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Resumo de Estomatologia AULA 1 – Histopatologia Básica da Mucosa Oral A mucosa normal da boca é dividida, segundo a exposição aos esforços mastigatórios ou à presença de um neuroepitélio em: mastigatória, revestimento ou especializada. A mucosa oral é a estrutura que reveste cavidades úmidas. Suas funções são: proteção: mecânica (barreira de defesa frente a agentes agressores). sensorial: possui receptores específicos aos estímulos térmicos, tato e dor, variável de região para região. Alta nos lábios e língua. secreção: saliva (desembocadura dos ductos excretores). O tecido da mucosa oral é epitélio de revestimento estratificado pavimentoso queratinizado ou não. O epitélio queratinizado (camada de células superficiais que perderam o núcleo e estão cheia de queratina, uma proteína resistente à água e que forma uma barreira protetora contra as forças destrutivas do meio ambiente) da mucosa oral é dividido em quatro camadas: camada córnea (queratina), camada granulosa, camada espinhosa e camada basal (mais profunda). 1. Camada Córnea (superficial): epitélio queratinizado, tipos de queratina ortoceratina (células, achatadas, anucleadas e bastante eosinofílicas) e paraceratina (células achatadas, núcleos picníticos). 2. Camada Granulosa: 3 a 6 camadas de células, em geral achatadas e paralelas à superfície, grânulos citoplasmáticos de ceratohialina, conteúdo dos grânulos: lipídeos, glicoproteínas, enzimas lisossomais, função impermeabilidade epitelial. 3. Camada Espinhosa: 3 a 8 camadas de células arredondadas ou poliédricas, maior quantidade de desmossomos semelhantes a espinhos, células em processo de maturação, diferenciação em ceratinócitos. 4. Camada Basal: 1 a 3 camadas de células colunares ou cúbicas, subdividida em porção basal e porção suprabasal, grande atividade mitótica, camada germinativa ou proliferativa. As células do epitélio da mucosa oral são: queratinócitos (qualquer célula do epitélio de revestimento presente nas 4 camadas, menos as células claras) e células claras, que são: melanócitos (localizadas na camada basal, com a função de formação do pigmento de melanina), células de Langherans (localizadas na camada córnea, com a função de apresentadoras de antígenos) e células de Merkel (localizadas na camada basal, célula nervosa que não tem uma função definida ainda). ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS BÁSICAS DA MUCOSA ORAL Toda alteração macroscópica, patológica ou não, decorre de uma alteração a nível celular, ou seja, microscópica. Algumas dessas alterações, reversíveis, são citadas a seguir: 1. Hiperortoqueratose: aumento da camada de ortoqueratose pode ocorrer em qualquer parte da mucosa. Ex: gengiva, com reação a um estímulo (parte esbranquiçada), uma área extens. 2. Hiperparaqueratose: aumento da espessura da camada de paraqueratina, a diferença é que tem aumento de núcleo também. 3. Acantose: aumento do número de células da camada espinhosa. 4. Exocitose: presença de células inflamatórias no epitélio. Exemplo de células inflamatórias são os leucócitos, neutrófilo e macrófago. 5. Acantólise: perda de coesão das células da camada espinhosa. Ex: células de Tzank. Perda da união rompe os complexos entre os queratinócitos. Ex: herpes. 6. Ulcera: exposição do tecido conjuntivo à custa da perda total do epitélio. 7. Atrofia: diminuição da espessura normal do epitélio. 8. Espongiose: presença de liquido no espaço intercelular, entre os queratinócitos, edema intracelular, com a presença dos complexos, diferente de acantólise que tem a perda desses complexos. 9. Disqueratose (queratinização intra-epitelial): células da superfície da epiderme (pele) ficam repletas de queratina, tornando-se solidificadas. 10. Edema intracelular: presença de líquido no espaço intracelular. Degeneração hidrópica. 11. Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa: proliferação epitelial que se assemelha ao carcinoma epidermóide, mas as células não possuem características de malignidade. *a “casquinha” na mucosa é branca e úmida, diferente na pele que é dura e escura de fibrila. EXAME DO PACIENTE – DIAGNÓSTICO – TRATAMENTO (exame clínico) = o exame é a base do diagnóstico Sequencia de elaboração do diagnóstico: exame clínico (EC – anamnese + exame físico), hipótese de diagnóstico (HD), exame complementar, diagnóstico físico (DF), prognóstico, plano de tratamento, proservação. Anamnese 85%, exame físico 10% e exame complementar 5%, todos se compõem para se dar o diagnostico. Objetivos do exame clínico: estabelecer o diagnóstico, conhecer as condições de saúde pré-existentes, descobrir doenças concomitantes e estabelecer plano terapêutico, controlar emergências, estabelecer prognostico. ANAMNESE É o exame subjetivo (sintomas), do grego ana (trazer de novo) e mnese (memória), reminiscência, recordação. Dialogo entre examinador e paciente. - Objetivos: obter os elementos essenciais da historia clínica, estabelecer a relação profissional paciente, conhecer os fatores pessoas, familiares e ambientais relacionados com o processo saúde doença, obter os elementos para guiar o profissional no exame físico, definir a estratégia de investigação complementar, direcionar a terapêutica em função do entendimento global a respeito do paciente. - Tipos de perguntas: grau cultural do paciente (abertas devem ser feitas de modo que o paciente se sinta livre para expressar- se “o que o senhor está sentindo”, focadas, fechadas). - Especialidades: formas de grafia no prontuário (termos técnicos, termos leigos entre aspas, palavras do paciente, SIC). - Ativa ou passiva: valorizar o que o paciente sente, paciente “fala a vontade”, orientá-lo na cronologia dos fatos, anotação na ficha clínica, observar alterações de fala, postura, movimentos, etc, no final, intervenção do profissional para completar os dados, “certos detalhes”, gentil, competente, com confiança, forma sistemática, ordenada e completa. Sequencia cronológica Identificação, queixa principal-duração, historia da doença atual, antecedentes familiares-sociais, antecedentes pessoais. - identificação: nome, endereço, sexo, idade, estado civil, profissão, naturalidade, nacionalidade, procedência (proveniência, origem, lugar de onde alguém ou alguma coisa provém). Sexo masculino: carcinoma epidermóide de boca, hemofilia, etc. Sexo feminino: osteoporose, câncer de mama, DTM, depressa, etc. Naturalidade x Nacionalidade: a diferença é que nacionalidade normalmente se refere ao país de nascimento ou ao país onde se adquiriu naturalização (cidadania), ex: Maria tem dupla nacionalidade brasileira e italiana. Naturalidade é a indicação da cidade ou estado de nascimento. - queixa principal-duração: o que sente, há quanto tempo, deve ser sucinta e objetiva, escrita na ficha com as palavras do paciente, ex: dor de dente há 7 dias, bolinha no lábio já 1 mês, mancha na gengiva há 1 ano, não sei. - história da doença atual: a queixa desde o primeiro contato com a alteração, historia passada da doença atual, como começou, historia (inicio, meio e fim), fatos antes do aparecimento, alterações sentidas até sente momento, quais tratamento instituídos, houve melhora. - antecedentes familiares: situação familiar (antecedentes sociais, condições de vida), doença de arranhadeira do gato, doenças familiares. Antecedentes mórbidos: mórbido é aquilo enfermo, doentio, que causa doença. Morbidez é o estado do que é mórbido. Gerais e regionais. Doenças atuais e progressas, cirurgias, medicamentos, internações, alergias. - antecedentes pessoais: mórbidos (qual doença, desde quando, cirurgia, qual região, alergia do que, internações, porque, para que, medicamentos, nome, posologia, tempo), hábitos (ato repetitivo, que não provoca prejuízo ao organismo, ex: higiene, físico, exercícios, dormir) e vícios (ato repetitivo que traz prejuízo ao organismo, uma habito nocivo, ex: tabaco, álcool, drogas, tipos quantidade, tempo de uso). Biossegurança, ergonomia, instrumental adequado, boailuminação, cooperação do paciente, afastar e secar estruturas, conhecimento (anatomia, fisiologia), sentidos aguçados. AULA 2 – Atipia Epitelial O significado de atipia é a irregularidade no aparecimento de determinadas doenças que aparecem com frequência. As células atípicas são células estranhas, com núcleo denso e diferente do normal, podem ver essa alteração no microscópio. O bom é que isso é muito precoce e só irá virar câncer em anos, ou seja, há certo tempo para tratar, porém continua sendo uma alteração ruim. Pode ser leve, moderada ou intensa. Os critérios histológicos de atipia epitelial são: - estratificação (formado por várias camadas de células sobre a membrana basal) anormal do epitelial - hiperplasia (aumento benigno de um tecido devido à multiplicação das células que o compõem) da camada basal - projeções epiteliais em gota - aumento do número de mitoses - alteração da polaridade das células basais - alteração da relação núcleo citoplasma - pleomorfismo (capacidade de variar sua forma de acordo com o período do ciclo de vida/reprodutivo ou das condições ambientais) celular - hipercromatismo nuclear (tipo de degenerescência do núcleo das células, que fica cheio de pigmentos corados, cromatina celular mais espessa) - aumento do tamanho do nlucléido - queratinização individual - perda de coesão celular BANÓCZY E CSIBA (1976) Critérios presentes Tipo de atipia < 2 Epitélio normal 2 Atipia leve 2 – 4 Atipia moderada > 4 Atipia intensa EXAME FÍSICO Sucede a anamnese, pesquisa de sinais, uso da semiotécnica e valoriza os sintomas. Os requisitos para o exame físicos são: biossegurança, ergonomia, instrumental adequado, boa iluminação, cooperação do paciente, afastar e secar estruturas, conhecimento (anatomia, fisiologia, etc), sentidos aguçados e segurança. O exame físico é dividido em geral e regional (extrabucal e intrabucal). Exame físico geral - estado geral: estado geral bom BEG, estado geral regular REG, estado geral mau MEG. Caquexia: estado de extrema magreza com comprometimento do estado geral do paciente: tuberculose, cirrose, desnutrição grave, neoplasias malignas e AIDS. - dados vitais: pressão arterial, pulso, frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura. - fala e linguagem: depende do órgão fonador e do musculo da fonação e elaboração cerebral. Disfonia é a alteração do timbre da voz e órgão fonador. Dislalia são alterações menores da fala, a troca de letras. Disfasia é a perturbação na elaboração cortical da fala incapacidade para ordenas as palavras. - dados antropométricos: peso, estatura, biótipo, índice de massa corporal (IMC = peso / altura²). 19-25 normal, 25-30 obesidade grau I (cintura com mais de 90cm), 30-40 obesidade grau II e > 40 obesidade grau III. Abaixo de 20 pode estar relacionado a Addison, anorexia, lipotimia, desnutrição, e de 30 a 35 pode ser diabetes, hipertensão, maior volume de língua. - nível de consciência - estado de hidratação - estado de nutrição - respiração: eupneia (12 a 20 ciclos por minuto no adulto), dispneia, taquipnéia (doença pulponar obstrutiva, fibrose pulmonar, febre, anemia, ansiedade), bradipnéia. - fácies - postura: escoliose, cifose, lordose (doenças fibro-ósseas, neurofibromatose, doença de Paget do osso) - atitude e decúbito preferido - mucosas, pele e anexos: temperatura (febre, abcessos, celulites), desidratação (úmida, quente, aveludada, hipertireoidismo) e cor: icterícia (hepática, biliar), palidez (anemia, mixedema, necrose), vermelhidão (policitemia, hipertensão) e cianose (cardíaca, pulmonar) - linfonodos - edema - Longilíneos: respiração bucal, transtornos cardiorrespiratórios, mais sensíveis à dor. - Brevilíneos: obesidade classe III de Angle, diabetes. - Normolíneos: classe I de Angle, maior resistência a obesidade, doenças osteoarticulares - Gigantismo: marfan, klinefelter, hipogenitais, hiper-hipofisárias cranial - Nanismo: down, turner, osteogenene imperfeita, displasia cleido, picnodisostose Exame físico regional Extra-bucal: manchas, lesões (nódulos, placas, bolhas), cicatrizes, fístulas, secreções, úlceras. AULA 3 – Exames Complementares Exame clínico – hipótese de diagnóstico – exames complementares – diagnóstico final – tratamento. HIPÓTESES DE DIAGNÓSTICO (diagnóstico clínico, diagnóstico diferencial) - doenças com sintomas e aspectos parecidos EXAMES COMPLEMENTARES - exame de imagem, exames laboratoriais (hemograma), exames bioquímicos (exame da saliva). O que determina qual exame complementar eu vou pedir é o exame clinico e a hipótese de diagnostico, para não sair por ai fazendo exames desnecessários. Podem ser inespecíficos, semi-específicos ou específicos, depende da situação do paciente, é sempre melhor quando o exame é especifico, pois será feitos menos exames. BIÓPSIA (procedimento cirúrgico, não é um tratamento, mas pode servir como) É um procedimento de elicidação diagnóstica através da remoção de um tecido vivo para estudo macro e microscópico e compreende dois tempos: coleta do material (biopsia propriamente dita) e estudo macro e microscópico do mesmo (exame anátomo-patológico). Indicações: toda ulcera que permaneça por mais de 15 dias sem sinais de cicatrização, em todo tecido excisado em procedimentos de rotina, tais como gengivectomias e cirurgias de hiperplasias para preparo protético, em lesões ósseas, lesões apicais em progressão, nas lesões diagnosticadas radiograficamente como cistos, pois podem apresentar proliferação epitelial ameloblastica em suas paredes ou representarem verdadeiros ameloblastomas, para diferenciar os diferentes tipos de cistos, em alterações dos tecidos moles, para confirmar lesão maligna nos exames citológicos com resultado classe III, IV e V de papanicolaou, e nas lesões brancas, vermelhas e negras, sendo que as lesões negras quando pequenas devem ser totalmente excisadas (biopsia excisional). 1. Para lesões não diagnosticadas por outro método ou com duvidas no diagnostico. Temos várias hipóteses de diagnostico, mas para saber qual delas é, faz-se a biopsia. 2. Lesões suspeitas de câncer (mais comum) 3. Úlceras que não cicatrizem, normalmente são traumáticas 4. Classe III-IV e V de Papanicolaou 5. Nódulos grandes ou de crescimento rápido 6. Lesões brancas não diagnosticadas, leucoplasias 7. Lesões negras 8. No câncer: determinar tipo de tumor e grau de malignidade, grau de diferenciação, tipo histológico, infiltração e margens Contra-indicação - locais: lesões vasculares. Lesões negras não são contra-indicação, pois somente o exame microscópico elucidará o diagnóstico. - gerais: doenças sistêmicas que impeçam procedimento cirúrgico. Diabéticos, cardiopatas, anêmicos e hemofílicos. MODALIDADES DE BIÓPSIA Biopsia incisional (ou por incisão) Consiste na remoção de apenas uma parte da lesão tanto em profundidade como em extensão. Biopsia excisional Remoção de toda a lesão. Biopsia por pinça “saca bocado” Está modalidade de biopsia está indicada para áreas de difícil acesso, porém visíveis clinicamente, como o terço posterior da língua, o arco palatoglosso e a região da úvula. Apresenta o inconveniente de esmagar parte do tecido dificultando a interpretação histopatológica. É realizada com pinças de cabo comprido chamadas “saca bocado”, sendo bastante utilizadas em ginecologia. Possui na parte ativa em forma de concha, extremidade cortante que ao ser fechado provoca a compressão da lesão deixando apreendidos no seu interior parte da lesão que será examinada. Biopsia por curetagem (ou raspagem) Bastante empregada nas lesões císticas e policísticas com o auxilio das curetas. Portanto está indicada principalmente nas lesões cavitárias. Biopsia por “punch” (ou vazador) Nesta modalidade de biopsia utiliza-se o “punch”, instrumento bastante utilizado em dermatologia. Trata-se de um cilindro oco com uma lamina circular na sua extremidade semelhante a um vazador utilizado emmarcenaria ou selaria. Encontrado com vários diâmetros podendo ser ou não descartável. Empregado para qualquer área da cavidade bucal, porém é mais utilizado no palato, língua e gengiva e também para reabrir áreas de implantes para confecção de próteses, evitando que se faça um retalho para ter acesso ao mesmo. O diâmetro de sua ponta ativa pode variar de 2 a 8mm. Biopsia de congelação trans-operatória Utilizada nos casos onde se deseja fazer um diagnostico rápido em lesões suspeitas de neoplasia maligna durante o ato operatório, para uma adequada conduta cirúrgica. O fragmento é removido durante a cirurgia e enviado imediatamente para congelação com o auxílio do criostato para poder ser cortado e avaliado miscroscopicamente. O objetivo deste exame é definir para o cirurgião se a lesão é uma neoplasia maligna ou não, permitindo que em caso positivo seja ampliada as margens cirúrgicas da lesão com o paciente ainda anestesiado, poupando assim um novo ato cirúrgico. Biopsia por punção Utilizada para obter material de locais com dificuldade de acesso e realizadas com agulha de grosso calibre. Pouco utilizada em odontologia, pois vem sendo substituída universalmente pela técnica de punção aspirativa por agulha fina (PAAF) e posterior exame citológico, como veremos mais adiante. A técnica de biopsia por punção foi introduzida na área medica para coleta de material do fígado de doentes de febre amarela. Instrumental utilizado: brocas cirúrgicas, serra para osso (biopsia óssea), cinzel e martelo, bisturi (biópsia óssea), pinça “saca bocado”, curetas, “punch”, trefinas e tesoura. Técnica de biopsia para tecidos moles: assepsia, anti-sepsia (durante a assepsia, qualquer anti-séptico poderá ser utilizado sem interferência no processamento dos fragmentos removidos), anestesia (muito se discute em relação a ação dos vasoconstritores dos anestésicos locais, interferindo a interpretação do exame anátomo-patológico. Na prática, não ocorre qualquer interferência da utilização do vasoconstritor, porém se possível, anestesiar ao redor da lesão, pois tudo o que pudermos evitar falhas na interpretação dos exames chagará a um diagnóstico mais preciso), diérese (o bisturi elétrico deverá ser utilizado em ultima instancia por motivos de técnica cirúrgica, pois interfere na interpretação das laminas), exérese, hemostasia (a cauterização deve ser evitada, pois interfere no diagnóstico, principalmente na suspeita de lesão maligna, para verificar se as margens da lesão estão comprometidas ou não), sutura (síntese, qualquer fio de sutura poderá ser utilizado). Técnica de biopsia para tecidos duros: a técnica de biopsia para tecidos duros segue os mesmo passos para a técnica para os tecidos moles, diferenciando apenas que, após a diérese dos tecidos e, portanto com a exposição do tecido ósseo, deverá ser realizada ostectomia para se ter acesso ao interior da lesão e então poder ser retirado fragmentos de tecido do interior do osso afetado. Este passo da técnica cirúrgica é realizado com o auxilio de peças rotatórias, cinzel e martelo cirúrgico, trefinas para osso ou ainda serras para osso. Ostectomia e exposição da lesão como auxilio do alta-rotação. Procedimentos após remoção: cuidados com a peça (não comprimir, não dilacerar, remover sangue e outros indutos, frascos de boca larga com fixador formol 10% e identificação no frasco) e cuidados com o paciente (alimentação, pós-operatório). Resultado: nosológico (o patologista define uma lesão) e descritivo (patologista descreve o quadro histológico). Requisição do exame anátomo-patológico: o material deverá ser acompanhado de uma requisição que deverá conter os dados pessoais do paciente, local onde foi feita a remoção, descrição da lesão clinica e imaginológica, se o paciente foi submetido a alguma terapia prévia, aspectos transoperatórios (sangramentos, presença de líquido com aspecto cístico, massa tumoral, presença de material semelhante a “margarina” sugerindo presença de queratina no interior das lesões, etc) e hipóteses de diagnóstico ou diagnóstico clinico. Obs: todos os exames complementares com seus devidos resultados deverão ser colocados de maneira resumida ou anexados a requisição de exame anátomo-patológico. Resultado do exame anátomo-patológico e solicitação de revisão de lâmina ou solicitação de aprofundamento do bloco de parafina: o resultado do exame anátomo-patológico consta de 3 partes: 1. Descrição macroscópica da peça, 2. Descrição microscópica da peça (descritivo), 3. Diagnóstico histopatológico (nosológico). Quando recebemos pacientes já com biopsia ou biopsias já realizadas e não concordamos com o diagnostico histopatológico, poderemos, dentro dos preceitos da ética, solicitarmos revisão da lamina por outro profissional. Esta solicitação deverá ser feita por escrito e não verbalmente ou o pior, pedindo para que o paciente faça a solicitação. Também podemos solicitar, caso o diagnostico histopatológico não esteja de acordo com a sintomatologia apresentada pelo paciente, aprofundamento do bloco de parafina, com o intuito de tentar chegar com os cortes a uma área mais representativa da lesão. CITOLOGIA ESFOLIATIVA (= citodiagnóstico, citopatologia, papanicolaou,citologia oncótica) Exame complementar que estuda microscopicamente as células que descamam fisiologicamente da superfície epitelial obtidas por remoção através de raspagem (esfregaço). A citologia esfoliativa não é um exame complementar que propicie o diagnóstico definitivo de uma lesão, serve como orientação diagnóstica. Ela não substitui a biopsia, pois não define o tipo histológico da “lesão” maligna. A fidelidade de diagnóstico é de 95% de acertos e 5% de erros (falso positivo ou falso negativo). Ela é rápida, simples, indolor, livre de sangramento, fácil de execução, barato e de fácil leitura. - raspado ou esfregaço: lesão pele, lesão mucosa - secreções, escarro: lavado brônquico, liquido pleural, liquido cístico, mamária - líquidos: urina, seroso, aminiótico - punção aspirativa: linfonodo, glândulas salivares, seio maxilar, lesões intra-ósseas - outros Utilização: detecção de neoplasias malignas, doenças viróticas, doenças bacterianas, doenças fúngicas, orientação para outros exames complementares. Indicações: lesões erodidas/ulceradas, lesões vesiculares/bolhosas, lesões extensas ou múltiplas (seleção do local para biopsia), placas heterogêneas, proservação de lesões cancerizáveis, prevenção e diagnóstico de lesões malignas, controle pós- operatório, controle de áreas submetidas a Rxt. Citologia esfoliativa em processos não neoplásicos: proservacao de leucoplasias extensas, pênfigo vulgar, herpes simples, sífilis, candidíase, paracoccidiodomicose, zoster, lesões císticas, anemias, outros. Leucoplasia Exames periódicos, dividir a lesão em varias áreas e colher material de cada uma destas (citologia por quadrante) Pênfigo vulgar Células de Tzank, células epiteliais multinucleadas. Herpes Células em degeneração balonizante com citoplasma edematoso e núcleo degenerado, essas células são comuns em outras doenças viróticas. Paracoccidiodomicose (Paracoccidioidis brasiliensis) Citologia a frasco (hidróxido de potássio 40%). Diagnostico: membrana bi-refrigente, lesões pulmonares. Sífilis (Treponema pallidum) Microscopia de campo escuro, coleta em laboratório. Candidíase (Cândida albicans) Forma filamentada, para diagnóstico definitivo: biópsia. Prevenção (diagnóstico de lesões malignas): citologia oncótica ou de papanicolaou. Técnica: orientações ao pacientem instrumental adequado, preparo do local a ser raspado, obtenção do esfregaço, cuidado com o material obtido, relatório para o patologista. Orientação ao paciente: não fazer uso de medicação tópica por 24 horas antes do exame, objetivo do exame. Instrumental adequado: laminas para microscopia limpas e marcadas, espátula de metal, fixador (solução de álcool - éter 50% ou álcool absoluto),frasco com trilhos ou de vidro. Preparo do local a ser raspado: não utilizar antissépticos corantes, remover crostas, exsudatos, indutos, realizar, se possível, bochechos prévios com água ou soro fisiológico, realizar o amolecimento de lesões hiperceratóticas com soro fisiológico. Obtenção do esfregaço: colher preferencialmente logo após o aparecimento das lesões. Após limpeza do local, havendo vesículas, rompe-las e remover material de sua base. Se for lesão ulcerada, após limpeza, colher material da borda e base da lesão. Deslizar suavemente a espátula metálica sobre a lesão (raspagem). Depositar e espalhar o material (esfregaço) em movimento circular em 2 laminas para microscopia. Cuidados com o material obtido: mergulhar as lâminas em frasco contendo fixador (álcool/éter, álcool absoluto, spray), colocação imediata em recipiente próprio, fixador (álcool – éter 50%), identificar frasco. Solicitação de exame: solicito para Sra. Paciente, citodiagnóstico de material de mucosa bucal (úlcera de dorso de língua) com hipótese de diagnóstico de... local, data. Assinatura. Relatório ao patologista: identificação do paciente, breve relato clinico, descrição da lesão, hipóteses de diagnóstico, envio de exames complementares realizados. TÉCNICA (sequencia) 1. Manipulação no laboratório (método): as laminas são coradas e examinadas ao microscópio. 2. Resultado (valores de referencia): depende do material enviado e hipóteses de diagnóstico. O resultado do exame citológico é fornecido de acordo com a classificação de Papanicolaou, com pequenas modificações, que se baseia em classes de diagnóstico. Citologia oncótica ou de Papanicolaou (prevenção, diagnóstico de lesões malignas). Classificação: - classe O: material inadequado ou insuficiente para o diagnóstico. Deve-se repetir a colheita. - classe I: normal. Ausência de alterações citológicas indica que somente células normais foram observadas. - classe II: atípico. Indica presença de pequenas atipias celulares, porém não associadas a malignidades. - classe III: indeterminada. Esfregaço duvidoso para malignidade separa o diagnóstico de câncer ou sua ausência. As células exibem maiores atipias que podem ser sugestivas de câncer, porém não definidas. Biopsia recomendada. - classe IV: sugestiva de câncer. Esfregaço sugestivo, mas não conclusivo de malignidade. Poucas células com características malignas ou muitas células com características duvidosas. Biopsia é mandatória. - classe V: positiva para câncer. Esfregaço positivo para malignidade, obviamente as células possuem características malignas. Biopsia é mandatória. O tratamento não deve ser executado com base apenas no resultado do exame citológico. Para o diagnóstico definitivo, o exame citológico deve ser complementado por exames mais específicos. OUTROS EXAMES COMPLEMENTARES - exames utilizados para avaliação do metabolismo ósseo: indicado para lesões osteolíticas. Dosagem de cálcio sérico, dosagem de cálcio sérico, dosagem de fósforo sérico, dosagem de fofatase alcalina. - exames sorológicos: RSS – reações sorológicas para sífilis. Wassermann, VDRL (veneral diseases research laboratories), TPI (prova de imobilização do treponema), FTA-ABS (fluorescente treponemal antibody). - teste de tolerância a glicose (TTG): diabetes 3 ou 5 horas ingestão de sacarose a cada 1 hora. - pesquisa de células lúpus eritematoso no sangue - amilese sérica: parotidite epidêmica (caxumba) - reação de machado guerreiro (doença de chagas), reação intradérmica de Montenegro (Leishmaniose tegumentar americana), teste de mantoux (tuberculose), reação de Paul-Bunnel (mononucleose infecciosa), reação de fixação do complemento (paracoccidioidomicose). - exame de urina: urina é o resultado da filtração do plasma pelo glomérulo renal e dos processos de absorção e excreção exercidos pelos túbulos renais, volume de 1 a 2 litros por dia, densidade, cor amarelo citrino, aspecto, ph de 5 a 6, glicosúria, acetonúria, proteinúria, piúria, hematúria, etc. Anúria (peritonite e cólica renal), poliúria (diabetes, uso de diuréticos, ingestão de bebidas alcoolicas, nefrite, insuficiência renal crônica), glicosúria (eliminação de glicose pela urina - diabetes, trauma craniano, pancreatite, estado febris agudos), acetonúria (eliminação de corpos cetônicos pela urina – jejum prolongado, diabetes), piúria (presença de pus na urina – tuberculose renal, tu renais, infecções da bexiga, infecções da próstata, processos infecciosos de alguma das vias urinárias), hematúria (eliminação de sangue na urina – nefrites, tu renais, litíases, infecções da bexiga, uretra e ureteres, traumatismos, lúpus eritematoso disseminado), bile na urina (hepatite, cirrose, obstrução das vias biliares, bile no sangue). - cintilografia óssea: método diagnóstico das patologias ósseas que consiste na administração de isótopos radioativos-fosfatos marcados com tecnécio 99 e posterior localização destes materiais no esqueleto através de uma câmara radioativa. Através da cintilografia é possível detectar lesões ósseas, meses antes que outros métodos de diagnostico o façam. Nos raios X, por exemplo, as lesões ósseas são identificadas quando já houve 40 a 50% de perda mineral. Indicações: pesquisa de histiocitose idiopática generalizada, alterações ósseas metabólicas, como a doença de Paget do osso, avaliação da infiltração de Tu Mg epiteliais para os ossos, detecção de metástases, detecção de metástases para de tumores para a maxila e mandíbula (mama, próstata, pulmões, rim e estomago, entre outros). - ultra-sonografia: método empregado para a avaliação de estruturas superficiais na região da cabeça e do pescoço, tais como: pele, tecido subcutâneo, hematomas e abscessos, glândulas salivares parotida, submandibular e sublingual, alterações dos linfonodos, cálculos salivares e calcificação dos tecidos moles. - TC e ressonância magnética. AULA 4 – Lesões Fundamentais Alterações morfológicas na pele ou mucosa bucal. Visando a obtenção de sinais e sintomas, deve ser sistemático ordenado e completo. Em principio, não deve buscar a identificação de um diagnostico pressuposto ou preestabelecido, mas sim chegar naturalmente, pela acumulação de dados clínicos, a sua elaboração. CLASSIFICAÇÃO 1. Alteração de cor - mancha ou mácula: alteração de cor na pele ou mucosa sem elevação ou depressão. Pode ser endógena (vascular ou melânica, hipocrômica ou hipercrômica) ou exógena (hipocrômica ou hipercrômica). 2. Formações sólidas - pápula: elevação sólida de até 5mm - nódulo: elevação sólida maior que 5mm - placa: elevação sólida, maior em extensão do que em altura 3. Perdas teciduais - erosão: perda tecidual sem exposição do tecido conjuntivo - úlcera: perda tecidual com exposição do tecido conjuntivo. Pode ser crônica geralmente indolor, ou aguda geralmente dolorida. 4. Coleções líquidas - vesícula: lesão elevada, com conteúdo líquido em seu interior de até 5mm - bolha: lesão elevada, com conteúdo líquido em seu interior com mais de 5mm COMO DESCREVER UMA LESÃO (comunicação, recursos/manobras semioténicos). Base, mobilidade, forma, limite, superfície, borda, consistência, número, cor, textura, tamanho, localização, sensibilidade. 1. Número: única e múltiplas 2. Base - séssil: base é maior ou igual do que a extensão da lesão - pedicula: base é menor do que a extensão da lesão 3. Localização: região anatômica que se encontra a lesão, maior riqueza de detalhes possível 4. Superfície (aparência de lesão – aspecto) - brilhante, verrucosa e opaca 5. Forma - cordoniforme, arredondada, globosa, afilada, irregular e alongada 6. Borda (barreira, margem, orla - área da lesão mais próxima do contorno) - ligeiramente elevada, elevada, plana, rasa e profunda 7. Contorno (linha que fecha ou delimita exteriormente a lesão) - nítido, difuso, regular e irregular 8. Limites - imprecisos e lesões externas 9. Cor - semelhante à mucosa, branca, avermelhada,rósea, acinzentada e azulada 10. Textura - áspera e lisa 11. Mobilidade - fixa e móvel 12. Sensibilidade - sintomática e assintomática 13. Consistência - pétrea, endurecida e borrachóide ou elástica 14. Tamanho - lesões circulares ou arredondadas (mm ou cm de diâmetro) - lesões irregulares ou alongadas (mm no maior eixo X mm no menor eixo) 15. Fístula = trajeto que tem como origem o tecido patológico (infecção) e termina em um orifício externo (pele ou mucosa) 16. Pústula = áreas de hemorragia puntiforme e circular 17. Equimose = área de extensa hemorragia 18. Fissura = úlcera estreita, semelhante a uma fenda 19. Varicosidade =principalmente em ventre, bordas da língua e assoalho bucal, com mais frequência em pacientes idosos. Coloração azulada. 20. Telangectasia = grande maioria de aspecto filamentoso ou pontilhados devido a dilatação de capilares AULA 5 e 6 – Lesões Brancas LEUCOEDEMA Nevo Branco Esponjoso Gengivo Estomatite Branca Leucoqueratose Hereditária - Primeira descrição por HYDE em 1909. - O Termo NBE foi cunhado em 1935 por CANNON Alteração na mucosa de caráter autossômico dominante de penetrância incompleta. Características Clínicas: congênita, ou aparece na infância ou adolescência. A mucosa de revestimento apresenta-se espessa, pregueada ou corrugada, com consistência flácida ou esponjosa e coloração branco opaco peculiar. As vezes o pregueamento é mínimo , e isolado. Características Histológicas: hiperparaqueratose e acantose, camada basal intacta, camada espinhosa até a superfície, exibe edema intracelular. Estas células vacuoladas, apresentam as vezes núcleos picnóticos, exibem ainda condensação perinuclear patognomônica dos tonofilamentos de ceratina. PAQUIONÍQUIA CONGÊNITA Extremamente rara, autossômica dominante, com penetrância incompleta. Características clínicas: ocorrem após o nascimento; consistem em alterações distróficas das unhas das mãos e dos pés. Queratose folicular, sudorese excessiva das mãos e dos pés. Cabelos escassos e disceratose da córnea. Manifestação bucal: focal ou generalizado. Tipo Jadassohn- Lewandowsky ( Gorlin & Chaudhry, 1959). Dentes natais Tipo Jackson-Lawler. Características histológicas: a mucosa está revestida por paraqueratina, e exibe acantose e edema intracelular ou vacuolização das células espinhosas lembrando o Nevo Branco Esponjoso. HIPERQUERATOSE Resposta da mucosa bucal (epitélio de revestimento) a um irritante de baixa intensidade e longa duração. Frequentemente identificamos o agente irritante, e quando ocorre à remoção do irritante, desaparece a lesão. Característica Histológica: hiperqueratose ou hiperparaqueratose, presença de células granulosas e acantose, presença de infiltrado inflamatório crônico, de intensidade variável. Características Clínicas: pápula(s) ou placa(s) branca de coloração esbranquiçada. LEUCOPLASIA Característica Clínica: aspecto clínico de crescimento branco, onde podemos excluir outras entidades (leucoedema, nevo branco esponjoso, líquen plano e placas sifilíticas). OBS. Não existe correlação com o histológico, embora caracterizado inevitavelmente por alterações no epitélio de superfície. Características histológicas: hiperqueratose, hiperparaqueratose, acantose, atipia celular, carcinoma in situ Waldron & Shafer, em 1975 , estudo clínico e histológico de 3256 casos de leucoplasia. Faixa etária: homem 5ª e 6ª década mulher 6ª e 7ª década Localização: mucosa bochecha e mucosa de fundo de sulco mandibular Tratamento: Remoção cirúrgica. Risco de malignização: Bánóczy em 1977, publicou um estudo com proservação de 1 à 30 anos, e demonstrou que em seu acompanhamento, a taxa de transformação maligna foi de 6% . (homogênea- 5%, Heterogênea 25%, FMC. 2014;21(7):438-9 ) CANDIDOSE CRÔNICA HIPERPLÁSICA Característica clínica: placa ou mancha branca, que não cede a raspagem, localizadas nos lábios, língua e bochecha. Longa duração. Cawson & Binnie, 1980 apresentaram uma relação definida entre a candidose crônica e carcinoma epiderrmóide. Tratamento etiológico: nistatina, miconazoL, cetoconazol, itraconazol, fluconazol LEUCOPLASIA PILOSA Greenspan e colab. , 1984 descreveram uma lesão branca crônica, patognomônica de infecção pelo HIV. Característica clínica: placa de consistência flácida localizada no bordo lateral da língua, com superfície corrugada, de extensão variada. Características histológicas: paraqueratose, com projeção de filamentos de paraqueratina. Hifa de Candida é relativamente comum, ausência de infiltrado inflamatório é observado na lâmina própria. Hibridização in situ demonstra positividade para EBV. Tratamento e Prognóstico: Aplicação de Antiviral, como Aciclovir, Penciclovir. A recidiva ou reinfecção, é esperada. LÍQUEN PLANO ORAL (LPO) É uma doença mucocutânea imunologicamente mediada . Uma série complexa de eventos imunológicos esta relacionado com a iniciação e desenvolvimento desta condição, mas administração de vários agentes, incluindo diuréticos, ouro, antimalárico, penicilamina e fenotiazina, atuam como desencadeantes.(RLO) Característica Clínica: pequenas pápulas que se coalecem e formam placas maiores, cobertas por escamas finas e brilhantes, na pele. A sua superfície esta coberta por linhas branco-acinzentadas muito finas, chamadas de estrias de Wickham. Manifestações bucais: placas de extensão variável, e persistente, localizadas mais freqüentemente na mucosa jugal, língua, lábios, gengiva (gengivite descamativa), assoalho da boca e palato. Vários relatos sugerem uma associação do vírus da hepatite C e vírus do papiloma humano com LPO. Na Espanha e Japão, há uma incidência de coinfecção de 20% e 62%, respectivamente, com HCV; mas este não foi mostrado na população americana. Estimasse uma taxa de 0,5 a 2% de transformação maligna Características histológicas: O epitélio de revestimento apresenta hiperparaceratose com espessamento da camada granulosa, acantose e edema intracelular das células espinhosa. Necrose ou degeneração por liquefação das células basais, e aparecimento nessa área, de uma fina faixa de um coágulo eosinófilo. Características histológicas: As papilas epiteliais assumem um aspecto de “dentes de serra”. Corpos de Civatte estão presentes. Infiltrado linfocítico, localizado na região papilar e mais superficial do tecido conjuntivo. Tratamento e prognóstico: Corticosteróides. A doença regride com a estabilização de quadro emocional do paciente. LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO Características Clínicas: A faixa etária é de 30 anos para mulheres e 40 anos para os homens. Há prevalência em mulheres, na ordem de 8:1. As lesões na pele da face são placas eritematosas que se coalecem e formam uma área extensa, simétrica, em forma de borboleta. Insuficiência renal, endocardite atípica e artrite reumatoide são observadas. LÚPUS EITEMATOSO DISCÓIDE Características Clínicas: Mais comum nas mulheres. Na pele ocorre freqüentemente na Face, mucosa bucal, peito, dorso e extremidade. Manifestações Bucais: Ocorre Freqüentemente no palato, mucosa jugal, e língua, desde uma erosão, pápula ou placa. Assemelhando-se as lesões do Líquen Plano. Dados Laboratoriais: Pesquisa de célula L.E., Anemia, Trombocitopenia, Hemossedimentação, AAN, Anti-adn Características histológicas: Hiperqueratose, atrofia das papilas epiteliais, liquefação das células da camada basal, infiltração perivascular de linfócitos e acúmulo dos mesmos em volta dos apêndices dérmicos. Degeneração basófila das fibras colágenas e elásticas, e alteração fibrinóide, logo abaixo do epitélio. Tratamento: Corticosteróide ou drogas citotóxicas (azatioprina , clorambucil , ciclofosfamida). AULA 7 – Semiotecnica - A técnica básica para colheita dos sinais e sintomas fundamenta-se no uso dos sentidos naturais do profissional, que quanto mais treinados e experientes, melhores são suas observações. 1. INSPEÇÃO= Ato ou efeito de inspecionar, vistoriar, utilização da visão, avaliação visual, olhar apurado, visualização crítica, primeiro passo, primeiro momento do exame clínico. Observação geral do paciente. Observação local: forma, brilho, cor, limites, dimensões, localização, número. Direta e indireta. 2. PALPAÇÃO (Palpação / Apalpação - Palpar = apalpar) = Tocar com a mão para conhecer, uso do tato, uso da polpa digital. Faz-se compressão. Textura, espessura, consistência, sensibilidade, volume, conteúdo, flutuação, elasticidade, temperatura. Digital, bidigital, dígito-palmar, manual, bimanual. 3. PERCUSSÃO = Ato ou efeito de percutir, choque ou embate de dois corpos, bater ou tocar fortemente. 4. Dente/Cistos/ATM/Seios da face 5. AUSCULTAÇÃO/AUSCULTA 6. OLFAÇÃO = Doenças sistêmicas ou locais que exalam odores característicos. Diabetes, pênfigo, câncer, GUN (GUNA), ORN. 7. PUNÇÃO = Ato ou efeito de puncionar, furar com a punção, introdução de uma agulha no interior do tecido, usa-se seringas hipodérmicas. Como manobra de semiotécnica utiliza-se de seringas hipodérmicas com agulhas de diversos diâmetros, volume da seringa e o diâmetro da agulha são escolhidos mediante as necessidades do exame. Agulha não penetra (tábua óssea espessa, lesão óssea, lesão fibro-óssea “madura”), agulha penetra com resistência (neoplasias sólidas, neoplasias odontogênicas, lesão fibro-óssea), agulha penetra em cavidade (cistos, cavidades vazias, lesões destrutivas, lesões vasculares/vascularizadas). 8. ASPIRAÇÃO = Atrair por meio de formação de vácuo, sorver, absorver, chupar, deve ser feita após a punção, tracionando-se o êmbolo da seringa, provocando pressão negativa, o que promove a absorção do conteúdo da lesão. PUNÇÃO/ASPIRAÇÃO Punção negativa ou punção branca: Se não houver material absorvido. Punção positiva: Se houver material absorvido (líquido, semi-líquido, pastoso, sangue, pus). Todo material colhido deve ser examinado clinicamente e/ou ser encaminhado para análise. Sinais. Manobra de punção e aspiração: a punção exploratória (punção + aspiração), não só é obrigatória para se descartar lesões vasculares intra-ósseas, como também nos auxilia na coleta dos sinais, contribuindo para o processo de diagnóstico. Nenhum material no interior da lesão (“cisto” ósseo simples), mucoso (cisto mucoso do seio maxilar/carcinoma mucoepidermóide/COG), líquido citrino e com presença de pontos brilhantes (cristais de colesterol). Sanguinolento + material semi-sólido, de coloração esbranquiçada semelhante a “margarina”, que representa queratina no interior da lesão (ceratocisto odontogênico), purulento (cistos infectados). Sangue sem grandes volumes, o que faz com que seja diferenciado de lesões vasculares centrais, onde há grande volume de sangue e pressão, fazendo com que muitas vezes o êmbolo da seringa se desloque espontaneamente, castanho-avermelhado e aspecto “espumoso” (cistos ósseos aneurismático). DIASCOPIA / VITROPRESSÃO = Observar ponto por ponto, visualizar/inspecionar uma estrutura comprimida por um objeto transparente (lâmina de vidro). Utiliza-se em alterações de cor, com a compressão e inspeção através da lâmina deve observar: desaparece a lesão, muda de cor, fica mais claro, não sofre modificações. São de grande importância no diagnóstico dos hemagiomas os seguintes exames e procedimentos clínicos: diascopia, ectasia vascular (varizes). EXPLORAÇÃO = Ato ou efeito de explorar, pesquisa, sondagem, procurar, descobrir, estudar, examinar ou acompanhar uma doença. Direta = dedo ou mão, indireta = sondas, explorador, espelho, bisturi. PERTUITO OU COMUNICAÇÃO (SONDAGEM) = Examinar com sonda, explorar metodicamente, ato ou efeito de sondar. Exploração local e metódica por aparelhos e processos técnicos especiais. Sonda : qualquer aparelho de sondagem, utilizado principalmente em periodontia, endodontia e glândulas salivares. SONDAGEM PERIODONTAL = Avaliação da profundidade das bolsas, avaliação do nível de inserção, avaliação das bi e trifurcações (sondas nabers). RASPAGEM = É o ato de raspar, tirar com instrumento adequado, parte da superfície, esfregar, raspar com fricção. Espátulas odontológicas, utilização principalmente em alterações brancas em mucosa/pele SEMIOTÉCNICA NAS LESÕES BRANCAS 1. RASPAGEM Leucoplasia, fotografia, imagem obtida, foto, fixar a imagem, utilização, documentação, evolução clínica/Preservação, fixar o momento. 2. ORDENHA = Ato ou efeito de ordenhar, espremer uma região para tirar líquido, estimular a saída de líquido. Utilização: exame de glândulas salivares na procura de secreção após a drenagem. MANOBRAS DE SEMIOTÉCNICA 1. Inspeção 2. Palpação 3. Auscultação 4. Olfação 5. Punção/ Aspiração 6. Diascopia 7. Raspagem 8. Exploração 9. Percussão 10. Fotografia 11. Sondagem 12. Ordenha 13. Outras 14. SEMIOTÉCNICA NAS LESÕES ULCERADAS 1. Forma 2. Tamanho 3. Borda (elevada X plana ou em harmonia com a mucosa (deprimida)) 4. Número (única X múltipla) 5. Base ou aderência ao planos profundos 6. Endurecida/Fixa X Sem alteração 7. Localização (centro, mucosa adjacente, repercussão à distância) SEMIOTÉCNICA NAS LESÕES BOLHOSAS 1. Lesões Vésico-bolhosas 2. Pênfigo Vulgar x Penfigóide 3. SINAL DE NIKOLSKY 4. POSITIVO 5. NEGATIVO
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