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Curso de Urgência e Emergência

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Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na bibliografia consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
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3 
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SUMÁRIO 
 
 
1.0 HISTÓRIA DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
1.1 Normatização e Regulação do SAMU 
2.0 SISTEMA DE ASSISTÊNCIA ÀS EMERGÊNCIAS 
2.1 O Socorrista 
2.1.1 Atribuições e responsabilidades do socorristas 
3.0 PRECAUÇÕES UNIVERSAIS 
3.1 Noções fundamentais 
4.0 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA 
4.1 Sistemas do Corpo Humano 
4.1.1 Sistema Músculo-Esquelético 
4.1.2 Sistema Nervoso 
4.1.3 Sistema Cardiovascular 
4.1.4 Sistema Respiratório 
4.1.5 Sistema Digestório 
4.1.6 Sistema Urinário 
4.1.7 Sistema Reprodutivo 
4.1.8 Sistema Endócrino 
4.1.9 Sistema Tegumentar 
5.0 FERIDAS 
5.1 Feridas Fechadas 
5.2 Feridas Abertas 
5.3 Feridas Perfurantes 
5.4 Avulsões 
5.5 Amputações Traumáticas 
5.6 Evisceração 
5.7 Lesões oculares 
5.8 Esmagamento 
 
 
 
 
 
4 
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6.0 AVALIAÇÃO DA VÍTIMA 
6.1 Exame da Cena 
6.1.1 Segurança 
6.1.2 Mecanismo do Trauma 
6.1.3 Número de vítimas 
6.2 Autoproteção 
6.3 Exame da Vítima 
6.3.1 Nível de Consciência 
6.3.2 Avaliação da Vias Aéreas com Estabilização Cervical 
6.3.3 Circulação 
6.3.4 Respiração 
6.4 Decisões Críticas e de Transporte 
6.5 Exame Secundário 
 
Módulo II 
 
1.0 RESPIRAÇÃO 
1.1 Abertura das Vias Aéreas 
1.1.1 Abertura da boca 
1.1.2 Inclinação da cabeça e elevação do queixo 
1.1.3 Elevação da mandíbula 
1.1.4 Elevação da mandíbula modificada 
1.2 Respiração Artificial 
1.2.1 Ventilação boca a boca 
1.2.2 Ventilação boca-nariz 
1.2.3 Ventilação boca-máscara 
1.2.4 Ventilação bolsa-máscara (ambú) 
2.0 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS 
2.1 Vítimas conscientes 
2.2 Vítimas inconscientes 
3.0 CIRCULAÇAO 
 
 
 
 
 
5 
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3.1 Parada Cardíaca 
3.2 Ressuscitação Cardiopulmonar 
3.2.1 Compressões torácicas 
3.3 Técnicas de RCP para Bebês e Crianças 
3.4 Desfibrilador Semi-Automático 
3.4.1 Operação do desfibrilador semi-automático 
4.0 AFOGAMENTOS E ACIDENTES DE MERGULHOS 
4.1 Classificações do Afogado 
4.2 Abordagem e Conduta 
5.0 TRAUMAS 
5.1 Traumatismo Cranioencefálico (TCE) 
5.1.1 Lesões no couro cabeludo 
5.1.2 Fraturas de crânio 
5.1.3 Lesões cerebrais 
5.1.4 Avaliação e abordagem da vítima 
5.1.5 Escala de coma de glasgow 
5.2 Traumatismo da Coluna Vertebral 
5.2.1 Mecanismos específicos de lesão 
5.2.2 Avaliação e Abordagem da Vítima 
5.2.3 Imobilização da coluna vertebral 
5.3 Traumatismo de tórax 
5.3.1 Fratura de costelas 
5.3.2 Tórax instável 
5.3.3 Contusão pulmonar 
5.3.4 Pneumotórax hipertensivo 
5.3.5 Pneumotórax aberto 
5.3.6 Contusão cardíaca 
5.3.7 Tratamento e Condutas 
5.4 Trauma de Abdome 
5.4.1Traumatismos fechados 
5.4.2 Traumatismos penetrantes 
 
 
 
 
 
6 
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5.4.3 Abordagem e condutas 
5.5 Trauma Músculo-Esquelético 
5.5.1 Fraturas abertas e fechadas 
5.5.2 Luxações 
5.5.3 Entorses 
5.5.4 Distensões 
5.5.5 Amputações traumáticas 
5.5.6 Abordagem e condutas (gerais) 
5.5.7 Condutas nas amputações 
6.0 IMOBILIZAÇÕES 
6.1 Equipamentos de Imobilização 
6.1.1 Colar Cervical e Imobilizador Lateral 
6.1.2 Prancha Longa 
6.1.3 KED 
6.2 Técnicas de Imobilização 
6.2.1 Rolamento de 90 graus 
6.2.2 Elevação a cavaleiro 
6.2.3 Imobilização com a vítima sentada 
7.0 PARTICULARIDADES NO ATENDIMENTO DE BÊBES E CRIANÇAS 
 
Módulo III 
 
1.0 HEMORRAGIA 
1.1 Classificação das Hemorragias 
1.1.1 Hemorragias externas 
1.1.2 Hemorragias internas 
1.2 Conseqüências das Hemorragias 
1.3 Reconhecimento das Hemorragias 
1.4 Abordagem da Vítima e Condutas (Hemorragias Externas) 
1.5 Controle das Hemorragias Internas 
2.0 CHOQUE 
 
 
 
 
 
7 
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2.1 Choque Hipovolêmico 
2.2 Choque Cardiogênico 
2.3 Choque Anafilático 
2.3 Choque Neurogênico 
2.4 Choque Séptico 
2.5 Tratamento do Choque 
2.5.1 Transfusões 
2.5.2 Soluções Cristalóides 
2.5.3 Soluções Colóides 
2.6 Acesso Venoso 
2.6.1 Técnica de Punção Venosa 
3.0 QUEIMADURAS 
3.1 Classificação das Queimaduras 
3.1.1 Quanto à profundidade 
3.1.2 Quanto à extensão 
3.1.3 Quanto à localização 
3.2 Queimaduras Térmicas 
3.2.1 Conduta 
3.3 Queimaduras Químicas 
3.3.1 Condutas 
3.4 Queimaduras Elétricas 
3.4.1 Condutas 
4.0 EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS 
4.1 Emergências causadas pelo calor excessivo 
4.1.1 Insolação 
4.1.2 Intermação 
4.2 Emergências causadas pelo frio 
4.2.1 Hipotermia 
4.2.2 Congelamento 
 
 
 
 
 
 
 
8 
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Módulo IV 
 
1.0 DIMINUIÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 
1.1 Abordagem e Conduta 
2.0 SÍNCOPE 
3.0 CONVULSÃO E EPILEPSIA 
3.1 Abordagem e Conduta 
4.0 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) 
4.1 Causas do AVE 
4.2 Fatores de Risco 
4.3 Sinais e Sintomas do AVE 
4.4 Abordagem e Conduta 
5.0 ANGINA DE PEITO 
6.0 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) 
6.1 Manifestações Clínicas 
6.2 Abordagem e Condutas 
7.0 O PACIENTE DIABÉTICO NA EMERGÊNCIA 
7.1 O Diabético na Emergência com Infecção 
7.1.1 Pneumonia na comunidade 
7.1.2 Infecção urinária 
7.1.3 Infecção de partes moles 
7.2 Descompensação Diabética 
7.3 Diabético com Distúrbio Neurológico 
7.3.1 Com déficit de consciência 
7.3.2 Sem Déficit de Consciência 
7.4 Diabético com Distúrbio Cardíaco 
7.5 Diabético com Uremia na Emergência 
8.0 O PACIENTE ALCOOLISTA NA EMERGÊNCIA 
8.1 Características e Farmacocinética do Etanol 
8.2 Paciente Etilista com Problemas Neurológicos na Emergência 
8.3 Paciente Etilista com Problemas Cardiovasculares na Emergência 
 
 
 
 
 
9 
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8.4 Pacientes Etilista com Sintomas Gastrointestinais na Emergência 
8.5 Paciente Etilista com Sintomas Respiratórios na Emergência 
8.6 Sintomas e Sinais Associados ao Uso de Etanol 
 
Módulo V
 
1.0 INTOXICAÇÕES 
1.1 Intoxicações por Ingestão 
1.2 Intoxicação por Inalação 
1.3 Intoxicação por Absorção (Contato) 
2.0 ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS 
2.1 Envenenamento Ofídico 
2.1.1 Micrurus (Corais) 
2.1.2 Crotalus (Cascavéis) 
2.1.3 Bothops (Jararacas) 
2.1.4 Lachesis (Surucucus) 
2.1.5 Condutas 
2.2 Acidentes com Aranhas 
2.3 Acidentes com Escorpião 
2.3.1 Reconhecimento3.0 RAIVA 
3.1 Condutas 
4.0 TRIAGEM E SITUAÇÕES ESPECIAIS 
5.0 RESGATE E TRANSPORTE 
5.1 Extricação 
5.1.1 Indicações 
5.1.2 Técnica de Extricação 
5.2 Transporte de Emergência 
5.2.1 Técnicas com um socorrista 
5.2.2 Técnicas com dois ou mais socorristas 
5.3 Equipamentos de Extricação e Transporte 
 
 
 
 
 
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6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
7.0 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO I 
 
 
1.0 A HISTÓRIA DO SERVIÇO PRÉ-HOSPITALAR NO BRASIL 
 
O atendimento de emergência surgiu da necessidade da retirada e 
assistência de combatentes feridos em campos de batalha. Foi a partir das guerras 
que desenvolveu e iniciou-se o emprego de transporte de tração animal, e 
atualmente o emprego de sofisticados aparelhos e veículos de locomoção aéreo ou 
terrestre. Nos dias de hoje, este tipo de assistência é de grande importância no 
atendimento à população, carente de cuidados imediatos, no transcorrer do seu 
cotidiano. 
“Atendimento pré-hospitalar (APH) é definido como conjunto de 
procedimentos técnicos realizados no local da emergência e durante o transporte, 
com objetivo de manter a vida da vítima, até a chegada em uma unidade hospitalar”. 
E emergência é uma situação crítica acontecimento perigoso ou fortuito incidente. 
No Brasil, os primeiros registros acerca do serviço de atendimento pré-
hospitalar datam de 1893, quando o Senado da República aprovou uma Lei que 
pretendia estabelecer o socorro médico de urgência na via pública, no Rio de 
Janeiro, no momento capital do país. 
Em 1899, o Corpo de Bombeiros (CB), pertencente a capital do país, 
colocava em ação a primeira ambulância (de tração animal) para realizar o 
atendimento de urgência, fato este que caracteriza sua tradição na prestação desse 
serviço. Em meados de 1950, instala-se o Serviço de Assistência Médica Domiciliar 
de Urgência (SAMDU), na cidade de São Paulo, órgão da então Secretaria Municipal 
de Higiene. A partir da década de 80, o APH passou a ser aplicado de forma mais 
sistematizada por algum CB, os quais deram início à estruturação dos Serviços de 
Atendimento Pré-Hospitalar (SvAPH). 
 
 
 
 
 
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“Paralelamente ao SvAPH, foi iniciado em 1988, pelo Corpo de Bombeiros 
Militar do Rio de Janeiro, o socorro extra-hospitalar aeromédico”. 
Outro modelo proposto pelo Ministério da Saúde (MS), consiste no Sistema 
Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergências (SIATE), implantadas 
inicialmente em 1990, o atendimento era realizado pelos Socorristas do CB e 
médicos dentro do sistema regulador. O SIATE serviu de modelo para uma 
reestruturação do APH em nível nacional. Iniciou a partir de 1990 com a criação do 
Programa de Enfrentamento às Emergências e Traumas (PEET) pelo MS, cujo 
objetivo era a diminuição da incidência e morbi - mortalidade por agravos externos 
por meio de intervenção nos níveis de Prevenção, Atendimento Hospitalar, APH e 
Reabilitação. 
Em meados de 1995, iniciou-se a implantação do SAMU. Este serviço pré-
hospitalar desenvolvido no Brasil, tende-se a basear no modelo americano ou 
francês. O SAMU do sistema francês foi criado por anestesistas intensivistas e 
emergências devido à necessidade da assistência pré-hospitalar dos pacientes que 
chegavam ao hospital com agravo do caso ou mesmo mortos, por não receberem 
atendimento precoce e adequado. Esse sistema tem como referencial o médico, 
tanto na regulação do sistema, como no atendimento e monitorização do paciente, 
até a recepção hospitalar. É um serviço ligado ao Sistema de Saúde, hierarquizado 
e regionalizado, possuindo comunicação direta com os Centros Hospitalares. Já o 
sistema Norte Americano trabalha com paramédicos, os quais passam por um 
período de formação de três anos após o segundo grau. A implantação de serviços 
pré-hospitalares no Brasil, seja municipal ou estadual, segue o modelo metodológico 
de cada sistema de acordo com suas realidades, demandas, perfis, morbi - 
mortalidade, recursos técnicos, tecnológicos e financeiros. 
 
1.1 Normatização e Regulação do SAMU 
O Atendimento Pré-Hospitalar no Brasil, surgiu sem muito sucesso, mas, 
hoje é considerado um serviço primordial e tem demonstrado importantes resultados 
para a sociedade. 
 
 
 
 
 
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A Portaria nº. 2048/MS, em 5 de novembro de 2002, normatiza a 
implantação do SAMU e considera que a área de Urgência e Emergência constitui-
se em um importante componente da assistência à saúde. E, de acordo com o § 2º, 
este regulamento é de caráter nacional devendo ser utilizado pelas Secretarias de 
Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios na implantação dos 
Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, com ou sem vínculo com a 
prestação de serviços aos usuários do Sistema Único de Saúde. 
Como descreve a Portaria citada acima, a área de urgência e emergência 
constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. A expansão de 
serviços nesta área nos últimos anos tem contribuído decisivamente para a 
sobrecarga dos serviços de urgência e emergência disponibilizados para o 
atendimento da população, conforme ressalta o Ministério da Saúde: 
O Ministério da Saúde, ciente dos problemas existentes e em parcerias com 
as Secretarias de Saúde dos estados e municípios tem contribuído para reversão 
deste quadro amplamente desfavorável à assistência da população. O sistema 
estadual de urgência e emergência deve se estruturar a partir da leitura ordenada 
das necessidades sociais em saúde e sob o imperativo das necessidades humanas 
nas urgências. O diagnóstico dessas necessidades deve ser feito a partir da 
observação e da avaliação dos territórios sociais com seus diferentes grupos 
humanos, da utilização de dados de morbidade e mortalidade disponíveis e da 
observação das doenças emergentes. 
Atendendo a necessidade do atendimento emergencial foi implantado pelo 
governo federal o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192); um 
serviço de socorro pré-hospitalar móvel que chega rapidamente às pessoas, em 
qualquer lugar ou qualquer problema de saúde urgente que possa levar ao 
sofrimento ou até mesmo a morte. São feitos atendimentos por equipes de 
profissionais de saúde, que recebem as chamadas gratuitas, feitas pelo telefone, e 
como resposta envia uma ambulância, com técnico de enfermagem ou com 
enfermeiro e médico, ou mesmo uma simples orientação. 
 
 
 
 
 
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O Ministério da Saúde considera como nível pré-hospitalar, na área de 
urgência e emergência, aquele atendimento que procura chegar à vítima nos 
primeiros minutos. Após ter ocorrido o agravo à saúde, agravo este que possa levar 
à deficiência física ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe 
atendimento adequado e transporte a um hospital devidamente hierarquizado e 
integrado ao Sistema Único de Saúde. 
A equipe de APH realiza procedimentos de reanimação cardiorrespiratória, 
oxigenoterapia, contenção de hemorragias, imobilizações, intubação, punção venosa 
com reposição de volume e medicação, entre outros. 
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)deve ser composto 
por uma equipe multiprofissional oriundos da área de saúde, sendo o coordenador 
do serviço, responsável técnico (médico), responsável de enfermagem (enfermeiro), 
médicos reguladores, médicos intervencionistas, enfermeiros assistenciais, 
auxiliares e técnicos de enfermagem. Além dessa equipe de saúde, em situações de 
atendimento às urgências relacionadas às causas externas ou de pacientes em 
locais de difícil acesso, deverá haver uma ação integrada com outros profissionais, 
com bombeiros militares, policiais militares e rodoviários e outros. Essa equipe deve 
trabalhar em conjunto, visando um só objetivo, ou seja, o atendimento sistematizado, 
dinâmico e com qualidade ao cliente e sua família. 
A portaria 824/99 adaptado pelo Ministério da Saúde, define que o sistema 
de atendimento pré-hospitalar é um serviço médico; sua coordenação, regulação e 
supervisão direta e à distância deve ser efetuada unicamente por médico; tem na 
Central de Regulação Médica, o elemento ordenado e orientador da atenção pré-
hospitalar, sendo o médico regulador o responsável pela decisão técnica em torno 
dos pedidos de socorro e decisão gestora dos meios disponíveis. 
Diversos pontos de interesse no APH são discutidos por organizações 
médicas, como por exemplo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que em julho de 
1999, define as “Diretrizes sobre o Tratamento de Infarto Agudo do Miocárdio”. E, 
ainda aborda em parte o APH no IAM, demonstrando que um melhor preparo das 
equipes de APH, a eficiência dos treinamentos, o uso de algumas drogas a 
 
 
 
 
 
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assistência via telefonia, colocação rápida da ambulância junto à vítima e a 
conscientização da população, possivelmente irá reduzir os óbitos por mal súbito. 
 
2.0 O SISTEMA DE ASSISTÊNCIA ÀS EMERGÊNCIAS 
 
Milhões de vidas são salvas a cada ano pelo atendimento médico. Os 
avanços no campo da saúde, nos últimos 50 anos, foram significativos. No século 
passado, a maioria dos pacientes de emergência que entravam nos hospitais, 
acabava morrendo. Hoje se observa que, em grande parte, os pacientes conseguem 
recuperar-se e retornam a uma vida normal. 
Mal súbito, doenças graves e os traumas produzidos pelos acidentes, 
podem ocasionar a morte, antes mesmo de o paciente chegar ao hospital. O sistema 
de saúde procura prevenir tais mortes, ampliando o seu campo de atuação. A 
assistência começa no local da emergência e continua durante o transporte ao 
hospital. Após o transporte, efetuado pelo serviço de emergência, ocorre à 
transferência do paciente para o pronto socorro, assegurando a continuidade do 
atendimento. Essa assistência profissional é acompanhada por uma cadeia de 
recursos humanos, que trabalhando em conjunto, formam o Sistema de Assistência 
às Emergências em Saúde (SAES). 
A base da organização do Sistema de Assistência às Emergências é o 
hospital ou outro estabelecimento de saúde. Médicos, enfermeiros e outros 
profissionais estão aptos a oferecer a assistência integral ao paciente. 
A falta de pessoal suficientemente treinado para o atendimento às 
emergências, antes da chegada do serviço de atendimento pré-hospitalar, 
representa o elo mais fraco na organização do SAES. Acredita-se que o treinamento 
de socorristas pode contribuir para a diminuição deste problema. 
 
2.1 O socorrista 
O socorrista é um cidadão, que foi treinado para prestar primeiros socorros 
e auxiliar o pessoal do APH, no local da emergência. É normalmente, a primeira 
pessoa treinada a entrar em contato com o paciente. 
 
 
 
 
 
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Nos Estados Unidos foi criado um programa de treinamento de socorristas, 
onde centenas de pessoas completaram os cursos formais e auxiliam na assistência 
às emergências e a manutenção da vida. Em quase todas as regiões dos EUA, os 
socorristas tornaram-se parte importante do sistema de saúde e os cuidados, por 
eles prestados, reduziram o sofrimento, diminuíram seqüelas adicionais e salvaram 
muitas vidas. 
 
2.1.1 Atribuições e responsabilidades do socorristas 
 
A primeira atribuição do socorrista, no local da emergência, é com a 
segurança pessoal. O desejo de ajudar as pessoas que têm necessidade de 
atendimento pode favorecer o esquecimento dos riscos no local. O socorrista deve 
ter segurança ao aproximar-se da vítima e permanecer em segurança, enquanto 
presta o atendimento. Parte das preocupações do socorrista com a sua segurança 
pessoal está relacionada com a própria proteção contra as doenças infecciosas. Ao 
avaliar ou prestar atendimento às vítimas, deve evitar contato direto com o sangue 
do paciente, fluidos corpóreos, mucosas, ferimentos e queimaduras. 
O socorrista tem quatro deveres relacionados aos pacientes, que devem ser 
cumpridos no local da emergência. Estes deveres são: 
1. Ter acesso ao paciente, com segurança e utilizando instrumentos 
manuais, quando necessário; 
2. Identificar o que está errado com o paciente e providenciar a assistência 
de emergência necessária; 
3. Elevar ou mobilizar o paciente apenas quando for preciso e realizar tal 
procedimento sem ocasionar lesões adicionais; 
4. Transferir o paciente e as informações pertinentes para os profissionais 
do serviço de emergência. 
As responsabilidades do socorrista no local da emergência incluem o 
cumprimento das seguintes atividades: 
• Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, ao 
paciente e prevenir outros acidentes; 
 
 
 
 
 
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• Ter certeza de que a central do sistema de emergência foi notificada, 
permitindo a chegada dos profissionais no local da ocorrência, com o menor tempo 
possível; 
• Identificar o que está errado com o paciente, utilizando-se das 
informações obtidas no local e pelo exame físico do paciente; 
• Fazer o melhor possível, dentro de sua capacidade; 
• Obter ajuda do pessoal presente no local da emergência e controlar 
suas atividades; 
• Transferir as informações pertinentes, sobre a ocorrência, para os 
profissionais do serviço de emergência; 
• Auxiliar os profissionais do serviço de emergência no local da 
ocorrência e trabalhar segundo sua orientação. 
 
3.0 PRECAUÇÕES UNIVERSAIS 
 
Existem situações, em que o profissional de emergência sofre risco de 
contaminação de doenças infecciosas. Por isso, é importante estar ciente dos riscos 
decorrente da sua atuação, conhecer estas doenças e seguir as normas sanitárias 
de controle de infecção. 
A maioria das pessoas preocupa-se mais com a possibilidade de contrair 
AIDS, do que entrar em um edifício em chamas. Não há dúvida em que doenças 
infecciosas são realmente perigosas para os profissionais. Contudo, o aprendizado, 
o uso de procedimentos de segurança e de equipamentos de proteção individual, 
diminuirá consideravelmente estes riscos. 
 
3.1 Noções fundamentais 
 
Infecções são doenças causadas por organismos que penetram o corpo. 
Doença contagiosa é aquela que pode ser transmitida de uma pessoa para outra. 
A contaminação pode ocorrer pelo ar ou contato com sangue ou outros 
fluidos corporais. Lesões pequenas, às vezes, despercebidas nas mãos, face ou 
 
 
 
 
 
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partes expostas ou mucosas, como nariz e olhos. Até pequenas lesões encontradas 
em volta das unhas podem ser porta de entrada. Partículas disseminadas por via 
aérea podem ser transmitidas pela tosse, respiração ou espirrosdo paciente. As 
partículas podem ser inaladas ou entrar em contato com as mucosas. 
É impossível saber se os pacientes são portadores de doenças contagiosas 
apenas com a inspeção visual. O sangue e certos fluidos corporais devem ser 
encarados como infectantes em potencial. A esta conduta se dá o nome de 
Precauções Universais. O profissional de emergência deve sempre utilizar 
dispositivos de barreira para entrar em contato com a vítima. Os equipamentos de 
proteção individual (EPI´s) são as luvas, máscaras ou protetores faciais, protetor 
ocular, avental e gorro. 
As doenças que podem ser adquiridas pelos professorais de emergência 
são: 
• Sangue: SIDA, Hepatite B, Hepatite C; 
• Respiração: Tuberculose, Meningite Meningocócica, Gripe, Resfriado 
comum e algumas viroses; 
• Pele: Herpes e escabiose, Impetigo e Pediculose; 
• Mucosas: Herpes e Conjuntivite; 
• Fezes: Hepatite A e Diarréia infecciosa. 
 
Devido estas doenças, as normas sanitárias estabelecem os procedimentos 
denominados de “Precauções Padrão” ou “Precauções Universais” ou ainda 
“Normas de Biossegurança”, como um meio de proteção ao contato de secreções 
corporais. Estes padrões atualmente são adotados no mundo inteiro. Os 
procedimentos de proteção devem ser usados com todos os pacientes. 
As recomendações que podem auxiliar a diminuir os riscos de doenças 
transmissíveis, principalmente nos ambientes de trabalho, são: 
 
1. Providenciar vacinação contra hepatite B – um procedimento rotineiro e 
seguro, que protege contra a infecção do Vírus da Hepatite B; 
 
 
 
 
 
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2. Ensinar os meios de transmissão das doenças infecciosas pelo sangue 
e treinar as práticas de segurança, incluindo o uso de equipamento de proteção 
individual; 
3. Estabelecer procedimentos de segurança no local de trabalho; 
4. Abastecer o local de trabalho com equipamentos de proteção individual 
tais como: luvas, aventais, máscaras e protetor ocular do tamanho certo e 
equipamento de ressuscitação cardiopulmonar, incluindo a máscara facial de bolso; 
5. Instalar recipientes especiais para descarte de agulhas e outros 
materiais perfurocortantes, higienização das mãos e rótulos para os recipientes com 
material contaminado; 
6. Providenciar um local para limpeza do equipamento, separado das 
áreas destinadas para o preparo de alimentos; 
7. Assegurar que há recipientes de descarte apropriados e disponíveis de 
acordo com a regulamentação; 
8. Implementar um protocolo de seguimento das ocorrências de acidentes 
perfurocortantes com os profissionais, de modo a identificar as causas do incidente, 
documentar o evento e registrar a evolução dos funcionários. 
O programa de controle de infecção somente funcionará se os profissionais 
aprenderem e seguirem corretamente os procedimentos. Estes profissionais têm a 
obrigação de manterem-se fiéis às práticas seguras de trabalho em relação à própria 
proteção, de suas famílias e do público, lavando as mãos regularmente, usando 
luvas e outros itens do equipamento de proteção individual e tornando um hábito as 
práticas seguras no trabalho. Os profissionais que praticam o controle de infecção 
podem sentir-se confiantes, pois não estão arriscando suas vidas. 
 
4.0 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA 
 
A anatomia é o estudo da estrutura do corpo humano e a fisiologia é o 
estudo de seu funcionamento. 
As estruturas de uma estrutura do corpo humano com a outra são descritas 
pelo uso de termos anatômicos. Estes termos são sempre aplicados imaginando-se 
 
 
 
 
 
o corpo em posição anatômica, ou seja, posição em que o indivíduo está de pé, com 
os pés juntos paralelos e braços estendidos junto ao corpo, com as palmas das 
mãos para frente. 
 
 
O corpo humano se divide em quatro regiões: cabeça, pescoço, tronco e membros. E 
possui cavidades onde os órgãos se situam. 
Fonte: corpohumano.hpg.com.br 
 
 
4.1 Sistemas do Corpo Humano 
 
Quando várias células que executam uma função específica são agrupadas 
em conjunto, um tecido é formado. Um órgão é uma estrutura composta por vários 
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tipos de tecidos para executar uma finalidade específica, por exemplo, o intestino 
contém vários tipos de tecido que permitem que ele execute as funções relacionadas 
à digestão. Um sistema reúne vários órgãos para executar uma função complexa. A 
seguir estão enumerados os sistemas que compõem o corpo humano. 
 
4.1.1 Sistema Músculo-Esquelético 
 
Sistema formado pelos ossos (em um total de 206), articulações, músculos 
esqueléticos e tendões. Tem como funções a sustentação e conformação do corpo; 
a proteção de órgãos internos; o armazenamento de Ca (Cálcio) e P (Fósforo); a 
produção de células sanguíneas (na medula óssea) e sistema de alavancas que 
movimentadas pelos músculos permitem deslocamento do corpo. 
O tecido muscular compreende de 40 a 50% de peso do corpo. Os 
músculos esqueléticos são controlados voluntariamente. Eles obedecem aos 
estímulos nervosos. Uma vez estimulados, eles podem rapidamente contrair-se e 
depois relaxar, prontos para uma nova contração. O sistema dispõe de 501 
músculos esqueléticos, necessários para a realização dos movimentos, coordenação 
da postura corporal e produção de calor. A ligação entre os músculos e os ossos é 
feita pelos tendões. 
 
4.1.2 Sistema Nervoso 
 
O sistema nervoso inclui o cérebro, a medula espinhal e os nervos. Essas 
estruturas são classificadas topográficas e funcionalmente como: Sistema Nervoso 
Central (SNC), Sistema Nervoso Periférico e Sistema Nervoso Autônomo. 
O Sistema Nervoso Central é constituído pelo cérebro e medula espinhal. 
Os nervos sensoriais (entrada dos estímulos) e os nervos motores (saída das 
respostas) compõem o Sistema Nervoso Periférico. Os nervos do Sistema Nervoso 
Autônomo estão dispostos paralelamente à medula espinhal, sendo involuntário a 
estimulação. 
 
 
 
 
 
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Os impulsos nervosos são gerados no Sistema Nervoso Central, eles 
podem estimular ou inibir determinadas atividades. 
 
4.1.3 Sistema Cardiovascular 
 
O sistema circulatório é composto pelo coração, pelos vasos sangüíneos e 
pelo sangue, que é o fluido movimentado sob pressão. 
O coração é um órgão muscular que tem como função bombear através das 
artérias. Está localizado no tórax protegido anteriormente pelo esterno e 
posteriormente pela coluna. A parede do coração possui três camadas: o epicárdio, 
que é a porção externa, o miocárdio, a camada média muscular e o endocárdio que 
é a camada interna. É envolvido pelo pericárdio, que possui uma camada interna 
(visceral) e uma camada externa (parietal). Entre estas camadas existe uma 
pequena quantidade de líquido pericárdio que tem função lubrificante. 
Existem três tipos de vasos sanguíneos: as artérias, as veias e os capilares. 
As artérias transportam o sangue para fora do coração, dando origem a múltiplas 
ramificações, que diminuem de tamanho, até formarem vasos sangüíneos 
microscópicos denominados capilares, onde ocorrem as trocas entre o sangue e as 
células. Os capilares dão origem a pequenas veias, que são os vasos sangüíneos 
que transportam o sangue em direção ao coração, às veias vão-se unindo e 
aumentando de tamanho até chegar ao coração. 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de vasos sanguíneos Sistema circulatório: grande circulação e pequena circulação 
Fonte:corpohumano.hpg.com.br 
 
 
4.1.4 Sistema Respiratório 
 
Sistema composto pelos pulmões e vias aéreas. Tem como função captar e 
efetuar as trocas de oxigênio e gás carbônico entre o corpo humano e a atmosfera. 
As estruturas que compõem as vias aéreas são: nariz, laringe, traquéia, 
brônquios e árvore brônquica. 
Os pulmões são dois órgãos cônicos que possuem brônquios, bronquíolos e 
alvéolos. Cada pulmão é dividido em lobos: o pulmão direito com três lobos e o 
esquerdo com dois lobos. 
 
4.1.5 Sistema Digestório 
 
O sistema Digestório é formado pelo trato digestório e por várias estruturas 
de apoio e glândulas acessórias. O trato inicia na cavidade oral coma participação 
efetiva dos dentes e da língua; as glândulas salivares excretam saliva na cavidade 
bucal ajudando na digestão dos alimentos. A partir desta cavidade, o bolo alimentar 
passa pelo esôfago, esfíncter da cárdia e estômago. No estômago o bolo sofre ação 
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dos ácidos e enzimas gástricas formando o quimo. Este passa para o intestino 
 
 
 
 
 
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.1.6 Sistema Urinário 
êm a função de filtrar o sangue e eliminar o excesso de água, sal e outras 
excretas
4.1.7 Sistema Reprodutivo 
s órgãos reprodutivos masculinos são os testículos, localizados no 
escroto.
.1.8 Sistema Endócrino 
 sistema endócrino é também um sistema regulatório. As glândulas 
secretam
delgado através do esfíncter pilórico. Enzimas digestivas provenientes do pâncreas e 
a bile, produzida pelo fígado são adicionadas ao quimo. O processo de digestão e 
absorção é completado no intestino delgado. Os movimentos peristálticos 
transportam os resíduos dos alimentos digeridos e pela válvula ileocecal, entram no 
intestino grosso. Por fim, ao chegarem ao reto, os resíduos são excretados pelo 
ânus. 
4
 
T
 sob a forma de urina. Os rins filtram o sangue e reabsorvem substâncias 
essenciais, formando a urina. A urina é transferida pelos ureteres até a bexiga onde 
é estocada para ser eliminada. A bexiga é esvaziada durante o ato de urinar. A 
uretra é o caminho de Aída da urina vinda da bexiga. 
 
 
O
 Os testículos produzem os espermatozóides que vão até a próstata, onde 
se misturam as secreções e formam o sêmem que é ejaculado através da uretra. Os 
órgãos femininos localizados na pelve são os ovários, as trompas de falópio, o útero 
e a vagina. 
 
4
 
O
 substâncias químicas chamadas hormônios, que influenciam funções do 
corpo à distância. São exemplos de hormônios as insulinas, que controla o 
metabolismo da glicose, e a noradrenalina produzida na supra-renal, que é liberada 
em situações de estresse. 
 
 
 
 
 
 
25 
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.1.9 Sistema Tegumentar 
em a função de recobrir o corpo, protegendo-o do meio ambiente. É 
compos
.0 FERIDAS 
s feridas são resultados das agressões sofridas pelas partes moles, 
produzin
 
.1 Feridas Fechadas 
m impacto ou uma compressão podem causar rompimento de vasos 
sangüín
.2 Feridas Abertas 
ão feridas abertas as escoriações, as incisões e as lacerações. 
 
4
 
T
to pela pele, anexos (pêlos e unhas) e tecido subcutâneo. A pele e suas 
estruturas associadas compõem o maior órgão do corpo humano. Serve como uma 
barreira à invasão de bactérias, impede a perda de água e calor e permite as 
sensações de tato, dor, pressão e temperatura. 
 
5
 
A
do lesão tecidual. Os ferimentos podem ser abertos ou fechados. Os 
ferimentos abertos são aqueles em que há perda da integridade da superfície da 
pele. Nos ferimentos fechados não ocorre por definição perda da integridade da 
pele. 
5
 
U
eos, causando o extravasamento de líquido ou sangue. Estas lesões são 
chamadas de contusões, podem acometer somente estruturas superficiais, mas, em 
casos de aplicação de força intensa, pode haver lesão de órgãos internos. 
Normalmente, se houver apenas acometimento superficial, o paciente apresenta dor 
e inchação (edema) da área afetada. Se houver hemorragia, o local adquire uma 
coloração preta ou azulada, que é chamada equimose. 
 
5
 
S
 
 
 
 
 
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As escoriações são lesões da camada superficial da pele ou mucosas que 
apresentam sangramento discreto, mas costumam ser extremamente dolorosas. 
Não representam risco ao paciente quando isoladas. 
As incisões são lesões teciduais cujos bordos são regulares, sendo 
produzidas por objetos cortantes. Podem causar sangramento de variados graus e 
danos a tendões, músculos e nervos. 
As lacerações são lesões teciduais e bordos irregulares, produzidas por 
objetos rombos através de trauma fechado sobre superfícies ósseas. O socorrista 
deve controlar o sangramento por compressão direta e aplicação de curativo e 
bandagens. 
 
5.3 Feridas Perfurantes 
 
São lesões causadas por perfuração da pele e dos tecidos subjacentes por 
um objeto. O orifício de entrada pode não corresponder à profundidade da lesão. As 
lesões penetrantes de tórax devem ser ocluídas o mais rápido possível, para evitar a 
aspiração de ar para o espaço pleural com a formação de pneumotórax aberto. 
Verificar a presença de orifício de saída, mas nunca explorando a ferida. Tratar as 
condições que causem risco iminente de vida. As vítimas com lesões penetrantes de 
tronco e abdome devem ser removidas o mais rápido possível para o hospital que 
disponha de equipe cirúrgica, pelo alto risco de hemorragias internas. 
 
5.4 Avulsões 
 
São lesões onde ocorre descolamento da pele em relação ao tecido 
subjacente, que pode se manter ligado ao tecido sadio ou não. Apresentam graus 
variados de sangramento, geralmente de difícil controle. A localização mais comum 
ocorre em mãos e pés. 
Recomenda-se colocar o retalho em sua posição normal e efetuar a 
compressão direta da área, para controlar o sangramento. Caso as avulsões sejam 
 
 
 
 
 
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completas, transportar o retalho ao hospital. A preparação do retalho consiste lavá-lo 
com solução salina, evitando o uso de gelo direto sobre o tecido. 
 
5.5 Amputações Traumáticas 
 
As amputações são definidas como lesões em que há separação de um 
membro ou de uma estrutura protuberante do corpo. Podem ser causadas por 
objetos cortantes, por esmagamento ou por forças de tração. Estão freqüentemente 
relacionadas a acidentes industriais e automobilísticos, tendo maior prevalência em 
homens jovens. 
Seu tratamento inicial deve ser rápido pela gravidade da lesão, que pode 
causar a morte por hemorragia, e pela possibilidade de reimplante do membro 
amputado. 
O controle da hemorragia é crucial na primeira fase do tratamento. O 
membro amputado deve ser preservado sempre que possível, porém a maior 
prioridade é a manutenção da vida. 
Condutas nas amputações traumáticas: 
a) Abrir as vias aéreas e prestar assistência ventilatória, caso necessário; 
b) Controlar a hemorragia; 
c) Tratar o estado de choque, caso ele esteja presente; 
d) Cuidados com o segmento amputado: 
• Limpeza com solução salina, sem imersão em líquido; 
• Envolvê-lo em gaze estéril seca ou compressa limpa; 
• Cobrir a área cruenta (ensangüentada), com compressa úmida em 
solução salina; 
• Proteger o membro amputado com dois sacos plásticos; 
• Colocar o saco plástico em recipiente de isopor com gelo ou água 
gelada;• Jamais colocar a extremidade em contato direto com gelo. 
 
 
 
 
 
 
 
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5.6 Evisceração 
 
Lesão em que ocorre extrusão (exteriorização) de vísceras. Nas lesões com 
eviscerações, a conduta deve ser a seguinte: 
a) Não tentar reintroduzir os órgãos eviscerados; 
b) Cobrir as vísceras com curativo estéril umedecido em solução salina; 
c) Utilizar compressas, não fazendo uso de materiais aderentes; 
d) Envolver o curativo com bandagens; 
e) Transportar o paciente em posição supina e com os joelhos fletidos. 
 
5.7 Lesões oculares 
 
Podem ser produzidas por corpos estranhos; queimaduras por exposição ao 
calor; luminosidade excessiva, agentes químicos; lacerações e contusões. 
Em traumatismos severos pode haver exteriorização do globo ocular de sua 
órbita (extrusão). 
Conduta pré-hospitalar: 
• Irrigação ocular com soro fisiológico durante vários minutos em caso de 
lesão por agentes químicos ou na presença de corpos estranhos; 
• Não utilizar medicamentos tópicos (colírios e anestésicos) sem 
prescrição de um oftalmologista; 
• Não tentar remover objetos. Estabilizá-los com curativo apropriado; 
• Oclusão ocular bilateral, com gaze umedecida, mesmo em lesões 
unilaterais. Esta conduta objetiva reduzir a movimentação ocular e o agravamento da 
lesão; 
• Em caso de extrusão de globo ocular, não tentar recolocá-lo. Efetuar a 
oclusão ocular bilateral; 
• A remoção de lentes de contato deve ser efetuada somente em vítimas 
inconscientes com tempo de transporte prolongado, que não apresentem lesão 
grave. 
 
 
 
 
 
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5.8 Esmagamento 
 
Trata-se de lesão comum em acidentes automobilísticos, desabamentos e 
acidentes industriais. Pode resultar em ferimentos abertos e fechados. 
Existe dano tecidual extenso das estruturas subjacentes. Pode ser causa de 
amputação de extremidades. Os esmagamentos de tórax e abdome causam graves 
distúrbios circulatórios e respiratórios. O profissional de emergência deve preocupar-
se com a síndrome de reperfusão, após a liberação de uma extremidade esmagada, 
pois pode ocorrer passagem de toxinas para a circulação. 
 
As condutas são: 
• Realizar ABCD; 
• Administrar oxigênio em alto fluxo; 
• Solicitar autorização ao coordenador médico para iniciar infusão de 
soro fisiológico 0,9% IV. 
 
6.0 AVALIAÇAO DA VÍTIMA 
 
Na emergência, a vítima não pode receber uma assistência adequada, se 
seus problemas de saúde não forem corretamente identificados. A avaliação da 
vítima é um procedimento que auxilia a identificação das possíveis causas da 
doença ou do trauma, e ajuda o profissional de emergência a tomar decisões sobre 
os cuidados mais adequados. 
A avaliação orientada para o cuidado é um método adotado na emergência. 
Uma queixa ou problemas podem ser observados, mas inicialmente, procura-se 
identificar as alterações que colocam em risco a vida da vítima e oferece-se 
cuidados de Primeiros Socorros. Se não existe risco de morte, o profissional de 
emergência busca identificar as condições que poderiam agravar o estado da vítima, 
preocupa-se com o conforto e a continuidade da assistência de emergência. 
A assistência às emergências é desenvolvida em etapas, tais como: 
 
 
 
 
 
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6.1 Exame da Cena 
 
O exame da cena tem o objetivo de preservar a segurança da equipe de 
socorro e auxiliar no diagnóstico das lesões sofridas pela vítima. 
 
6.1.1 Segurança 
 
A cena deve ser avaliada quanto à presença de situações de risco antes do 
profissional de emergência se aproximar, para que os mesmos preservem sua 
segurança. A segurança da equipe é a prioridade número um. 
A ambulância deve ser estacionada no local seguro mais próximo e, caso 
necessário deve ser acionado outros recursos para o local como policiamento. 
Os exemplos de situações de risco são: colisão, atropelamento, 
desabamento, incêndio, explosão, contaminação por produtos tóxicos, eletrocussão 
e agressão. 
 
6.1.2 Mecanismo do Trauma 
 
Ao se aproximar da cena, o Professional de emergência já pode constatar o 
que ocorreu, observando, por exemplo, a presença de veículos danificados e a 
posição da vítima. 
Nos acidentes automobilísticos, deve-se observar a posição da vítima, 
utilização do cinto de segurança, estado do veículo, condições do pára-brisa 
dianteiro e da barra de direção. É importante procurar no local evidência de uso de 
drogas, medicamentos e álcool. 
Em vítimas de traumatismos por arma de fogo é importante saber, se 
possível, o tipo de armamento, munição e distância que o tiro foi transferido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6.1.3 Número de vítimas 
 
Avaliar o número de vítimas e a necessidade de outras ambulâncias para 
apoio. Caso o número de vítimas exceda sua capacidade de atendimento, peça 
auxílio imediatamente. 
 
6.2 Autoproteção 
 
O profissional de emergência não pode transformar em uma nova vítima. A 
área de atendimento deve estar segura, sinalizada e isolada para prevenir novos 
acidentes. Todas as precauções devem ser tomadas durante o exame e a 
manipulação da vítima para evitar lesões corporais, contaminação por agentes 
biológicos ou substâncias tóxicas. 
Caso o local de socorro ofereça riscos que não possam ser neutralizados, 
remover rapidamente a vítima para local seguro, mas sempre que possível fazer a 
avaliação e estabilização do paciente. 
 
6.3 Exame da Vítima 
 
Divide-se em duas fases, sendo realizado ao mesmo tempo em que a 
execução de medidas terapêuticas emergenciais. A primeira fase do exame é 
denominada Exame Primário e, consiste na avaliação de todas as condições clínicas 
que causem risco iminente de morte, que são: obstrução de vias aéreas, respiração 
ineficaz ou ausente, lesões de coluna cervical instável e deficiência na circulação 
sanguínea (o exame primário é denominado ABCD). A segunda etapa ou Exame 
secundário consiste em uma avaliação mais detalhada da vítima (exame físico). 
1. O líder deve ajoelhar-se ao lado da vítima no nível de seus ombros, pois 
nesta posição é possível ter acesso à cabeça e ao tronco da vítima e permite o início 
de uma ressuscitação cardiopulmonar (RCP) rapidamente sem mudança de posição. 
 
 
 
 
 
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2. O auxiliar se posiciona ajoelhado atrás da cabeça do paciente, para 
efetuar a abertura das vias aéreas, estabilização da coluna cervical e respiração 
artificial da vítima. Deve estar com todo o material de assistência respiratória. 
Deve levar todo o equipamento essencial até a cena para evitar perda de 
tempo com retornos. O seguinte equipamento é considerado essencial ao 
atendimento: 
• Equipamentos de proteção individual – EPI´s (luvas, óculos); 
• Prancha longa com imobilizador de cabeça; 
• Colar cervical; 
• Oxigênio, bolsa de ventilação, máscaras, cânulas orofaríngeas, 
aspirador e cânulas de aspiração; 
• Bandagens. 
 
O exame primário deve ser completado em dois minutos ou menos. Não 
deve ser interrompido, exceto em caso de obstrução das vias aéreas ou parada 
cardiorrespiratória (PCR). Outras emergências devem ser atendidas pelos 
socorristas auxiliares. 
 
6.3.1 Nível de Consciência 
 
Estimular a vítima verbalmente, identificando-se mesmo que a vítima pareça 
inconsciente antesde qualquer manipulação. 
 A resposta verbal do paciente identifica que há circulação cerebral, vias 
aéreas abertas e presença de respiração. Não havendo resposta a estímulos 
verbais, é realizada a estimulação dolorosa sobre o esterno. 
 
6.3.2 Avaliação da Vias Aéreas com Estabilização Cervical 
 
Caso a vítima esteja inconsciente, deverá ser alinhada e posicionada em 
decúbito dorsal com técnica de rolamento. Suspeitar de leso de coluna cervical em 
todo paciente inconsciente. 
 
 
 
 
 
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Vítimas de trauma devem ter a cabeça e o pescoço mantidos em posição 
neutra, a não ser que haja dor ou resistência a seu alinhamento. As vias aéreas 
devem ser mantidas abertas com a manobra de elevação da mandíbula, que é a 
menos traumática para a coluna cervical. 
Observar a presença de corpos estranhos, vômito ou sangue na cavidade 
oral, retirar manualmente corpos estanhos, caso necessário. Nunca introduzir os 
dedos na boca da vítima que apresente reação. A coluna cervical deve permanecer 
estabilizada manualmente até que seja imobilizada através de equipamento 
apropriado. 
 
6.3.3 Respiração 
 
a) Avaliar a freqüência (rápida, normal ou lenta) e profundidade das 
respirações. O profissional deve aplicar a técnica de ver, ouvir e sentir, que consiste 
em posicionar a face junto à do paciente, com o ouvido próximo do nariz da vítima, 
procurando durante um período de cinco segundos detectarem a respiração do 
paciente utilizando todos os sentidos: 
• Ver a expansão; 
• Ouvir o movimento aéreo pela boca e nariz e ruídos anormais; 
• Sentir o ar sendo expirado. 
b) Observar dificuldade respiratória e a coloração da pele e mucosas 
(cianose); 
c) Iniciar respiração artificial nas vítimas com ausência de movimentos 
respiratórios (apnéicas) ou com respiração lenta e superficial; 
d) Administrar oxigênio em todos os pacientes politraumatizados sob 
máscara (12 L/min.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6.3.4 Circulação 
 
Observar a coloração da pele, pacientes com coloração rosada raramente 
têm hipovolemia crítica. A palidez ou tom acinzentado de pele indica problema 
circulatório. 
Na vítima não reativa: 
 
• Palpar pulso carotídeo ao mesmo tempo em que o pulso radial; 
• A presença de pulso carotídeo indica atividade cardíaca e o pulso 
radial indica grosseiramente que a pressão arterial sistólica é maior que 80mmHg e 
que qualquer distúrbio circulatório está em fase compensada; 
• Verificar se o pulso está fino e avaliar se está lento ou rápido. Pulsos 
rápidos e fracos são associados ao quadro de choque; 
• Avaliar a temperatura da pele, o choque é sugerido pela presença de 
pele fria; 
• Iniciar reanimação cardiopulmonar (RCP) na ausência de pulso 
carotídeo com massagem cardíaca externa. 
• Observar hemorragias discretas; 
• Hemorragias externas graves deverão ser controladas sem 
interromper o exame primário; 
• Testar o enchimento capilar das extremidades superiores, comprimindo 
a ponta do dedo e observando o retorno da coloração normal que se dá em menos 
de 2 segundos. Este é um sinal tardio de choque. 
 
Na vítima reativa: 
 
Nos pacientes reativos o primeiro pulso a ser avaliado é o radial 
bilateralmente, pois obviamente o paciente não está em PCR. A seqüência descrita 
é a seguinte 
 
 
 
 
 
• Inspeção (deformidades, contusões, escoriações, perfurações, 
queimaduras, lacerações, inchaço); 
• Palpação (dor, instabilidade, crepitação, pulso, motricidade, 
sensibilidade); 
As figuras abaixo ilustram o ABCD primário. 
 
 
 
 
 
 
Nível de Consciência Respiração 
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 Ver, ouvir e sentir Circulação 
Fonte: www.cvb.org.br
 
6.4 Decisões Críticas e de Transporte 
 
Após o exame primário (ABCD), o paciente deve ser colocado sobre a 
prancha longa. No caso de paciente estável, suas fraturas devem ser imobilizadas 
antes desta manobra, mas em caso de instabilidade não é feita à imobilização para 
poupar tempo. 
Pacientes instáveis devem ser transportados para o hospital sem perda de 
tempo, para que seja realizado o tratamento definitivo. São considerados pacientes 
críticos: 
http://www.cvb.org.br/
 
 
 
 
 
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1. Traumatismo crânio-encefálico (TCE), com nível de consciência 
diminuído, ou ferimento penetrante na cabeça; 
2. Respiração anormal; 
3. PCR; 
4. Choque ou sinais ou condições que causam o choque rapidamente; 
5. Mecanismo de lesão grave mesmo que a vítima aparentemente esteja 
estável. 
O paciente mais grave deve receber prioridade no atendimento. 
 
6.5 Exame Secundário 
 
A realização do exame secundário pode ser feita na cena caso a vítima 
esteja estável ou a caminho do hospital em vítimas instáveis. 
O exame secundário consiste no exame físico, porém mais detalhado, 
incluindo a verificação dos sinais vitais periodicamente (pulso, respiração, pressão 
arterial e temperatura) utilizando lanternas, esfigmomanômetro, estetoscópio e 
oxigênio em casos de traumas. Deve ser realizado sobre a prancha. O exame 
secundário consiste: 
1. Exame das pupilas (usar lanterna); 
2. Verificar a presença de objetos estranhos e/ou secreções na boca; 
3. Verificar a saída de Liquor e/ou sangue pelo nariz e/ou ouvidos; 
4. Verificar sinais vitais. 
A reavaliação periódica do paciente deve ser realizada a cada cinco minutos 
nos casos em que este se encontra instável, ou cada vez que ocorrer uma alteração 
no quadro do paciente ou que for realizada uma intervenção. É realizada a 
reavaliação clínica, reavaliação das vias aéreas e reavaliação de lesões. 
Deverá ainda ser feita à comunicação e o preenchimento de documentação, 
se for o caso. 
 
------ FIM DO MÓDULO I ------ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Urgência e Emergência 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na bibliografia consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO II 
 
 
1.0 RESPIRAÇÃO 
 
Respiração é o ato de respirar. As trocas de oxigênio e gás carbônico 
ocorrem nos pulmões. 
A respiração é essencial. Se este processo básico parar ou tornar-se 
insuficiente, todos os outros processos da vida cessarão. Uma vez que a respiração 
pára, o coração também irá parar de bater pouco tempo depois. Quando isso ocorre, 
um dano irreversível nas células do cérebro começa dentro de quatro a seis minutos. 
Após dez minutos, as células do cérebro começam a morrer. Em um período de 
tempo pequeno, as células de vários órgãos e estruturas do corpo são destruídas. A 
morte das células cerebrais, não é um processo reversível. Se muitas células 
morrerem, a pessoa também irá a óbito. 
Por isso, o acesso às vias aéreas tem prioridade sobre todos os aspectos 
da reanimação (exceto a desfibrilação). Deve ter como objetivo manter 
permeabilidade; evitar a broncoaspiração e efetuar respiração artificial.Durante o exame primário a avaliação de vias aéreas e respiração devem 
ser completadas em 10 a 15 segundos. 
As causas de obstrução de vias aéreas podem ser divididas em dois 
grandes grupos: causas tratáveis e não tratáveis pelos profissionais de emergência. 
As causas tratáveis são: queda de língua, corpos estanhos, vômitos, 
secreções e sangue. Nestes casos o profissional de emergência pode atuar mesmo 
totalmente desprovido de equipamentos, através de manobras manuais. O simples 
reposicionamento da cabeça e do pescoço desloca a língua da parede posterior da 
faringe. 
As causas não tratáveis com reações alérgicas graves, edema de glote e 
infecções de trato respiratório superior com edema. É importante reconhecer estes 
 
 
 
 
 
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quadros precocemente para não perder tempo com tentativas de resolver o 
problema no pré-hospitalar. 
 
1.1 Abertura das Vias Aéreas 
 
1.1.1 Abertura da boca 
 
• Verificar inconsciência; 
• Cruzar o polegar e o indicador; 
• Colocar o polegar nos incisivos superiores da vítima e o indicador nos 
inferiores; 
• Fazer um movimento de abertura em tesoura com estes dois dedos; 
• Efetuar limpeza manual da orofaringe. 
 
1.1.2 Inclinação da cabeça e elevação do queixo 
 
É a manobra mais eficaz para queda de língua. A técnica é a seguinte: 
• Colocar uma de suas mãos na fronte da vítima e a utilizar para inclinar 
a cabeça para trás; 
• Deslocar a mandíbula para frente com os dedos da outra mão 
colocados no queixo da vítima; 
• Não utilizar na suspeita de lesão de coluna cervical. 
 
1.1.3 Elevação da mandíbula 
 
Essa técnica é indicada para vítimas com queda de língua que possam ter 
ou tenham lesão de coluna cervical. A técnica consiste em: 
• Posicionar-se atrás da cabeça da vítima em decúbito dorsal; 
• Segurar com as mãos os ângulos da mandíbula, deslocando-a para 
frente enquanto faz a abertura da boca; 
• Estabilizar ao mesmo tempo em que a coluna cervical da vítima. 
 
 
 
 
 
 
1.1.4 Elevação da mandíbula modificada 
 
Essa técnica é indicada para paciente inconsciente com suspeita de lesão 
de coluna cervical. A técnica é a seguinte: 
• Posicionar-se por trás da vítima; 
• Empurrar os ângulos da mandíbula com o polegar, deslocando-a para 
cima; 
• Estabilizar ao mesmo tempo a coluna cervical do paciente com as 
mãos, evitando sua lateralização. 
Os equipamentos básicos para abertura das vias aéreas consistem nas 
cânulas orofaríngeas e nos equipamentos de aspiração. 
A cânula orofaríngea ou cânula de Guedel é um aparelho semicircular feito 
de plástico ou borracha, cuja função é a de evitar a queda da língua sobre a parede 
posterior da faringe e permitir a introdução de cânulas de aspiração. 
A aspiração das vias aéreas tem como finalidade a remoção de sangue, 
vômito e de outros materiais das vias aéreas. 
 
 
 
Tamanhos de cânula de Guedel. 
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Tipos de manobras para abertura das vias aéreas 
Fonte: www.bombeirosemergencia.com.br 
 
1.2 Respiração Artificial 
Após a abertura da via aérea, se o paciente não apresentar respiração 
adequada, será necessário instituir ventilações sob pressão positiva. Ventilar é 
insuflar ar nos pulmões. Quando o volume de ar é menor que o normal diz-se que o 
paciente está hipoventilando, se é maior, diz-se que está hiperventilando. É possível 
um paciente hipoventilar mesmo com freqüência respiratória alta desde que sua 
respiração seja superficial. Existe técnica para ventilação sem e com equipamentos, 
são elas: 
1.2.1 Ventilação boca a boca 
• Abrir a via aérea com manobra de inclinação da cabeça e elevação do 
queixo; 
• Pinçar as narinas do paciente com a mesma mão que inclina a cabeça; 
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• Manter em posição próteses dentárias completas; 
• Remover próteses dentárias incompletas que estão deslocadas; 
• Aplicar sua boca sobre a da vítima (na criança, por ser impossível a 
oclusão exclusiva da boca, realiza-se ao mesmo tempo a manobra de oclusão da 
boca e do nariz); 
• Efetuar duas ventilações completas (se adulto) e uma ventilação 
completa (se criança ou bebê), com duração de um segundo a um segundo e meio, 
ventilações mais rápidas causam distensão do estômago (lembre-se que, a 
ventilação no bebê é feita apenas com o ar que está na boca do socorrista e não 
com ar de dentro dos pulmões); 
• Observar a expansão do tórax da vítima; 
• Efetuar as ventilações posteriores em intervalos de cinco segundos no 
adulto, resultando na freqüência de 12 expirações/min.; 
1.1.2 Ventilação boca-nariz 
Esta técnica é indicada para a vítima que necessita de respiração artificial 
em situações que impeçam a abertura de sua boca ou se tem dimensões que 
impeçam sua oclusão pela boca do socorrista. A técnica consiste: 
• Abrir vias aéreas com as manobra anteriormente descritas; 
• Ocluir a boca da vítima durante a ventilação, utilizando a mão que 
segura o queixo; 
• Ventilar a vítima pelo nariz; 
• Abrir aboca da vítima nos intervalos da ventilação para facilitar a 
expiração. 
1.2.3 Ventilação boca-máscara 
 É preferível aos métodos anteriores, pois oferece maior proteção aos 
socorristas. 
• Ajoelhar-se atrás da vítima; 
 
 
 
 
 
• Aplicar a máscara de tamanho mais adequado; 
• Utilizar os polegares e indicadores das duas mãos para fixar a máscara 
à face da vítima, enquanto o quarto e quinto dedos elevam a mandíbula; 
• Ventilar através da máscara. 
 
1.2.4 Ventilação bolsa-máscara (ambú) 
Sempre que possível deve ser executada por dois socorristas, pois é difícil 
manter o selamento da máscara com a face usando apenas uma das mãos. O 
tamanho da bolsa (ambú) utilizado em adultos é diferente do utilizado em crianças 
(ver figura abaixo). 
• Um socorrista aplica e fixa a máscara à face do paciente com 
polegares e indicadores das duas mãos e eleva a mandíbula com quarto e quinto 
dedos; 
• Outro socorrista comprime a bolsa de ventilação; 
• Um socorrista fixa a máscara e abre as vias aéreas; 
• O outro comprime a bolsa. 
 
Ambú – bolsa utilizada para ventilação artificial 
Fonte: www.lfequipamentos.com.br 
 
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2.0 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS 
 
2.1 Vítimas conscientes 
 
O quadro clínico das obstruções completas é típico, o paciente apresenta-se 
agitado, com grave dificuldade respiratória, cianótico, incapaz de tossir, respirar e 
falar. Caso não seja instituído tratamento, o paciente evolui rapidamente para 
inconsciência e óbito. Assume a postura típica de colocar os dedos ao redor do 
pescoço. Antes de qualquer intervenção, o profissional de emergência deve 
perguntar se a vítima está sufocando e verificar sua capacidade de emitir sons 
(tossir ou falar). 
Caso o paciente emita sons a obstrução não é completa. Com obstruções 
parciais o paciente pode apresentar uma respiração suficiente para manter a vida ou 
respiração insuficiente. Se houver respiração eficiente, o paciente deve ser 
estimulado a tossir e observado atentamente em suas tentativas de expelir o objeto 
ao mesmo tempo em que seadministra oxigênio suplementar. A respiração ineficaz 
se caracteriza por tosse fraca, ruído agudo durante a inspiração (estridor), 
dificuldade respiratória grave. Caso o paciente apresente respiração ineficaz desde 
o início ou deteriore para uma respiração ineficaz devem ser instituídas manobras de 
desobstrução como se o paciente tivesse obstrução completa. 
A conduta nas obstruções completas é aplicar a manobra de desobstrução, 
chamada manobra de Heimlich. O seu objetivo é expulsar o corpo estranho através 
da eliminação do ar residual dos pulmões, criando uma espécie de tosse artificial. A 
técnica é a seguinte: 
• Abraçar a vítima por trás com os seus braços na altura do ponto entre 
a cicatriz umbilical e o apêndice xifóide. A mão do profissional em contato com o 
abdome da vítima está com punho fechado e o polegar voltado para dentro. A outra 
mão do profissional é colocada sobre a primeira; 
• Fazer compressões abdominais sucessivas, direcionadas para cima, 
até desobstruir a via aérea ou o paciente perder a consciência; 
 
 
 
 
 
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• Em mulheres grávidas, obesos e lactentes, as compressões são 
efetuadas no tórax, no mesmo ponto da massagem cardíaca externa. 
As complicações desta técnica são lesões de vísceras abdominais como: 
fígado e o baço e a regurgitação de material do estômago com broncoaspiração. 
 
 
2.2 Vítimas inconscientes 
 
Quando o profissional de emergência assiste uma vítima consciente 
obstruída que se torna inconsciente, o diagnóstico é fácil. 
A obstrução por corpo estranho deve ser suspeitada em vítimas 
inconscientes quando encontra dificuldade excessiva para insuflar seus pulmões 
durante as manobras de respiração artificial. 
A técnica para desobstrução de vias aéreas em vítimas inconscientes é a 
seguinte: 
• Reposicionar a cabeça da vítima e tentar a respiração artificial; 
• Casos esta seja uma vítima que já estava sendo tratada para 
obstrução, tentar em primeiro lugar a varredura digital; 
• O profissional de emergência deve ficar ajoelhado a cavaleiro sobre a 
vítima em decúbito dorsal ou ao seu lado; 
• Posiciona as mãos uma sobre a outra entre a cicatriz umbilical e o 
apêndice xifóide. Em mulheres grávidas, obesas e lactentes, as compressões são 
efetuadas no tórax, no mesmo ponto da massagem cardíaca externa. 
• Efetua até cinco compressões abdominais direcionadas para o 
epigástrico da vítima; 
• Ventilar pacientes duas vezes; 
• Varredura digital; 
• Remove se possível, o corpo estranho; 
• Repete a seqüência; 
• Prosseguir até remover o corpo estranho ou um médico assumir o 
paciente. 
 
 
 
 
 
 
Manobra de Heimlich, utilizada para desobstrução das vias aéreas. Fig. 1 (pacientes 
conscientes) e Fig. 2 (pacientes inconscientes) 
Fonte: www.cvb.org.br 
 
3.0 CIRCULAÇAO 
 
O sistema circulatório mantém o sangue em movimento constante e em 
fluxo unidirecional. O centro desta atividade é o coração. Quando o coração bate, 
age como bomba. O sangue do corpo é trazido de volta para o coração e 
posteriormente vai para os pulmões. 
Há uma forte relação entre a respiração, a circulação e certas atividades 
cerebrais. Esta relação pode ser comprovada de acordo com os seguintes aspectos: 
• Se a respiração pára, o sangue que é bombeado para o cérebro não 
terá o oxigênio suficiente. Devido à falha cerebral e a falta de oxigênio em seus 
próprios tecidos, o coração funcionará inadequadamente e depois deixará de bater 
completamente. 
• Quando o coração pára de bater, a parada respiratória ocorre quase 
que imediato. 
 
 
 
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3.1 Parada Cardíaca 
 
Ocorre quando o coração pára de bater ou a circulação é subitamente 
alterada por contrações irregulares de alta freqüência dos ventrículos (fibrilação 
ventricular). Os sinais da parada cardíaca são: 
• O paciente não responde (inconsciência); 
• O paciente não respira (a respiração normalmente pára dentro de 30 
segundos, após a parada cardíaca); 
• Não há pulso carotídeo; 
As causas de PCR podem ser divididas em dois grupos: primária e 
secundária. 
As causas primárias de parada cardíaca se deve a um problema do próprio 
coração, causando uma arritmia cardíaca, geralmente a fibrilação ventricular. A 
causa principal é a isquemia cardíaca (chegada de quantidade insuficiente de 
sangue oxigenado ao coração). 
As causas secundárias são a disfunções do coração é causada por 
problema respiratório ou por uma causa externa. São as principais causas de PCR 
em crianças e vítimas de traumatismos: 
a) Oxigenação deficiente: obstrução de vias aéreas e doenças 
pulmonares; 
b) Transporte inadequado de oxigênio: hemorragias graves, estados de 
choque e intoxicação pelo monóxido de carbono; 
c) Ação de fatores externos sobre o coração: drogas e descargas 
elétricas 
 
FREQUÊNCIA CARDÍACA NORMAL – A freqüência normal dos batimentos cardíacos é de 60 a 100 
ciclos por minuto. 
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BRADICARDIA SINUSAL – Quando a freqüência cardíaca é menor que 60 batimentos por 
minuto. 
 
TAQUICARDIA VENTRICULAR - Quando a freqüência cardíaca é maior que 100 batimentos por 
minuto. 
 
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR - A fibrilação ventricular é um tipo de arritmia cardíaca. Acontece 
quando não existe sincronicidade na contração das fibras musculares cardíacas (miocárdio) dos 
ventrículos. É indicado o uso de desfibrilador automático. 
 
 
 
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3.2 Ressuscitação Cardiopulmonar 
 
Ressuscitação Cardiopulmonar ou RCP é um procedimento de emergência 
aplicado quando as atividades do coração e do pulmão param. (Cardio se refere ao 
coração, e pulmonar refere-se aos pulmões). É adotada para retardar a lesão 
cerebral até a instituição de medidas de suporte avançado. 
Os componentes da técnica de RCP incluem: avaliação do nível de 
consciência; ativação do socorro especializado; abertura de vias aéreas; avaliação 
da respiração; realização de respiração de resgate (ventilações artificiais); 
verificação de pulso e compressões torácicas. 
Os objetivos da RCP são: 
a) Oxigenar e circular o sangue até que seja iniciado o tratamento 
definitivo; 
b) Retardar ao máximo a lesão cerebral; 
c) Prolongar a duração da fibrilação ventricular impedindo que ela se 
transforme em assistolia, e permitir que a desfibrilação tenha sucesso; 
d) Reverter a parada cardíaca em alguns casos de PCR por causas 
respiratórias. 
Os princípios que conduzirão à aplicação da RCP devem ser: 
 
1. Verificar inconsciência - O paciente está respondendo? Pacientes que 
requerem RCP não estarão conscientes; 
2. Posicionar o paciente; 
3. Desobstruir as vias aéreas; 
4. Verificar a respiração – Use o método ver, ouvir e sentir; 
5. Ventilar duas vezes, adequadamente – Se houver obstrução nas vias 
aéreas, fazer a desobstrução e ventilar duas vezes; 
6. Verificar o pulso carotídeo; 
7. Se o paciente não respirar e não houver pulso, iniciar a RCP. 
 
 
 
 
 
 
 
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3.2.1 Compressões torácicas 
 
As compressões torácicas consistem em aplicações rítmicas de pressão 
sobre o terço inferiordo esterno. O aumento generalizado da pressão no interior do 
tórax e a compressão do coração fazem com que o sangue circule. Mesmo com 
aplicação perfeita da técnica a quantidade de sangue que circula está entre 10% e 
30% do normal. A técnica de compressão torácica é a seguinte: 
• Com a mão, localizar a margem inferior do rebordo costal da vítima; 
• Percorrer o rebordo costal até identificar o apêndice xifóide; 
• Colocar dois dedos acima do apêndice xifóide sobre o esterno; 
• Apoiar a palma de uma das mãos sobre a metade inferior do esterno; 
• Colocar a outra mão sobre a primeira. Os dedos podem ficar 
estendidos ou entrelaçados, mas não devem ficar em contato com o esterno; 
• Deve manter os braços esticados, com os ombros diretamente sobre 
as mãos. A compressão deve ser efetuada diretamente sobre o esterno; 
• A força da compressão deve ser provida pelo peso do tronco do 
socorrista e não pela força dos seus braços. A utilização da força dos braços causa 
rapidamente o cansaço do socorrista; 
• O esterno deve ser deprimido cerca de 3,8 a 5,1 cm para o adulto 
normal. O ideal é verificar se a compressão efetuada é suficiente para gerar um 
pulso carotídeo palpável; 
• A compressão deve ser aliviada completamente sem que o socorrista 
retire suas mãos do tórax do paciente, para que não seja perdida a posição correta 
das mãos; 
• A compressão deve se mantida por aproximadamente 50% do tempo 
de duração do ciclo; 
• As compressões torácicas e as respirações artificiais devem ser 
combinadas para que a RCP seja eficaz. A relação ventilações/compressões varia 
com a idade da vítima e com o número de socorristas; 
 
 
 
 
 
• O sincronismo das ventilações e massagens cardíacas externas no 
adulto realizadas com dois socorristas é de 02 insuflações (ventilações) e 30 
massagens cardíacas externas (02x30), verificando o pulso a cada 04 ciclos. 
• A freqüência das compressões torácicas deve ser mantida em 80 a 
100/min. Com a pausa que é efetuada para ventilação a freqüência real de 
compressões cai para 60/min. 
Mesmo quando efetuada seguindo os padrões técnicos, as compressões 
torácicas podem produzir fratura de costelas em alguns pacientes, especialmente 
em idosos. Outras lesões são as separações entre as costelas e o esterno, a fratura 
de esterno, pneumotórax, contusões pulmonares e hemotórax. O traumatismo de 
órgãos abdominais também pode ser ocasionado por compressões torácicas baixas 
sobre o apêndice xifóide. 
A prevenção destas complicações é realizada seguindo a técnica correta de 
RCP. As mãos devem ser posicionadas no local correto com a identificação precisa 
dos pontos de referência. Os dedos do socorrista não devem tocar o tórax do 
paciente, a compressão lateral aumenta o risco de lesão na costela. A aplicação de 
força excessiva e súbita também aumenta a probabilidade de danos à parede 
torácica. Entre as compressões, o socorrista deve aliviar a pressão sobre o tórax 
sem perder o contato de sua mão com a parede do tórax. 
 
 
Técnica de RCP: identificação correta dos pontos de referência e posição das mãos do 
socorrista do paciente. 
Fonte: www.cvb.org.br 
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3.3 Técnicas de RCP para Bebês e Crianças 
 
Pessoas treinadas em primeiros socorros consideram a RCP em bebês e 
crianças um ponto mais delicado no atendimento de emergência. Os profissionais 
sabem, teoricamente, como fazer a RCP em bebês e crianças, porém, têm menos 
oportunidade de praticar, pois poucas crianças precisam da técnica fora do ambiente 
hospitalar. 
É considerado bebê até um ano de idade e, crianças de um a oito anos de 
idade. 
Como o paciente adulto, bebês e crianças devem ser colocados deitados, 
em decúbito dorsal, em uma superfície dura. O tamanho grande da cabeça de bebê 
ou da criança farão com que a cabeça flexione para frente quando o paciente estiver 
deitado. O simples alinhamento anatômico da cabeça possibilita a abertura das vias 
aéreas. Avalie a respiração através da técnica de ver, ouvir e sentir. Verifique o 
pulso. No bebê deve verificar o pulso braquial, que é encontrado na região média da 
parte superior do braço do paciente (na criança verifica o pulso carotídeo). 
Para realização de compressões em crianças, deve usar a base de apenas 
uma mão, no mesmo ponto que se fazem as compressões no adulto. O esterno das 
crianças deve ser deslocado de 2,5 a 3,5 cm. 
• O sincronismo das ventilações e massagens cardíacas externas na 
criança realizadas com um ou dois socorristas é de 01 insuflação (ventilações) e 05 
massagens cardíacas externas (01x05), verificando o pulso a cada 10 ciclos. 
A posição das compressões externas no bebê é diferente do paciente 
adulto. Aplique as compressões no esterno, usando as pontas de um ou três dedos 
abaixo de uma linha imaginária entre os mamilos. O esterno de bebê deve ser 
deslocado de 1,5 a 2,5 cm. 
• O sincronismo das ventilações e massagens cardíacas externas no 
bebê realizadas com um socorristas é de 01 insuflação (ventilações) e 05 
massagens cardíacas externas (01x05), verificando o pulso a cada 10 ciclos. 
 
 
 
 
 
 
 
Técnica de RCP em criança e bebê 
Fonte: www.cvb.org.br 
 
 
3.4 Desfibrilador Semi-Automático 
 
A primeira Lei de Suporte Básico de Vida (BLS) da América Latina foi 
aprovada, tornando obrigatório a estabelecimentos de grande circulação de pessoas 
como shopping centers, rodoviárias, estádios e hipermercados. Também o 
treinamento de seu pessoal em (BLS) e a aquisição de, no mínimo, um desfibrilador 
semi-automático. 
O desfibrilador semi-automático serve para corrigir as disfunções no ritmo 
cardíaco através do choque, para que em seguida seja ministrada a técnica de 
massagem cardíaca, evitando seqüelas no paciente. 
De acordo com a American Heart Association, a chance de sobreviver ao 
ataque cardíaco súbito diminui de 7% a 10% a cada minuto a partir do momento do 
ataque. Após apenas 10 minutos, as possibilidades de sobrevivência tornam-se 
praticamente inexistentes, aumentando o risco de danos cerebrais irreversíveis. 
O equipamento ao ser colocado em contato com a vítima analisa o ritmo 
cardíaco, decide se é necessário aplicar um choque, e instrui os operadores, em 
português, quais ações são necessárias para administrar o choque. O aparelho 
mantém a monitoração do batimento cardíaco e pode aplicar choques adicionais, se 
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necessário. Operadores são instruídos para verificar as vias aéreas e realizar a 
ressuscitação cardiopulmonar. O equipamento também grava o ritmo cardíaco 
digitalmente que, mais tarde, pode ser usado para auxiliar médico nos diagnósticos. 
A desfibrilação precoce é somente uma parte do tratamento da morte súbita 
cardíaca. Ela somente terá sucesso quando estiver ligada ao conceito da Corrente 
da Sobrevivência. O conceito dos elos de uma corrente aplica-se tanto a paradas 
cardíacas no hospital como para mortes súbitas cardíacas no ambiente pré-
hospitalar. Cada conjunto de ações ou elos dessa cadeia deve ser realizado o mais 
rápido possível. Se algum anel for fraco, demorado ou inexistente, as chances de 
sobrevida e recuperação do paciente estarão muito diminuídas. 
 
 
 
As figuras são de um desfibrilador externo automático (DEA) e um Desfibrilador portátil. 
Fonte: www.lfequipamentos.com.br
 
3.4.1 Operação do desfibrilador semi-automático 
 
• Colocar o aparelho, se possível, próximo à orelha da vítima; 
• Realizar os procedimentos ao lado do paciente; 
• Ligar o aparelho;

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