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PROCESSO NOS TRIBUNAIS RECURSO DE APELAÇÃO Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 1 http://portal.estacio.br/ http://portal.estacio.br/ IMPORTÂNCIA DA NATUREZA DA DECISÃO E OS RECURSOS CABÍVEIS Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 2 DECISÕES JUDICIAIS DESPACHO DECISÃO INTERLOCUTÓRIA SENTENÇA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AGRAVO DE INTRUMENTO ACÓRDÃO DECISÃO MONOCRÁTICA DE RELATOR RECURSO ORDINÁRIO APELAÇÃO AGRAVO INTERNO RECURSO ESPECIAL RECURSO EXTRAORDINÁRIO AGRAVO EM RESP/REXT ART. 1001, CPC • RECURSOS ADMISSÍVEIS 1.NO PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO: a. Apelação (art. 994, I e 1.009) b. Agravo de instrumento ( arts. 994, II e 1.015) c. Embargos de declaração (art. 994, IV e 1.022) 2. NO SEGUNDO GRAU DE JURISDIÇÃO a. Embargos de declaração (arts. 994, IV e 1.022) b. Recurso ordinário, para o Superior Tribunal de Justiça e para o Supremo Tribunal Federal (arts. 994, V e art. 1.027) c. Recurso especial (art. 994, VI e art. 1.029) d. Recurso extraordinário (art. 994, VII e 1029) e. Embargos de divergência, para o Superior Tribunal de Justiça e para o Supremo Tribunal Federal (arts. 994, IX e art. 1.043) Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 3 • RECURSOS ADMISSÍVEIS 3. PARA AS DECISÕES DE SEGUNDO GRAU, DIFERENTES DE ACÓRDÃO: a. Agravo interno (art. 994, III e 1.021) b. Agravo em recurso especial e extraordinário ( arts. 994, VIII e 1.042) Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 4 PRESSUPOSTOS RECURSAIS 1) JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE: REQUISITOS PARA A ADMISSÃO DOS RECURSOS ( NO CPC NÃO HÁVERÁ MAIS ANÁLISE DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL PELO JUÍZO A QUO (ART. 1.010, NCPC), À EXCEÇÃO DOS RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO PELA MODIFICAÇÃO TRAZIDA PELA LEI 13.256/2016 AO ART. 1.030, CPC. 2) JUÍZO DE MÉRITO: O JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE TEM PRIORIDADE LÓGICA SOBRE O JUÍZO DE MÉRITO. REALIZA-SE DEPOIS DE SUPERADO O JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE, CUJA ANÁLISE ALCANÇARÁ O PEDIDO DE REFORMA OU ANULAÇÃO DA DECISÃO QUE SE ATACA. Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 5 • QUAL A LINGUAGEM UTILIZADA NO PEDIDO DO RECURSO PARA DEMONSTRAR O PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL? 1. CONHECIMENTO 2. ADMISSÃO 3. RECEBIMENTO • ASSIM, A AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL LEVA AO NÃO CONHECIMENTO, à NÃO ADMISSÃO ou à NEGATIVA DE SEGUIMENTO do recurso. Exemplo de pedido: “No mais, requer o recebimento e provimento do presente recurso de apelação para anular a sentença, determinando a colheita da prova testemunhal.” (SEMPRE DEVERA’HAVER O PEDIDO DE RECEBIMENTO/CONHECIMENTO/ADMISSÃO DO RECURSO) Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 6 • JUÍZO DE MÉRITO • Examina-se o mérito recursal. Nesse item ocorrerá a análise das razões (fundamentação) do recurso. 1. Se positivo: “DÁ-SE PROVIMENTO” 2. Se negativo: “NEGA-SE PROVIMENTO” Exemplo: Diante de todo o exposto e preenchidos os pressupostos de admissibilidade exigidos pelo art. 105, III, “a” e “c”, requer a admissão do presente Recurso Especial e, após seu regular processamento, o provimento da pretensão recursal perante o Colendo Superior Tribunal de Justiça, para que seja o V. Acórdão reformado nos termos acima expostos.Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 7 O JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL: REQUISITOS INTRÍNSENCOS E EXTRÍNSECOS 1. INTRÍNSECOS: REFEREM-SE DIRETAMENTE À EXISTÊNCIA DO PODER DE RECORRER, QUAIS SEJAM: a) CABIMENTO: atos judiciais recorríveis. Nos termos do art. 203, 204, 1.021, CPC, são cabíveis recursos dos atos decisórios do juiz. b) LEGITIMAÇÃO: A legitimidade está prevista no art. 499, caput do CPC: A parte vencida, terceiro prejudicado e o MP. (ART. 499, NCPC) c) INTERESSE EM RECORRER: Segue a mesma metodologia do exame do interesse processual (condição da ação). Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 8 2) EXTRÍNSECO: RELATIVOS AO MODO DE EXERCÍCIO DO DIREITO DE RECORRER a) PREPARO E DESERÇÃO: Consiste o preparo no pagamento das despesas processuais correspondentes ao processamento do recurso interposto, que compreenderão, além das custas, os gastos com porte de remessa e retorno, se fizer necessário o deslocamentos dos autos (art. 1.007, CPC). b) TEMPESTIVIDADE: trata-se de prazo peremptório, ou seja, insuscetível de dilação convencional ou judicial. (Exceção: arts. 220/221 e art. 1004). Nos termos do § 5º do art. 1.003, o prazo para recorrer é de 15 dias, excetuando-se os embargos de declaração, cujo prazo é de 5 dias (art. 1.023). (Exceção: MP -180, FP – 183, DP – 186, litisconsortes com advogados distintos: prazo em dobro para recorrer e responder). A duplicidade de prazo não se aplica em autos eletrônicos (art. 229, § 2º) Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 9 • A falta de preparo gera a deserção, isto é, o trancamento do recurso (art. 1.007, caput, §§ 4º, 6º e 7º) . • Se o preparo for feito a menor não se levará imediatamente à deserção. O recorrente será intimado a completá-lo em 5 dias (art. 1.007, § 2º); • São dispensados de preparo: 1) embargos de declaração (art. 1.023); 2) todos os recursos interpostos pelo Ministério Público, União, Distrito Federal, Estados, Municípios e respectivas autarquias, 3) e aqueles que gozam de isenção legal, como os beneficiários da gratuidade da justiça (art. 1.007, § 1º); • Dispensa-se o recolhimento de porte de remessa e retorno em autos eletrônicos (art. 1.007, § 3º); Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 10 • INOVAÇÕES DO CPC QUANTO AO PREPARO DOS RECURSOS: Possibilidade de preparo após a interposição do recurso (art. 1.007, §4º): o recorrente será intimado para recolher em dobro do valor. Nessa espécie, não será possível a complementação do que trata o § 2º do art. 1.007, nos termos do § 5º do art. 1.007. Justo impedimento para o não recolhimento do preparo: ao recorrente é assegurado o direito de comprovar justo impedimento para o não recolhimento tempestivo do preparo. Caberá ao relator apreciar e decidir a alegação, e se procedente, relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, na qual fixará o prazo de cinco dias para a efetivação do preparo (art. 1.007, § 6º)Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 11 Equívoco no preenchimento da guia de custas: rejeitando a jurisprudência defensiva dos tribunais superiores, o NCPC desautoriza a aplicação da pena de deserção fundada em equívoco no preenchimento da guia de custas (art. 1.007, § 7º). Caso isso ocorra, caberá ao relator intimar o recorrente para corrigir o vício no prazo de 5 dias. Com isso abrandou-se a rigorosa jurisprudência do STJ. c) MOTIVAÇÃO E FORMA: é necessária a motivação, constituindo como pressuposto do recurso, isto é, o recorrente deverá explicar os motivos da impugnação da decisão que se ataca. Ademais, deverá ser utilizada a forma escrita e assinada (capacidade postulatória)Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 12 d) INEXISTÊNCIA DE FATOS IMPEDITIVOS OU EXTINTIVOS DO PODER DE RECORRER • TRATA-SE DE REQUISITO NEGATIVO DE ADMISSIBILIDADE. CASO UM DELES ESTIVER PRESENTE, O RECURSO SERÁ INADMISSÍVEL. TAIS REQUISITOS DECORREM DE ATOS PRATICADOS PELAS PARTES, SENDO ELAS: 1. Fatos impeditivos: a desistência da ação, o reconhecimento jurídico do pedido, a renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação, transação, a renúncia ao recurso e a aquiescência. 2. Fato extintivo: desistência do recurso, já em andamento. Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 13 HIPÓTESES DE CABIMENTO • O RECURSO DE APELAÇÃO CABE DAS SENTENÇAS TERMINATIVAS E DEFINITIVAS, NOS TERMOS DO ART. 1.009, NCPC. • SENTENÇAS: SÃO O ATO DO JUIZ QUE PÕE FIM À FASE COGNITIVA, TRAZENDO EM SEU CONTEÚDO UMA DAS HIPÓTESES DOS ARTIGOS 485 OU 487, NCPC Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 14 Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 , põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art487 REGULARIDADE FORMAL: • DE ACORDO COM O ART. 1.010, NCPC, SÃO OS SEGUINTES DO REQUISITOS: 1. Os nomes e a qualificação das partes (SERVE PARA INDICAR QUEM É O APELANTE E QUEM É O APELADO) 2. A exposição do fato e do direito (RESUMO DA FASE COGNITIVA DO PROCEDIMENTO – em nosso caso específico, trata-se do problema trazido à discussão) 3. As razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade (SÃO AS RAZÕES DA APELAÇÃO E QUE FAZEM AS VEZES DE UMA VERDADEIRA CAUSA DE RECORRER (OU CAUSA DE PEDIR NA PETIÇÃO INICIAL), DEVENDO O APELANTE APRESENTAR OS MOTIVOS E OS FUNDAMENTOS LEGAIS QUE JUSTIFIQUEM O PEDIDO DE REFORMA OU NULIDADE DA SENTENÇA) 4. O pedido de nova decisão (TRATA-SE DO PEDIDO DO RECURSO, OU SEJA, A REFORMA OU ANULAÇÃO) Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 15 • EFEITOS DO RECURSO 1. DEVOLUTIVO • SUSPENSIVO • O EFEITO SUSPENSIVO INIBE QUE A SENTENÇA SURTA OS SEUS EFEITOS ATÉ QUE A APELAÇÃO SEJA JULGADA, SALVO NOS CASOS EXPRESSAMENTE TRAZIDOS PELA LEI (ART. 1.012, § 1º E INCISOS, NCPC). Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 16 Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: Art. 1.013, NCPC. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. • EFEITOS DO RECURSO Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo (REGRA GERAL) § 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: (EXCEÇÃO À REGRA) I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI - decreta a interdição. § 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 17 VAMOS TREINAR DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 18 • PROBLEMA PRÁTICO “Vistos, etc. Trata-se de ação de despejo por falta de pagamento de aluguéis e acessórios da locação, abrangendo o período de dezembro de 2018 a agosto de 2019, tendo sido atribuído à causa o valor correspondente a doze meses de aluguel, ou seja, R$ 3.600,00. O valor atribuído à causa, no entanto, remete a discussão aos Juizados Especiais criados e instalados pela Lei no 9.099/95, cuja aplicação às causas de valor inferior ao estipulado no art. 3o, inciso I, é obrigatória, razão pela qual é desses a competência exclusiva para processar e julgar a ação proposta. Como se trata de competência absoluta, pois determinada em razão da matéria, indefiro a petição inicial e julgo extinto o processo, nos termos do artigo 485, I, do Código de Processo Civil.” Sabe-se que a referida decisão foi proferida em uma das Varas Cíveis da Comarca da Capital. Questão: Como advogado do autor da ação, exercite o recurso cabível. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 19 • Gabarito oficial: • Deverá ser aforado recurso de apelação em duas peças distintas: a) petic ̧ão de interposição, dirigida ao juízo de primeira instância por onde foi processada a ação, na qual, além da menção ao preparo do recurso, deverá ser requerido o recebimento e o processamento do recurso, bem como o posterior encaminhamento dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo; nessa mesma peça, a teor do disposto no artigo 331 do Código de Processo Civil, deverá haver requerimento expresso visando à possível retratação judicial; DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 20 b) razões recursais propriamente ditas, nas quais o recorrente deverá abordar pelo menos três pontos: 1. o juizado especial não é obrigatório, e sim opcional (para a parte); 2. o rito da ação de despejo por falta de pagamento, com possibilidade de purgação da mora, não é compatível com o rito dos juizados especiais; 3. o valor do débito (existe pedido cumulado de cobrança) correspondente aos aluguéis e acessórios vencidos e os que vencerão até a data da sentença pode ultrapassar o limite do artigo 3o da Lei no 9.099/95, forçando o credor a abrir mão do excesso (art. 3o, § 3o, da referida Lei), o que é inconcebível. No final, o recorrente deverá manifestar sua pretensão pelo provimento do recurso, anulando-se a sentença, objetivando o regular processamento do feito perante o juízo a quo. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 21 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL, ESTADO DE SÃO PAULO Processo no _____________ NOME DO LOCADOR (qualificação), por seu advogado que esta subscreve, nos autos da AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO DE ALUGUÉIS E ACESSÓRIOS DA LOCAÇÃO que promove em face de NOME DO LOCATÁRIO (qualificação), vem perante Vossa Excelência, não se conformando, data venia, com a respeitável sentença de folhas _____, apresentar o recurso de APELAÇÃO, com fundamento nos artigos 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil, para ser encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, nos termos das inclusas razões. Para tanto, junta à presente o valor das custas referentes ao preparo, porte de remessa e de retorno, nos termos do artigo 1.007 do Código de Processo Civil. Requer, ainda, ultrapassada a fase do juízo de retratação prevista no artigo 331 do Código de Processo Civil, a citação, pelo correio, do apelado para responder ao recurso de apelação e, em seguida, o encaminhamento da apelação ao juízo ad quem. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 22 Termos em que, pede deferimento. Local e data. Advogado OAB/SP no ______________ DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 23 RAZÕES DE APELAÇÃO Apelante: Nome do Locador Apelado: Nome do Locatário Referente: Processo no ______, ação de despejo por falta de pagamento de aluguéis e acessórios da locação, que o apelante promove em face do apelado perante a __ Vara Cível da Comarca da Capital. Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Colenda Câmara DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 24 I – A EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO 1 – O apelante promoveu ação de despejo por falta de pagamento de aluguéis e acessórios da locação em face do apelado perante a __ Vara Cível da Comarca da Capital, referente ao período de dezembro de 1998 a agosto de 1999, no valor total de R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais), mais acréscimos legais. 2 – Ocorre, porém, que o digníssimo juízo a quo indeferiu a petição inicial com o seguinte fundamento: “Vistos, etc. Trata-se de ação de despejo por falta de pagamento de aluguéis e acessórios da locação, abrangendo o período de dezembro de 2018 a agosto de 2019, tendo sido atribuído à causa o valor correspondente a doze meses de aluguel, ou seja, R$ 3.600,00. O valor atribuído à causa, no entanto, remete a discussão aos Juizados Especiais criados e instalados pela Lei no 9.099/95, cuja aplicação às causas de valor inferior ao estipulado no art. 3o, inciso I, é obrigatória, razão pela qual é desses a competência exclusiva para processar e julgar a ação proposta. Como se trata de competência absoluta, pois determinada em razão da matéria, indefiro a petição inicial e julgo extinto o processo, nos termos do artigo 267, I, do Código de Processo Civil.” DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 25 3 – A respeitável sentença, ora recorrida, do digníssimo magistrado a quo, não pode prevalecer, pois houve violação às disposições contidas na Lei no 9.099, de 26-9-1995, conforme restará demonstrado a seguir. II – AS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA 4 – O procedimento da Lei no 9.099, de 26-9-1995 (Lei dos Juizados Especiais), é deescolha facultativa para o apelante, conforme entendimento juris- prudencial dominante, in verbis: “O ajuizamento da ação perante o Juizado Especial é uma opção do autor (STJ-4a Turma, RE 151.703-RJ, rel. Min. Ruy Rosado, j. 24-3-98, deram provimento, v.u., DJU 8-6-98, p. 124)” (NEGRÃO, Theotonio; GOUVÊA, José Roberto Ferreira. Código de processo civil e legislação processual em vigor. 35. ed. São Paulo: Saraiva, 2003, nota 1a ao art. 3o, da Lei no 9.099, de 26-9-1995. p. 1476). DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 26 6 – Por outro lado, o rito da ação de despejo por falta de pagamento é incompatível com o rito procedimental do Juizado Especial Cível, já que há a possibilidade do apelado purgar a mora, conforme prescreve o artigo 62, inciso II, da Lei no 8.245, de 18-10-1991. A jurisprudência também entende ser incompatível o rito da ação de despejo por falta de pagamento com o procedimento do Juizado Especial Cível. Nesse sentido: “citar jurisprudência” 7 – Por fim, o apelante pediu em sua exordial que as parcelas vincendas até a data da sentença fossem também incluídas, conforme permite o artigo 323 do Código de Processo Civil. Assim, o valor do débito final podera ́ ultrapassar o limite estabelecido no artigo 3o, § 3o, da Lei no 9.099/95, o que forçará o apelante a renunciar ao excesso apurado, o que se torna inconcebível. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 27 III – DO PEDIDO DE NOVA DECISÃO Diante do exposto, vem requerer a esse Egrégio Tribunal o provimento do presente recurso de apelação, reformando-se a respeitável sentença, ora guerreada, e determinando-se o regular processamento do feito perante o juízo a quo, por ser medida da mais lídima JUSTIÇA! Local e data. Advogado OAB/SP no ___________ DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 28 • PROBLEMA PRÁTICO • “46.ª Vara Cível – processo n° 000.111.222-3 Vistos, etc. Proposta ação de cobrança, por José Pedro contra João Paulo, com o objetivo de receber R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais), o réu, citado, apresentou tempestiva contestação, aduzindo, em preliminar de ilegitimidade passiva de parte, que ele nada devia, pois não era sua a assinatura no documento juntado pelo autor para fundamentar o pedido inicial. Em réplica, o autor sustentou que a assinatura é do réu e requereu prova pericial. Observo, realmente, que a assinatura aposta no referido documento é completamente diferente da assinatura do réu no instrumento de mandato de fls., razão pela qual entendo que a primeira é nitidamente falsa. Diante desse fato, desnecessária qualquer prova, acolho a preliminar arguida, extinguindo o processo, sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485, VI, do Código de Processo Civil. O Autor arcará com as custas do processo e com o pagamento de honorários sucumbenciais de 10% (dez por cento) do valor da causa. Publique-se e intime-se”. QUESTÃO: Como Advogado da parte vencida, interponha o recurso cabível. DPC III - Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 29
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