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5 MEMORIAL DESCRITIVO DO MÉTODO CONSTRUTIVO

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5 MEMORIAL DESCRITIVO DO MÉTODO CONSTRUTIVO
 Apresenta-se a seguir os métodos construtivos para a execução da infraestrutura, mesoestrutura e superestrutura da Ponte.
5.1 Execução das Estacas Escavadas de Grande Diâmetro com Camisa Metálica
 As fundações da Ponte são compostas de estacas escavadas com camisa metálica perdida. O processo de execução das fundações começa com a fabricação da camisa metálica, seu transporte para o local do apoio da ponte, seu içamento e posicionamento. Em seguida, crava-se a camisa metálica e procedese à escavação da estaca (por dentro da camisa metálica) com o uso de lama estabilzadora polimérica (que impede que a água penetre na escavação). Tendo a escavação atingida a cota de apoio da fundação, procede-se à colocação das armaduras em gaiolas pré-montadas no canteiro e já transportadas para o local da fundação. Colocadas as gaiolas, procede-se à concretagem submersa com o auxílio de tubo tremiê.
 5.2 Execução dos Blocos de coroamento das fundações
 A execução dos blocos inicia-se com a colocação do escoramento e a forma de fundo do bloco; procede-se então à montagem de sua armadura, colocação de chumbadores para fixação das gruas que serão utilizadas na execução dos pilares, fechamento e travamentos das formas laterais e, por fim, a concretagem do bloco. 
5.3 Execução dos Pilares com formas trepantes 
Os pilares com altura de até cerca de 20 m serão executados com formas trepantes. Desta forma, executa-se o pilar em trechos de 3 a 4 m por vez. As formas trepantes são painéis que são desmontados após a concretagem do trecho atual do pilar, e então levantados e montados no próximo superior do pilar a ser executado. Os painéis são deslocados com o auxílio da grua, que também é utilizada para içamento da armadura e concretagem do pilar. 
5.4 Execução dos Pilares com formas deslizantes
 Os pilares com alturas superiores a 20 m serão executados com formas deslizantes. As formas deslizantes não precisam ser desmontados, levantados e montados novamente; eles literalmente “deslizam” para cima, acompanhando a execução do pilar. 
5.5 Execução dos Mastros com formas auto-trepantes
 Os mastros de estaiamento da ponte serão executados com formas auto-trepantes. A diferença básica é principal é que a forma auto-trepante consegue subir seus painéis sozinhos, sem a necessidade da grua. Como o mastro tem grande altura (276 m) e grande variação da seção transversal, além de aumentar a segurança (face aos ventos mais fortes que ocorrem com a grandes alturas) e a eficiência, o uso da forma auto-tepante é a mais recomandada.
5.6 Execução da Superestrutura do Vãos de Aproximação 
A superestrutura dos vãos de aproximação compõe-se de uma seção em viga-caixão central unicelular de concreto armado e protendido, com lajes em balanço apoiadas em treliças laterais pré-moldadas de concreto ("mãos francesas"). Sobre estas se apoiam placas de pré-laje que funcionam como cimbramento para a concretagem da laje moldada "in loco". A viga-caixão é executada sobre escoramentos especiais móveis tipo MSS ("Movable Scaffolding System" ou Sistema de Cimbramento Móvel). Estes escoramentos especiais móveis são metálicos e auto-deslocáveis. Após a execução da viga-caixão central, procede-se à colocação das treliças laterais pré-moldadas (“mãos francesas”) e à colocação, sobre estas, das lajes pré-moldadas. A seguir, concreta-se uma capa de concreto sobre as lajes, dando continuidade e solidarização das peças.
 5.7 Execução da Superestrutura do Trecho Estaiado
 A superestrutura do trecho estaiado será executada com a tecnologia de balanços sucessivos, com aduelas de 6 m de comprimento, moldadas "in loco". Tendo a construção do mastro chegada à cota inferior do tabuleiro, executa-se a aduela de disparo. Em seguida, montam-se os dispositivos de avanço do tabuleiro, compostos de treliça metálicas que se apóiam nas aduelas já executadas. Estas treliças para execução dos balanços sucessivos são móveis, sendo que uma treliça será deslocada para o lado de Itaparica e a outra será deslocada para o lado de Salvador, sucessivamente, aduela por aduela, concluindo-se com as aduelas de fechamento. Importante observar que as aduelas devem ser executadas com um desbalanceamento de uma aduela apenas. Após a execução da aduela de disparo, deve-se continuar com a execução do mastro, pois trata-se de uma obra estaiada, na qual o tabuleiro é suportado pelo mastro através dos estais. Os estais estão posicionados a cada 12 m, ou seja, estão posicionados a cada 2 aduelas; assim o avanço do tabuleiro é caracterizado por um ciclo de operações (para construção de um par de aduelas) constituído por:
 Deslocamento da treliça e ajuste das formas;
 Colocação da armadura passiva; 
 Colocação das bainhas para os cabos de protensão;
 Içamento e posicionamento das transversinas metálicas intertravadas; 
 Concretagem das vigas da aduela "i";
 Endurecimento do concreto (processo de cura);
 Lançamento das pré-lajes;
 Concretagem "in loco" da laje; 
 Endurecimento do concreto (processo de cura);
 Novo avanço da treliça e ajuste das formas;
 Colocação da armadura passiva; 
 Colocação das bainhas para os cabos de protensão; 
 Içamento e posicionamento das transversinas metálicas intertravadas;
 Colocação e posicionamento dos tubos forma de estaiamento;
 Concretagem das vigas da aduela "i+1"; 
 Endurecimento do concreto (processo de cura);
 Lançamento das pré-lajes; Concretagem "in loco" da laje; 
 Endurecimento do concreto (processo de cura);
 Colocação e tensionamento dos cabos de estaiamento.
Ponte Pênsil de vão principal de 750 m
consiste de uma ponte principal pênsil de 1150 m de comprimento, com vão principal de 750 m e vãos laterais de 200 m. É uma solução indicada quando se tem topos rochosos nas regiões dos encontros (extremidades da ponte) onde se ancoram os cabos principais. Essa solução com a ancoragem direta no terreno de fundação é a que se constitue na solução mais econômica para este tipo de ponte. Quando o tabuleiro se posiciona numa altura razoável em relação ao terreno resistente, costuma-se adotar um maciço de concreto que é ancorado horizontalmente no subsolo. No nosso projeto nenhuma dessas duas soluções pode ser adotada, pois nas regiões das extremidades do trecho pensil, nos encontros, temos um gabarito de 124m, uma lâmina d’água de 35m e camada de areia em torno de 30m para se atingir a camada de argilito, o que implicaria que os encontros tivessem maciços de concreto de 190m de altura. Diante disso a solução que se impôe naturalmente é a da ponte suspensa “auto-ancorada”. 
A fase construtiva desse tipo de solução é extremamante complicada, pois até que o tabuleiro seja monolítico e se torne “auto-ancorado”, os esforços horizontais provenientes dos cabos principais (para cerca de 50% do peso próprio da superestrutura) deverão ser absorvidos pelas fundações dos pilares prinicpais, dos pilares de extremidades (encontros) e ainda contar com a dos pilares adjacentes, apoios extremos dos vãos de acesso de 200m. Isso implicaria na execução de escoras metálicas provisórias, unindo os blocos de fundação desses apoios e tirantes, que transfeririam os esforços horizontais do nível do tabuleiro nas extremidades do trecho pensil, para os blocos de fundação dos pilares adjacentes. Além disso teríamos que contar com “contra-pesos” de cerca de 10.000tf sobre os blocos de fundação desses pilares adjacentes, para as componentes verticais de “arrancamento”. 
Os vãos de aproximação têm 3.960 m de extensão do lado da Ilha de Itaparica e 7.120 m de extensão do lado da cidade de Salvador. Eles serão compostos de trechos de vãos de 120 m, próximos ao continente, e de vãos de 200 m, a partir de cerca de 20 m de profundidade de lâmina d’água. A seção transversal compreende um caixão central unicelular de concreto e treliças laterais pré-moldadas de concreto, sobre as quais se apoiam lajes pré-moldadas de concreto que servem de forma para a concretagem das lajes. O caixão central unicelular é executado com o sistema de avanços sucessivos. A passagemde grandes estruturas (navios especiais) dar-se-á pelo vão principal da ponte pênsil, que possui gabarito horizontal de 500 m e gabarito vertical de 124 m. A ponte pênsil consiste de mastros em concreto e tabuleiro metálico com vigas e lajes ortotrópicas. As fundações são compostas de estacas escavadas de grande diâmetro, de concreto armado, executadas com o auxílio de camisa metálica perdida e lama bentonítica ou polimérica.

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