Buscar

PLANEJAMENTO DE CARREIRA E SUCESSO PROFISSIONAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEMA 6
INTRODUÇÃO
No Brasil, cerca de 60% das empresas fecham suas portas em até 5 anos após a sua criação. Além disso, em 2018, 96% das empresas que faliram no Brasil eram pequenas. Isso demonstra tanto a dificuldade do mercado brasileiro quanto a falta de preparo do pequeno empreendedor nacional.
Sem ter uma noção prática de como se calcula uma margem de contribuição, sem saber quais são os custos fixos e variáveis de um negócio e, principalmente, sem ter uma base para se definir o preço de venda de um produto, as chances do sucesso de um negócio, que já são pequenas, tornam-se ínfimas.
Por esta razão o tema Mercado e Formação de Preços é tão relevante. Aqui, nós exploraremos os conceitos contábeis básicos e as nomenclaturas, depois aprenderemos como calcular os custos e, por fim, usaremos esses resultados dos custos tanto para verificar a viabilidade de um negócio quanto para definir o preço de venda de um produto.
CONCEITO DE CUSTO, DESPESA E INVESTIMENTO
A teoria de formação de preços vem de uma parte da Contabilidade que é chamada de Contabilidade de Custos.
DICA
Você já deve ter ouvido falar que a “Contabilidade é a língua dos negócios” e, como qualquer língua, se você não souber as principais palavras, termos e estruturas, não vai conseguir usá-la para se comunicar eficientemente. Assim é com a Contabilidade de Custos: para aplicá-la de forma eficaz e eficiente à sua tomada de decisão, você precisa conhecer seus principais termos.
Toda vez que compramos algo (na Contabilidade, isso é chamado de dispêndio de caixa São as saídas de dinheiro do caixa, ou seja, aquilo que se paga em um negócio.) estamos pagando um custo, realizando uma despesa ou fazendo um investimento. Essas três palavras têm conceitos específicos e são importantes para identificar quais os tipos de gastos (dispêndios de caixa) que estamos realizando.
Investimento
Vamos começar abordando o conceito de investimento:
Investimentos podem ser entendidos como a aquisição de bens ou serviços que irão gerar mais riqueza para os sócios da empresa no futuro.
ATENÇÃO
Podemos diferenciar o investimento dos outros tipos de gastos, pelo fato de o investimento sempre resultar na aquisição de um ativo (bem ou direito) que a empresa pode utilizar para realizar a sua operação.
Veja, a seguir, dois exemplos de investimentos, levando em conta um contexto de oferta de produto e outro de oferta de serviço:
SAIBA MAIS
Agora, vamos supor que uma empresa compre uma patente de outra, a fim de desenvolver um produto. Esse é um tipo de investimento? Sim! Lembre-se de que o investimento é a aquisição de um bem ou de um direito. Assim sendo, tanto a compra de um ativo físico quanto a de um ativo intangível (como o caso de uma marca, patente, direito de exploração, concessão etc.) são investimentos.
Custo
Custos são todas as saídas de dinheiro que são necessárias para que a empresa possa produzir um bem ou prestar um serviço.
Como será que o custo pode ser classificado levando em consideração a padaria do Sr. José e o consultório da doutora Marcela?
ATENÇÃO
Perceba que, por mais que esses gastos sejam, muitas vezes, importantes, em nada influenciam de forma direta a atividade-fim da padaria que é vender pães ou do consultório, que é atender aos pacientes. E é por esse simples detalhe que esses gastos são classificados como despesa nos dois tipos de negócio.
Por que eles são tão especiais para merecerem toda uma subdivisão da Contabilidade para eles?
 Clique na interrogação abaixo.
Justamente porque eles são essenciais para uma boa tomada de decisão com relação à fabricação de produtos e na decisão de quais produtos são mais rentáveis, tendo em vista que são gastos diretamente relacionados com a operação da empresa, pois são ligados aos produtos.
Que tal testarmos se você compreendeu os conceitos que foram trabalhados até aqui? Leia as questões e assinale a alternativa correta:
EXEMPLO
No caso da padaria do Sr. José, podem ser considerados custos diretos o valor da farinha utilizada nos pães e o valor que o Sr. José paga a si mesmo por atuar como padeiro. Já quando se trata do consultório, o valor gasto com a impressão das fichas dos pacientes, atestados e receitas médicas são considerados custos diretos, da mesma forma que a compra de insumos como algodão, seringa e outros materiais utilizados no cuidado dos pacientes.
Entretanto, a energia elétrica e o valor do salário da balconista/recepcionista são exemplos de custos indiretos tanto da padaria quanto do consultório.
Definir custos diretos e indiretos pode ser mais complexo do que imaginamos...
Nos exemplos anteriores, citamos que a energia elétrica é um tipo de custo indireto. Entretanto, se uma fábrica instalar diferentes medidores de energia e conseguir alocar o valor da conta de eletricidade entre os variados processos de produção, então este poderá ser um exemplo de custo direto.
Outro caso que mostra a dificuldade de se atribuir um custo como direto ou indireto é o da remuneração do Sr. José. Ele trabalha como padeiro, mas, como também é o dono da padaria, tem que administrar o negócio. Em vista disso, na sua remuneração estão inclusos tanto os valores de custos diretos (a mão de obra direta do seu trabalho como padeiro) quanto os indiretos (a mão de obra indireta do seu trabalho como administrador). Assim, é preciso segregar os dois valores, pois cada parcela se refere a um tipo de custo.
Uma dúvida que pode surgir na cabeça do administrador ou do dono do negócio é:r que eu tenho que ter todo esse trabalho em segregar os meus custos 
A contabilidade não existe como um fim em si mesma, mas, sim, como um meio de ilustrar e auxiliar a tomada de decisão. Assim sendo, saber quais são seus custos diretos e indiretos auxilia na tomada de decisão de uma empresa. Vamos ver como isso ocorre?
ATENÇÃO
Já que os custos diretos podem ser diretamente alocados nos produtos, não é necessário um rateio geral. Porém, os custos indiretos precisam ser rateados entre todos os produtos.
No caso da padaria do Sr. José, ele trabalha 6 horas por dia fazendo pães e 2 horas por dia fazendo bolos, portanto é fácil alocar o custo do salário de padeiro dele nos dois tipos de produtos: 2/3 são alocados nos pães e 1/3 nos bolos.
Todavia, o salário do caixa não tem como ser diretamente alocado nos pães e nos bolos, então o rateio pode ser feito de forma igual para a quantidade de produtos. Se são produzidos 1.000 pães e 50 bolos por dia, uma forma de rateio seria dividir o valor do salário diário do caixa por 1.050 (1.000 pães mais 50 bolos) e, assim, alocar o valor individualmente em cada produto.
Mas, esta não é a única forma de se alocar os custos nos produtos/serviços. Veremos em seguida a diferença entre custos variáveis e fixos, e como funciona a alocação entre eles.
CUSTOS VARIÁVEIS E FIXOS
Uma forma adicional de se medir os custos de um produto pode ser posta em prática, caso a nossa análise seja pautada no comportamento do custo, quando alteramos a produção e fazemos a separação entre os custos que variam, de acordo com a produção, e os que não variam. Por exemplo, caso você aumente ou diminua a sua produção, os custos das matérias-primas irão aumentar ou diminuir conforme a sua produção.
Porém, você deve estar se perguntando:
Todos os custos no fim não variam de acordo com a produção?
A resposta é sim!
Por exemplo, o valor que uma empresa paga para alugar um prédio para utilizá-lo como fábrica vai aumentar se ela aumentar a sua produção e precisar alugar um espaço maior. Contudo, quando falamos do valor para o custo variar estamos falando na variação de curto prazo e de alterações não muito grandes na produção. Assim, caso uma empresa varie um pouco sua produção, o custo do aluguel não mudará.
Esses tipos de custos que não variam são chamados de fixos, enquanto os outros custos são chamados de variáveis.
Custos variáveis e fixos no consultório
Clique nos botões para ver as informações.
Custo Variável
Quando o valor se altera conforme a quantidade de bens produzidos ou serviçosprestados, esse custo deve ser classificado como custo variável. Então, o papel usado para forrar a cama médica toda vez que se atende um novo paciente, os palitos de madeira usados para se analisar a garganta de cada paciente, entre outros custos que variam conforme se atende a um paciente, são classificados como custo variável.
Custo Fixo
São todas as despesas para a prestação do serviço de atendimento médico que não se alteram conforme a quantidade de pacientes que são atendidos. Logo, é possível exemplificar como custo fixo o aluguel do imóvel, pois independente do fato de eles decidirem trabalhar 8 horas por dia e atender x pacientes ou trabalhar 24 horas por dia, alternando em escalas, e atender 3x pacientes, o aluguel do consultório permanecerá o mesmo.
Relação entre os tipos de custo
Notamos aí que existe uma relação entre os dois tipos de custos que vimos até agora: direto/indireto e fixo/variável. Normalmente, custos diretos, por serem diretamente e facilmente relacionados ao produto, tendem a variar com a produção, sendo, assim, variáveis. O mesmo vale para os custos indiretos: por eles não serem tão associados com a produção, tendem a ser considerados fixos.
ATENÇÃO
Isso é uma tendência geral, e não uma regra! Um exemplo é a energia elétrica, que é um custo indireto, porém variável: quanto maior a produção, normalmente maior é a utilização de energia elétrica. Outro exemplo é a mão de obra direta. Ela é um custo direto, porém fixo em curto prazo para pequenas variações na produção.
Tais reconhecimentos variam de área para área. Na padaria do Sr. José, caso sejam produzidos 500, 800 ou 1.000 pães por dia, apenas um padeiro irá trabalhar, o Sr. José. Portanto, para essa empresa, a mão de obra direta é um custo fixo.
Já no consultório, onde cada médico possui uma especialidade, caso se queira aumentar a oferta de consultas, deverão ser contratados novos profissionais, tornando esse custo variável.
O rateio dos custos segue um padrão parecido com o exemplo que vimos dos custos diretos e indiretos. Os custos fixos são rateados entre todos os produtos, enquanto os variáveis não precisam ser rateados, porque já se sabe o valor para cada unidade do produto.
Uma vantagem da análise através do custeio variável/fixo é que os valores dos custos fixos alocados na unidade do produto, como não tendem a mudar muito com a escalada da produção, tendem a diminuir conforme a produção aumenta. Assim, se uma empresa tem custos fixos de R$100.000,00 na produção de 200.000 produtos, a parcela do custo fixo em cada produto é de R$0,50, mas se ela produzir 250.000 produtos, o custo fixo cai para R$0,40 a unidade. Isso também pode ser uma armadilha, tão sutil e devastadora, que tem o nome em inglês de death spiral (espiral da morte). Vamos saber mais informações sobre isso em seguida.
Death spiral (espiral da morte)
Imagine que uma empresa, que tem lucro, produz quatro tipos de produtos: A, B, C e D.
Ao analisar a produção do produto D, o empresário percebeu que a receita de vendas desse produto é menor do que a soma do custo variável e do custo fixo alocados para o produto D. “Não vale a pena, portanto, continuar fabricando o produto D, já que estou tendo prejuízo nele”, pensa o administrador e, assim, a linha de produção do produto D é encerrada.
Embora isso acabe com os custos variáveis associados ao produto D, os custos fixos associados a ele não desaparecem (são fixos!) e, portanto, devem ser alocados agora aos outros produtos. Devido ao aumento dos custos fixos alocados aos produtos A, B e C, o produto C tem seus custos (variáveis e fixos alocados a ele) maiores que a receita de vendas dele.
Já percebeu para onde isso está indo? Usando a mesma justificativa, o gestor decide eliminar os produtos, C, B e A, respectivamente, pois os custos fixos que iam sendo alocados a eles aumentavam, devido a outra linha de montagem ser descontinuada.
Agora, a empresa, que antes era lucrativa, acaba indo à falência, mesmo tomando decisões que pareciam fazer sentido. Essa é a armadilha da espiral da morte!
Qual a moral da história? Os custos fixos são fixos! Quando fazemos um rateio dos custos fixos é para tomada de apenas algumas decisões gerenciais. Entretanto, existem decisões em que somente os custos variáveis devem ser considerados.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
ANÁLISE DO CUSTO X VOLUME X LUCRO
A análise de custo-volume-lucro (também chamada de CVL) é fundamental para se verificar a sustentabilidade do negócio e o quanto ele é factível.
Utilizando o exemplo da padaria do Sr. José, quantos pães ele precisa produzir e vender para o seu negócio ser sustentável? Essa quantidade é factível? A fim de realizar essa análise, nós faremos a divisão dos custos dessa padaria entre fixos e variáveis.
Abaixo, estão os custos que o Sr. José apurou:
Agora, para analisarmos esses números, nós temos que, em primeiro lugar, entender o conceito de lucro contábil. Na contabilidade, o lucro é a diferença entre as receitas e as despesas se essa diferença for positiva (e prejuízo se negativa).
Portanto, temos a seguinte relação:
A receita é o valor de quanto a empresa conseguiu vender por mês, ou seja, é a quantidade vendida vezes o preço unitário. Já a despesa tem a parte que varia de acordo com as unidades vendidas (custos variáveis) e a que não varia (custos fixos). Assim, temos a seguinte relação que deriva da primeira:
Note que a quantidade vendida está multiplicando tanto o preço quanto o custo variável na equação anterior. Consequentemente, podemos colocar em evidência esse valor, assim como mostrado abaixo:
Esse termo descrito acima como a diferença entre o preço e o custo variável unitário é chamado na contabilidade de Margem de Contribuição Unitária (MCU).
Portanto, podemos escrever a relação acima como:
PONTO DE EQUILÍBRIO
Ponto de equilíbrio é a quantidade mínima que deve ser vendida para que um resultado seja alcançado.
Ponto de equilíbrio contábil (PEC)
O ponto de equilíbrio contábil (PEC) acontece quando o lucro é igual a zero, ou seja, é a quantidade mínima para se vender sem ter prejuízo. Temos assim:
	
Como queremos achar a quantidade vendida, temos que isolar esse termo. A fórmula fica então:
	
Ponto de equilíbrio contábil para a padaria
No caso do exemplo da padaria do Sr. José, podemos calcular o valor do ponto de equilíbrio contábil da seguinte forma:
Note que a quantidade de pães diária que o Sr. José tem que produzir e vender é altíssima, 12.000 pães! Ao verificar isso, o Sr. José percebeu que, para conseguir manter a sua padaria ativa, ele teria que diminuir a sua remuneração. Se ele não fizesse isso, não teria como atingir o PEC.
Ele decidiu que, nesse início de operação, iria se pagar apenas R$2.000 (antes eram R$4.500, portanto, uma redução de R$2.500 na remuneração) por mês e que ele só aumentaria a sua remuneração quando o negócio já estivesse se expandindo o suficiente.
Agora, os CF ficam com o 10.800 — 2.500 = 8.300, e o novo PEC fica em 8.300/0,03 = 276.667 pães por mês, ou 9.222 pães por dia, o que é uma meta bem menor do que os anteriores 12.000 pães diários.
Ponto de equilíbrio contábil para o consultório
No caso do consultório da Dra. Marcela, o ponto de equilíbrio é a quantidade mínima de atendimentos que os médicos devem fazer por mês para que a empresa não dê prejuízo. Isto é, dados todos os gastos mensais do consultório e o preço da consulta, quantos atendimentos serão necessários para que o consultório saia no zero a zero?
Para se calcular o ponto de equilíbrio do consultório, basta usar a fórmula do lucro e substituir o lucro por zero, conforme abaixo:
E depois de isolar o termo quant. de atendimentos, temos:
O ponto de equilíbrio do consultório é composto pelos seguintes valores:
Isto é, os médicos precisam realizar, no mínimo, 71,42 atendimentos por mês para que o consultório pague todos os seus custos e despesas.
Ponto de equilíbrio: o ponto de equilíbrio financeiro (PEF)
Nós iremos analisar outro ponto de equilíbrio: o ponto de equilíbrio financeiro (PEF).Na contabilidade, existem certos tipos de despesas que são puramente contábeis: depreciação, amortização e exaustão. Essas despesas estão relacionadas com o uso do ativo, mas não geram saída de recursos financeiros da empresa.
Assim, para se verificar o ponto de equilíbrio financeiro, elas são desconsideradas, pois nesta análise não se quer verificar se o lucro é zero, mas se a empresa está gerando receita suficiente para custear as suas despesas financeiras (retirando da conta as despesas puramente contábeis).
Portanto, o PEF é um ajuste do PEC e pode ser calculado como:
No caso do Sr. José, o PEF para quando ele se paga R$2.000 por mês ao invés dos R$4.500 fica em:
Note que esse valor é menor do que os 9.222 pães anteriores que o Sr. José tinha que vender. Isso acontece porque no PEF o Sr. José não precisa cobrir os R$300 de depreciação do fogão que acontece todo mês, assim, a quantidade necessária para se alcançar o ponto de equilíbrio é menor.
Ainda existe mais um tipo de ponto de equilíbrio: o econômico. Mas, para calcularmos esse índice, necessitamos de um novo conceito: o custo de oportunidade, que estudaremos a seguir.
CUSTO DE OPORTUNIDADE
“Nada na vida é de graça”, você já deve ter ouvido essa expressão. Ela reflete que cada escolha é uma perda. Ao fazermos uma escolha, renunciamos a todas as escolhas possíveis que poderíamos ter feito. Desta forma, a Contabilidade de Custos também incorpora esse fato ao ajudar na tomada de decisão.
Para se calcular o PEE, utilizamos o custo de oportunidade como o nosso objetivo de lucro. Sendo assim, temos a fórmula abaixo:
Vamos supor que a Dra. Marcela e seus sócios decidam que apenas compense trabalhar em um consultório caso eles lucrem R$1.000 no final do mês, e considerando a tabela de custos a seguir:
Levando esses dados em conta, o cálculo do custo de oportunidade pode ser realizado como:
Dessa forma, é necessário que Marcela e seus sócios atendam no mínimo 214 pacientes por mês para que seja favorável a eles trabalharem em um consultório.
Conforme você já sabe, para o cálculo do ponto de equilíbrio econômico (PEE), utilizamos o custo de oportunidade como o nosso objetivo de lucro. Assim:
Ou seja, podemos calcular a quantidade necessária para se chegar ao PEE da seguinte maneira:
Para o caso da padaria do Sr. José. temos que:
Isto é, para compensar o custo de oportunidade do Sr. José, ele teria que vender 17.556 pães por dia. Assim, seu salário seria de R$4.500 e teria um lucro de R$5.000 para reinvestir no negócio.
O Sr. José, ao analisar os números, verificou que eles estão muito altos e que não está sendo compensatória a venda dos pães a R$0,15 a unidade. Ele decidiu, então, verificar se a política de preços da sua padaria está adequada. No próximo módulo, iremos discutir a formação de preços e como isso pode ajudar o Sr. José na sua jornada de empreendedor.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
ESTRATÉGIAS PARA FORMAÇÃO DE PREÇO
Existem diversas formas de se determinar o preço de um produto, mas o importante é ter em mente que o preço está intimamente relacionado com a demanda que o seu produto pode ofertar. Por exemplo, se você dá um desconto no seu produto, a tendência é que você venda mais unidades, porém, caso você aumente o valor do produto, venderá menos.
Na contabilidade, isso é chamado de dilema da margem versus giro. Caso você aumente seu preço de venda (e, em consequência, a sua margem), você vai diminuir a sua quantidade vendida (o seu giro). Agora, caso você diminua o seu preço, a margem cai, mas o seu giro aumenta. O importante é que você saiba em que tipo de setor você está localizado.
SAIBA MAIS
Existem setores que normalmente ganham através da margem, enquanto outros ganham através do giro. Por exemplo, um supermercado ganha no giro (isto é, tem uma margem pequena na revenda dos produtos, mas vende uma quantidade muito grande deles), enquanto uma joalheria ganha na margem (vende poucos produtos, mas com uma margem de lucro grande).
Sempre leve em consideração que não se pode aumentar o preço indiscriminadamente.
Porém, como se pode saber qual o preço que as pessoas estariam dispostas a pagar? Uma das formas é perguntar a elas!
Esse tipo de método é chamado de método survey e consiste em fazer uma pesquisa para saber se as pessoas comprariam um determinado produto com diferentes níveis de preços.
MÉTODO SURVEY (MÉTODO DA PESQUISA)
Método survey no contexto da Padaria
O Sr. José, dono da padaria do nosso exemplo, resolveu perguntar no seu bairro quantas pessoas comprariam pão com 5 valores unitários diferentes: R$0,15 (valor atual), R$0,18, R$0,20, R$0,22 e R$0,25.
Ao entrevistar as pessoas, ele percebeu que 85% delas comprariam a R$0,15, 80% comprariam a R$0,18, 60% comprariam a R$0,20, 45% comprariam a R$0,22 e 30% comprariam a R$0,25. Atualmente, ele vende 8.000 pães por dia cobrando R$0,15 por cada um.
Como ele pode utilizar esses dados para verificar que preço cobrar?
Primeiro, ele já sabe que 85% da demanda global equivale a 8.000, já que 85% das pessoas responderam que comprariam o pão a R$0,15. Ou seja, a demanda global é de 8.000/0,85 = 9.412 pães.
Essa é a quantidade máxima de pães que ele conseguiria vender (100%). Utilizando os percentuais acima, temos que as demandas são de 7.530 pães a R$0,18, 5.647 pães a R$0,20, 4.235 pães a R$0,22 e 2.824 pães a R$0,22.
Agora, ele já pode calcular o seu lucro em cada um dos cenários usando a fórmula do lucro que nós já vimos:
Para cada preço, temos os seguintes lucros mensais (30 dias):
Lucro = (0,15 — 0,12) x 8.000 x 30 — 10.800 = R$3.600
Lucro = (0,18 — 0,12) x 7.530 x 30 — 10.800 = R$2.754
Lucro = (0,20 ‒ 0,12) x 5.647 x 30 — 10.800 = R$2.753
Lucro = (0,22 ‒ 0,12) x 4.235 x 30 — 10.800 = R$1.905
Lucro = (0,25 ‒ 0,12) x 2.824 x 30 — 10.800 = R$213
Método survey no contexto do Consultório
Para calcular o preço ideal de suas consultas, a doutora Marcela e seus sócios fizeram uma pesquisa de mercado entrevistando diversas pessoas para saber quanto elas estariam dispostas a pagar por uma consulta médica. Após entrevistar diversas pessoas, descobriram que elas estariam dispostas a pagar até R$20 por consulta médica. Sendo assim, em um cenário com 4 médicos em que cada um pode atender até 50 pacientes (200 pacientes no final do mês), a receita máxima seria de R$4.000 (200 pacientes x R$20 por consulta).
Com isso, baseado na tabela abaixo, o lucro do consultório seria:
Quant. de Atendimentos = 4 médicos x 50 pacientes
Quant. de Atendimentos = 200
Custo de Atendimento = 200 atendimentos x R$1
Custo de Atendimento = R$200
Custo Médico = 4 médicos x 50 atendimentos
Custo Médico = R$200
Custo Variável Total = Custo de Atendimento + Custo Médico
Custo Variável Total = 200 + 200
Custo Variável Total = R$400
O método survey é um dos mais utilizados atualmente para se definir preço, desde a introdução da internet e dos computadores, o que diminuiu em muito o custo de se fazer uma pesquisa e de se analisar os dados.
Porém, você deve estar se perguntando:
Eu gostaria de saber por qual preço eu devo vender meu produto, mas não tenho como utilizar o método survey nesse momento. Como faço para calcular o meu preço de venda ideal?
DICA
Uma forma alternativa é verificar os preços cobrados pelos concorrentes e fazer uma estimativa do valor de venda.
A seguir, iremos discutir outra estratégia para formação de preço.
MARKUP
Quando não se tem dados reais sobre demanda e como ela se comporta com determinados níveis de preços, devemos utilizar métodos alternativos para se calcular o valor do preço para venda de um determinado produto. Todas essas fórmulas se baseiam em um certo nível que queremos alcançar, seja ele um multiplicador do custo ou um percentual de margem de contribuição unitária. Todas essas técnicas são chamadas de markup.
Uma das formas de se calcular o markup é se utilizando do custo unitário para se calcular um multiplicador em cima do custo.
Markup no contexto da padaria
Por exemplo, vamos supor que o Sr. José produza 8.000 pães por dia. O custo unitário de cadaproduto é de R$0,12 + R$10.300/(8.000 x 30) (rateio do custo fixo) = R$0,16 por unidade. Se ele quiser um markup de 0,25 em cima desse valor, ele calcula da seguinte maneira: R$0,16 x 1,25 = R$0,20 como preço de venda. Podemos generalizar isso para:
Outra forma de se calcular é utilizar o markup não para o cálculo do preço de venda, mas como o cálculo da margem de contribuição unitária desejada.
Por exemplo, se o Sr. José deseja que cada pão tenha uma margem de contribuição de R$0,06, então o valor de venda deve ser de R$0,12 + R$0,06 = R$0,18.
Ou seja, nesta forma de calcular o preço, nós usamos a seguinte fórmula:
Markup no contexto do consultório
O método markup se baseia no quanto a doutora Marcela e seus sócios esperam obter de retorno por cada produto ou serviço vendido. Considerando que eles desejassem obter de retorno R$5,00 por cada consulta médica que eles realizassem, então eles deveriam calcular o preço ideal da consulta da seguinte forma, baseada na tabela abaixo:
Primeiro, era necessário que eles calculassem o rateio de custo fixo, isto é, que eles incorporassem o custo fixo à quantidade de atendimentos. Em um cenário em que os 4 médicos atendam 50 pacientes, o que resulta em 200 atendimentos por mês, basta fazer o seguinte cálculo:
Feito isso, basta completar a fórmula abaixo:
Como você pode notar, essas técnicas de formação de preço não são tão precisas quanto a técnica de survey, porém elas exigem menos esforço e podem ser úteis para pequenos empreendedores que não conseguem ter acesso a recursos para fazer uma pesquisa de demanda e de preços. Além disso, ambas são melhores do que o empreendedor apenas chutar um valor sem conhecer direito seus custos fixos e variáveis, aumentando, assim, a sua chance de fracasso.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo dos módulos, foi possível definir o conceito de despesas, custos e investimentos. Quais as peculiaridades de cada um, como se classificar os diferentes gastos e como eles são usados nas tomadas de decisões estratégicas nas empresas.
Adicionalmente, transmitimos a forma correta de se precificar um produto ou bem e as diferentes estratégias usadas por gestores para se encontrar o preço ideal.
Dessa forma, esperamos que, ao chegar no final deste tema, o estudante tenha entendido os principais pontos referentes à análise de custos e seja capaz de tomar melhores decisões gerenciais, a fim de alcançar maiores eficiência e eficácia empresarial.

Continue navegando