrente 
da adoção, acolhendo, assim, a noção de que há também 
parentesco civil no vínculo parental proveniente quer das 
técnicas de reprodução assistida heteróloga relativamente ao 
pai (ou mãe) que não contribuiu com seu material fecundante, 
quer da paternidade socioafetiva, fundada na posse do estado 
de filho.
Da inseminação heteróloga, no Direito, surge o parentesco. 
Enunciado 258 CJF: Não cabe a ação prevista no art. 1.601 
do Código Civil se a filiação tiver origem em procriação 
assistida heteróloga, autorizada pelo marido nos termos do 
inc. V do art. 1.597, cuja paternidade configura presunção 
absoluta.
Se o casal optou por utilizar material genético de terceiro, não poderá o marido ingressar com 
uma ação negatória de paternidade, pois se presumirá parentesco. Biologicamente, esse filho 
não é do casal, mas o marido já sabia disso. 
Alexandra Montano Página de 8 57
3 .3 . F IL IAÇÃO DECORRENTE DE RELACIONAMENTO 
CONVENCIONAL OU EVENTUAL: 
Convencional é a hipótese de união estável. Já eventual é a hipótese de relacionamento de 
período, namoro etc.
3.3.1. RECONHECIMENTO DE FORMA VOLUNTÁRIA: 
Artigo 1.607 do CC: O filho havido fora do casamento pode 
ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.
O artigo diz que todo aquele nascimento que acontecer fora da presunção matrimonial poderá 
ser reconhecido por ambos os genitores ou por apenas um deles.
O reconhecimento de filhos é irrevogável. A única pessoa que poderá registrar o filho como seu é 
o homem, não pode a mulher ir ao cartório e querer registrar o nome do marido. Se fosse assim, 
ela poderia registrar o nome de qualquer um.
Art. 1.609 do CC. O reconhecimento dos filhos havidos fora 
do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro do nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado 
em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda 
que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal 
do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o 
nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele 
deixar descendentes.
Art. 1.608 do CC. Quando a maternidade constar do termo do 
nascimento do filho, a mãe só poderá contestá- la, provando a 
falsidade do termo, ou das declarações nele contidas.
Todavia, a mulher, com os devidos documentos do pai, poderá ir ao cartório e, com a certidão de 
nascido vivo do hospital, registrar a criança.
Qualquer que seja a forma de testamento, permite-se o reconhecimento de filhos.
Se o pai estiver longe e não puder ir até o local do nascimento do filho, poderá ir ao tabelionato e 
fazer uma escritura pública. Isso pode ocorrer também antes do nascimento do filho, pois a mãe 
poderá, com esse documento, registrar, sozinha, o filho no nome do pai.
Um exemplo para registro particular é quando o pai está preso.
Artigo 6º da Lei 9.804/08: fixação de alimentos a mulher 
gestante com base nas provas que foram produzidas, sem que 
se tenha certeza da paternidade. Não se faz DNA durante a 
ges tação . Qua lque r man i f es tação vo l un tá r i a de 
reconhecimento pelo pai é válida.
Art. 1.614 do CC. O filho maior não pode ser reconhecido sem 
o seu consentimento, e o menor pode impugnar o 
reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à 
maioridade, ou à emancipação.
O filho maior de 18 anos será reconhecido se quiser.
Art. 1.611 do CC. O filho havido fora do casamento, 
reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir no lar 
conjugal sem o consentimento do outro.
Esse artigo refere-se a Caso de traição. Não se adapta aos tempos atuais, é um resquício do 
código antigo.
3.3.2 RECONHECIMENTO A PARTIR DA VERIFICAÇÃO OFICIOSA DA 
PATERNIDADE: 
Alexandra Montano Página de 9 57
A Lei n° 8.560/92 regula a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento, 
bem como dá outras providências.
Art. 2º da Lei n° 8.560/92. Em registro de nascimento de 
menor apenas com a maternidade estabelecida, o oficial 
remeterá ao juiz certidão integral do registro e o nome e 
prenome, profissão, identidade e residência do suposto pai, a 
fim de ser averiguada oficiosamente a procedência da 
alegação.
§ 1º O juiz, sempre que possível, ouvirá a mãe sobre a 
paternidade alegada e mandará, em qualquer caso, notificar o 
suposto pai, independente de seu estado civil, para que se 
manifeste sobre a paternidade que lhe é atribuída.
§ 2º O juiz, quando entender necessário, determinará que a 
diligência seja realizada em segredo de justiça.
§ 3º No caso do suposto pai confirmar expressamente a 
paternidade, será lavrado termo de reconhecimento e remetida 
certidão ao oficial do registro, para a devida averbação.
§ 4º Se o suposto pai não atender no prazo de trinta dias, a 
notificação judicial, ou negar a alegada paternidade, o juiz 
remeterá os autos ao representante do Ministério Público para 
que intente, havendo elementos suficientes, a ação de 
investigação de paternidade.
§ 5º Nas hipóteses previstas no § 4º deste artigo, é 
dispensável o ajuizamento de ação de investigação de 
paternidade pelo Ministério Público se, após o não 
comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a 
paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para 
adoção. 
§ 6º A iniciativa conferida ao Ministério Público não impede a 
quem tenha legítimo interesse de intentar investigação, 
visando a obter o pretendido reconhecimento da paternidade.
Casos como quando a mulher vai registrar e não tem o intuito de informar o nome do pai, 
entretanto fala algo como “não vou registrar no nome dele, pois o Ricardo não vale nada”. Nestas 
hipóteses, o cartório poderá realizar uma investigação de paternidade. Após isso, irá notificar o 
suposto pai para que ele afirme se é ou não pai da criança. O indivíduo pode negar ou não 
reponder. Nesse caso, será encaminhado ao MP para que ele analise.
3.3.3. RECONHECIMENTO POR VIA DO PROVIMENTO n° 16/2012 DO CNJ: 
O CNJ fez uma política pública chamada “pai presente”. Para isso, ele editou um provimento.
Art. 1º da Lei n° 8.560/92. Em caso de menor que tenha sido 
registrado apenas com a maternidade estabelecida, sem 
obtenção, à época, do reconhecimento de paternidade pelo 
procedimento descrito no art. 2º, caput, da Lei n° 8.560/92, 
este deverá ser observado, a qualquer tempo, sempre que, 
durante a menoridade do filho, a mãe comparecer 
pessoalmente perante Oficial de Registro de Pessoas Naturais 
e apontar o suposto pai.
O RECONHECIMENTO da PATERNIDADE poderá ocorrer a QUALQUER MOMENTO, sem a 
presença de advogado.
Alexandra Montano Página de 10 57
A nossa consolidação diz que, no caso de o pai não reconhecer ou não responder, o próprio juiz 
irá mandar um e-mail para a Defensoria Pública, para que ela entre com uma ação no nome da 
pessoa.
3.3.4. RECONHECIMENTO JUDICIAL DA PARENTALIDADE: 
Ação de perfiliação compulsória: reconhecimento forçado de parentalidade.
Ação de investigação de maternidade. 
É mais comum ter o nome da mãe e não do pai.
Artigo 1.616 do CC. A sentença que julgar procedente a ação 
de invest igação produzirá os mesmos efe i tos do 
reconhecimento; mas poderáordenar que o filho se crie e 
eduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe 
contestou essa qualidade.
A sentença, da investigação de maternidade ou paternidade, de acordo com a primeira parte do 
artigo 1.616, terá o mesmo efeito se o pai ou a mãe tivesse reconhecido o filho de forma 
voluntária. A segunda parte tem um caráter inconstitucional, frente ao artigo 227, § 6º, da CF (os 
filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e 
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação).
A legitimidade desta ação de investigação de paternidade está contida no artigo 1.606 do CC:
Art. 1.606 do CC. A ação de prova de filiação compete ao 
filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer 
menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros 
poderão continuá-la, salvo se julgado extinto o processo.
Além do Código Civil, o artigo 27 do ECA também tutela essa ação (características do estado de 
filiação):
Art. 27 do ECA. O reconhecimento do estado de filiação é 
direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo 
ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer 
restrição, observado o segredo de Justiça.
O direto de filiação é imprescritível (Súmula 149 do STF). 
Enunciado 521 CJF vai de contramão ao STF e à lei.
Na ação de investigação será imprescindível a prova pericial de exame de DNA. 
A negativa do exame médico de DNA induz veracidade. 
Artigo 231 do CC: Aquele que se nega a submeter-se a exame 
médico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa.
O STJ diz que não pode condução coercitiva do réu para realizar o exame.
Súmula 301 STJ: A recusa do réu, em submeter o exame, traz 
uma presunção relativa de que o sujeito é pai. 
A ideia é de que “quem não deve, não teme”.
A Lei n° 8.560, no artigo 2°-A, parágrafo único, também refere que a negativa induz veracidade 
da paternidade. 
Há a possibilidade de relativização da coisa julgada em demandas de improcedência dos exames 
de material genético: 
Enunciado 109 CJF: a restrição da coisa julgada oriunda de 
demandas reputadas improcedentes por insuficiência de prova 
não deve prevalecer para inibir a busca da identidade genética 
pelo investigado. 
O STF se manifestou sobre a questão no RE 363.889, reconhecendo o direito do filho de, mesmo 
após o trânsito em julgado, ajuizar novamente a acao: 
Alexandra Montano Página de 11 57
Também se aplicará a relativização da coisa julgada nas ações de exceptio plurium 
concumbentium1 . Ex.: sujeito que tinha duas famílias. 
1A expressão latina (três palavras) é aplicada precipuamente 
em casos de investigação de paternidade.
Serve como defesa de quem está sendo apontado como pai 
(exceptio = exceção, defesa, contestação) e tem dúvida sobre 
sua paternidade, alegando que a mãe "no período da 
concepção" teve relações sexuais com outro(s) homem(ns) 
além dele, contestante em dúvida (plurium = muitas; 
concubentium = relação íntima, concubinato).
Certamente que caberá a ele demonstrar isso, com 
testemunhas ou outro tipo de prova.
3.4. FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA: 
Aqui se percebe a valorização da afetividade em detrimento dos fatores biológicos. 
Enunciado 103 CJF: O Código Civil reconhece, no art. 
1.593, outras espécies de parentesco civil além daquele 
decorrente da adoção, acolhendo, assim, a noção de que 
há também parentesco civil no vínculo parental proveniente 
quer das técnicas de reprodução assistida heteróloga 
relativamente ao pai (ou mãe) que não contribuiu com seu 
material fecundante, quer da paternidade socioafetiva, 
fundada na posse do estado de filho.
Esse enunciado ajuda na redação do artigo 1.593 do CC:
Art. 1.593 do CC. O parentesco é natural ou civil, conforme 
resulte de consangüinidade ou outra origem.
O parentesco natural é aquele há uma coincidência com os dados biológicos e os dados 
registrais.
O parentesco civil é aquele que resulta de “outra origem”. Também chamado se derivado. Tudo 
que não for consanguíneo será parentesco civil. 
Dentro de parentesco civil teremos a adoção, a adoção à Brasileiro (dar parto alheio como 
próprio), a hipótese do artigo 1.597, V, do CC, a posse do estado de filiação.
Alexandra Montano Página de 12 57
Art. 1.597 do CC. Presumem-se concebidos na constância do 
casamento os filhos:
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que 
tenha prévia autorização do marido.
➡ Posse do estado de filiação: os critérios que os Tribunais tem adotado são o nome (não 
precisa ser obrigatório), tratamento e fama. 
O artigo 57, § 8º, da Lei n° 6.015/73 refere a possibilidade, por exemplo, do enteado/enteada 
colocar o nome do padrasto/madrasta. 
Se alguém foi criado por uma família, não é difícil demonstrar isso. Ex.: provas documentais, 
testemunhais etc. A partir dessas provas se terá o tratamento e a fama. 
A filiação socioafetiva costuma acontecer quando não há disputa patrimonial. 
Provimento 63/2017 do CNJ: possibilidade destas situações de filiação socioafetiva sejam feitas 
no cartório civil de pessoas naturais. 
O provimento 83/2019 melhorou o antigo provimento. Acrescentou que um pai/mãe registral 
busquem acrescentar no registro aquele padrasto/madrasta. Hoje há uma facilitação de constituir 
a filiação socioafetiva de modo extrajudicial. 
O STF, em 2017, julgou um caso que se tornou repercussão geral (622), o qual tinha como foco 
dizer qual deveria prevalecer: vínculo biólogo ou vínculo afetivo, tendo ele dito que nem um, nem 
outro. O STF considerou que a verdade afetiva pode coexistir em relação a biológica. Então, hoje 
pode ter o reconhecimento de uma dupla-parentalidade. 
Isso cria um espaço para o próximo tópico. 
3.5. MULTIPARENTALIDADE: 
O primeiro caso julgado foi no RS em Santa Maria. Foi um casal de lésbicas que queria ter um 
filho, mas não tinham dinheiro para a reprodução assistida. Elas chamaram um amigo para que 
ele desse o material genético. O rapaz pediu que também fosse pai. Os três chegaram em um 
escritório de direito querendo registrar no nome dos três. A advogada foi até o registro civil, tendo 
ele negado. A advogada entrou com uma ação declaratória de multiparentalidade. Hoje aquela 
criança tem 2 mães e 1 pai.
3.6. ADOÇÃO: 
3.6.1. DISPOSIÇÕES GERAIS: 
O adotado tem condição de filho e dispõe dos mesmos direitos e deveres do biológico. 
Art. 41 do ECA. A adoção atribui a condição de filho ao 
adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive 
sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e 
parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, 
mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge 
ou concubino do adotante e os respectivos parentes.
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus 
descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e 
colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação 
hereditária.
➡ Artigo 28 do ECA: dispõe as modalidades da colocação da criança ou do adolescente em 
família substituta (guarda, tutela ou adoção) e indica quais as regras das quais devem ser 
seguidas. O ECA coloca a adoção como uma última medida.
↘ § 1º: A criança ou o adolescente deve sempre ser ouvido por equipe interprofissional. 
↘ § 2º: Quando maiores de 12 anos, necessário o seu consentimento.
↘ § 3º: Deverá ser levado em conta o grau de parentesco e afinidade da criança ou do 
adolescente. 
↘ § 4º: Os irmãos deverão ser postos em família substituta juntos, se possível, para evitar que o 
rompimento dos vínculos.
↘ § 5º: A colocação da criança e do adolescente na família substituta será gradativa e deverá ser 
feito acompanhamento por equipe interprofissional.
Alexandra Montano Página de 13 57
↘ § 6º: deverão ser seguidos alguns requisitos extras quanto a crianças e adolescentes indígenas 
ou pertencentes à quilombos. 
Art. 28 do ECA. A colocação em família substituta far-se-á 
mediante guarda,tutela ou adoção, independentemente da 
situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta 
Lei.
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será 
previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado 
seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre 
as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente 
considerada.
§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será 
necessário seu consentimento, colhido em audiência.
§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de 
parentes com relação de afinidade ou de afetividade, a fim de 
evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida.
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela 
ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a 
comprovada existência de risco de abuso ou outra situação 
que justifique plenamente a excepcionalidade de solução 
diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o 
rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em família 
substituta será precedida de sua preparação gradativa e 
acompanhamento posterior, realizados pela equipe 
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da 
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos 
responsáveis pela execução da política municipal de garantia 
do direito à convivência familiar.
§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou 
proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é 
ainda obrigatório:
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social 
e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas 
instituições, desde que não sejam incompatíveis com os 
direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela 
Constituição Federal;
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de 
sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia;
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal 
responsável pela política indigenista, no caso de crianças e 
adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe 
interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.
A família extensa ou ampliada é tratada no artigo 25, parágrafo único: 
Art. 25 do ECA. Entende-se por família natural a comunidade 
formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada 
aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou 
da unidade do casal, formada por parentes próximos com os 
quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de 
afinidade e afetividade.
➡ Artigo 19 do ECA: explícita a excepcionalidade da família substituta. 
↘ § 1º: Criança e o adolescente inserido casa de acolhimento familiar ou institucional deverá ter 
acompanhamento de equipe interprofissional a cada 03 meses. A autoridade judicial vera, através 
dos relatórios, se é possível a inserção da criança e do adolescente novamente na família ou em 
família substituta. 
↘ § 2º: A criança e o adolescente não deve permanecer mais de 18 meses na casa de 
acolhimento familiar ou institucional, salvo necessidade.
↘ § 3º: A reintegração familiar sempre terá preferência.
Alexandra Montano Página de 14 57
↘ § 4º: A criança e o adolescente tem direito a convivência com seu pai e sua mãe preso.
↘ § 5º e 6º: a mãe adolescente tem direito a permanecer com seu filho e ela será assistida por 
equipe especializada. 
Art. 19 do ECA. É direito da criança e do adolescente ser 
criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, 
em família substituta, assegurada a convivência familiar e 
comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento 
integral.
§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em 
programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua 
situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, 
devendo a autoridade judiciária competente, com base em 
relatório elaborado por equipe interprofissional ou 
multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela 
possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em 
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no 
art. 28 desta Lei.
§ 2º A permanência da criança e do adolescente em programa 
de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 18 
(dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda 
ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela 
autoridade judiciária.
§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou 
adolescente à sua família terá preferência em relação a 
qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em 
serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos 
termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 
101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.
§ 4º Será garantida a convivência da criança e do adolescente 
com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas 
periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de 
acolhimento institucional, pela entidade responsável, 
independentemente de autorização judicial.
§ 5º Será garantida a convivência integral da criança com a 
mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional.
§ 6º A mãe adolescente será assistida por equipe 
especializada multidisciplinar.
É o ECA que disciplina a adoção. 
Art. 39 do ECA. A adoção de criança e de adolescente reger-
se-á segundo o disposto nesta Lei.
➡ Quem pode adotar: todas as pessoas maiores de 18 anos. 
A regra é que a adoção é até 18 anos. Todavia, há a possibilidade de que, quando o sujeito fez 18 
anos, estava sob a tutela do adotante. 
Art. 40 do ECA O adotando deve contar com, no máximo, 
dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda 
ou tutela dos adotantes.
A adoção de maiores de 18 anos será mediante sentença. 
Art. 1.619 do CC. A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos 
dependerá da assistência efetiva do poder público e de 
sentença constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras 
gerais da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da 
Criança e do Adolescente.
↘ Tipos de adoção: 
Art. 42 do ECA. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) 
anos, independentemente do estado civil.
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do 
adotando.
Alexandra Montano Página de 15 57
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes 
sejam casados civilmente ou mantenham união estável, 
comprovada a estabilidade da família.
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais 
velho do que o adotando.
Precisa atender aos requisitos do § 3º: existir 16 anos de 
diferença. 
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-
companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que 
acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o 
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do 
período de convivência e que seja comprovada a existência de 
vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da 
guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
§ 5º Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado 
efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda 
compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no 
10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. 
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após 
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do 
procedimento, antes de prolatada a sentença.
O adotante deve contar com mais de 18 anos e independe seu estado civil.
- A adoção unipessoal é a que está prevista no caput do art. 42.
- A adoção conjunta está prevista no § 2º do art. 42 (casados civilmente ou união estável - 
comprovada a estabilidade familiar).
- A adoção unilateral está prevista no § 1º do art. 41 (um dos cônjuges ou concubinos adota o 
filho do outro).
- § 1º do art. 42: Avó ou avô, irmãos e irmãs não podem adotar. 
3.6.2. PROCEDIMENTO: 
Art. 197-A do ECA. Os postulantes à adoção, domiciliados no 
Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste: 
I - qualificação completa;
II - dados familiares;III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou 
casamento, ou declaração relativa ao período de união estável;
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de 
Pessoas Físicas;
V - comprovante de renda e domicílio;
VI - atestados de sanidade física e mental 
VII - certidão de antecedentes criminais;
VIII - certidão negativa de distribuição cível.
A adoção tem idade mínima, mas não máxima. Deve a pessoa apresentar motivos idôneos para 
querer realizar aquela adoção. 
O Ministério Publico irá participar deste processo. 
Art. 197-B do ECA. A autoridade judiciária, no prazo de 48 
(quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério 
Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá:
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe 
interprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a 
que se refere o art. 197-C desta Lei; 
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos 
postulantes em juízo e testemunhas;
III - requerer a juntada de documentos complementares e a 
realização de outras diligências que entender necessárias.
O CNA é cadastro nacionalidade de crianças/adolescentes para a adoção. 
➡ Estágio de convivência (art. 46 do ECA): a adoção passará pelo estágio de convivência, cujo 
prazo será de 90 dias, prorrogáveis mais 90 dias, podendo ser estendido conforme as 
necessidades, segundo o art. 46 do ECA:
Alexandra Montano Página de 16 57
Art. 46 do ECA. A adoção será precedida de estágio de 
convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo 
de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou 
adolescente e as peculiaridades do caso.
§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o 
adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante 
durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a 
convivência da constituição do vínculo.
§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a 
dispensa da realização do estágio de convivência. 
§ 2º-A O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo 
pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão 
fundamentada da autoridade judiciária. 
§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou 
domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no 
mínimo, 30 dias e, no máximo, 45 dias, prorrogável por até 
igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada 
da autoridade judiciária.
§ 4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe 
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da 
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos 
responsáveis pela execução da política de garantia do direito à 
convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso 
acerca da convivência do deferimento da medida.
§ 5º O estágio de convivência será cumprido no território 
nacional, preferencialmente na comarca de residência da 
criança ou do adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade 
limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência do 
juízo da comarca de residência da criança.
➡ Da sentença (art. 47, §§ 5º e 6º, do ECA): 
Será concedido o sobrenome e poderá ser modificado o nome (mediante oitiva da criança e do 
adolescente, considerando-se a opinião dela e, se maior de 12 anos, seu consentimento). 
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a 
pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do 
prenome.
§ 6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo 
adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o 
disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.
➡ Efeitos da adoção (art. 47, § 7º, do ECA):
§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em 
julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista 
no § 6º do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à 
data do óbito.
A adoção é constituída com o trânsito em julgado da sentença. 
↘ Na hipótese de falecimento de um dos adotantes, após manifestação de vontade anterior do 
falecido, poderá o outro continuar o processo (§ 6º do art. 42 do ECA):
É a exceção. 
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após 
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do 
procedimento, antes de prolatada a sentença. 
É a adoção pós morte. Aqui possibilitará que o adotado herde os bens do falecido.
↘ No caso de vir a se separarem os adotantes (§ 4º do art. 42 do ECA):
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-
companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que 
acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o 
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do 
período de convivência e que seja comprovada a existência de 
vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da 
guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
Se o estágio de convivência (90 dias, prorrogáveis mais 90 dias) foi realizado na constância do 
período de convivência, a adoção pode ser conjunta. 
Alexandra Montano Página de 17 57
➡ Tratando-se de exceção no procedimento:
Art. 50, § 13, do ECA: Somente poderá ser deferida adoção 
em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado 
previamente nos termos desta Lei quando:
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; 
II - for formulada por parente com o qual a criança ou 
adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; 
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal 
de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o 
lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços 
de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência 
de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 
238 desta Lei. 
Art. 50, § 14, do ECA: Nas hipóteses previstas no § 13 deste 
artigo, o candidato deverá comprovar, no curso do 
procedimento, que preenche os requisitos necessários à 
adoção, conforme previsto nesta Lei.
O intuito é acelerar o processo.
4. RELAÇÕES DE PARENTESCO 
4.1. CONCEITO E APLICAÇÕES: 
A relações de parentesco constitui um vínculo jurídico que originará direitos e obrigações 
recíprocas. 
Art. 1.593 do CC. O parentesco é natural ou civil, conforme 
resulte de consangüinidade ou outra origem.
Art. 1.594 do CC. Contam-se, na linha reta, os graus de 
parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também 
pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao 
ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
4.2. MODALIDADES: 
4.2.1. EM LINHA RETA: 
Art. 1.591 do CC. São parentes em linha reta as pessoas que 
estão umas para com as outras na relação de ascendentes e 
descendentes.
Pessoas que ascendem e descendem. 
O grau de parentesco sempre vai determinar a distância entre um parente e 
outro. 
Artigo 1594 do CC: prevê como se estabelece o parentesco.
Na linha reta, não existe limitação na contagem do grau de parentesco 
(primeiro grau, segundo grau, terceiro etc...). 
4.2.2. LINHA RETA COLATERAL: 
Também chamado de parentesco em linha transversal ou oblíquo. 
Art. 1.592 do CC. São parentes em linha colateral ou 
transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um 
só tronco, sem descenderem uma da outra.
 
Até o quarto grau. Pertencem ao mesmo tronco, mas não descendem ou ascendem.
Segunda parte do artigo 1594 do CC, diz como conta o grau de parentesco na linha reta 
colateral.
Alexandra Montano Página de 18 57
2º grau
1º grau
$
Não existe parente em linha reta colateral de primeiro grau. O parentesco começa em segundo 
grau.
Exemplo: irmãos, os quais tem parentesco em segundo grau. 
Tios e sobrinhos entre si tem parentesco de terceiro grau. 
Tio avô e sobrinho neto tem quarto grau e este é o limite. Do 
mesmo modo, os primos também são primos em 4º grau. 
No Código antigo ia até o sexto grau. 
Irmãos de mesmo pai e mesma mãe são chamados de bilaterais 
ou germanos. 
Irmãos de mãe ou pai diferente são chamados de unilateral. 
4.2.3. POR AFINIDADE: 
Art. 1.595 do CC. Cadacônjuge ou companheiro é aliado aos 
parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos 
descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a 
dissolução do casamento ou da união estável.
Inicia com o casamento ou união estável. 
Os cônjuges não são entre si parentes. 
A relação de parentesco por afinidade une cada um deles com suas famílias, quais sejam os 
ascendentes, descendentes (não é o filho comum entre eles/exclusivo) e aos irmãos dos 
companheiros. 
Ex. de linha reta descendente: enteado, filho do enteado etc. 
Ex. de linha reta ascendente: sogro, sogra, pais dos sogros, avós sogros etc.
Ex. de linha colateral: os irmãos ou irmãs (cunhada ou cunhado) de quem se casa também serão 
parentes. 
Ex. (§ 2º do art. 1595) na linha reta, o parentesco por afinidade não se extingue com o findo do 
casamento. Então, uma vez sogra e sogro sempre serão. A função é a proibição matrimonial (art. 
1521, inciso II, do CC), então não pode casar com ex sogra ou ex sogro, enteado ou enteada etc.
5. CASAMENTO 
5.1. DISPOSIÇÕES GERAIS: 
Artigo 1.511 do CC. O casamento estabelece comunhão 
plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres 
dos cônjuges.
Artigo 1.565 do CC. Pelo casamento, homem e mulher 
assumem mutuamente a condição de consor tes , 
companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
Desde 2013, temos a possibilidade do casamento de pessoas do mesmo sexo. 
5.2. CAPACIDADE: 
Artigo 1.517 do CC. O homem e a mulher com dezesseis anos 
podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou 
de seus representantes legais, enquanto não atingida a 
maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-
se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.
Então, a pessoa com 16 anos pode casar, mas precisa da autorização dos genitores. 
Artigo 1.634, caput e inciso III, do CC. 
Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação 
conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, 
quanto aos filhos:
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
Os pais podem revogar até o momento da celebração. 
Quando negado o consentimento dos pais, o juiz pode suprir:
Alexandra Montano Página de 19 57
Artigo 1.519 do CC. A denegação do consentimento, quando 
injusta, pode ser suprida pelo juiz.
Quando estes sujeitos casam, eles são emancipados (artigo 5º, inciso II, do CC):
Artigo 5º do CC. A menoridade cessa aos dezoito anos 
completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos 
os atos da vida civil. 
II - pelo casamento;
Toda a vez que se aplica o art. 1.519, aplica-se o art. 1.641, inciso III, do CC, o qual fala que o 
regime será o de separação obrigatória/legal dos bens. Aqui, é quando o juiz supre o 
consentimento dos pais e essa separação é obrigatória, dada pela lei. 
O artigo 1.520 do CC foi alterado agora em 2019, em março:
Art. 1.520 do CC. Não será permitido, em qualquer caso, o 
casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o 
disposto no art. 1.517 deste Código.
Ex.: casos em que a menina menor de 16 anos estava grávida e os pais obrigam o casamento. 
Vedado o casamento infantil. A ideia é erradicar essas práticas no mundo. 
5.3. IMPEDIMENTOS: 
5.3.1. ABSOLUTOS: 
Artigo 1521 do CC. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco 
natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado 
com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até 
o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio 
ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Se acontecerem as hipóteses deste artigo, o casamento será nulo. 
Não tem prazo a demandar e qualquer pessoa tem legitimidade. 
Pode ser arguido de ofício, até o momento do casamento (questões de ordem pública de 
impedimento absoluto).
Artigo 1.548, inciso II, do CC. É nulo o casamento contraído:
II - por infringência de impedimento.
Artigo 1.522 do CC. Os impedimentos podem ser opostos, até 
o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa 
capaz.
➡ Em razão do parentesco (artigo 1.521, incisos I ao V, do CC): 
↘ Inciso I: No parentesco em linha reta, não existe limitação, não pode nenhum.
↘ Inciso II: Não podem casas os afins em linha reta (ex.: casar com sogra, enteado, etc). 
Não há nenhum impedimento para se casar com a cunhada ou cunhado (art. 1595, § 2º). 
↘ Inciso III: bis in idem. Ex. Mulher realiza uma adoção unilateral e depois se casa. O adotante 
não poderá casar com o padrasto.
↘ Inciso IV: irmãos não podem, bem como os colaterais até terceiro grau (primos e tio avô com 
sobrinha neta podem casar). 
A DL 3.200/1941 permite o casamento entre tios e sobrinhos, quando realizado dois laudos 
periciais demonstrando que os descendentes não teriam problemas congênitos. 
Enunciado 98 das CJF. O inc. IV do art. 1.521 do novo Código 
Civil deve ser interpretado à luz do Decreto-lei n. 3.200/41, no 
Alexandra Montano Página de 20 57
que se refere à possibilidade de casamento entre colaterais de 
3º grau.
O casamento entre tio e sobrinha será chamado de AVUNCULAR.
↘ Inciso V: não pode casar o adotado com o filho do adotante, pois serão irmãos. Aqui, também 
há bis in idem. 
➡ Em razão do vínculo (artigo 1.521, inciso VI, do CC):
Artigo 1.571 do CC. A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II - pela nulidade ou anulação do casamento; 
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
§ 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos 
cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção 
estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2º Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por 
conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, 
no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de 
separação judicial.
➡ Em razão da prática de crime (artigo 1.521, inciso VII, do CC):
Mesmo que a pessoa que atente a vida do cônjuge cumpra a pena, não poderá, em hipótese 
nenhuma, casar-se de novo com ele. 
5.3.2. RELATIVOS: 
Causas suspensivas:
Artigo 1.523 do CC. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, 
enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha 
aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo 
ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da 
viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou 
decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, 
ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa 
tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou 
curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz 
que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas 
nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência 
de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-
cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do 
inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou 
inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Art. 1.524 do CC. As causas suspensivas da celebração do 
casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta 
de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos 
colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou 
afins.
➡ Descumprimento das causas suspensivas (regime de separação obrigatória de bens): 
Artigo 1.641, inciso I, do CC:
Art. 1.641 do CC. É obrigatório o regime da separação de 
bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das 
causas suspensivasda celebração do casamento;
➡ Causas que visam evitar confusão de patrimônio (artigo 1.523, incisos I, III e IV):
↘ Inciso I: viúva ou viúvo com filho do falecido. Essa senhora ou senhor só vai poder casar de 
novo com o regime de separação de bens. 
Alexandra Montano Página de 21 57
↘ Inciso III: divorciado sem a partilha tem causa suspensiva. Artigo 1.581 do CC:
Art. 1.581 do CC. O divórcio pode ser concedido sem que 
haja prévia partilha de bens.
↘ Inciso IV: quando alguém assume a tutela ou curatela, além de outras obrigações, tem que 
organizar o patrimônio do tutelado ou curatelado. Para evitar práticas de “esconder” possíveis 
falhas na organização do patrimônio deste individuo. 
A pior possibilidade é não poder escolher o modelo de regime de separação de bens. 
➡ Causa que visa evitar a confusão de sangue (artigo 1.523, inciso II, do CC):
Evitar a confusão de sangue, que é chamada de turbatio sanguinis. 
Evitar a condição jurídica de confusão de filiação. 
Ex.: mulher que acabou a relação com o marido não deverá causar em 10 meses ao término da 
relação. 
Isso porque, em até 10 meses ao final do casamento (300 dias), tudo que nascer da esposa se 
presume, juridicamente, deste ex-marido, conforme artigo 1.597, inciso II, do CC. 
Artigo 1.598 do CC unifica o que estudamos.
Art. 1.598 do CC. Salvo prova em contrário, se, antes de 
decorrido o prazo previsto no inciso II do art. 1.523, a mulher 
contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se 
presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos 
dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o 
nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a 
que se refere o inciso I do art. 1597.
“Salvo prova em contrário” refere que, caso não realizado exames de DNA. 
Após 180 dias, os demais filhos, juridicamente, se presumirão do segundo marido. 
Se no intervalo depois destes 10 meses e antes dos 180 dias, poderá o sujeito reconhecer, 
voluntariamente, a criança.
5.4. MODALIDADES: 
5.4.1. CIVIL: 
Artigo 226 da CF.
Art. 226 da CF. A família, base da sociedade, tem especial 
proteção do Estado. 
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
(...)
Artigo 1.512 do CC. O casamento é civil e gratuita a sua 
celebração.
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a 
primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e 
custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as 
penas da lei.
Artigo 1.525 ao 1.532 fala dos procedimentos do casamento civil. 
Art. 1.533 do CC. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e 
lugar previamente designados pela autoridade que houver de 
presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se 
mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531.
O casamento poderá ser realizado no cartório ou fora:
Art. 1.534 do CC. A solenidade realizar-se-á na sede do 
cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes 
pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos 
contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a 
autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.
§ 1º Quando o casamento for em edifício particular, ficará este 
de portas abertas durante o ato.
§ 2º Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo 
anterior e se algum dos contraentes não souber ou não puder 
escrever.
No casamento civil necessita de testemunha, para garantir que a vontade dos contraentes. Não é 
padrinho ou madrinha. 
Alexandra Montano Página de 22 57
Algum sujeito irá celebrar o casamento, seguindo à risca o determinado. 
Art. 1.535 do CC. Presentes os contraentes, em pessoa ou por 
procurador especial, juntamente com as testemunhas e o 
oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a 
afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea 
vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos:"De 
acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante 
mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da 
lei, vos declaro casados."
Para casar, observar-se-á o artigo seguinte:
Art. 1.538 do CC. A celebração do casamento será 
imediatamente suspensa se algum dos contraentes: 
I - recusar a solene afirmação da sua vontade;
II - declarar que esta não é livre e espontânea;
III - manifestar-se arrependido.
Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos 
mencionados neste artigo, der causa à suspensão do ato, não 
será admitido a retratar-se no mesmo dia.
5.4.2. RELIGIOSO: 
Artigo 226, parágrafo 2º, da CF:
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
Poderá ser dados efeitos civis ao casamento religioso. Não necessariamente é dado. 
Artigo 1.515 do CC. O casamento religioso, que atender às 
exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-
se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo 
efeitos a partir da data de sua celebração.
Para dar efeitos civis a um casamento religioso, deverá ser todos os critérios necessários. 
Art. 1.516 do CC. O registro do casamento religioso submete-
se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil.
§ 1º O registro civil do casamento religioso deverá ser 
promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante 
comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por 
iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido 
homologada previamente a habilitação regulada neste Código. 
Após o referido prazo, o registro dependerá de nova 
habilitação.
§ 2º O casamento religioso, celebrado sem as formalidades 
exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do 
casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, 
mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e 
observado o prazo do art. 1.532.
§ 3º Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes 
dele, qualquer dos consorciados houver contraído com outrem 
casamento civil.
§ 1º: Pode ser realizado o casamento civil e religioso no mesmo dia.
5.4.3. Por procuração: 
Na impossibilidade de um ou pelos dois, o casamento será efetuado por procuração. 
Ex.: exemplo de casal que um acaba indo morar fora e o outro continua no país de origem pada ir 
depois.
Art. 1.542 do CC. O casamento pode celebrar-se mediante 
procuração, por instrumento público, com poderes especiais.
§ 1º A revogação do mandato não necessita chegar ao 
conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento 
sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência 
da revogação, responderá o mandante por perdas e danos.
§ 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida 
poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo.
§ 3º A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias.
§ 4º Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.
5.4.4. EM CASO DE MOLÉSTIA GRAVE: 
Alexandra Montano Página de 23 57
Artigo 1.539 do CC. No caso de moléstia grave de um dos 
nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar 
o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas 
testemunhas que saibam ler e escrever.
§ 1º A falta ou impedimento da autoridade competente para 
presidir o casamento suprir-se-á por qualquer dos seus 
substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad 
hoc, nomeado pelo presidente do ato.
§ 2º O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será 
registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante 
duas testemunhas, ficando arquivado.
Quando um dos nubentes está muito doente e não pode ir até o lugar do casamento. É claro que 
o nubente deve estar consciente. Aqui, os nubentes se habilitaram, tinham a certidão de 
habilitação e tão somente não irão ao lugar em que seria celebrado o casamento. 
5.4.5. NUNCUPATICO (IN EXTREMIS): 
Artigo 1.540 do CC. Quando algum dos contraentes estiver 
em iminente risco de vida, não obtendo a presença da 
autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu 
substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de 
seis testemunhas, que com os nubentes não tenham 
parentesco em linha reta,ou, na colateral, até segundo grau.
Artigo 1.541 do CC. Realizado o casamento, devem as 
testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais 
próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo 
a declaração de:
I - que foram convocadas por parte do enfermo;
II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e 
espontaneamente, receber-se por marido e mulher.
§ 1º Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz 
procederá às diligências necessárias para verificar se os 
contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, 
ouvidos os interessados que o requererem, dentro em quinze 
dias.
§ 2º Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, 
assim o decidirá a autoridade competente, com recurso 
voluntário às partes.
§ 3º Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em 
julgado, apesar dos recursos interpostos, o juiz mandará 
registrá-la no livro do Registro dos Casamentos.
§ 4º O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do 
casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data da 
celebração.
§ 5º Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo 
antecedente, se o enfermo convalescer e puder ratificar o 
casamento na presença da autoridade competente e do oficial 
do registro.
Não estavam habilitados e um estava prestes a morrer. Nesses casos, o Código possibilita esse 
tipo de casamento. Vem do latim “a própria voz”. 
Questão sucessória e previdenciária. 
Depois da morte, inicia-se um procedimento em que o juiz vai ouvir aquele que sobreviveu e as 
testemunhas. Terão que dizer que aquela era vontade do morto. 
RE 1.330.022: casamento nuncupativo avuncular (entre tio e sobrinha). 
Artigo 1.452 do CC. Constitui-se o penhor de direito mediante 
instrumento público ou particular, registrado no Registro de 
Títulos e Documentos.
Parágrafo único. O titular de direito empenhado deverá 
en t rega r ao c redor p igno ra t í c io os documentos 
comprobatórios desse direito, salvo se tiver interesse legítimo 
em conservá-los.
Alexandra Montano Página de 24 57
5.5. INVALIDADE: 
Art. 1.563 do CC. A sentença que decretar a nulidade do 
casamento retroagirá à data da sua celebração, sem prejudicar 
a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-
fé, nem a resultante de sentença transitada em julgado.
Retroage-se à data de celebração. 
A anulação do casamento é a única possibilidade para retornar ao status de “solteiro”. É muito 
mais difícil essa hipótese do que se tornar separado. 
5.5.1. NULIDADE: 
Artigo 1.548, inciso II, do CC. É nulo o casamento contraído:
II - por infringência de impedimento.
É um vicio insanável e se é nulo, é nulo desde sempre, podendo demandar a qualquer tempo. 
A legitimidade é mais ampla, podendo qualquer interessado ou Ministério Público promover a 
ação para anular o casamento.
Art. 1.549 do CC. A decretação de nulidade de casamento, 
pelos motivos previstos no artigo antecedente, pode ser 
promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou 
pelo Ministério Público.
Mesmo após a morte do cônjuge poderá decretar a nulidade. 
O Estatuto da pessoa com deficiência (Lei n° 13.146/15) revogou o inciso I do artigo 1.548 do 
CC, pois a pessoa ter deficiência não impede a possibilidade dela querer contrair casamento. A 
enfermidade mental não é mais causa de nulidade então, precisando a pessoa ter mais de 16 
anos. 
Artigo 1.550, § 2º, do CC. A pessoa com deficiência mental ou 
intelectual em idade núbio poderá contrair matrimônio, 
expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu 
responsável ou curador.
O casamento antes dos 16 anos é causa de anulabilidade e não nulidade. Quem fundamenta que 
é causa de nulidade fundamenta no art. 166, inciso VII, do CC. Todavia, as causas de 
impedimento são taxativas e tal artigo (art. 166 do CC) não pode ser interpretado de forma 
extensiva. 
5.5.2. ANULABILIDADE: 
A ação cabível também é uma ação de anulação do casamento. Todavia, a anulabilidade não 
será extensa, mas, sim, limitada para os legítimos para entrar com a ação, mudará o prazo 
(decadencial). 
Artigo 1.550 do CC. É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu 
representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo 
inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro 
contraente soubesse da revogação do mandato, e não 
sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1º. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato 
judicialmente decretada.
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade 
núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade 
diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.
➡ Inciso I: pessoas menores de 16 anos. Esse casamento pode ser anulado. O nascimento de 
prole não poderá impedir o casamento, apesar de ele ser anulável.
Art. 1.551 do CC. Não se anulará, por motivo de idade, o 
casamento de que resultou gravidez.
↘ Legitimidade para propor a ação: 
Alexandra Montano Página de 25 57
Art. 1.552 do CC. A anulação do casamento dos menores de 
dezesseis anos será requerida:
I - pelo próprio cônjuge menor;
II - por seus representantes legais;
III - por seus ascendentes.
↘ Prazo para anulação:
Art. 1.560 do CC. O prazo para ser intentada a ação de 
anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550; 
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante; 
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557; IV - 
quatro anos, se houver coação.
§ 1º Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o 
casamento dos menores de dezesseis anos, contado o prazo 
para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do 
casamento, para seus representantes legais ou ascendentes.
(...)
Art. 1.553 do CC. O menor que não atingiu a idade núbil 
poderá, depois de completá-la, confirmar seu casamento, com 
a autorização de seus representantes legais, se necessária, ou 
com suprimento judicial.
Art. 172 do CC. O negócio anulável pode ser confirmado pelas 
partes, salvo direito de terceiro.
➡ Inciso II: quase impossível, uma vez que um dos documentos que será anexado junto será a 
autorização do representante legal. 
Aqui também se aplica o artigo 1.551 do CC. 
↘ Prazo decadencial e legitimidade:
Art. 1.555 do CC. O casamento do menor em idade núbil, 
quando não autorizado por seu representante legal, só poderá 
ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, 
por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus 
representantes legais ou de seus herdeiros necessários.
§ 1º O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em 
que cessou a incapacidade, no primeiro caso; a partir do 
casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz.
§ 2º Não se anulará o casamento quando à sua celebração 
houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou 
tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação.
O MP não tem mais legitimidade. Se os pais tiverem assistido a cerimônia, não terá anulação do 
casamento, pois se entende que eles estarão concordando.
➡ Inciso III:
Vicio da vontade pode ser causa de anulação do casamento. O vicio da vontade (art. 1.514 do 
CC) é quando algo mácula a vontade, quando a vontade não é totalmente querida. 
Artigo 1556 do CC. O casamento pode ser anulado por 
vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, 
ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
↘ Requisitos para a configuração do erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge: 
▪ 1º requisito: que a situação seja pré-existente a realização da cerimônia do casamento. 
▪ 2º requisito: no momento do casamento haja o desconhecimento por parte do outro cônjuge.
▪

Continue navegando