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Prof.: Phelipe Macedo phelipe.macedo@ibmr.br Rio de Janeiro, 2020 Toxicologia de Medicamentos ANÁLISES TOXICOLÓGICAS E AMBIENTAIS mailto:phelipe.macedo@ibmr.br Overdose de analgésicos, remédios de dormir, pílulas para controle de ansiedade e algumas outras. Overdose de propofol Combinação de três medicamentos legais no corpo da cantora. Overdose de Fentanil, um analgésico potente de efeito narcótico. Edema cerebral provocado por uma reaçãoalérgica aos componentes de um relaxante muscular Parada respiratória decorrente de uma mistura de barbitúricos e álcool Overdose de barbitúricos Morfina, barbitúricos, codeína e diazepam. Toxicologia de Medicamentos “Área da toxicologia que estuda os efeitos nocivos produzidos pela interação de medicamentos com o organismo, decorrentes de uso inadequado ou da suscetibilidade individual” Toxicologia de Medicamentos Toxicologia de Medicamentos Principais Classes de Medicamentos: Benzodiazepínicos: ansiolítico, sedativo, anticonvulsionante. Clonazepam, Rivotril. Anticonvulsionantes Carbamazepina Antidepressivos Imipramina Analgésicos (antipiréticos e antiinflamatórios) Paracetamol, Aspirina, Dipirona, Diclofenaco Causas das intoxicações por Medicamentos Tentativas de Suicídio e Abuso; Administração acidental; Erros de administração; Automedicação; Prescrição errada; Toxicologia por Medicamentos Quando a margem de segurança é grande, a reação (efeito tóxico) resulta principalmente de superdosagem; Quando pequena ou inexistente, os efeitos adversos podem manifestar-se com doses terapêuticas. As margens de segurança constituem uma função não apenas do fármaco, mas também do paciente, visto que a genética ou outras características tornam os pacientes mais ou menos capazes de defender-se contra reações adversas. Mecanismos de Toxicidade dos Fármacos Depende de muitos fatores, incluindo idade, constituição genética, condições preexistentes, dose do fármaco administrado e outros fármacos já em uso. Embora um espectro de efeitos adversos possa estar associado ao uso de qualquer fármaco ou classe de fármacos, é útil conceituar os mecanismos de farmacotoxicidade com base em vários paradigmas gerais: Efeitos adversos no alvo, que resultam da ligação do fármaco a seu receptor pretendido, porém em concentração inapropriada, com cinética subótima ou no tecido incorreto; Efeitos adversos fora do alvo, causados pela ligação do fármaco a um alvo ou receptor não pretendido; Produção de metabólitos tóxicos; Efeitos adversos mediados pelo sistema imune; Respostas idiossincrásicas cujo mecanismo não é conhecido. Mecanismos de Toxicidade dos Fármacos Benzodiazepínicos BENZODIAZEPÍNICOS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Ansiedade, Síndrome do pânico, Abstinência alcoólica , Convulsões, Insônia, Procedimentos médicos (ex.: endoscopia), Indução de anestesia e Hipertonia da musculatura esquelética (ex.: rigidez) INTERESSE FORENSE: USO ABUSIVO E GOLPE DO BOA NOITE CINDERELA TODOS BZDs APRESENTAM NO MÍNIMO 4 EFEITOS: • ANSIOLÍTICO • ANTICONVULSIVANTE • HIPNÓTICO • RELAXANTE MUSCULAR Obs 1:Todos os benzodiazepínicos importantes terapeuticamente têmum substituinte 5-arila (C) No Brasil, o golpe “boa noite cinderela” refere-se à pratica criminosa de adicionar substâncias sedativas/hipnóticas a bebidas alcoólicas, com o intuito de facilitar o roubo ou formas diferentes de agressão sexual. No exterior são conhecidas como “Date Rape drugs” ou Drug Facilitated Sexual Assault – DFSA BENZODIAZEPÍNICOS INTERESSE FORENSE: USO ABUSIVO E GOLPE BOA NOITE CINDERELA BENZODIAZEPÍNICOS CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O TEMPO ½ VIDA PLASMÁTICO AÇÃO ULTRA CURTA < 6 horas Midazolam, Triazolam AÇÃO CURTA ≅ 6-10 horas Oxazepam AÇÃO INTERMEDIÁRIA ≅ 10-20 horas Lorazepam e Alprazolam AÇÃO LONGA > 20 horas Diazepam, Clonazepam e Flurazepam. A meia-vida farmacocinética dos BZDs é utilizada para determinar seu uso terapêutico. BZDs de ação ultra curta são utilizados predominantemente como hipnóticos e como indutores anestésicos BZDs de ação curta e intermediária geralmente são utilizados como hipnóticos, sedativos e ansiolíticos BZDs de ação longa geralmente são utilizados como anticonvulsivantes BENZODIAZEPÍNICOS TOXICOCINÉTICA • Bem absorvidos pela via digestiva (intestinal). • Apresentam, de modo geral, alto grau de ligação proteica. • São lipossolúveis, portanto apresentam ampla distribuição tecidual (BHE, placenta, leite materno) • Biotransformação a nível hepático Via oxidativa: (N-desalquilação e/ou Hidroxilação) Via não oxidativa: (N-redução e/ou conjugação com ácido glicurônico) BENZODIAZEPÍNICOS Excreção urinária (principal) e fecal. BZDs são eliminados primordialmente na sua forma biotransformada. VEIA PORTA HEPÁTICA • Sofrem efeito de primeira passagem (eliminação pré-sistêmica) Metabolismo de primeira passagem é um fenômeno no qual a concentração do fármaco é significantemente reduzida pelo fígado antes de atingir a circulação sistêmica. BENZODIAZEPÍNICOS TOXICODINÂMICA BZDs potencializam a ação do GABA: a afinidade do GABA ao seu receptor, portanto ativam os canais de ânion Cloreto de modo indireto (depende da presença do GABA) BENZODIAZEPÍNICOS PC-PI/2008. Em relação aos benzodiazepínicos, assinale a alternativa que apresenta o seu correto mecanismo de ação: a) Inibem a enzima monoaminoxidase. b)Bloqueiam canais de sódio voltagem dependente. c)Potencializam a ação do GABA no receptor GABAA. d) São antagonistas de receptores NMDA. e) São antagonistas de receptores dopaminérgicos. BENZODIAZEPÍNICOS PC-PI/2008. Em relação aos benzodiazepínicos, assinale a alternativa que apresenta o seu correto mecanismo de ação: a) Inibem a enzima monoaminoxidase. b)Bloqueiam canais de sódio voltagem dependente. c)Potencializam a ação do GABA no receptor GABAA. d) São antagonistas de receptores NMDA. e) São antagonistas de receptores dopaminérgicos. PC/PI/2018. A era dos benzodiazepínicos (BZD) foi instaurada após o lançamento comercial do primeiro elemento da série, o clordiazepóxido, em 1960 (sintetizado em 1955). Outro protótipo dessa classe, de 3 a 10 vezes mais potente que o primeiro, foi o diazepam, lançado em 1963. Desde então, foram sintetizados mais de 3000 compostos BZD, sendo 35 disponíveis para uso médico. Estudos clínicos iniciais comprovaram sua eficácia nos transtornos ansiosos, além de ação hipnótica, amnéstica, anticonvulsivante e relaxante muscular. Contudo, ao menos parte de sua popularidade no meio médico se deveu à margem de segurança oferecida por essa classe de fármacos, substituindo, assim, os barbitúricos como tranquilizantes e hipnóticos. Assim, os BZD logo se tornaram os fármacos mais prescritos no mundo, nas décadas de 60 e 70, tendo alcançado uma estabilidade e até redução no número de novas prescrições após medidas de controle adotadas em vários países, a partir da metade da década de 70. Assinale a alternativa que demonstra o mecanismo de ação dos Benzodiazepínicos: a)Bloqueia os canais dependentes de cálcio, o que impede a excitabilidade do Sistema Nervoso Central. b)Inibe a recaptação do neurotransmissor GABA, aumentando sua permanência na fenda sináptica o que leva a maior depressão do Sistema Nervoso Central. c) Potencializa a ação do neurotransmissor GABA, desta forma, ocorre um maior influxo de íons cloreto, provocando a depressão do Sistema Nervoso Central. d)Inibe os canais dependentes de sódio, o que, por sua vez, impede o início do potencial de ação deprimindo o Sistema Nervoso Central. e)Inibe a COMT (catecol-o-metil-transferase) enzima responsável pelo metabolismo da noradrenalina, aumentando assim seu efeito no neurônio adrenérgico PC/PI/2018. A era dos benzodiazepínicos (BZD) foi instaurada após o lançamento comercial do primeiro elemento da série, o clordiazepóxido, em 1960 (sintetizado em 1955). Outro protótipo dessa classe, de 3 a 10 vezes mais potente que o primeiro, foio diazepam, lançado em 1963. Desde então, foram sintetizados mais de 3000 compostos BZD, sendo 35 disponíveis para uso médico. Estudos clínicos iniciais comprovaram sua eficácia nos transtornos ansiosos, além de ação hipnótica, amnéstica, anticonvulsivante e relaxante muscular. Contudo, ao menos parte de sua popularidade no meio médico se deveu à margem de segurança oferecida por essa classe de fármacos, substituindo, assim, os barbitúricos como tranquilizantes e hipnóticos. Assim, os BZD logo se tornaram os fármacos mais prescritos no mundo, nas décadas de 60 e 70, tendo alcançado uma estabilidade e até redução no número de novas prescrições após medidas de controle adotadas em vários países, a partir da metade da década de 70. Assinale a alternativa que demonstra o mecanismo de ação dos Benzodiazepínicos: a)Bloqueia os canais dependentes de cálcio, o que impede a excitabilidade do Sistema Nervoso Central. b)Inibe a recaptação do neurotransmissor GABA, aumentando sua permanência na fenda sináptica o que leva a maior depressão do Sistema Nervoso Central. c) Potencializa a ação do neurotransmissor GABA, desta forma, ocorre um maior influxo de íons cloreto, provocando a depressão do Sistema Nervoso Central. d)Inibe os canais dependentes de sódio, o que, por sua vez, impede o início do potencial de ação deprimindo o Sistema Nervoso Central. e)Inibe a COMT (catecol-o-metil-transferase) enzima responsável pelo metabolismo da noradrenalina, aumentando assim seu efeito no neurônio adrenérgico BENZODIAZEPÍNICOS TOXICIDADE AGUDA ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES: Hipotensão e Bradicardia. ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS : Cefaléia, confusão mental, fala arrastada, ataxia, letargia, incoordenação motora fina, sonolência e sedação que pode ou não evoluir para coma. Obs: Amnésia anterógrada: Déficit da memória de curta duração BOA NOITE CINDERELA: FLUNITRAZEPAM/ ROHYPNOL Depressão respiratória: Principal causa mortis. OUTRAS ALTERAÇÕES: miose ou midríase, hipotermia e erupções cutâneas BENZODIAZEPÍNICOS • Em casos de intoxicação letal pode haver sinergismo com outras drogas depressoras SNC: etanol, barbitúricos e antidepressivos. • Embora os BZDs sejam bem tolerados, o risco de dependência física, com uso crôniconão deve ser esquecido. TRATAMENTO • Descontaminação gástrica (Lavagem Gástrica e Carvão Ativado). • Tratamento Sintomático e Suportivo. •ANTÍDOTO: FLUMAZENIL – ANTAGONISTA COMPETITIVO DOS RECEPTORES BZDs neutraliza os efeitos em caso de superdosagem e reverte a hipnose induzida por BZDs durante anestesia geral, ou ainda, pode ser utilizado para auxiliar o diagnóstico. BENZODIAZEPÍNICOS PC-RO/2009. O fármaco classificado como antagonista dos receptores benzodiazepínicos é o: A) midazolam. B) alprazolam C)flumazenil. D) flunitrazepam. E) nitrazepam. BENZODIAZEPÍNICOS PC-RO/2009. O fármaco classificado como antagonista dos receptores benzodiazepínicos é o: A) midazolam. B) alprazolam C)flumazenil. D) flunitrazepam. E) nitrazepam. BENZODIAZEPÍNICOS PC-RO/2009. O fármaco classificado como antagonista dos receptores benzodiazepínicos é o: A) midazolam. B) alprazolam C)flumazenil. D) flunitrazepam. E) nitrazepam. PCERJ/2013. O termo benzodiazepínico refere-se à porção da estrutura composta de um anel benzênico (anel A) fundido a um anel diazepínico de sete membros (anel B). Todos os benzodiazepínicos variáveis porapresentam atividade sedativo-hipnótica de graus promoverem a ligação: a) Do glutamato ao receptor AMPA b) Da glicina ao receptor GABA-B c) Do glutamato ao receptor NMDA d) Do ácido-gama-amino butírico ao receptor GABA-A e) Da adenosina ao receptor A1 BENZODIAZEPÍNICOS PC-RO/2009. O fármaco classificado como antagonista dos receptores benzodiazepínicos é o: A) midazolam. B) alprazolam C)flumazenil. D) flunitrazepam. E) nitrazepam. PCERJ/2013. O termo benzodiazepínico refere-se à porção da estrutura composta de um anel benzênico (anel A) fundido a um anel diazepínico de sete membros (anel B). Todos os benzodiazepínicos variáveis porapresentam atividade sedativo-hipnótica de graus promoverem a ligação: a) Do glutamato ao receptor AMPA b) Da glicina ao receptor GABA-B c) Do glutamato ao receptor NMDA d) Do ácido-gama-amino butírico ao receptor GABA-A e) Da adenosina ao receptor A1 BENZODIAZEPÍNICOS O uso prolongado de benzodiazepínicos pode levar à dependência física. A gravidade da dependência/ síndrome de abstinência é inversamente proporcional ao T ½ vida plásmatico, variando de: - leve a moderada: agitação, irritabilidade, sensibilidade à luz e som, insônia,tremores. - a drástica: depressão, pânico, delírio e convulsões DEPENDÊNCIA TOLERÂNCIA FARMACODINÂMICA Diminuição dos receptores BZDs (down regulation) ou alteração na sua conformação quimica. BENZODIAZEPÍNICOS ASPECTOS FORENSES A maioria dos BZDs são excretados na urina na forma de Glicuronídeos - Hidrólise enzimática (β -Glicuronidase) para obtenção das formas livres do benzodiazepínico. MATRIZES BIOLÓGICAS: SANGUE (overdose - exposição muito recente) URINA* (Boa noite cinderela) – Exposição recente/ Imunoensaios CABELO * (Boa noite cinderela) – Exposição passada HUMOR VÍTREO (baixa conc BZDs) BILE (alta conc de metabólitos) ANÁLISE TOXICOLÓGICA DE BZDS (exceto cabelo) Extração: 1- hidrólise enzimática ou ácida (desvantagem: degradação do analito) 2- extração líquido-líquido TRIAGEM MÉTODOS ANALÍTICOS Identificação: - Imunoensaios (urina e saliva) - CCD - CG-EM CONFIRMAÇÃO ASPECTOS FORENSES Obs 1: BZDs podem ser quantificados no soro ou plasma por CLAE, com detecção por UV ou na CG. Para análise dos benzodiazepínicos, independentemente da matriz (sangue, urina) ou método analítico (imunoensaio ou cromatografia), é exigida uma etapa de hidrólise, exceto quando CLAE-EM/EM é usada. Obs 2: Os hipnóticos zolpidem e zopiclone têm atividade dinâmica e tóxicas semelhantes aos benzodiazepínicos. Eles possuem uma alta reatividade cruzada com a maioria dos imunoensaios para o grupo em questão. (Fonte: Jickells, Clarke’s Analytical Forensic Toxicology. Pág 231. 2008. ) BENZODIAZEPÍNICOS BENZODIAZEPÍNICOS PF/2004. A respeito do uso de drogas lícitas e ilícitas que atuam no sistema nervoso central, julgue os itens seguintes. ( ) O flunitrazepam é corretamente classificado como um benzodiazepínico. Essa classe de medicamentos é usualmente utilizada no tratamento de ansiedade e de insônia. ( ) O uso concomitante de diazepam com outras drogas depressoras do sistema nervoso central, como o etanol, pode provocar sedação excessiva e mesmo depressão respiratória. ( ) Os diazepínicos são medicamentos usualmente seguros para uso diário, pois não causam grandes efeitos adversos ou mesmo dependência física. BENZODIAZEPÍNICOS PF/2004. A respeito do uso de drogas lícitas e ilícitas que atuam no sistema nervoso central, julgue os itens seguintes. (C) O flunitrazepam é corretamente classificado como um benzodiazepínico. Essa classe de medicamentos é usualmente utilizada no tratamento de ansiedade e de insônia. (E) O uso concomitante de diazepam com outras drogas depressoras do sistema nervoso central, como o etanol, pode provocar sedação excessiva e mesmo depressão respiratória. (E) Os diazepínicos são medicamentos usualmente seguros para uso diário, pois não causam grandes efeitos adversos ou mesmo dependência física. Paracetamol Paracetamol - Toxicidade USO TERAPÊUTICO Efeitos nocivos raros DOSES EXCESSIVAS Hepatotóxico e nefrotóxico DOSES TÓXICAS Adultos: 6 – 7,5 g Dano hepático após consumo diário de 5g Crianças: > 150 mg/kg de peso (> 200 mg/kg em crianças até 6 anos) Óbitos: 15 g Paracetamol Paracetamol ou acetomifem ou N-Acetil-aminofenol 1955 – Início no mercado farmacêutico Década de 80 – Popular no Brasil Analgésico e antipirético mais utilizado nos EUA Uma overdose de PC (1966) pode causar necrose hepática fulminante Doses terapêuticas repetidas ou doses levementeexcessivas podem causar hepatotoxicidade em indivíduos suscetíveis, como alcoolatras. Principal causa de falência hepática aguda Paracetamol - Toxicocinética ABSORÇÃO Gastrintestinal rápida e quase completa Biodisponibilidade oral: 88% DISTRIBUIÇÃO Distribui-se por todos líquidos corporais - VD = 1 L / kg LP insignificante em doses de até 60 ng/mL Em intoxicações agudas: LP = 20 – 50% MEIA VIDA T ½: 1 a 4 h em dose terapêutica 2,9 h na intoxicação sem dano hepático 7,6 h na intoxicação com dano hepático Tempo até o efeito máximo: 1 a 3 h Tempo de concentração máxima: 0,5 a 2 h Paracetamol - Toxicocinética 90% DO PARACETAMOL é conjugado a sulfato e glucuronídeo e excretado na urina Pequena quantidade é excretada na urina sem sofrer metabolização 5% é metabolizado via citocromo P450 Paracetamol - Toxicodinâmica EFEITO TERAPÊUTICO: Inibe a síntese de prostaglandinas no sistema nervoso central e na periferia através da inibição da ciclo-oxigenase Intensifica a ação do ADH pela inibição da síntese renal de prostaglandinas Paracetamol - Toxicodinâmica O subproduto obtido através do sistema P450 oxidase é hepatotóxico (N-acetil- benzoquinoneimina - NAPQI) NAPQI reage com os grupamentos ─SH da glutationa (GSH), produzindo o ácido mercaptúrico-cisteína Em superdosagem, a produção do NAPQI excede a capacidade de conjugação com GSH (70%) e o NAPQI reage diretamente com as macromoléculas hepáticas, as proteínas tiólicas (PSH) (ligação covalente) Oxidação de PSH e tióis não protéicos -> peroxidação lipídica e distúrbio da homeostase do íon cálcio intracelular (morte celular) O dano renal talvez ocorra pelo mesmo mecanismo Paracetamol - Clínica Variam de acordo com: - Idade do paciente; - Dose ingerida; - Precocidade da descontaminação gástrica; - Apresentação da medicação; - Existência de doenças hepática prévia; - Uso de bebida alcóolica, de drogas indutoras do sistema P450 ou de agentes que diminuem a conjugação Paracetamol - Clínica Paracetamol - Clínica Exames Laboratoriais: Dosagem sérica de PC – coletar 4 horas após a ingesta. Usado para estimar o risco de toxicidade hepática TGO, TGP, TAP na admissão e repetir diariamente por 3 dias ou até que os níveis voltem ao normal Se função hepática alterada: creatinina, ureia, eletrólitos, bilirrubinas, glicemia, amilase, hemograma e gasometria. Paracetamol - Tratamento DIMINUIR A EXPOSIÇÃO AO PC: esvaziamento gástrico lavagem gástrica carvão ativado PROTEGER O HEPATÓCITO DA LESÃO PELO NAPQI: administração de N-acetilcisteína REMOÇÃO EXTRACORPÓREA DO PC hemodiálise / hemoperfusão (sem aplicação clínica) MEDIDAS GERAIS DE CONTROLE E SUPORTE Paracetamol - Antídoto N-ACETILCISTEÍNA - FLUIMUCIL® MECANISMO DE AÇÃO Precursor de GSH: aumenta a síntese de GSH hepática Doador de grupo sulfidrila: substituto de GSH Aumenta a conjugação do paracetamol com sulfato Melhora a função de múltiplos órgãos na insuficiência hepática Paracetamol - Intoxicação Exposição ao PC é frequente Intoxicação por PC é potencialmente grave (hepatite fulminante) Introdução precoce do antídoto (NAC) é fundamental Se o paciente sobrevive, ocorre recuperação completa do quadro sem fibrose residual.
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