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Anna Freud

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Anna Freud 
Biografia 
Anna Freud nasceu em 1895 em Viena, na Áustria. Foi a caçula dos seis filhos de Sigmund Freud. Quando pequena, Anna não gostava de ir à escola por achar que não a servia o que era aprendido ali, dizia que a maior parte do que aprendeu se devia aos ensinamentos de casa e às conversas em visitas que seu pai recebia. Passou pela anorexia na juventude e venceu em 1914 uma competição para se tornar professora, sendo a única filha de Freud a exercer uma profissão. 
Ela se interessou em aprender diversas línguas como hebraico, francês, italiano e alemão. Iniciou seu trabalho como professora primária aos 17 anos, porém em 1917 contraiu tuberculose o que resultou em uma vulnerabilidade para contrair enfermidades, deixando sua carreira de professora. 
 Renunciou ao casamento mesmo tendo vontade de ter filhos, o que despertou em seu pai curiosidade, tornando-se analista de Anna em duas fases de sua vida. Além de sua companheira, ela quem se dedicou à ele nos últimos momentos vida antes de sua morte. 
Anna conhece Dorothy Burlingham, uma nova iorquina que vai a Viena tratar de suas fobias e de sua família pela família Freud. As duas se tornaram grandes amigas.
Após conhecer uma judia chamada Eva Rosenfield, junto com Dorothy, fundaram uma escola particular que receberia crianças em terapia.
Anna e Dorothy passaram a viver dedicando-se a crianças. “Assim, Anna realizou seu desejo de ser mãe ao tornar-se, por intermédio da psicanálise, a “segunda mãe” e a terapeuta dos filhos de Dorothy, além de mãe adotiva e analista de seu sobrinho Ernstl.” ROUDINESCO, E., 2016, p.
Anna foi se aproximando da psicanálise pois era ela quem traduzia os textos de seu pai. Na década de 1920 os psicanalistas estavam dando seus primeiros passos ao observar o comportamento infantil. Anna abandonou sua carreira no magistério e decidiu dedicar-se a sua formação analítica. 
Ela foi voluntária em um lar que abrigava crianças órfãs judias ou sem lar devido a primeira Guerra. Lá, ela passou a ser reunir com colegas para discutir sobre as experiências com tais crianças que em sua maioria eram vítimas de eventos traumáticos. 
Após descobrir o câncer de seu pai, ela toma a decisão de ficar com ele e dedicar-se a sua vida a causa infantil “Anna publicou sua primeira tese: Lutando contra fantasias e sonhos diários, e seus colegas começam a levá-la a sério. No ano seguinte, assume oficialmente as responsabilidades de secretária e representante do pai, além de secretariar o recém-criado Instituto de Formação Psicanalítica de Viena. Começou, também, a clinicar em psicoterapia, numa época em que as teorias de Freud ainda provocavam uma forte oposição entre médicos e psicólogos mais acadêmicos e conservadores.”
Juntamente com Dorothy, Anna cria a primeira creche para crianças com problemas emocionais. Anna percebeu que sua técnica era diferente da usada pelo seu pai em adultos e até mesmo no caso “o pequeno Hans” 
Com o apoio financeiro da psicanalista Edith Jackson, bem como o apoio de Dorothy Burlingham, fundam a Instituição Jackson Nursery, em Viena, onde observava os primeiros estágios de desenvolvimento infantil e atendia dentro dos métodos psicanalíticos com crianças carentes menores de 2 anos de idade. 
Anna publicou em 1927 a Introdução á Técnica da análise da criança e inicia nesse momento uma oposição a Melanie Klein, defendendo que a terapia com as crianças deve ter uma dinâmica pedagógica. 
Em 1938 Anna e Freud são exilados em Londres devido a ocupação nazista. Quatro de suas irmãs morreram em campos de concentração. 
Em Londres Anna funda a instituição infantil “Hampstead War Nursery” com Dorothy Burlingham, atendendo também crianças órfãs de guerra em sua maioria, onde observaram em primeira mão os danos causados às crianças pela separação e falta de apego. “Freud e Burlingham resumiram seu trabalho de guerra em Infants Without Families . Eles descreveram crianças pequenas que chupavam os polegares obsessivamente, balançavam mecanicamente, batiam a cabeça contra o chão e os berços e exibiam todo tipo de comportamento estranho e alarmante, a fim de chamar a atenção para si. De acordo com Freud e Burlingham, o que eles viram provou que o contato emocional era um impulso natural poderoso e também que as “famílias artificiais” que as crianças institucionalizadas formadas nunca poderiam satisfazer esse impulso. O livro chegou a duas conclusões cada vez mais evidentes na literatura geral sobre desenvolvimento, bem como no campo específico da ciência da adoção. Primeiro, as instituições residenciais eram ruins porque produziam desenvolvimento anormal nas crianças. Segundo, o apego – especialmente à mãe – era a fonte do desenvolvimento emocional saudável. Incapacidade de anexar problemas ao longo da vida.” 
Em 1947, Anna Freud funda a Clínica de Terapia Infantil Hampshead, em Londres que passaria a ser um importante centro de pesquisa e de treinamento para psicanalistas interessados em atender crianças.
Anna Freud e Doroty Burlingham, escrevem três livros embasadas em seus trabalhos em berçarios: “Jovens em tempo de guerra” (1942); “Crianças sem família (1943) e “Guerra e Crianças” (1943). Foi pioneira no diagnóstico do desenvolvimento da criança sob estresse, que acarreta distúrbios mentais. Anna visava adaptar a criança à realidade, mas não necessariamente como uma revelação do conflito inconsciente. Trabalhava junto aos pais e acreditava que a terapia devia ter uma influência educacional positiva na criança.
Nas décadas de 50 e 60, Anna Freud viajou diversas vezes aos Estados Unidos, onde ministrava aulas sobre crianças e psicanálise. Escreveu e publicou vários textos sobre seu trabalho com crianças.
Como pioneira da psicanálise de crianças, contribuiu com a possibilidade de tratamentos na saúde mental infantil, preparando novos psicanalistas com interesse na área.
Anna Freud, através de seu trabalho com a observação das crianças, foi, sem dúvida, uma pioneira no tratamento com crianças, deixando a produção de seu trabalho como referência aos futuros psicanalistas infantis. Ela teve um papel revolucionário na psicologia infantil, tanto quanto seu pai o teve na de adultos. 
Foi condecorada com um certificado de honra pela Universidade Hebraica de Jerusalém, no “Bedford College”, em 14 de julho de 1976.
Anna Freud se dedicou as crianças durante todo o seu percurso profissional e morreu em Londres, em 09 de outubro de 1982, com 86 anos.
Teoria 
Anna foi a fundadora do campo da psicanálise infantil, abrindo horizontes nas teorias guiadas pelo seu pai. 
Ela observou que há diferenças entre os sintomas vistos em crianças e adultos, pensando em estágios do desenvolvimento. 
Desenvolveu técnicas diferentes para tratamento, acreditando que a criança não deveria ser analisada. 
Ela acreditava que era preciso analisar os contextos e as relações que podem marcar os problemas infantis, sendo que a criança está em processo de auto conhecimento e desenvolvimento e não entendem as relações afetivas em sua totalidade. 
Em resumo, a personalidade da criança está em processo de construção e por esse motivo a terapia não pode ser a mesma utilizada em adultos. Ela defende a importância de conhecimento da psicanálise por parte dos pais para educarem seus filhos mas que não devem ser os únicos, tendo o professor um papel importante no processo. Ao aprofundar seus estudos acerca do id, ego e superego, ela chegou em algumas conclusões. 
Anna Freud sempre foi uma mulher prática. Não gostava muito de teorizar: por isso seus livros estão cheios de casos práticos interessantes como base para justificar e desenvolver suas ideias. O que ela mais desejada era que a psicanálise tivesse uma utilidade terapêutica na vida das pessoas, especialmente na das crianças.
“Seu trabalho mais notável foi O Ego e os Mecanismos de Defesa, publicado em 1936. Foi nessa obra que sua visão da psicanálise infantil começa a caminhar para a adolescência. Esse livro tinha três propósitos. Primeiro, analisar e rever, de forma geral, as descobertas técnicas e teóricas queensinavam os psicanalistas a dar igual consideração clínica ao id, ao ego e ao superego. Em segundo lugar, rever os mecanismos que seu pai isolara e descrevera, elaborando-os e os resumindo. Por último, incorporar os mecanismos de defesa à experiência que acumulara, até então. Ela consegue terminar o livro a tempo de apresentá-lo ao pai, em seu 80º aniversário.” 
Ao longo de sua vida ela se preocupou muito mais com a dinâmica mental do que com sua estrutura. Por isso se interessou mais pelo ego do que pelo id, e pela parte inconsciente da vida psíquica que tanto apaixonava seu pai.
Sua teoria foca na grande importância do Ego na personalidade do indivíduo, desassociando este do id e restrições do superego. Na Obra mencionada acima, ela diz que o ego procura defender-se das forças internas e externas que ela dividiu em três: Forças vindas do ambiente externo, força do poder instintivo, e forças do poder punitivo do superego. 
Além disso, ela também se aprofundou em uma ideia interessante: o fato de que a maioria de nós aplica diferentes mecanismos e de que não há nada de patológico nisso. O enfoque de Anna Freud não se centrava tanto nos sintomas de possíveis anomalias, como fez seu pai. Ela buscava também combinar seu prisma teórico com uma psicologia que fosse mais útil, prática.
Entre os diversos mecanismos de defesa enunciados por Anna Freud, estes são os mais conhecidos:
Repressão: responde à necessidade de conter os pensamentos e emoções que mantêm a ansiedade.
Projeção: a capacidade e costume de ver os defeitos próprios em outras pessoas.
Deslocamento: a transferência de sentimentos negativos para terceiras pessoas.
Regressão: voltar a uma idade mais jovem psicologicamente, com os costumes e os padrões próprios desta idade anterior.
Negação: Recusa consciente de perceber fatos que o perturbam;
*Anulação: Tentar cancelar uma experiência primeira desagradável por uma ação;
Racionalização: Substituir um motivo assustador por uma explicação razoável e segura;
Formação Reativa: Fixação por uma pessoa, desejo, ideia que se opões a um impulso temido pelo inconsciente;
Sublimação: Direcionar a energia sexual para a realização de atividades que a sociedade aceita;
Introjeção: Incorporação de valores dos outros para si próprio;
Ela baseou o desenvolvimento de suas teorias no enfoque de seu pai. No entanto, tinha claro que na hora de tratar os traumas, deixaria o id e o superego de lado para centrar-se no ego.
Anna Freud começa em Londres a ter divergências com a psicanalista Melanie Klein, onde para Anna Freud a psicanalista junto a criança estabelece uma transferência positiva, garantindo um papel pedagógico e educacional à criança analisada, enquanto Melanie Klein defende que a brincadeira com a criança, no atendimento, corresponde às associações livres da cura para os adultos.
A filha de Freud foi a primeira a fazer uso das brincadeiras como mecanismo para entrar no mundo emocional das crianças. Com elas, também mudou a forma de interpretar seu papel como terapeuta: longe de se apresentar como uma figura de autoridade distante, sua pretensão era tratar com as crianças usando a proximidade e sua linguagem. 
Ela pretendia que seus centros funcionassem como “unidades de família” para que crianças traumatizadas ou abandonadas na época da guerra, a fim de que encontrassem nestas instituições outros companheiros (irmãos) e uma psicoterapeuta (mãe) que tratasse os pequenos.
Anna defendeu ao longo de sua vida a importância das relações na infância de uma criança como mecanismo essencial para seu correto desenvolvimento. Toda a distância do seio familiar causa estresse, medo, e tem um impacto na mente da criança e em seu desenvolvimento psíquico. 
Como os bebês constroem o mundo? 
 Anna Freud dá importância às práticas pedagógicas e aos aspectos do desenvolvimento. Ela dá ênfase ao comportamento como forma de adaptação ao meio social e processos conscientes em detrimento de questões do inconsciente e a dimensão pulsional descrita por seu pai, se distanciando da prática psicanalítica.
Os bebês se encontram dependentes do processo de maturação do organismo, sendo um ser imaturo e auto dependente. Essa maturação do organismo é o que distingue as práticas da criança com o adulto. Nessa perspectiva, não há uma diferenciação do sujeito singular em sua dimensão do inconsciente.
Os bebês constroem o mundo de forma adaptativa, ou seja, se adaptam ao meio social através de práticas e estímulos que devem ser instituídas pelos pais e professores, se preocupando com as futuras dificuldades que poderão colocar a criança em desequilíbrio. As atitudes de proteção excessiva ou rejeição, de indiferença, crítica ou admiração, por parte de pessoas do convívio da criança, tais como pais e professores são muito relevantes no processo de maturação.
Os bebês têm determinados padrões de normalidades e anormalidade. Os sintomas têm uma relação direta com as fases do desenvolvimento pelas quais passa a criança e são considerados os mecanismos de defesa frente aos impulsos inconscientes do id, desconsiderando o elemento pulsional. A remoção do sintoma, como comportamento inadequado, é uma forma de chegar à adaptação social.
 Os brinquedos permitem às crianças, principalmente os bebês, a expressão de seus sentimentos e suas atitudes frente às pessoas. Além dos brinquedos, têm-se os desenhos, escritas, brincadeiras e fantasias das crianças como sendo muito importantes no processo.
Dessa forma, fazem parte do desenvolvimento infantil, tanto aspectos externos quanto “inatos” da criança: O mundo externo interagindo com o mundo interno da criança participa como um agente construtor de seu mundo e da eventual patologia na mesma. 
Algumas citações de Anna Freud
“Às vezes a coisa mais bonita é precisamente a que vem inesperadamente e não merecida. Por isso, é algo visto verdadeiramente como um presente”.
“O que sempre quis para mim é muito mais primitivo. Provavelmente nada mais é do que o afeto das pessoas com as quais estou em contato, e sua boa opinião sobre mim.”
“Quando o erro se torna coletivo, adquire a força de uma verdade.”
“Estamos aprisionados no reino da vida, como um marinheiro em seu pequeno barco, em um oceano infinito.”
 “Mentes criativas sempre sabem sobreviver a qualquer tipo de mau treinamento”;
“Se algo não te satisfaz, não se espante. Chamamos isso de vida”;
“Quando os sentimentos dos pais são ineficazes ou muito ambivalentes ou quando as emoções da mãe estão temporariamente comprometidas em outro lugar, as crianças se sentem perdidas”;
“Que maravilhoso é que ninguém precise esperar nem um só momento antes de começar a melhorar o mundo”;
“Eu estava procurando fora de mim por força e confiança, mas elas vêm de dentro. E estão lá o tempo todo”;
Vídeo
Link para vídeo de Anna Freud comentando alguns vídeos raros caseiros dela e sua família. https://youtu.be/CM0SmZNarR8
Referências 
http://www.morasha.com.br/biografias/anna-freud-pioneira-na-psicanalise-infantil.html
ROUDINESCO, E. – Sigmund Freud – na sua época e em nosso tempo- Ed. Zahar, Rio de Janeiro, 2016.
https://blogdamaricalegari.com.br/2020/02/15/quem-foi-anna-freud-sua-vida-e-a-psicanalise-infantil/
https://amenteemaravilhosa.com.br/anna-freud-sua-obra-depois-sigmund-freud/
https://www.psicanaliseclinica.com/anna-freud/
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382013000200006
Freud, A. (1936) Ego & the Mechanisms of Defense.
Freud, A. (1956-1965) Research at the Hampstead Child-Therapy Clinic & Other Papers.
Freud, A. (1965) Normality & Pathology in Childhood: Assessments of Development.
 
anna e Dorothy 
 	
Crianças no abrigo Hampstead Nursery durante a Segunda Guerra Mundial.
 
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