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Fichamento sobre Semiologia da dor Devemos entender que a dor não é uma sensação isolada, ela é um mecanismo de defesa, um sinal de alarme, sendo uma experiência subjetiva, altamente variável, que sofre da influência de fatores psicossociais e culturais. Devemos identificar a localização da dor, pedir para o paciente apontar onde dói, se é em uma ou mais regiões, avaliar a sensibilidade da área de distribuição da dor (Hipoestesia - Queimação ou formigamento; Hiperestesia - Hiper-sensibilidade aos estímulos táteis; Hiperalgesia - Hiper-sensibilidade aos estímulos álgicos.). Perguntas: Onde inicia a dor? Irradia para alguma outra região ou é localizada? Devemos avaliar a irradiação da dor, lembrando que nem toda dor tem irradiação. A dor irradiada tem comprometimento da raiz nervosa. A dor referida é quando a dor começa em um local e agora o paciente refere em outro, ex.: Dor começou no peito e agora ta no braço esquerdo, dor típica de infarto. Perguntas: Para onde a dor vai, irradia, se espalha? Devemos avaliar o caráter ou qualidade da dor, se ela é uma dor de queimação, pontada, pulsátil, cólica, constritiva, contínua, cíclica, profunda, superficial... Se essa dor é espontânea, constante ou intermitente. Pergunta: Como é essa dor? Devemos avaliar a intensidade da dor, classificando em ausência de dor, dor leve, dor moderada, dor intensa e dor insuportável. Podendo se fazer uma escala numérica de 0 a 10 para quantificar essa dor. Ex.: Paciente refere dor moderada de intensidade 5/10. Perguntas: É a dor mais forte que o Sr. já sentiu? Em uma escala de 0-10 quanto seria essa dor? Se possível utilizar o cartão de escala da dor, principalmente com crianças. Devemos avaliar a duração da dor, que é o momento desde quando a dor começou até o momento da consulta. Se subdividindo em dor crônica (Maior que seis semanas ou maior que três meses, varia a depender da literatura utilizada. Estão associadas a doenças crônicas como câncer, Artrite reumatóide, entre outras.), dor aguda (Menor que três semanas. É uma dor imediata, intensa que se não for tratada pode se tornar uma dor crônica.) e dor subaguda (Entre 3 semanas e 3 meses). Perguntas: Após o início quanto tempo dura a dor? É Constante? É intermitente? Temos que avaliar a evolução da dor, se essa dor é súbita (chegou de vez) ou se é uma dor insidiosa (começou fraca e vem aumentando). Além de avaliar a relação com funções orgânicas, que é relacionar o local da dor com os órgãos e estruturas daquela região. Perguntas: A primeira vez que o Sr. sentiu a dor já foi com a mesma força que é atualmente? Ou Começou mais leve e foi piorando (progressiva)? Devemos avaliar os fatores desencadeantes ou agravantes e os fatores atenuantes, que aliviam a dor. Além disso, temos que buscar manifestações concomitantes, como sudorese, palidez, taquicardia, hipertensão arterial, náuseas, vômito, que geralmente ocorrem na dor aguda associadas a ativação do SNA. Perguntas: Existe algo que piora a dor? (posição, alimentação, movimentação, decúbito...); Existe algo que alivia/melhora, a dor? Posição, horário do dia, movimentação, medicação (qual?); Além da dor o que mais o Sr. sente? Eixste um instrumento para avaliação da dor chamado “Questionário para Dor McGill” que foi criado para avaliar a dor sob o prima multidimensional. Os instrumentos para a avaliação da dor crônica em adultos baseiam-se fundamentalmente no auto-relato. O doente é autoridade sobre sua dor, visto o caráter individual e subjetivo da experiência dolorosa. O questionário para dor McGill foi elaborado para fornecer medidas quantitativas da dor, que pudessem ser tratadas estatisticamente e permitir comunicação das qualidades sensorials, afetivas e avaliativas do fenômeno doloroso, visto que muitos pacientes têm dificuldade em transferir o que sente para palavras. O questionário tem a finalidade de auxiliar no diagnóstico, ajudar na escolha da terapia e quantificar a efetividade da terapêutica implementada. O tempo de preenchimento do questionário varia entre 3 e 4 minutos. Segue imagem do questionário para dor McGill. Os sub-grupos de 1 a 10 representam respostas sensitivas à experiência dolorosa (tração, calor, torção, entre outros); as descritores dos sub-grupos de 11 a 15 são respostas de caráter afetivo (medo, punição, respostas neurovegetativas, etc); osub-grupo 16 é avaliativo (avaliação da experiência global) e os de 17 a 20 são miscelãnea. Para dor crônica é importante que o médico entenda que a dor pode ter um impacto muito grande na vida do paciente afetando as relações com os amigos, com a família e com os colegas de trabalho. O paciente pode se sentir isolado, inábil à prosseguir com suas atividades e desesperançoso. Desse modo, é necessário educar o paciente sobre o assunto, fazendo-o entender o sintoma e a doença de base, assim como lhe dar expectativas realistas quanto à melhora com o tratamento. É importante também motivar o paciente a retomar e manter suas atividades de vida diária, respeitando as limitações reais que sua condição lhe põe. Muitas vezes o paciente com dor crônica não recebe atendimento adequado, sendo sua queixa comumente negligenciada ou taxado como “poliqueixoso”. O devido conhecimento e uma anamnese e exame físico cuidadosos podem, sem dúvida, auxiliar no correto diagnóstico e manejo deste paciente.
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