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Disciplina: IED (Introdução ao Estudo do Direito) ANHANGUERA Educacional Campus Rondonópolis - MT Prof. Ms. Valéria Borges Ribeiro vbr.adv@aedu.com vbr.adv@gmail.com 1º. Semestre Curso: Direito Aula 03: Direito: Métodos, Ciências afins e Cultura MÉTODO UTILIZADO NO ESTUDO do DIREITO Sem método não há ciência. Como dissemos, o método é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo conhecimento, bem como corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes. O método é o caminho a ser percorrido a fim de alcançar o conhecimento científico. Três métodos são básicos: Indutivo – particular p/ o geral; Dedutivo – geral p/ o particular (SILOGISMO); Verificação de hipóteses. Além desses, nas chamadas ciências humanas podemos citar os seguintes métodos: comparativo, sociológico, histórico, interpretação, etc. AULA 1 AULA 1 A metodologia de ensino do Curso de Direito é centrada na articulação entre teoria e prática, com vistas a desenvolver o raciocínio jurídico do aluno. Essa metodologia abarca o estudo interdisciplinar e também dos vários ramos do Direito, permitindo o exercício constante da pesquisa, bem como a análise de conceitos e a discussão de suas aplicações. A seguir vejamos a relação do DIREITO com outras ciências afins. AULA 1 AULA 1 1. FILOSOFIA DO DIREITO “Filosofia" é uma palavra de origem grega, de philos (amizade, amor) e sophia (ciência, sabedoria). Surgiu em virtude de uma atitude atribuída a Pitágoras, que recusava o título de sophos, sábio. Ele preferia ser apenas um "amigo da sabedoria". "Filósofo", portanto, etimologicamente falando, não é o senhor de todas as verdades, mas apenas um fiel amigo do saber. Filosofia do Direito, seria uma investigação permanente e desinteressada das condições morais, lógicas e históricas do fenômeno jurídico e da Ciência do Direito ao longo do tempo. O que estuda a Filosofia do Direito? Dentre outras coisas, pergunta-se: Por que sou obrigado a obedecer a regras de direito tão diversas e contrastantes? Porque assim o Estado o ordena. Mas, essa resposta levanta logo uma dúvida: será porventura o Direito aquilo que se ordena? Reduz-se o Direito a uma expressão da força? Afinal o que é o Direito? Em que se funda ou se legitima o Direito? Porque o Direito obriga? Fundar-se-á o Direito na liberdade ou terá a sua razão de ser na igualdade? Basta enunciar tais perguntas para se perceber que elas envolvem o problema ético do Direito, ou, mais amplamente, axiológico, isto é, dos valores do Direito. Ora... o filósofo do Direito indaga dos princípios lógicos, éticos e histórico-culturais do Direito. Ou seja, suas RAZÕES e fins !! 2. TEORIA GERAL DO DIREITO "Teoria", do grego theoresis, significa a conversão de um assunto em problema, sujeito a indagação e pesquisa, a fim de superar a particularidade dos casos isolados, para englobá-los numa forma de compreensão, que correlacione entre si as partes e o todo (buscar um padrão explicativo). A TGD é o estudo das NORMAS (Direito Positivo) e busca estabelecer os elementos essenciais, formais e comuns a qualquer norma jurídica, independente de sue conteúdo, formulando conceitos jurídicos fundamentais. (PRINCÍPIOS). 3. SOCIOLOGIA JURÍDICA É uma ciência jovem (metade do século XX). Estuda o direito como fenômeno social, sociocultural, indagando os fatores de sua transformação, desenvolvimento e declínio. A ela compete apurar as condições: sociais, econômicas, morais, geográficas e demográficas que vão interferir nas mudanças jurídicas (família, crimes, etc). Estuda a inter-relação dos fatos com a realidade social, fazendo pesquisas empíricas. 4. HISTÓRIA DO DIREITO Como o Direito evolui com as diferentes nações, civilizações e sociedades. Portanto cada país tem sua ‘história do direito’. Abarca não só a história das leis e costumes, mas também da Jurisprudência nos Tribunais, da obra dos juristas, dos documentos (contratos, testamentos, sentenças, etc). 5. MEDICINA LEGAL Emprego de conhecimentos médico- cirúrgicos para constituir prova quando o homem em si é o objeto dela. Facilita a interpretação e aplicação da lei penal (aborto, morte, lesão corporal, etc.) Também útil no direito civil (sanidade mental p/ interdição, perícia, investigação de paternidade, etc). 6. PSICOLOGIA JUDICIÁRIA Objetivo: descobrir falso testemunho, autoria de delitos, auxiliar na inquirição de menores, detectar simulação de atos, de confissões, de depoimentos de testemunhas, etc. Auxiliar a tomada de decisão dos juízes e promotores. 7. CRIMINOLOGIA Estudo do ‘homem criminoso’ e dos fatores que assim o determinaram, com o objetivo de fornecer elementos para a prevenção de crimes. Trata o crime como um ‘fato’, indagando as motivações (sociais e individuais) que o levaram a cometer tal ilícito. Também utilizada para aperfeiçoamento dos sistemas penitenciários. (origem italiana) Seus ramos: antropologia, psicologia, sociologia criminal, criminalística (provas criminais, prova pericial, etc). 8. DIREITO E ECONOMIA O primo vivere, deinde philosophari = antes viver e depois filosofar !! Pois o instinto humano é de SOBREVIVÊNCIA !! Segundo o chamado "materialismo histórico", o Direito não seria senão uma superestrutura, de caráter ideológico, condicionada pela infra-estrutura econômica. É esta que, no dizer de Marx, modela a sociedade, determinando as formas de Arte, de Moral ou de Direito, em função da vontade da classe detentora dos meios de produção. 9. CULTURA E DIREITO Cultura é algo criado pelo homem, não é natural, criado pela natureza. Assim, sendo o homem um ser social, ele é quem FAZ suas tradições culturais ! Cultura é a parte do ambiente feita pelo homem ! São ideais, crenças, costumes, hábitos, normas, isto é são ‘legados do passado’ e oriundas de um momento histórico. Ou seja, não é imortal, é ‘mutatis mutandi’ (mudando o que deve ser mudado). 10. DIREITO E CIVILIZAÇÃO...complexo de fenômenos culturais. 11. DIREITO E PODER... PODER é “a alavanca motora da dinâmica social e impulsor das transformações sociais” (Bertrand Russell). O poder é a garantia da eficácia do direito. Sem a garantia dada por uma estrutura de poder a norma pode ser violada sem consequências. A lei deve estar acima do poder e de quem a exerce. E acima do poder devem estar os Direitos do Homem, ONU. Referências GUSMÃO, Paulo Dourado de (org.). Introdução ao Estudo do Direito. 46ª ed. São Paulo: Forense, 2013. RIZZATTO NUNES, Luis Antonio. Manual de Introdução ao Estudo do Direito. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006. DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução à Ciência do Direito. 20ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009. FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito : técnica, decisão e argumentação. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.
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