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08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
 DISCIPLINA:
DIREITO CONTRATUAL PROFESSORA MICHELE PENHA
Aulas no formato de ensino à distância em razão da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2).
Campus Niterói
 08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
Campus Niterói - Professora Michele Penha
 Apresentação
A partir do dia 30 de março o conteúdo começou a ser apresentado também através do espaço virtual do aprendizagem à distancia - EAD Universo. O principal objetivo do nosso Estudo no Ambiente Virtual – EAD é dar continuidade ao conteúdo da disciplina na modalidade de ensino à distância devido a suspensão das aulas presenciais em razão das medidas de prevenção do Coronavírus. Nossa metodologia será a disponibilização de aulas no formato ao vivo/gravadas com a exposição dos assuntos através de tópicos com explicações, sala de aula invertida (flipped classroom), exercícios, estudo de casos, apostila e indicação de textos relacionados e de bibliografia de apoio.
Campus Niterói
 Campus Niterói - Professora Michele Penha
 ROTEIRO DO ESTUDO DIRIGIDO E AULA AO VIVO/GRAVAÇÃO
Campus Niterói
 Campus Niterói - Professora Michele Penha
 III– Continuação dos temas da Teoria Geral dos Contratos
3.3. Extinção do contrato, onerosidade excessiva e teoria da imprevisão.
Campus Niterói
 08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
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 Teoria da imprevisão - Coronavírus
“Ainda não é possível dimensionar o tamanho do impacto na economia brasileira e os setores que serão mais atingidos, contudo, é possível afirmar que as relações contratuais serão inevitavelmente atingidas, o que já começa a ocorrer.”
(Carlos Alberto Moura Leite) https://www.migalhas.com.br/depeso/322291/t
eoria-da-imprevisao-coronavirus
segunda-feira, 23 de março de 2020
Campus Niterói
 08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
Campus Niterói - Professora Michele Penha
 Nesse texto o autor comenta as consequências inevitáveis da pandemia do Coronavírus no Brasil e no mundo nas relações contratuais e como os contratos poderão ser atingidos (Ex.: contratos de locação, de prestação de serviços, etc.). Para ele “O cumprimento das obrigações contratuais na forma avençada será prejudicado em muitos casos. (...)Não há dúvida que a revisão contratual será imprescindível em muitos casos e, ainda que demande análise pormenorizada e individual, não se pode negar que se trata de situação excepcional.”
Campus Niterói
 08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
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 Pontos discutidos no texto:
• pacta sunt servanda x Código Civil (liberdade de contratar exercida em razão e nos limites da função social dos contratos (art. 421, Código Civil);
• princípio da intervenção mínima nos contratos x revisão contratual no caso de excepcionalidade. (artigo 421 foi acrescido do parágrafo único pela Lei da Liberdade Econômica (lei 13.874/19;
Campus Niterói
 08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
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 •possibilidade de revisão contratual de forma excepcional e limitada. (art. 421-A introduzido no Código Civil pela citada Lei da Liberdade Econômica,)
• situação de pandemia e as medidas tomadas pelo Poder Executivo e a possibilidade de considerar como eventos imprevisíveis que afastam a presunção.
•cláusula rebus sic stantibus: o contrato faz lei entre as partes enquanto as coisas permanecerem na forma estabelecida na época do contrato.
Campus Niterói
 08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
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 •cláusula rebus sic stantibus e a criação da teoria da imprevisão e o seu cabimento nos contratos, “desde que haja um fato imprevisto; ausência de estado moratório; dano em potencial (desequilíbrio contratual); e excessiva onerosidade de uma das partes e de extrema vantagem de outra.”
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 08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
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 • desequilíbrio contratual causado pelo coronavírus: O autor relembra que “muitas empresas firmaram contratos levando em conta um cenário econômico, contudo, esse cenário está mudando drasticamente e abalando sobremaneira as atividades empresariais o que está gerando uma situação de impossibilidade do cumprimento dos contratos nos moldes avençados. Não há dúvidas que a pandemia causada pelo coronavírus funciona como fator de desequilíbrio contratual.”
Campus Niterói
 08/04/2020
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 • fato imprevisível: “a pandemia do coronavírus pode ser considerada como fato imprevisível, em matéria de contratos, e dar ensejo a teoria da imprevisão para resolver o contrato (art. 478 CC) ou apenas operar a sua revisão com a modificação equitativa (art. 421, parágrafo único, art. 421-A e, art. 479, ambos do Código Civil).”
Campus Niterói
 08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
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 Em outro texto sobre o assunto temos:
“A depender da extensão e consequências da moléstia, ainda desconhecidas, a legislação civil prevê a possibilidade de resolução ou revisão de contratos civis e empresariais com base na chamada “teoria da imprevisão”, aplicável quando acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, tais como um surto de tamanha proporção, tornem a prestação de uma das partes do contrato excessivamente onerosa”
(https://www.migalhas.com.br/depeso/321078/corona virus-e-os-contratos-civis-e-empresariais-teoria-da- imprevisao)
Campus Niterói
 08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
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 Antes da concretização da situação atual, o autor nesse texto argumenta:
“Dentre milhares de situações hipotéticas, imagine-se, por exemplo, o fechamento preventivo de um shopping center localizado em área de risco, por determinação governamental ou mesmo decisão empresarial, com a finalidade de se evitar a contaminação dos frequentadores.”
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 08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
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 “Em tal circunstância, será possível revisar o valor do aluguel mensal de suas lojas, que serão privadas do fluxo de pessoas e da receita no período? Essa revisão é possível mesmo antes do decurso do prazo de 3 anos previsto na lei federal 8.245/91? Caso o empreendimento pertença a um fundo imobiliário, como essa revisão afetará os cotistas? São pequenos exemplos de prejuízos a empresas, prestadores de serviços, fornecedores, consumidores, empregados, investidores, etc.”
Campus Niterói
 08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
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 08/04/2020 Campus Niterói - Professora Michele Penha
 08/04/2020 Campus Niterói - Professora Michele Penha
 08/04/2020 Campus Niterói - Professora Michele Penha
 ANÁLISE DOS ARTIGOS
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o
valor real da prestação.
 Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis,
poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
 Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.
 Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la,
a fim de evitar a onerosidade excessiva.
 RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA
Ocorre diante de acontecimento superveniente e imprevisível que permite a revisão ou resolução do
contrato.
TEORIA DA IMPREVISÃO
A raiz histórica da teoria da imprevisãoestá na lei 48, do Código de Hamurabi:
 
 Lei 48 do Código de Hamurabi . Se alguém tiver um débito de empréstimo e uma tempestade prostrar os grãos ou a colheita for ruim ou os grãos não crescerem por falta d'água, naquele ano a pessoa não precisa dar ao seu credor dinheiro algum, ele devendo lavar sua tábua de
débito na água e não pagar aluguel naquele ano.
 Conceito: “A teoria da imprevisão é a doutrina que justifica a revisão ou a resolução do contrato, caso acontecimento superveniente e imprevisível desequilibre a base econômica do negócio, impondo a uma das partes obrigação excessivamente onerosa.” PABLO STOLZE
ATENÇÃO: A teoria da imprevisão só tem aplicação nos contratos de execução de médio ou longo prazo, pois os de execução imediata, não há o que se invocar a teoria da imprevisão.
 
 LESÃO X TEORIA DA IMPREVISÃO
Existe uma semelhança entre a teoria da imprevisão e a lesão?
Sim, em ambos existe desequilíbrio entre as prestações, porém, a lesão é um vício invalidante do negócio jurídico que nasce com o próprio contrato, contudo, a teoria da imprevisão pressupõe um contrato válido que se desiquilibra posteriormente por um fato superveniente e que não invalida o negócio jurídico, apenas permite sua revisão ou resolução.
 
 ATENÇÃO: A lesão, um dos vícios do negócio jurídico já estudado em negócios jurídicos, se caracteriza quando o negócio é celebrado de forma que uma das partes é vítima de abuso ou da sua necessidade ou da sua inexperiência assumindo obrigação excessivamente onerosa.
 INADIMPLEMENTO FORTUITO X TEORIA DA IMPREVISÃO
Existe ainda semelhanças entre o inadimplemento fortuito (caso fortuito ou força maior) da teoria da imprevisão, pois ambos possuem o fato estranho à vontade das partes, inevitável e imprevisível, contudo, a diferença reside no fato de que “na teoria da imprevisão ocorre apenas um desiquilíbrio econômico, que não impede a execução do contrato; e na força maior, verifica-se a impossibilidade absoluta de dar prosseguimento ao contrato.” MARIA SYLVIA DI PIETRO
 ELEMENTOS PARA APLICABILIDADE DA TEORIA DA IMPREVISÃO
Fundamentalmente, três são os elementos da Teoria da Imprevisão:
•Superveniência de acontecimento imprevisível; •Alteração da base econômica do negócio;
•Onerosidade excessiva experimentada por uma das partes
 
 ATENÇÃO: Para aplicação da teoria da imprevisão é necessário que uma das partes sofra uma onerosidade excessiva, porém não significa que obrigatoriamente a outra parte experimente uma vantagem exagerada.
 Vejamos o caso do apagão:
Um acontecimento tipicamente superveniente e imprevisível que obrigou as empresas a adquirirem geradores, fazendo com que houvesse um enorme incremento no custo de produção. A peça produzida por sete, passou para dezoito!!!! Esse acontecimento imprevisível, que impôs a empresa obrigação excessivamente onerosa, que foi a contratação de geradores, gerou algum enriquecimento exagerado? Nenhum. Ou seja, o fato de você mencionar que um acontecimento superveniente e imprevisível, desequilibrando as bases do contrato, não significa que, obrigatoriamente a outra parte tenha experimentado vantagem exagerada.
 O Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 6o, V, ao tratar desta teoria, para facilitar a defesa do consumidor, dispensou o requisito da imprevisibilidade, por isso, denomina-se apenas, Teoria da Onerosidade Excessiva.
 
 O Código Civil, mantendo o requisito da imprevisibilidade do acontecimento, regula a matéria nos arts. 317 e 478 e seguintes.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
 Visando aprimorar a interpretação o art. 478, o Enunciado 365 da IV Jornada sustenta que o requisito da extrema vantagem é meramente acidental, vejamos:
Enunciado 365 – Art. 478. A extrema vantagem do art. 478 deve ser interpretada como elemento acidental da alteração de circunstâncias, que comporta a incidência da resolução ou revisão do negócio por onerosidade excessiva, independentemente de sua demonstração plena.
 À luz do art. 478, a parte que sofreu onerosidade excessiva pode pedir a resolução, porém seria mais plausível requerer a revisão como no caso do pagamento da casa própria, vejamos o artigo seguinte:
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato.
Um artigo extremamente criticado, pois não é justo dar essa opção ao réu que, em geral, é a parte credora.
“À luz do princípio da função social do contrato, o juiz não está adstrito ou condicionado à vontade do réu, nos termos do art. 479, para efeito de revisar o contrato.” PABLO STOLZE
 Vejamos o Enunciado 367 do Conselho Federal da Justiça Federal
“Em observância ao princípio da conservação do contrato, nas ações que tenham por objeto a resolução do pacto por excessiva onerosidade, pode o juiz modificá-lo eqüitativamente, desde que ouvida a parte autora, respeitada sua vontade e observado o contraditório.”
 Rescisão - Significa invalidação do contrato em caso de lesão ou estado de perigo (ambos estudados no segundo período).
Lesão: Ocorre quando o agente, valendo-se da inexperiência ou da situação de necessidade do outro, celebra com ela negócio em que as vantagens são desproporcionais, ou seja, uma das partes se aproveita da outra, a fim de levar vantagem.
Estado de perigo: O agente age em estado de necessidade, perigo. Uma pessoa para ser salva de um naufrágio, paga uma quantia absurda.
 
 EXTINÇÃO DO CONTRATO
 A extinção ocorre em regra pela execução do contrato.
Porém, em alguns casos, o contrato se extingue sem o cumprimento de suas obrigações, vejamos o quadro a seguir do CARLOS ROBERTO GONÇALVES:
 Nulidade absoluta e relativa
 Causas anteriores ou contemporâneas
Cláusula resolutiva
 Direito de arrependimento
 Extinção do contrato sem cumprimento
 Inexecução voluntária
 Inexecução involuntária
 Causas supervenientes
Onerosidade excessiva
 Bilateral
 Resilição
 Unilateral
 Morte de um dos contratantes
 Rescisão
 AS CAUSAS ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEAS À FORMAÇÃO DO CONTRATO SÃO:
Defeitos – estudados no segundo período estes podem gerar a nulidade ou anulabilidade, vejamos:
Nulidade – Ocorre quando há ausência de elemento essencial do ato com a transgressão de um preceito de ordem pública que impede o contrato de produzir efeitos – ex tunc (retroage);
Anulabilidade – Ocorre da imperfeição da vontade, pode ser por incapacidade relativa ou por conter um vício do consentimento (erro, dolo, coação etc.) e tem efeitos ex nunc (não retroage).
 
 Cláusula resolutiva – é uma das formas de extinção do contrato, onde as partes estipulam no contrato o término pela inexecução por uma das partes.
Em outras palavras, durante o contrato, cada parte tem o direito de pleitear a resolução se o outro não tiver cumprido as obrigações pactuadas e esta vontade pode resultar de:
Convenção: quando houver cláusula resolutiva expressa;
Presunção legal: quando houver cláusula resolutiva tácita ou implícita.
 Dispõe o art. 475 do CC que o contratante pontual tem o direito de pleitear, diante do inadimplemento da outra parte:
Resolver o contrato ou;
Exigir o cumprimento mediante execução específica – art. 497 CPC.
ATENÇÃO: em qualquer das hipóteses a parte terá direito a indenização por perdas e danos!!!
 ATENÇÃO 2: A cláusula resolutiva que estiver expressa no contrato possui eficácia plena e a implícita depende de interpelação judicial – art. 474 CC. Isso não quer dizer que a expressa não necessite de pronunciamento judicial, ambas necessitam, contudo a expressa a sentença tem efeito declaratório e ex tunc, pois a resolução ocorre automaticamente no momento do inadimplemento da outra parte, na implícita a sentença tem efeito desconstitutivo.
 Direito ao arrependimento – Autoriza a outra parte rescindir o contrato mediantedeclaração unilateral, sujeitando-se à perda do sinal ou devolução em dobro, sem contudo pagar indenização suplementar, são as arras penitenciais.
O direito ao arrependimento deve ser exercido no prazo convencionado entre as partes, ou antes, da execução do contrato.
 CAUSAS SUPERVENIENTES À FORMAÇÃO DO CONTRATO
Contudo, o objeto do nosso estudo é a dissolução de um contrato válido, ou seja, com causas supervenientes à formação do contrato. Essa dissolução pode se dar de três maneiras diferentes, são elas:
Resolução
Rescisão
Resilição
Morte de um dos contratantes
 Resolução – Trata-se da dissolução do contrato por: Inadimplemento voluntário;
Inadimplemento involuntário ou;
Por onerosidade excessiva.
Segundo Orlando Gomes “é um remédio concedido à parte para romper o vínculo obrigacional mediante ação judicial.” (arts. 474 e 475 CC)”.
 
 RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA – Ocorre diante do comportamento culposo de um dos contratantes, prejudicando a outra parte e possui efeitos ex tunc, porém se o contrato for de trato sucessivo (locação de imóvel) não ocorrerá a restituição das prestações já cumpridas, gerando portanto, o efeito ex nunc.
Sempre que a obrigação do contrato foi descumprida utilizamos a nomenclatura resolver o contrato através da ação resolução de contrato.
 Não é obrigatório que em todo contrato haja uma cláusula prevendo a resolução em caso de descumprimento da obrigação, contudo, a vantagem de o contrato já conter uma cláusula assim, é que, em caso de descumprimento, o contrato é automaticamente resolvido. Não precisa o credor interpelar o devedor para comunicar a ele que o contrato se resolveu.
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.
 RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA – Ocorre diante de fato não imputável às partes, pode ser por ação de terceiro ou de acontecimentos inevitáveis – caso fortuito ou força maior, impossibilitando o cumprimento da obrigação.
Requisitos:
Objetiva – Não participação das partes;
Impossibilidade total;
Definitiva, pois no caso de impossibilidade temporária ocorrerá a suspensão, exceto no caso do cumprimento fora do tempo acarretar na falta de interesse das partes.
 ATENÇÃO: O inadimplente não fica responsável pelo pagamento de perdas e danos, salvo no caso de ter assumido expressamente esta responsabilidade. Gera efeito retroativo a diferença está no pagamento de perdas e danos.
 Resilição - Significa, simplesmente, o desfazimento do contrato por simples manifestação de vontade da parte e não tem relação com inadimplemento ou invalidade do contrato. Pode se dar por ambas as partes – bilateral (através do distrato) ou por uma das partes – unilateral (através da denúncia, revogação/renúncia ou resgate).
RESILIÇÃO BILATERAL - Distrato – “é a declaração de vontade das partes contratantes, no sentido oposto ao que havia gerado o vínculo ... também chamado de mútuo dissenso.” Caio Mário.
 
 Atenção: É necessário que os efeitos ainda não tenham sido exauridos, pois contrato cumprido não pode ser dissolvido.
Atenção 2: Seus efeitos são ex nunc.
Atenção3: Apesar do art. 472 mencionar que o distrato deve seguir a mesma forma do contrato, sua interpretação não se dá de forma literal, aplicando-se apenas nos contratos que possuem legalmente uma forma especial, nos demais, como por exemplo o contrato de locação, seu distrato pode ser escrito tendo sido o contrato verbal, pois a lei não exige forma especial para os contratos de locação.
 RESILIÇÃO UNILATERAL – DENÚNCIA, REVOGAÇÃO, RENÚNCIA E RESGATE
A extinção unilateral do contrato por mera manifestação de vontade admite-se somente com autorização legal expressa ou implícita (pela natureza do contrato) e SEMPRE com prévia comunicação à outra parte.
Vejamos o art. 473 do CC:
 Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
 Portanto, o ato pelo qual se opera a resilição unilateral é a denúncia.
Algumas modalidades contratuais permitem a resilição unilateral, possuindo assim, nomenclatura específica, são elas: REVOGAÇÃO, RENÚNCIA E RESGATE.
Vejamos cada uma delas:
 REVOGAÇÃO OU RENÚNCIA: Ocorrem nos contratos de mandato (arts. 682 a 687 CC) e de doação (arts. 555 a 564 do CC) que serão estudados posteriormente.
A principal diferença está em quem pratica, pois a revogação é o ato do sujeito ativo da relação obrigacional e a renúncia do sujeito passivo desta relação.
RESGATE – Utilizado nos contratos de compra e venda de bens imóveis, no exercício da retrovenda, dando direito ao retorno do bem ao vendedor, arts. 505 e 506 do CC. Veremos posteriormente.
 MORTE DE UM DOS CONTRATANTES – Só ocorrerá a extinção do contrato por causa superveniente (evento morte) no caso de contrato personalíssimo, aqueles que são pactuados em virtude da pessoa que irá executar (já estudado nos slides anteriores).
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Campus Niterói
Referências e material de apoio
Teoria da imprevisão – Coronavírus https://www.migalhas.com.br/depeso/322291/teoria-da-imprevisao-
coronavirus;
Coronavírus e os contratos civis e empresariais – Teoria da imprevisão?
https://www.migalhas.com.br/depeso/321078/coronavirus-e-os- contratos-civis-e-empresariais-teoria-da-imprevisao;
https://revistapegn.globo.com/Opiniao- Empreendedora/noticia/2020/03/coronavirus-teoria-da-imprevisao-serve- de-base-legal-para-renegociacao-de-contrato.html
https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/coronavirus-efeitos- juridicos-no-mercado-imobiliario-22032020
 08/04/2020
Campus Niterói - Professora Michele Penha
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 ATIVIDADES
1) O Código Civil prevê a aplicação da teoria da imprevisão ao prever, em seu art. 478, que a onerosidade excessiva permite a resolução do contrato, desde que presentes os seguintes requisitos, comente esses requisitos conforme a lei e com base nos enunciados e entendimentos doutrinários:
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 08/04/2020
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 2) Entre outros aspectos, é motivo capaz de ensejar revisão ou rescisão contratual, com base na teoria da imprevisão,
A) o dolo do contratante que obtém vantagem excessivamente onerosa.
B) a onerosidade do contrato de natureza continuada ou diferida.
C) a dificuldade financeira do devedor, proveniente de desempregado involuntário.
D) o fato de o contrato ser de execução instantânea. E) a previsibilidade de acontecimentos futuros.
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 08/04/2020
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 3) Tício, costureiro renomado, celebra, em dezembro de 1998, contrato de compra e venda para a aquisição de equipamento importado, de alta tecnologia, destinado à confecção. O valor avençado com o vendedor do equipamento foi de US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares americanos), parcelado em 5 (cinco) prestações de US$ 10.000,00 (dez mil dólares americanos) cada uma. A primeira, com vencimento 2 (dois) meses após a assinatura do contrato, e a última, a 10 (dez) meses desta. Diante da maxidesvalorização do real em face do dólar, ocorrida a partir de janeiro de 1999, Tício paga apenas a primeira parcela, ingressando em seguida com ação judicial pleiteando a revisão do contrato mediante a aplicação da teoria da imprevisão, para a alteração das cláusulas de modo a converter as parcelas para moeda nacional, com observância do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC.
Seguindo a orientação consolidada no Superior Tribunal de Justiça, quanto à pretensão de Tício, é correto afirmar que:
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 A) deve ser negado o pedido revisional, considerandoque a possibilidade de revisão dos contratos assume, no direito brasileiro, caráter excepcional, por representar restrição ao princípio da autonomia da vontade, o qual deve orientar axiologicamente a interpretação do Código Civil;
B) deve ser privilegiado o conteúdo originalmente ajustado, negando-se a revisão contratual, já que, não obstante o fato imprevisível que alterou a base do contrato de compra e venda, a função social do contrato impõe a manutenção dos contratos firmados em moeda estrangeira, privilegiando o interesse coletivo de garantir eficiência máxima às trocas econômicas;
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 C) deve ser aplicado o princípio do equilíbrio contratual, de modo que a superveniência de fato, imprevisível ou não, que determine desequilíbrio na relação contratual diferida ou continuada, afigura-se suficiente para que se reconheça a possibilidade de revisão do contrato;
D) embora inaplicável o Código de Defesa do Consumidor, deve ser aplicada a teoria da imprevisão, conforme previsto no artigo 317 do Código Civil, tendo em vista a ocorrência de mudança superveniente das circunstâncias iniciais vigentes à época da realização do negócio, oriunda de evento imprevisível, que comprometeu o valor da prestação;
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 E) a teoria da imprevisão não deve ser aplicada ao caso, já que a variação cambial integra, nos contratos firmados com base na cotação da moeda norte-americana, o risco objetivo da contratação, especialmente ao se considerar o histórico inflacionário do país na década de 1990.
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 4) Sobre a extinção do contrato, assinale a alternativa correta.
A) Implica, necessariamente, o fim de todos os efeitos decorrentes da relação
obrigacional.
B) Será eficaz a partir da sentença que a declara, quando decorra do exercício do direito de resolução por onerosidade excessiva, por meio da ação respectiva.
C) Pode ser impedida pela oposição de exceção de contrato não cumprido, que é meio de autodefesa do devedor.
D) Será eficaz, em qualquer caso, a partir da notificação do outro contratante, quando decorrente de denúncia unilateral.
E) Poderá decorrer do implemento de condição resolutiva, desde que esta não seja impossível, caso em que deverá ser reconhecida a invalidade do negócio jurídico.
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 5) O distrato é caracterizado como hipótese de:
A) resilição unilateral.
B) resilição bilateral.
C) resolução por inadimplemento voluntário. D) resolução por inadimplemento involuntário. E) resolução por onerosidade excessiva.
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 6) A resolução por onerosidade excessiva, prevista no Código Civil em vigor, tem o seu fundamento no princípio:
A) do pacta sunt servanda . B) do equilíbrio contratual. C) do consensualismo.
D) da relatividade.
E) da vulnerabilidade.
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