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FISIOLOGIA E 
ENDOCRINOLOGIA NA 
GESTAÇÃO
Enf ª Wilma Varjão
ASPECTOS GERAIS
A gravidez é uma situação que
impõe à mulher, ao casal e à família,
uma redefinição de papéis.
Muitos ajustes emocionais são
necessários para que esta experiência
seja vivenciada de forma saudável, o
que nem sempre é fácil de acontecer;
Modificações de caráter físico e
emocional;
Início súbito, e em algumas situações,
não esperado.
Evolução gradual ao longo da gestação.
ExperiÊncia única de amor, medo,
anseios e insegurança.
A ENDOCRINOLOGIA DA GESTAÇÃO
B-HCG ( Gonadotrofina Coriônica)
Primeiro hormônio desencadeado pela gestação / produzido
pelo tecido trofoblástico.
Transformação:corpo - lúteo gravídico;
Serve como estímulo para a produção continuada de
progesterona pelo corpo lúteo, para manter a gravidez;
Detectado antes mesmo do atraso menstrual / pico máximo
em torno da 12ª semana. máximo gravídico;
 Concede uma imunossupressão à mulher, para que
ela não rejeite o embrião (inibe a produção de
anticorpos pelos linfócitos);
 Tem atividade tireotrófica e também estimula a
produção de testosterona pelo testículo fetal
(estimula as células de Leydig a produzirem maior
quantidade de androgênios), importante para a
diferenciação sexual do feto do sexo masculino.
 Na urina:
◦ De 10-14 dias para se fazer a leitura;
◦ 1-3 dias de amenorréia;
◦ Falso-negativos: urinas de baixa densidade, na
primeira ou segunda semana de atraso menstrual.
 No sangue:
◦ 1-3 dias antes do atraso menstrual;
◦ Deve ser solicitado o exame quantitativo.
◦ É um hormônio denunciador da presença de
tecido trofoblástico → diagnóstico diferencial de
alguns quadros clínicos
 A ENDOCRINOLOGIA DA 
GESTAÇÃO 
◦ Fase Ovariana: 
 7 primeiras semanas de gestação → corpo lúteo 
gravídico produz esteróides sexuais.
◦ Fase Placentária
 Após 7 primeiras semanas → placenta assume a 
produção de esteróides.
OS ESTERÓIDES SEXUAIS E A 
GESTAÇÃO
Hormônios protéicos, derivados do 
colesterol.
ESTROGÊNIOS:
vascularização;
utilização dos nutrientes pelo 
organismo materno;
desenvolvimento uterino e 
mamário;
produção de prostaglandinas;
força contrátil do miocárdio.
PROGESTERONA - “Hormônio da 
Gravidez”:
Auxilia na implantação do ovo;
Mantém o endométrio;
Relaxamento da musculatura lisa;
Ação imunossupressora;
Desenvolvimento das mamas;
Ativa os centros respiratórios.
MODIFICAÇÕES DO 
ORGANISMO MATERNO
Modificações e adaptações do 
organismo materno gravídico
 ADAPTAÇÕES → para conseguir atender às 
necessidades decorrentes do ciclo gravídico-
puerperal; 
 Manter o bem estar e saúde da gestante/ 
parturiente / puérpera / concepto;
 Ajustar o organismo materno para atender 
as demandas fetais. 
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS
Carga funcional → possibilidade de
agravar quadros patológicos já
existentes.
Alterações → queixas e Intercorrências
durante a gestação;
Gravidez → alterações emocionais;
MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS
POSTURA E DEAMBULAÇÃO:
Aumento do volume uterino;
Modifica o centro de gravidade do corpo;
Surge a lordose lombar;
Ampliação da base de sustentação;
Projeção das espáduas;
Fadiga;
Dores cervicais e lombares; 
Relaxamento e hiperemia das articulações devido 
ação do estrógeno, da progesterona e da relaxina.
Marcha anserina
MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
São necessárias para suprir as necessidades
fetais durante seu crescimento e
amadurecimento;
Depósito de gordura:
Primeiro trimestre;
Acréscimo de 4 kg no peso.Total de 13 kg;
Aumenta a resistência à insulina
Do ponto de vista metabólico a gestação é
dividida em duas fases:
1.Anabólica materna e fetal que vai até a 27ª
semana: a mãe armazena gordura em seu tecido
adiposo e queima para seus gastos energéticos
parte das proteínas ingeridas.
2.Catabólica materna e anabólica fetal: fase
de crescimento fetal máximo e maior exigência
calórica por parte do feto. A mãe queima seus
depósitos gordurosos para usar como fonte
energética própria, entrando na fase catabólica. O
feto usa a glicose como fonte de energia e
permanece em anabolismo às custas da ação da
placenta.
METABOLISMO GLICÍDICO:
Aumenta a demanda de glicose-
CONCEPTO- parasitismo fetal
A placenta produz hormônios contra
insulares – hPL (Hormônio lactogênio
placentário humano);
Hiperinsulinismo pós- prandial pode está
presente; Estará ausente nas gestantes com
Diabetes Gestacional;
Tendência a hipoglicemia materna;
No final da gestação: Aumenta o consumo de
lipídios para preservar a glicose.
METABOLISMO LIPÍDICO:
◦ Lipólise – jejum prolongado
◦ Depende de hormônios: Adrenalina, Hormônio 
do crescimento, Glucagon, hPL.(AÇÕES 
LIPOLÍTICAS)
METABOLISMO PROTÉICO:
Encontra-se reduzido na gravidez;
Insulina facilita o transporte de
aminoácidos para o concepto;
Aumenta o valor absoluto de proteínas
totais, apesar da concentração diminuída
METABOLISMO HIDROELETOLÍTICO:
Embebição gravídica
 Aumento de 7,5 litros de água no organismo
 1,7 litros nos tecidos;
 O aparelho justaglomerular e o útero aumentam
a produção de renina, liberando angiotensina I _ II
_ aldosterona, aumentando a reabsorção de
sódio.
Aumenta a retenção hídrica para manter a
osmolaridade com o NaCl;
Sistema Circulatório
 Risco para morbi-mortalidade materna-
cardiopatias.
 Rendimento cardíaco – sobe cerca de 40%
 Sobe mais ainda durante as contrações e principalmente
durante a 2º período
 Freqüência cardíaca;
 Volume sanguíneo-
◦ Diminui a concentração de hematócrito e 
hemoglobina
◦ Aumenta o Volume plasmático e Volume 
glomerular
 Débito cardíaco – volume sistólico;
 Compressão da veia cava pelo útero;
Síndrome da Hipotensão de supina;
Síndrome da Hipotensão Ortostática:
compressão da VCI e veias pélvicas - dificulta
o retorno venoso proveniente das pernas e
pés.
Pós parto aumenta o rendimento cardíaco
cerca de 50 a 60 %
Pressão venosa:
aumenta nos MMII (3x)
hipotensão
lipotímia ortostática
edema de MMII
varicosidades
hemorróidas
SISTEMA SANGÜÍNEO:
Ocorre anemia ferropriva e
megaloblástica (ac. Fólico).
Aumenta o volume de hemácias,
leucócitos, fibrinogênio.
Reduz plaquetas
Eritema palmar
SISTEMA OSTEOARTICULAR
As articulações tornam-se hiperêmicas e
arroxeadas (ação hormonal);
A sínfise púbica começa a sofrer relaxamento na
primeira metade da gestação;
As modificações são mais proeminentes nas
articulações pélvicas.
Desconforto na região lombar;
Sistema Urinário
Dilatação dos ureteres e pelves renais - devido a 
dextrorrotação do útero grávido;
Risco para infecção urinária- estase urinária;
É fisiológica a proteinúria de até 300mg/ 24h;
Polaciúria→ O crescimento uterino comprime a 
bexiga, deslocando-a para cima e achatando-a
Sistema Respiratório
Alterações anatômicas:
Eritema e edema da mucosa das cordas vocais,
causando alteração na voz;
Obstrução nasal e maior sensibilidade a processos
broncopulmonares;
Elevação do diafragma, atingindo 4 cm no final e o
tipo respiratório é mais diafragmático do que
costal.
Alterações fisiológicas:
1. Volume corrente – aumenta 40 % na gravidez;
2. Volume de reserva expiratório, volume residual e
capacidade residual funcional – começam a diminuir
a partir da segunda metade da gravidez;
3. Capacidade inspiratória – aumenta a partir do 6º
ou 7º mês;
4. Capacidade vital – está aumentada;
5. Frequência respiratória – aumenta discretamente
de 14 para 18 mov/ min.
Alterações clínicas :
1. Dispnéia – 60 a 70% das gestantes apresentam.
Sistema digestivo
◦ Náusea
◦ Anorexia
◦ Malácia
◦ Pirose
◦ Gengivas edemaciadas, hiperemiadas e 
sangrantes
◦ Reduz secreção gástrica de ácidos
◦ Relaxamento da musculatura lisa e dos 
esfincteres gastroesofagiano
◦ Redução da peristalse
A posição supina aumenta o risco de
anestesia, devido à maior possibilidade de
regurgitação e aspiração;
O tempo de esvaziamento do estômago
aumenta cerca de 30 a 100 min;
Constipação- maior reabsorção de água.
Pele
Acúmulo de progesterona, estrogênioe melanina;
Estrias abdominais gravídicas;
Linha nigra/linea nigra;
Hirsutismo leve na face,braços, pernas e abdome
(1º trimestre);
Lanugem no courocabeludo- SINAL DE HALBAN;
Cloasmas;
Unhas quebradiças;
Eritema palmar e angioma aracniforme
Pode ocorrer alopécia após o parto, retornando
ao normal em torno de 6 a 15 m após o parto.
MODIFICAÇÕES LOCAIS
VULVA:
Apresenta hipertrofia
Aumenta a vascularização
Adquire cor vinhosa - Sinal de Jacquemier
Na região externa observa-se hiperpigmentação,
que se estende ao períneo, tornando a região
mais escurecida
VAGINA:
Aumenta a embebição gravídica;
Hipertrofia da musculatura lisa vaginal;
Aumenta a vascularização – cor arroxeada –
Sinal de Kluge
Percepção, ao toque, da pulsação da artéria
vaginal- Sinal de Ossiander
pH ácido – proteção
ÚTERO
Volume: pesa cerca de 60g ,tem capacidade de 6 a 7
ml e mede 7cm de altura ,fora da gravidez. Ao final
da gestação chega a pesar até 1000g, alcança 4 a 5
litros de capacidade e mede 30cm.
Posição:Anteversoflexão → Dextrorrotação;
Palpável a partir da 12ª semana;
Forma:
cresce de forma assimétrica – Sinal de Piskacek;
Piriforme→ globosa→cilíndrica
Sinal de Nobile Budin: preenchimento do fundo de
saco pelo colo uterino;
Consistência: amolecida – Sinal de Hegar;
Coloração: vinhosa
COLO UTERINO
Adquire consistência amolecida – Sinal de 
Goodel;
A posição:Posterior e centralizada;
Fica arroxeado
Canal é tamponado – Rolha de Shöeder 
→ hiperplasia glandular
Ao final, se anterioriza e se encurta como 
prenúncia do TP.
PERÍNEO
Os feixes musculares se adelgam, especialmente,
os levantadores do ânus
MAMAS
Hipersensibilidade;
Aumentam de volume, ficam túrgidas;
Vascularização aumentada: Rede de Haler;
Aréolas primárias e secundárias (sinal de 
Hunter);
Tubérculos de Montgomery
Colostro - 16ª semana
OBRIGADA!

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