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LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO É o ato administrativo vinculado que verifica a ocorrência do fato gerador, identifica o sujeito passivo da obrigação tributária, determina a matéria tributável, aponta o montante do crédito e aplica, se for o caso, a penalidade cabível; o lançamento é constitutivo do crédito tributário, mas é apenas declaratório da obrigação1. Caminhos do contribuinte após o lançamento: • Ele pode pagar – e se paga, temos a extinção do crédito tributário. • Ele pode impugnar – e se apresenta impugnação, temos o início do processo administrativo, • Ele pode não fazer nada – ele pode ignorar o lançamento e aquela cobrança. As leis aplicáveis ao lançamento são: Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. SÍNTESE: Substancial (tributo) a lei em vigor na data de ocorrência do fato gerador Penalidade (multa) a lei mais favorável ao sujeito passivo 1 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Aspectos formais a lei em vigor na data do lançamento Alteração do lançamento: somente poderá ser alterado: • por iniciativa do sujeito passivo, mediante impugnação, por via administrativa ou judicial; • de ofício da autoridade administrativa, para obedecer determinação legal, para suprir a falta de declaração do sujeito passivo, ou em casos de irregularidades prevista no art. 149 CTN. Alteração de critério jurídico: CTN - Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. Por exemplo, a municipalidade, ao verificar que os imóveis de propriedade dos ora recorrentes eram apartamentos tipo "hotel residência", unilateralmente alterou a classificação, com respaldo no art. 149, VIII do CTN. Com efeito, a mudança qualitativa ou quantitativa nos critérios da administração, com reflexo no crédito tributário, está vedada ao administrador. Hugo de Brito Machado diferencia, para fins de aplicação do art. 146 do CTN, a alteração de critério jurídico do erro de fato e erro de direito. A mudança de critério jurídico é a alternação, pela autoridade, entre duas interpretações razoáveis2. Observe-se: Esta Corte tem precedente, no sentido de que o município tem competência para legislar sobre IPTU, podendo classificar os imóveis, definindo quais os que devem pagar a exação municipal mais ou menos gravosa (REsp n. 196.027/RJ). 2. Hipótese em julgamento cm que a municipalidade, de forma unilateral, alterou a classificação, invocando os princípios da isonomia e da capacidade contributiva do contribuinte, razões não elecadas no art. 149 doCTN para que se faça a revisão de lançamento (precedente desta Turma REsp n. 1.718/RJ) (stj. RESP. 259.057/rj. JULG. 12/09/2000) DESEMBARAÇO ADUANEIRO. LANÇAMENTO. REVISÃO. No desembaraço aduaneiro, havendo erro de direito não detectado pelo Fisco, que o aceita integralmente, a revisão 2 MACHADO, Hugo Brito. Comentários ao Código de Tributário Nacional. V. 03. São Paulo: Atlas, 2005, p. 184. de lançamento do imposto (lançamento complementar) constitui mudança de critério jurídico, vedada pelo CTN. REsp 1.116.155-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 24/11/2009. Modalidades de lançamento a) lançamento direto ou ex officio(Art. 149 I CTN); b) lançamento por declaração (Art. 147 CTN) a) lançamento por homologação (Art. 150 CTN)3. A homologação pode ser: Homologação expressa – A Administração se manifesta expressamente quanto à correção do pagamento. Homologação tácita – Silêncio da Administração por esse prazo de cinco anos. 3 HUGO DE BRITO MACHADO lembra bem: o lançamento por homologação também é conhecido por autolancamento. Mas como o Código diz ser a atividade de lançamento privativa da autoridade administrativa, evidentemente não se pode cogitar de um lançamento feito pelo sujeito passivo. Embora faça ele todo o trabalho material, o lançamento, no caso, só se opera com a homologação. http://www.stj.gov.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=REsp%201116155#_blank Outras formas de constituição do Crédito Tributário • Declaração no lançamento por homologação; • Depósito integral nas ações preventivas;4 • Declaração de compensação de tributos federais disciplinada no art. 74, da Lei 9430/96; • Auto de infração; • Arbitramento(Art. 148 CTN); COMO JÁ FOI COBRADO 29 - Salvo disposição de lei em contrário, reputam-se perfeitos e acabados os atos ou negócios jurídicos sob condição suspensiva desde o momento a) do implemento da condição b) da prática do ato c) da celebração do contrato d) do desfazimento do ato e) do desfazimento do negócio jurídico 30. A alíquota do imposto sobre a propriedade territorial rural, em 2008, era de 1,5%, em 2009 de 2% e de 1% em 2010. Durante o ano de 2010, o Fisco Federal, verificando que Joaquim Nabuco não pagara o ITR de 2008, efetuou o lançamento à alíquota de 2%. Joaquim entende que a alíquota deve ser de 1%. Assim a) Joaquim está com o entendimento correto, pois 1% era a alíquota do exercício em que ocorreram o lançamento e a notificação b) o entendimento do Fisco é correto, pois, no caso, deve prevalecer a alíquota maior c) a alíquota aplicável é a de 1%, por consequência do princípio "in dubio pro reo" 4 EREsp 686479 / RJ - Ministra DENISE ARRUDA - PRIMEIRA SEÇÃO - DJe 22/09/2008 - 1. No caso de tributos sujeitos a lançamento por homologação, o contribuinte, ao realizar o depósito judicial com vistas à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, promove a constituição deste nos moldes do que dispõe o art. 150 e parágrafos do CTN. EREsp 464.343/DF, Rel. Min. José Delgado, DJ de 29.10.2007; EREsp 898.992/PR, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 27.8.2007. d) a alíquota correta é a da data da ocorrência do fato gerador, ou seja, a de 1,5% e) a alíquota correta é a de 1,5%, por representar a média das três alíquotas 31 - (OAB-FGV) A obrigação tributária principal tem por objeto a) a escrituração de livros contábeis. b) o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. c) a prestação de informações tributárias perante a autoridade fiscal competente. d) a inscrição da pessoa jurídica junto ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ. 32 - Determinado contribuinte teve contra si lavrado auto de infração, com a aplicação de multa de 100% sobre o valor do imposto devido. Antes que seu recurso interposto na esfera administrativa fosse julgado, foi editada lei reduzindo a referida multa para 75% do valor do imposto devido. Considerando que efetivamente cometeu o contribuinte a infraçãoque lhe foi imputada, a multa devida é de: a) 75%, em face do princípio da igualdade. b) 100%, em face do princípio da irretroatividade. c) 100%, em face do princípio da anterioridade, d) 100%, em face do princípio da anualidade. e) 75%, em face do princípio da retroatividade benigna 33 - (OAB-FGV) A empresa ABC ingressou com medida judicial destinada a questionar a incidência da contribuição social sobre o lucro. Em sede de exame liminar, o juiz concedeu a medida liminar para que a empresa não recolhesse a contribuição. Durante a vigência da medida judicial, a Receita Federal iniciou procedimento de fiscalização visando à cobrança da contribuição social sobre o lucro não recolhida naquele período. Com base no relatado acima, assinale a alternativa correta. a) A Receita Federal não pode lavrar auto de infração, em virtude da liminar concedida na medida judicial em questão. b) A Receita Federal pode lavrar auto de infração, mas somente com a exigibilidade suspensa para prevenir a decadência. c) A empresa ABC, diante da abertura do procedimento de fiscalização, pode solicitar ao juiz nova medida liminar, a fim de que determine o encerramento de tal procedimento. d) A Receita Federal pode lavrar auto de infração, já que a medida liminar possui caráter provisório. 29 30 31 32 33 A D B E B SUGESTÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR TEMA: CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO AUTOR Ricardo Alexandre LIVRO: Direito Tributário EDITORA: JusPodivm TEMA: Tributos da competência comum AUTOR Helton Kramer Lustoza e outros LIVRO: Tributos em Espécie EDITORA: JusPodivm
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