Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo da Aula 01 – Didática, Fundamentos e Práticas Todo professor tem didática? Você já deve ter criticado um determinado professor chato dizendo que ele não tem “didática”, não é verdade? Mas, também já parou pra pensar que há outros colegas que, ao contrário de você, gostam desse professor chato? Para entendermos o real sentido que a Didática nos traz, devemos problematizar o conceito de Didática para compreendermos o que vem a ser Didática e, depois, chegarmos a uma conclusão se aquele professor tem ou não tem didática. Normalmente, os alunos, independente do nível de escolaridade, associam o conceito de Didática à capacidade do professor de transmitir um conhecimento com clareza, de modo que ele se faça entender, que o professor faça o aluno assimilar o conteúdo, ou seja, compreender a matéria. E é através deste sentido que faz com que as pessoas cheguem numa conclusão sobre aqueles professores que não alcançam o objetivo de fazer com que o aluno compreenda os assuntos referentes às disciplinas, que eles não possuem didática. Está certo que a Didática é a transmissão e assimilação do saber, porém não se resume a esse conceito apenas. Há muito mais a ser compreendido. A partir de um diálogo sobre o conceito de Didática com os alunos do curso de formação docente da Universidade Estácio de Sá, alguns responderam: • A Didática é um conjunto de técnicas e estratégias ou normas de ensino; é a teoria do ensino; • São os procedimentos do ensino adotados pelo professor. É a capacidade do professor de transmitir um assunto, fazer com que o aluno compreenda as explicações; • É o caminho que o professor traça para trabalhar o conteúdo, quando um professor domina um assunto e explica de forma fácil para que o aluno entenda e apresente bons resultados; REPORT THIS AD Ao analisar tais respostas dos alunos, podemos dizer que tratam-se de definições clássicas onde a responsabilidade pelo ensino recai, predominantemente, sobre o professor. Mas também precisamos analisar sobre a responsabilidade de aprendizagem do aluno. Vamos analisar a charge abaixo. Ao analisarmos a charge acima, podemos continuar com a teoria de que a responsabilidade pelo aprendizado do aluno é apenas o professor? Os alunos, por sua vez, será que também podem aprender com os próprios colegas de turma? Podemos dizer que o professor é o centro do processo ensino- aprendizagem e o aluno é aquele que tem a função de assimilar, de receber passivamente a informação; isto é, de reter o máximo de conteúdos em sua mente. Esse é um modelo linear em que o conhecimento é transmitido do professor para o aluno, hierarquicamente e como verdade absoluta, em via de mão única. É como se o professor fosse o único detentor do saber e o aluno é considerado “sem luz” até que ele aprenda o que o professor tem pra lhe ensinar. Podemos afirmar que a Didática vai muito além do que essa definição clássica mencionada acima. Pois, dependendo da ocasião, os alunos também possam aprender com os seus próprios colegas e não apenas com o professor em sala de aula. Lembremos daqueles nossos colegas monitores onde marcavam horário na biblioteca de nossas escolas pra explicar a matéria que estávamos com dificuldade. Segue algumas definições da Didática na perspectiva de alguns especialistas: • Didática: É um dos ramos de estudo da Pedagogia […] É uma disciplina que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e as condições do processo de ensino tendo em vista finalidades educacionais, que são sempre sociais […] a Didática se baseia numa concepção de homem e sociedade. (LIBANEO, 2013); • A Didática em Questão: Uma reflexão sistemática e busca de alternativas para os problemas da prática pedagógica. (CANDAU, 2004); • Didática Geral: É comum a associação da Didática com o como ensinar, ou seja, com métodos e técnicas, mas, ressalta sobre a importância da reflexão sobre os seus fundamentos, sobre as razões de seu emprego, pois, caso contrário, corre-se o risco de nos convertermos em escravos dos instrumentos. (PILETTI, 2010); Podemos ver que o conceito sobre a Didática é algo amplo, e os autores citados aprofundam em suas obras. Se ainda compreendemos que a Didática é o ato de transmitir algo a alguém, então, nossa concepção é linear e tradicional, pois, nesse caso, apenas o professor é o protagonista do processo de aprendizagem. https://overdosedeteorias.files.wordpress.com/2016/04/didatica_charge.jpg Além da apropriação crítica esperada no professor, bem como da autonomia nas ações pedagógicas, acrescentamos que a criatividade é uma característica fundamental ao professor para que ele crie, elabore sua prática com “mãos próprias” e não reproduza modelos pedagógicos de outras pessoas. A Didática é fazer e pensar a educação, é o trabalho docente, apresentar uma proposta de ensino, visando a objetivos educacionais; é pensar no que desejamos para os alunos e por que; é se envolver com a construção de um projeto de sociedade. REPORT THIS AD REPORT THIS AD Resumo da Aula 02 – Breve Retrospectiva Histórica da Didática Na Antiguidade, os pensadores Sócrates, Platão e Aristóteles foram considerados os primeiros educadores, representando algumas expressões filosóficas. Esses filósofos desenvolveram e difundiram concepções de educação do homem que ligam o desenvolvimento humano a finalidades colocadas em um modelo ideal de humanidade, de formação de caráter, de moral, de hábitos, do domínio das paixões, da justiça, do desenvolvimento religioso-intelectual, físico e artístico. Na Idade Média, a partir de influências da Igreja Católica, a educação enfatizou a formação do homem como ser incompleto em busca de perfeição. A Bíblia era o livro consagrado na pedagogia da escolástica, e os princípios fundamentais desse modelo de educação podem ser encontrados na obra de Santo Tomás de Aquino e na Ratio Studiorum dos jesuítas que foram os principais educadores de quase todo o período colonial. O estudo era privado, onde o mestre prescrevia o método de estudo, a matéria e o horário; as aulas eram ministradas de forma expositiva, os exames eram orais e o discípulo deveria memorizar, repetir o que decorou. Nessa época também, a educação era restrita à elite, aos filhos de brancos e colonos, padres, monges que enquanto estudavam, estavam isentos do trabalho; e enquanto os pobres trabalhavam, estavam excluídos da escola, cujo significado do termo se refere ao “lugar do ócio”. Na Idade Moderna, temos o Comenius (1592-1670) que foi considerado o Pai da Didática Magna. O cara criticou o dogmatismo da Igreja, a pedagogia da escolástica e afirmou que todos os jovens, independente do sexo, deveriam ter acesso à escola e propôs a reformulação do ensino e da cristandade. O Tratado Universal da Didática Magna se referia à arte de ensinar tudo a todos, sem se desvincular totalmente das ideias religiosas. Comeninus propõe que o aluno deveria ser instruído para os bons costumes visando o progresso da nação. Como podemos ver também, na ideia de Comeninus, o processo de ensino aprendizagem é controlado pelo professor, esperando-se que o aluno se comporte apresentando uma resposta ou uma conduta previamente determinada. Na Idade Contemporânea, temos o Herbert (1766-1841) que foi considerado o Pai da Pedagogia Tradicional. Podemos dizer que Herbert e Comenius são os principais representantes do modelo tradicional de ensino. Herbert nos ensina o método da transmissão-assimilação, tomando por base os estudos da Filosofia e da Psicologia. Com o foco no desenvolvimento moral e intelectual da criança, formulou um esquema de cinco passos a ser seguido pelo professor: 1. Preparação do aluno: que pode se dar com a recordação da lição anterior, o despertar do interesse, a proposição de linhas gerais dentro das quais se situa a matéria que vai ser apresentada; 2. Apresentação pelo professor do conteúdo a ser assimilado pelo aluno pela técnica daexposição (aulas expositivas); 3. Assimilação pelo aluno do novo conteúdo por meio da comparação do conhecimento novo com o conhecimento ao velho, partindo sempre do mais simples para o mais complexo; 4. Sistematizar o conhecimento visando à generalização; 5. Aplicação através de exercícios; No modelo tradicional de ensino, professor tende a repassar o conteúdo como verdade absoluta, não se abre espaço para o questionamento na sala de aula, e o professor é o detentor da verdade. A finalidade educacional é que o aluno se ajuste à sociedade, se desenvolvendo moral e intelectualmente. Predomina, então, a cultura do silêncio, a autoridade do mestre e a disciplina baseada no medo da punição. REPORT THIS AD Nos anos 1700 até 1900, inúmeros pensadores contribuíram para o sistema educacional brasileiro, podemos citar: Rousseau, Decroly, Kilpatrick, Pestalozzi, Maria Montessori, Claparède, Froebel, Dewey, Freinet, Piaget. Podemos destacar aqui o Froebel (1782-1852) que foi o criador do Jardim de Infância. Ele dizia que as crianças são como plantas, cujo desenvolvimento futuro é uma consequência do tratamento que recebem nos primeiros anos de vida. Esses pensadores ajudaram a acrescentar uma influência para o modelo escolanovista no Brasil, década de 1930, ressaltando um movimento que visa superar a Pedagia Tradicional. Os representantes foram Anísio Teixeira, Fernando Azevedo, Lourenço Filho, Cecília Meireles e outros. Esses caras foram os pioneiros da educação renovada. Com o avanço da tecnologia, podemos ressaltar também o Ensino à Distância. Nada mais é fixo, estático, tratando-se das multimídias, do hipertexto (conjunto de textos, imagens, sons, etc.) como se fosse um caleidoscópio, conforme explica Pierre Levy (1994). O discurso ideológico para que as pessoas continuem acreditando que sua posição social se deve à falta de escolarização, falta de capacidade, habilidade, aptidão, e não às injustiças intrínsecas à própria sociedade capitalista, deveria fazer parte das discussões sobre a EAD. Resumo da Aula 03 – Correntes Pedagógicas Liberais Antes, seria bom analisarmos o porquê deste termo: liberal. O termo liberal veio para justificar a nossa sociedade capitalista que é caracterizada pelo individualismo, pelo imediatismo, competitividade e o consumo. E é sob essas bases que as tendências pedagógicas em questão se alicerçam. (Dermeval Saviani, 2008) Para facilitarmos a aprendizagem sobre as tendências pedagógicas, optamos por sistematizá-las, apontando suas características, discutindo sobre os reflexos no espaço de sala de aula, lembrando que são apenas referências da prática e nunca uma solução definitiva sobre como ser professor. No modelo tradicional, Comenius (Pai da Didática Magna) e Herbart (Pai da Pedagogia Tradicional) são os representantes principais e, nesse lance de modelo, o professor é o centro do processo de aprendizagem; ele detém o poder do conhecimento e o aluno é considerado um sujeito “sem luz”. O conhecimento é transmitido vertical e hierarquicamente do professor para o aluno que recebe, passivamente, uma massa de informações para arquivar em sua mente. Na Pedagogia Tradicional, o ensino é compreendido como um repasse de ideias do professor para a cabeça do aluno, os alunos devem compreender o que o professor transmite, mas apenas com a finalidade de reproduzir a matéria transmitida. A aprendizagem torna-se mecânica, automática, sem mobilizar a atividade mental, a reflexão e o pensamento independente e criativo dos alunos. O aluno não podia questionar o seu professor e acabava que não exercendo uma cidadania crítica. Em seguida, temos a Escola Nova que também pode ser denominada de ativa, progressiva (ou progressivista) e renovada. É neste lance que o professor passará a estreitar os vínculos com o aluno, se relacionando de forma mais amigável, centralizando o ensino do educando, permitindo, ao mesmo, mais espontaneidade e o comportamento do aluno torna-se mais ativo. O aluno pode participar de aulas práticas em laboratórios, experimentação, soluções de problemas, aulas passeio, na horta, entre outros. Um modelo para se trabalhar disciplinas de ciências naturais, fazendo experimentos. REPORT THIS AD Temos também a Pedagogia Liberal Tecnicista que é um ensino que surgiu nos EUA durante o século XX, chegando ao Brasil entre as décadas de 60 e 70. O Tecnicismo acredita que a consciência do homem é formada pelas relações acidentais estabelecidas com o meio e devem ser controladas cientificamente através da Educação. Tal ensino é inspirado na Teoria Behaviorista, comportamental de Skinner, e essa abordagem acabou sendo imposta às escolas pelos organismos oficiais por ser compatível com a orientação econômica, política e ideológica do regime militar vigente. A instituição passa a enfatizar a importância de uma definição precisa do que o aluno deverá aprender e a importância de estruturar cuidadosamente os materiais a serem utilizados (apostila) para o aluno aprender exatamente o que se quer que ele aprenda. Resumo da Aula 04 – Correntes Pedagógicas Progressistas Existe dois tipos de professor: o pesquisador e o reprodutor. O professor pesquisador é autor do que faz, não replicando conhecimentos ou reproduzindo modelos pedagógicos, de modo que, ao adotar uma prática mais tradicional, ele terá consciência sobre o que está fazendo, conseguirá se responder sobre o sentido de sua prática e, em caso de ser questionado, argumentará com fundamento. Já o professor reprodutor, se for perguntado sobre sua prática, sobre o porquê de trabalhar um determinado assunto, responderá que o motivo é porque está no livro, no programa, na emenda, no planejamento determinado pela escola. Entendeu a lógica? Ele apenas reproduz o que lhe foi passado. Vamos então analisar três tendências progressistas: Libertadora (Década de 1960), Libertária (Década de 1980) e Crítico Social dos Conteúdos. Libertadora (Década de 1960): Paulo Freire (1921-1997) é o cara nesta tendência. Considerado um dos maiores educadores brasileiros do século XX, a educação, para ele, deve ser um instrumento de libertação do estado de opressão. Freire defende uma prática educativa transformadora, fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando. O aluno vai se transformando em um real sujeito da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente, sujeito do processo. É neste lance que o professor deve incentivar a curiosidade, a liberdade de expressão, a criatividade, o viver e aprender com o diferente. Libertária (Década de 1980): Esta tendência não se afasta muito da Libertadora, mas há um sentido expressamente político à medida que se afirma o indivíduo como produto do social e que o desenvolvimento individual somente se realiza no coletivo. A ideia básica da Pedagogia Libertária é introduzir modificações institucionais, a partir dos níveis subalternos que, em seguida, vão contaminando todo o sistema. O Ensino à Distância (EAD) pode ser considerado um exemplo de prática libertária, pois o aluno é gestor do seu próprio conhecimento, escolhendo o seu próprio caminho. Crítico Social dos Conteúdos: Esta tendência levanta uma ideia de difundir os conteúdos escolares concretos, porém, indissociáveis da realidade social do aluno. O conteúdo teórico deverá ser vinculado à prática, para que o aluno veja sentido no que está aprendendo, podendo lhe ser útil em sua prática imediata/social, útil em sua vida; e a partir daí, introduzir a possibilidade de uma reavaliação crítica frente aos conteúdos sistematizados e aprendidos. Resumo da Aula 05 – Planejamento no Campo da Educação REPORT THIS AD REPORT THIS AD Todo planejamento envolve definir metas; incluir parâmetros e refletir princípios educacionais que sejam capazes de orientar o processo de formação humana, ter relação com a sociedade e com que projetode homem se pretende formar. Planejar é estudar e assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema. No campo educacional, temos os seguintes níveis de planejamento: educacional, curricular e do ensino. Planejamento Educacional: “Consiste na tomada de decisões sobre a educação no conjunto do desenvolvimento geral do país. A elaboração desse tipo de planejamento requer a proposição de objetivos a longo prazo que definam uma política da educação.” (PILETTI, 2004, p. 62) Planejamento Curricular: Refere-se aos planos desenvolvidos por instituições educacionais que deverão tomar como base os órgãos governamentais para elaborar e executar suas propostas pedagógicas, implicando na definição de conteúdos, carga horária, tipos de atividades, e obedece as orientações das Diretrizes curriculares. Embora o currículo seja mais ou menos determinado, cabe à escola interpretar e operacionalizar estes currículos. Planejamento de Ensino: “É a especificação do planejamento curricular. Consiste em traduzir em termos mais concretos e operacionais o que o professor fará em sala de aula para conduzir os alunos a alcançar os objetivos propostos.” (PILETTI, 2004, p. 62). Pode ser também aquele planejamento desenvolvido por educadores/professores no âmbito de suas atividades. Portanto, o planejamento busca um rumo, é uma ação intencional com sentido explícito, com compromisso, porém, deve ser definido e (re) definido coletivamente. Conforme as palavras de Freitas (1991, p. 23) “tem que nascer no próprio chão da escola“. Na prática, significa abrir um espaço permanente de diálogo entre os profissionais da educação, os sujeitos da comunidade escolar, visando à contextualização do ensino, a não dicotomia entre escola e sociedade, não trabalhando, exclusivamente, os conteúdos estabelecidos no currículo obrigatório determinado pelos órgãos superiores governamentais e consequentemente pela escola. Trata-se de criar um contexto democrático de decisão sobre os conteúdos de ensino, configurando uma ideia mais ampla e real de escolarização. Em seguida temos o Planejamento Participativo que se propõe a romper a lógica hierarquizada e verticalizada de gestão, não implicando em reunir todo mundo para planejar tudo, o tempo todo. Mas de organizar as formas de participação e instâncias de tomadas de decisões. O planejamento participativo assume que a efetividade de um processo está na capacidade de entender que o poder emana da responsabilidade de cada um e não da posição hierárquica que ocupa na organização. Todos tem um nível de responsabilidade, que se transforma em corresponsabilidade na tomada e execução das decisões. Seu desafio é estimular a participação construtiva de todos os sujeitos da comunidade escolar e para isso precisa ser incentivadora, dinamizadora e facilitadora do processo de construção coletiva para que as metas definidas sejam alcançadas. Resumo da Aula 06 – Planejamento Didático e os Objetivos Educacionais Os professores creem que o planejamento é baseado no autoritarismo, na ação tecnicista, onde os professores são detentores de poder e almejam controlar os processos pedagógicos segundo os interesses do mercado, do sistema vigente, garantindo assim a reprodução, a manutenção do status quo. Já outros consideram que as práticas educacionais estão acima da definição de objetivos. Elas acontecem e promovem aprendizagens independentemente das “vontades explícitas” dos sujeitos envolvidos e, assim, não há sentido em se gastar tempo com isto. REPORT THIS AD REPORT THIS AD A postura autoritária está de acordo com os modelos liberais de ensino tradicional ou tecnicista, em que o aluno não tem o direito de questionar o que está posto, ou a construir uma nova ordem social, tendo que se enquadrar no sistema vigente e adaptar-se a este. O aluno estaria sendo formado para aceitar os fatos como inexoráveis, garantindo assim a reprodução da estrutura social vigente. É necessário desenvolver uma certa sensibilidade para compreender o que está por trás dos fatos e desenvolver uma visão crítica sobre o sentido da educação. Sendo assim, o desafio imposto à docência está em irmos além da formação técnica; em ultrapassarmos o modelo reprodutivista. Mas, para aproximarmos deste objetivo educacional, não devemos superdimensionar os objetivos menores, específicos, comportamentais, imediatistas, com finalidades meramente utilitaristas. Um professor que respalda a prática na pedagogia progressista admitirá que outros projetos surjam no caminho, rompendo com a fragmentação e isolamento do conhecimento, sendo o conteúdo tratado de forma contextualizada. O professor deve ter a consciência sobre o que pretende para os alunos, por que pretende, que tipo de formação deseja para os alunos e que tipo de sociedade deseja ajudar a construir, o que se refletirá em seu fazer docente. Quanto mais o professor tiver consciência sobre o seu papel diante da sociedade, mais capaz ele será de fazer correspondência entre os conteúdos que ensina e sua relevância social, frente às exigências de transformação da sociedade presente e diante das tarefas que cabe ao aluno desempenhar no âmbito social, profissional, político e cultural. Os objetivos gerais são mais amplos, alcançados em médio e longo prazo; consiste na contribuição do professor pela formação do sujeito. Já os objetivos específicos são mais precisos e alcançados em curto prazo. Tais objetivos ressaltam que o professor dá conta dos objetivos específicos e, ao término do período letivo, alcança o objetivo geral. Por um outro lado, um professor progressista poderá perseguir na aula os objetivos específicos, mas não perderá de vista o “salto na qualidade”, ou seja, levará seus alunos à reflexão sobre o sentido de aprender tal conteúdo. Já o professor tradicional (ou tecnicista) ficará preso ao objetivo específico, cometendo exageros e não contribuindo para uma formação mais crítica, ampla e consciente. Quanto aos domínios: Cognitivo/Intelectual: Quando o aluno apresenta o domínio da matéria, quando está em dia com os conteúdos de ensino. (PIETTI, 2004, p. 32). Afetivo/Humorístico: Diz respeito aos sentimentos e emoções. Aprender a apreciar o belo através das obras de artes é uma aprendizagem afetiva. Psicomotor: É a aprendizagem de hábitos que incluem desde habilidades motoras, como aprender a andar e a dirigir um automóvel, por exemplo, até habilidades verbais e gráficas, ou seja, aprender a falar e a escrever (PILETTI, 2004). Resumo da Aula 07 – Planejamento Didático e os Conteúdos Escolares Você já questionou sobre os conteúdos escolares e a forma como este é aplicado em sala de aula? Então? A quem compete a seleção e organização dos conteúdos escolares? E como devem ser tratados os conteúdos no espaço de sala de aula, virtual ou presencial? Afinal, qual o propósito de tais conteúdos? REPORT THIS AD REPORT THIS AD Os conteúdos escolares tratam-se do conhecimento científico que ensina aos alunos para que desenvolvam as capacidades que lhe permitam produzir e usufruir dos bens culturais, sociais e econômicos. Os conteúdos não devem ter características de terminalidade, mas sim como ponto de partida para novos conhecimentos. Por um outro lado, o professor do modelo tradicional trabalha com o conteúdo estudado no sentido de terminalização, ou seja, como se o assunto não tivesse nenhuma relação com o assunto anterior. O fato é que o professor precisa ser um pesquisador. Não há como desenvolver uma visão crítica sobre o objeto de estudos em questão sem o aprofundamento do conhecimento. E quando o professor dialoga com seus alunos sobre os conteúdos de ensino, eis uma forma de estabelecer relações entre a escola e a sociedade. O professor não deve fragmentar o saber, e sim contextualizá-lo. O saber deve partir da realidade, do saber do aluno, do óbvio, do senso comum. É preciso de segurança, fundamentação e um poucode ousadia para trabalhar de forma contextualizada, articulada à prática e à sociedade, pois do contrário, o professor ficará mesmo submetido às imposições externas, ou seja, às determinações da escola e dos órgãos governamentais, ou ainda, aprisionado ao livro didático adotado pela escola. O papel do professor progressista é de apresentar os conteúdos e as atividades de aprendizagem de forma que os alunos compreendam o porquê do que aprender. Os alunos devem compreender o sentido do conhecimento e, assim, desenvolver expectativas positivas em relação à aprendizagem, e assim, sintam-se motivados para o trabalho escolar. Os conteúdos de ensino, na visão de Nilda Alves, é a seleção daqueles conhecimentos adquiridos no nosso mundo e aplicados na escola. Isto nos leva a reconhecer que outros conhecimentos foram proibidos de entrarem na escola. Em geral, a escolha para o que podia entrar na escola como conhecimento a ser aprendido era feita buscando o que era conveniente ou não aos que iam aprender. Escolha essa que privilegiava aspectos morais que levassem à manutenção da autoridade nas mãos de quem sempre a teve, servindo para formar pessoas subordinadas a ordens sociais prescritas. Resumo da Aula 08 – Planejamento Didático e os Procedimentos do Ensino Faz-se necessária a contextualização do processo de aprendizagem, sobretudo, quando respaldamos a prática em perspectivas progressistas da educação. A partir das diversas literaturas especializadas sobre o assunto em pauta, cabe ao professor, fazer a apropriação crítica, a sua leitura própria, (re)significando os modelos de ensino apresentados por estudiosos e praticantes da educação. O Planejamento de Ensino e a Avaliação Escolar são meios para alcançar objetivos gerais e específicos do ensino, ou seja, ao “como” do processo de ensino, englobando as ações a serem realizadas pelo professor e pelos alunos para atingir objetivos e conteúdos. Outras definições: Estratégia: É uma palavra emprestada da terminologia militar. Trata-se de uma descrição dos meios disponíveis pelo professor para atingir os objetivos específicos. Método: O significado etimológico da palavra método é: caminho a seguir para alcançar um fim; um roteiro geral para a atividade. O método indica as grandes linhas de ação. REPORT THIS AD REPORT THIS AD Técnica: É a operacionalização do método. Se um professor quer utilizar um método ativo para atingir seus objetivos, poderá operacionalizar esse método através da utilização das diferentes técnicas de dinâmica de grupo. Procedimento: Maneira de efetuar alguma coisa. Consiste em descrever as atividades desenvolvidas pelo professor e as atividades desenvolvidas pelos alunos. Um dos desafios dos professores seria criar um ambiente onde os alunos se sintam insatisfeitos com as limitações de suas representações, com suas realidades sociais. Realidades essas que estão postas, determinadas e abertas às explicações científicas para poder transformar suas realidades sociais, ficando evidente a relevância da conscientização acerca dos fatos, pois, do contrário, não se intervém, não se sai da zona de conforto. Método da Contradição: Segundo Alonso Rays, o professor deve proporcionar ao educando um modo significativo de assimilação crítica da ciência, representada na escola pela matéria de ensino e o confronto desta com as necessidades sócio-culturais dos diferentes grupos sociais que frequentam a mesma coisa. Ou seja, alunos e professor fazem da sala de aula um espaço de trabalho, de pesquisa, de busca de novas respostas, novas possibilidades a partir da constatação de fatos. Método da Aula Prática/Aula-Passeio: Adotar aulas-passeio como estratégia é louvável, mas, se desejamos contribuir para a formação crítica e emancipada das novas gerações, não podemos parar por aí. Cabe ao professor retornar para a sala de aula e atribuir um sentido mais amplo sobre a atividade realizada, além de uma simples demonstração, frustrando os alunos em não permitir a experimentação, ou seja, o aprender fazendo. Método do Aprender Fazendo: “Agir com uma meta é agir inteligentemente. Aprender fazendo.” (J. Dewey, 1859-1952) Trata-se de um método ativo que valoriza a experiência concreta do aluno, que observa, manipula materiais, objetos, experimenta, pesquisa. É o método da descoberta, pois o aluno fica em contato direto com o meio natural, tendo como objetivo o desenvolvimento espontâneo e intelectual. Método da Interdisciplinaridade: “O ensino interdisciplinar nasce da proposição de novos objetivos, de novos métodos, de uma nova pedagogia, cuja tônica primeira é a supressão do monólogo e a instauração de uma prática dialógica. Para tanto, faz-se necessário a eliminação das barreiras entre as pessoas que pretendem desenvolvê-las….” (JAPIASSU, in: Fazenda, 1991, p. 35). Aula Expositiva: Trata-se de um modelo tradicional de ensino, entretanto, a nossa prática indica que podemos (re)ssignificar a aula expositiva e torná-la, além de expositiva, interativa, ao dialogarmos com os alunos sobre o objeto de estudos em questão, “quebrando” a rotina de uma prática mais conservadora quando apenas o professor é o centro do processo de aprendizagem. Estudo Dirigido: É uma estratégia que, quando bem utilizada, pode oferecer bons frutos. O professor propõe algumas temáticas de estudo e orienta literaturas, pesquisas, incentivando a autonomia do educando. Jogos: São uma estratégia ou técnica que torna a aula mais lúdica. O professor pode criar jogos tais como cruzadas, jogo da memória, trilha, competições entre os alunos. Dramatizações: Através do teatro. REPORT THIS AD REPORT THIS AD Estudo de Caso: O professor pode propor uma situação-problema para que os alunos resolvam e proponham soluções. É importante ressaltar que as soluções não sejam aleatórias, espontaneístas, e sim fundamentadas, evitando-se assim que os alunos “atirem” para todos os lados sem saber onde chegar. Método de Projetos: Permitir que os alunos escolham as temáticas de estudo relacionados à disciplina, cabendo ao professor fazer um trabalho de orientação sobre o que pesquisar, como pesquisar, para que pesquisar, além da orientação acerca da produção de texto, em que o aluno apresentaria os resultados de sua pesquisa. Denominação de método: • Analógico: É aquele que faz a integração dos outros dois; • Dedutivo: É aquele que vai do geral para o particular; • Indutivo: É aquele que vai do particular para o geral; O professor poderá explorar inúmeros recursos como recursos materiais, mapas conceituais, aulas teletransmitidas, fóruns, CHAT, tecnologia móvel (tablets, celulares), entre outros. Kensky (1998) ressalta que as velozes transformações tecnológicas da atualidade impõem novos ritmos e dimensões à tarefa de ensinar e aprender. É preciso que se esteja em permanente estado de aprendizagem e de adaptação ao novo. Resumo da Aula 09 – Planejamento Didático e a Avaliação Escolar Falar de avaliação escolar é bem complexo, pois trata-se de uma ação pedagógica realizada por uma pessoa, o que faz dessa prática poder se submeter ao risco da subjetividade, do olhar tendencioso, impreciso e desatendo do professor, principalmente quando trabalha em diversas turmas e com um número elevado de alunos. Por mais que o professor seja bem formado na ética, ele é um ser humano e pode cometer erros/injustiças nas avaliações. Para Haydt (2006), o termo avaliar tem sido constantemente associado a expressões como fazer prova, fazer exame, atribuir nota, repetir ou passar de ano. Esta associação é resultado de uma concepção arcaica, mas tradicionalmente dominante. Porém, não se trata de um “jogo de palavras”. É preciso ver se, de fato, houve mudança no ato de avaliar o educando, pois mudar as estratégias, as ações pedagógicas que dependerão da concepção que o professor, assim como também da cultura da escola, se mais tradicional, mais conservadoraou construtivista e progressista. Segundo Vasco Moretto (2003), a avaliação não deverá ser um acerto de contas, e sim um momento privilegiado de estudos. Mas, infelizmente, nem todos os professores pensam assim. Normalmente, os alunos sentem medo de errar e da reprovação. Nas bibliotecas, a fila do xerox fica lotada nos dias de prova. Isso mostra que precisamos construir uma nova cultura de aprendizagem, do aprender a aprender. Segundo Kensky, ao assumirmos que o ato de avaliar-se faz presente em todos os momentos da vida humana, estamos admitindo que ele também está presente em todos os momentos vividos em sala de aula. O pensamento de Kensky é bastante progressista na medida em que reconhece a possibilidade de o professor também ser avaliado além do aluno, já que este pode tornar o processo de aprendizagem mais flexível, bem como estimular o trabalho coletivo e não o individualismo, o que é comum em práticas pedagógicas respaldadas no modelo tradicional de ensino. É preciso dar voz aos alunos, humanizar o discurso; abrir espaço para que eles se posicionem sem patrulhamento ideológico, resgatando o caráter polissêmico da escola. REPORT THIS AD REPORT THIS AD Infelizmente existem profissionais que acreditam estar acima do bem e do mal, num pedestal de hipocrisia e de autoritarismo. A crítica que precisa ser feita recai, na maioria das situações avaliativas, sobre os aspectos mais negativos do que positivos. Em vez de observar o processo de construção do aluno, alguns desses professores não se preocupam em discutir os critérios avaliativos com suas turmas no início do período, antes de cada prova, de partilhar isso com os responsáveis, num trabalho de negociação. A prática avaliativa, quando responsável, amorosa, formativa e dialética, resgata a autoestima dos alunos e os ajuda na sua trajetória pessoal e de aprendizagem. Quando não, criam alienados, oportunizam desigualdades, alimentam desesperança e exclusão. Na visão de Libaneo (2013), a avaliação exerce três funções: 1. Função Pedagógico-Didática: Refere-se ao papel da avaliação no cumprimento dos objetivos gerais e específicos da educação escolar. Favorece uma atitude mais responsável do aluno em relação ao estudo, assumindo-o como um dever social. 2. Função Diagnóstica: Permite identificar progressos e dificuldades dos alunos e a atuação do professor que, por sua vez, determinam modificações do processo de ensino para melhor cumprir as exigências dos objetivos. A avaliação ocorre no início, durante e no final do desenvolvimento das aulas. No início verificam-se as condições prévias dos alunos de modo a prepará-los para o estudo da matéria nova. Durante o processo das aulas, é feito o acompanhamento do progresso dos alunos e, ao mesmo tempo, fornece ao professor informações sobre como ele está conduzindo o seu trabalho. E, por fim, é necessário avaliar os resultados da aprendizagem no final de uma unidade didática, do bimestre ou do ano letivo. 3. Função de Controle: Refere-se aos meios e à frequência das verificações e de qualificação dos resultados escolares, possibilitando o diagnóstico das situações didáticas. Nesse caso, não se deve quantificar os resultados. O controle parcial e final se refere a verificações efetuadas durante o bimestre, no final do bimestre e no final do semestre ou ano, caso a escola exija o exame final. Resumo da Aula 10 – Trabalho Docente A ideia é despertar um olhar crítico sobre os fatos, deixando claro que entre teoria e prática sempre existirão lacunas, cabendo ao professor comparar dialeticamente essas duas lógicas e buscar a superação, a transformação, perseguindo novas respostas a partir do lugar que ocupa na sociedade. Educação Bancária: No centro do processo, é o professor que detém o saber e espera que o aluno assimile-o passivamente. A esse modelo, o autor denominou de educação bancária, enciclopedista, conteudista. Segundo Paulo Freire (1987), a educação torna-se um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante. A única imagem que tem são os educandos receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los […] no fundo, os grandes arquivados são os homens […] arquivados, porque, fora da busca, fora da práxis, os homens não podem ser. Nesta distorcida visão da educação, não há criatividade, não há transformação, não há saber. Só existe invenção, reinvenção, busca inquieta, impaciência, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros […]. O ‘saber’ é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber. E o educador que aliena a ignorância se mantém em posições fixas, invariáveis. Infelizmente, a relação aluno – professor é marcada pela hierarquia, pelo distanciamento e formalidade. O aluno não se sente representado no currículo escolar, pois não participa como sujeito protagonista do processo de aprendizagem. Como citado acima, o senhor Freire nos dizia que o modelo da educação bancária não possui criatividade, não há transformações e não há saber. Na condição da educação bancária, o aluno é o sujeito passivo e sua formação é meramente reprodutora, contribuindo apenas para garantir a manutenção da estrutura social vigente, o status quo. Com isso, Freire sinaliza para a cultura do silêncio e acrescenta que: 1. O educador é o que educa; os educandos são educados; 2. O educador é que sabe; os educandos, os que não sabem; 3. O educador é o que pensa; os educandos, os pensados; 4. O educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente; 5. O educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados; 6. O educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos, os que seguem a prescrição; 7. O educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam, na atuação do educador; 8. O educador escolhe o conteúdo programático; os educandos, jamais ouvidos nesta escolha, acomodam-se a ele; 9. O educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele; 10. O educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos; Se desejamos formar o aluno criticamente frente ao mundo, precisamos levantar questionamentos a respeito do objeto de estudos. Podemos dizer o mesmo a respeito em que o professor solicita aos alunos que plantem feijão no algodão para que eles estudem, conheçam as partes do vegetal; mas, se a aula parar por aí, apenas na demonstração, apesar da prática, não abriremos espaço para que os alunos manifestem suas inquietações frente à realidade vivida. Note que a educação pode funcionar como um instrumento de opressão ou libertação e transformação, e que isto não ocorre apenas na relação aluno – professor, mas que a partir da prática docente, é possível contribuir para transformar o sistema. É preciso também reforçar que não é suficiente uma aula prática para formar um aluno crítico, pois, o sentido da prática pode se perder caso o professor não tenha esses valores interiorizados dentro de si; De acordo com Vázquez, o homem comum só concebe a prática como prática- utilitária, isto é, aquilo que ele usa para satisfazer as necessidades imediatas da vida cotidiana, o que não é suficiente quando pensamos em construir um mundo mais justo, digno, democrático e melhor de se viver. Nessa perspectiva, a práxis, por sua vez, é “a atividade humana que produz objetos, sem que, por outro lado, essa atividade seja concebida com o caráter estritamente utilitário que se infere do prático na linguagem comum […] A práxis é a atividade humana transformadora da realidade natural e humana.” Como atividade humana, a prática pedagógica pode se constituir em atividade de prática, numa visão utilitarista, ativista e espontaneísta, ou sem uma práxis guiada por intenções conscientes. Neste lance temos a prática pedagógica repetitiva e a prática pedagógicareflexiva. Na repetitiva, a unidade teoria e prática é rompida, a fragmentação do conhecimento encontra espaço para efetivar-se, havendo dificuldades para a introdução do novo. Na sala de aula, o trabalho do professor é condicionado pelo regime escolar. O regime escolar é o documento administrativo e normativo de uma unidade escolar que, fundamentado na proposta pedagógica, estabelece a organização e o funcionamento da escola e regulamenta as relações entre os participantes do processo educativo. Cabe ao professor despertar no educando o senso de coletividade, o desejo de ir além do imediatismo, compreendendo a educação como instrumento de transformação de realidades sociais, e não apenas para mobilizar a motivação pessoal, o interesse pessoal, visando à aprovação no final do ano letivo. O projeto da escola deverá ser mais aberto, e não apenas responder aos interesses de uma sociedade capitalista, respaldada na lógica do mercado, e, portanto, individualista e competitiva.
Compartilhar