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prova Av2 Direite das coisas

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Como podemos analisar, o Sr. José da Silva está incomodado com o barulho excessivo 
proveniente da garagem de empresa de ônibus urbano pertencente à Prefeitura, pois se situa 
em área contígua à sua residência . Respaldado os direitos de vizinhança, que consistem nas 
normas que asseguram ao morador o seu direito de viver em harmonia com seus vizinhos, 
resguardando-o nas esferas da segurança, saúde e sossego (o chamado "Trinômio S"), contra 
incômodos decorrentes do uso anormal da propriedade pelo outro vizinho, que dispõe no 
Código Civil Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer 
cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, 
provocadas pela utilização de propriedade vizinha.Parágrafo único. Proíbem-se as 
interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, 
atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários 
de tolerância dos moradores da vizinhança. 
E o uso anormal da propriedade se dá sempre que a utilização da propriedade extrapola a 
normalidade, ou seja, quando ultrapassa o limite da tolerância, causando prejuízo a alguém. 
Nas palavras de Sílvio Rodrigues, o direito de vizinhança é composto de “regras que ordenam 
não apenas a abstenção da prática de certos atos, como também de outros que implicam a 
sujeição do proprietário a uma invasão de sua órbita dominial”. Em regra, a natureza jurídica 
destes direitos, na opinião majoritária da doutrina, é que tratam-se de obrigações propter 
rem, “da própria coisa”, advindo os direitos e obrigações do simples fato de serem os 
indivíduos vizinhos, porém, segundo Maria Helena Diniz, o direito de propriedade é 
limitado “em razão do princípio geral que proíbe ao indivíduo um comportamento que venha a 
exceder o uso normal de um direito, causando prejuízo a alguém”. 
Como exposto anteriormente e diante dos fatos narrados, há uma peculiaridade nessa 
situação, pois o Sr. José da Silva, mesmo que incomodado com o barulho, não poderá cessar o 
ruído mediante fechamento/desativação da atividade por se tratar de uma empresa de 
ônibus urbano pertencente à Prefeitura, uma vez que sua atividade desenvolvida é de 
interesse social e/ou público, além de corroborar com os princípios implícitos da 
Supremacia do Interesse público e o princípio da continuidade do serviço público. 
Entretanto, como versa o Art. 1.278. Do Código Civil “O direito a que se refere o artigo 
antecedente não prevalece quando as interferências forem justificadas por interesse 
público, caso em que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho 
indenização cabal". Logo, caberá indenização cabal pelos danos morais causados. Terão 
legitimidade para propor a ação tanto o locatário, Sr. José da Silva, quanto o 
proprietário do imóvel.

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