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Formas de Proteção de Posse

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FORMAS DE PROTEÇÃO DA POSSE 
 
 
1. Tutela Jurídica da Posse 
 
A posse também gera efeitos processuais, ou seja, o titular da posse tem a 
faculdade de invocar os interditos possessórios que são as ações possessórias com o 
objetivo de manter-se na posse ou que esta lhe seja restituída, na forma do art. 1.210, 
caput, CC. 
O art. 1.210, caput, CC, e o art. 560 e art.567 do CPC elencam três situações que 
possibilitam a propositura de três ações possessórias: 
 
a) No caso de turbação à posse (atentados fracionados à posse) - caberá ação 
de manutenção de posse, que visa à preservação da posse. 
b) No caso de esbulho à posse (atentado consolidado à posse) – caberá ação 
de reintegração de posse, que visa à devolução da posse. 
c) No caso de ameaça à posse (risco de atentado à posse) – caberá ação de 
interdito proibitório, que visa à proteção do possuidor de perigo iminente. 
 
São as chamadas ações possessórias típicas ou diretas. Dessa forma: 
- Na turbação já houve atentado à posse em algum momento. Ex: integrantes 
do movimento popular dos “sem terra” que levam os cavalos para pastar na fazenda 
que será invadida, sem ainda adentrá-la de forma definitiva. 
- No esbulho já houve o atentado (invasão) definitivo, privando o legítimo 
possuidor da posse sobre o seu próprio bem. Ex: Os integrantes do movimento popular 
adentraram a fazenda e lá se estabeleceram. 
- Na ameaça não há ainda qualquer atentado concretizado. Ex: os integrantes 
desse movimento popular se encontram acampados próximos a uma propriedade, sem 
que esta seja invadida, induzindo situação de risco iminente. 
 
OBS: em caso de invasão parcial de um terreno, a ação cabível não é a de 
manutenção de posse, mas sim a de reintegração. 
 
Regras sobre o procedimento das ações possessórias: 
 
1) O art. 554 do CPC consagra o princípio da fungibilidade ou conversibilidade 
das ações possessórias. Uma ação possessória pode ser convertida em outra se for 
alterada a situação do caso concreto ou quando o autor da ação se engana quanto à 
medida cabível. Desde que presentes os requisitos da ação possessória, haverá a 
possibilidade da conversão de uma ação possessória em outra. 
 
2) O art. 558 do CPC estabelece o rito das ações possessórias: 
- Se, no caso concreto, a ameaça, a turbação ou esbulho forem novos, ou seja, 
tiverem menos de um ano e um dia, caberá ação de força nova – a ação possessória 
segue o rito especial, cabendo pedido liminar na sua concessão. 
- Se, no caso concreto, a ameaça, a turbação ou esbulho forem velhos, ou seja, 
tiverem mais de um ano e um dia, caberá ação de força velha – a ação possessória 
segue o rito ordinário, não cabendo pedido liminar na sua concessão. 
 
3) O art. 555 do CPC trata da possibilidade de cumulação de outros pedidos ao 
pedido de defesa da posse: 
- Inciso I - cumulação do pedido possessório com o de indenização por perdas e 
danos: devem incluir o dano emergente e o lucro cessante (art. 402 do CC), 
entendendo a doutrina que também cabem os danos morais, se o possuidor que 
sofreu o atentado à posse sofreu também uma lesão aos direitos da personalidade. 
- Inciso II – indenização pelos frutos. 
- Parágrafo único – poderá também pedir forma específica de cumprimento 
através de cominação de pena em caso de turbação ou esbulho. Esta pena pecuniária 
consiste em multa (astreinte) fixada pelo juiz e de forma diária, de caráter coercitivo, 
evitando-se a ocorrência de novos atentados à posse; o desfazimento de construção 
ou plantação feita em prejuízo da posse do autor da ação (pedido implícito); ou outra 
tutela provisória ou definitiva. 
 
4) O art. 556 do CPC estabelece que cabe nas ações possessórias cabendo 
pedido contraposto em favor do réu para que a sua posse seja protegida no caso 
concreto. O réu poderá, na sua defesa (contestação), alegar que foi ofendido na sua 
posse, e demandar proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da 
turbação e do esbulho. Portanto, não cabe reconvenção na ação possessória. 
 
5) O art. 559 do CPC trata da caução a ser fixada no curso da ação possessória. 
Essa caução serve de contracautela, e pode ser real (incide sobre bens móveis, imóveis 
ou dinheiro) ou pessoal (fidejussória, por meio de fiança judicial), e idônea, suficiente. 
Tem como finalidade servir de garantia para eventual reparação do dano causado ao 
réu na ação possessória. 
 
6) O art. 561 do CPC trata dos requisitos da petição inicial das ações 
possessórias, sob pena de sua inépcia e consequente extinção do processo sem exame 
de mérito. 
 
7) O art. 562 do CPC traz a possibilidade de concessão de liminar inaudita altera 
parte (sem oitiva da outra parte - do réu). Neste caso, a ação possessória será 
antecipadamente cumprida sem que o réu seja citado da ação. 
Ppoderá o juiz designar audiência de justificação prévia quando necessitar de 
esclarecimentos do autor sobre os requisitos da liminar (fumus boni júris e periculum in 
mora), devendo o réu ser citado para comparecer a audiência, podendo o juiz, após 
julgado procedente a justificação, expedir mandado de manutenção ou reintegração 
de posse, ou fixar multa pecuniária em caso de ameaça. 
 
8) O art. 556 do CPC trata da defesa do réu nas ações possessória, e o art. 564 
estabelece o prazo de cinco dias para o autor promover a citação do réu para 
contestar a ação, que deverá fazê-lo em 15 dias. 
 
9) O art. 560 do CPC trata das ações de reintegração e de manutenção de 
posse; e o art. 567 do CPC trata da ação de interdito proibitório. 
 
NOVIDADE DO NOVO CPC: ação possessória multitudinária ou coletiva, em 
que figure no polo passivo grande número de pessoas (art. 554 e §§, e art. 565 e §§, 
CPC). 
 
 
2. POSSIBILIDADE DE PROTEÇÃO DA POSSE POR LEGÍTIMA DEFESA 
 
O art. 1.210, § 1°, do CC trata da faculdade concedida ao titular da posse de 
utilizar-se da legítima defesa (autotutela) da posse e do desforço imediato. 
A legítima defesa da posse e o desforço imediato constituem formas de 
autotutela, autodefesa ou de defesa direta da posse, contra as agressões de terceiro, 
independente de ação judicial ou comunicação a alguma autoridade policial. 
Alguns requisitos devem ser observados: 
a) A defesa deve ser imediata, porém, deve ser analisado o caso concreto. Deve ser 
uma reação imediata ao fato do esbulho ou da turbação. Não configura defesa 
imediata, por exemplo, se o possuidor deixa que o esbulhador construa uma cerca 
divisória, ou que permaneça na propriedade mais de ano e dia. Porém, a 
jurisprudência permite a derrubada de cerca divisória como ato de desforço 
imediato tolerável, desde que o possuidor faça logo. 
 
b) O possuidor não pode tomar medidas que vão além do indispensável para a 
recuperação da sua posse, devendo agir nos limites do exercício regular desse direito, 
sob pena de caracterizar abuso de direito como ato ilícito (art. 187, CC). 
 
c) A doutrina reconhece a possibilidade de o possuidor, na autotutela, utilizar o apoio de 
empregados ou prepostos. O art. 1.210, § 1°, do CC, faz menção a força própria, que 
inclui o auxílio de terceiros, com que mantém vínculos.

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