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Posição taxonômica Protozoário Gênero: giárdia Subfilo: mastigóforo O gênero giárdia é dividido em 3 espécies: de acordo com as características dos corpos medianos, o formato e o comprimento do parasita Giárdia duodenale: infecta vários mamíferos Giárdia murisc: infecta roedores Giárdia agilis: infecta anfíbios Morfologia Trofozoítos Formas evolutivas que exercem o parasitismo Pode ser eliminado nas fezes e é mais comum em fezes diarreicas Formato piriforme com simetria bilateral 4 pares de flagelos Possuem discos ventrais/adesivos Cada um possui em núcleo bem delimitado por uma membrana e central Função de fixação na mucosa do intestino Liberam proteínas (giardinas): colaboram para a adesão Giradinas também são consideradas toxinas Possuem corpos medianos: usados para determinar as características das espécies de giárdia Função não é bem definida No interior são encontrados dois núcleos idênticos São sensíveis Cistos Formas evolutivas de resistência Formas infectantes Podem ser eliminados nas fezes e são mais encontrados em fezes pastosas ou bem formadas Estruturas ovaladas com até 4 núcleos Forma infectante possuem 4 núcleos Possuem axonemas/ fibrilas longitudinais Menores que os trofozoítos Parede externa glicoproteica (permite resistência) Ciclo biológico Forma infectante é o cisto Ciclo monoxênico Cisto é ingerido por alimento ou água contaminados e atinge o ID onde ocorre o processo de desencistamento, formando os trofozoítos o Inicia o processo de desencistamento já no intestino devido à ação do suco gástrico e se completa no duodeno/jejuno Os trofozoítos se multiplicam por divisão binária longitudinal e colonizam o intestino Quando ocorre um desequilíbrio parasita-hospedeiro e os trofozoítos se desprendem da mucosa intestinal os trofozoítos se encistam, formando os cistos Se a pessoa não está com diarreia o comum é encontrar os cistos nas fezes pois ocorre tempo necessário para ocorrer o enciatamento São necessários poucos cistos para infectar o hospedeiro O ciclo se completa com o encistamento e eliminação dos cistos nas fezes O cisto pode permanecer viável por vários meses no ambiente em condições favoráveis Transmissão Os cistos são estruturas extremamente leves que podem se disseminar na poeira, água, alimentos e pode ser distribuído por vetores mecânicos (insetos) e assim contaminar alimentos A água é um importante veículo: consumo direto ou indireto Pietra Rosa TXIX Trofozoítos Cistos Além da transmissão hídrica, também ocorre a transmissão direta (pessoa-pessoa) por meio de mãos contaminadas, em ambientes com grande quantidade de pessoas (creches, prisões, etc.) Sintomatologia/ patogenicidade Apresenta um espectro clínico diversificado Maioria é assintomático Sintomáticos apresentam sintomas variados: de diarreia aguda até diarreia persistente Má absorção e perda de peso Em casos agudos A diarreia é profusa, abundante, aquosa, rica em gases (diarreia explosiva) Intensas cólicas abdominais geralmente na parte superior do abdómen Gerada pelo excesso de gases e pela inflamação da mucosa (confirmada pela presença de um infiltrado inflamatório) Pode ser acompanhado de perda de peso devido ao quadro de diarreia aguda, náuseas e vômitos Frequentemente as fezes apresentam muco e raramente sangue ou pus A fase aguda dura poucos dias e seus sintomas podem ser confundidos com quadros de diarreias virais ou bacterianas Infecções crônicas Sintomas permanecem por muitos anos Podem se manifestar com episódios de diarreia continua, intermitente ou esporádica Muitos casos, principalmente em crianças, essa diarreia crônica pode estar acompanhada de estreptorreia (presença de gordura nas fezes) devido a problemas de má absorção As principais complicações estão associadas as condições de má absorção de gordura e nutrientes, como vitaminas lipossolúveis ( vitm. A, D, E, K, B12, ferro, xilose, lactose, etc.) Importante em crianças, pois pode comprometer o desenvolvimento físico e cognitivo Pode comprometer a integridade da pele, podendo ocorrer o surgimento de manchas na pele, enfraquecimento de unhas e cabelos Pode ocasionar em fezes pastosas, amareladas, gordurosas ou/e diarreicas Os trofozoítos formam uma espécie de “tapete” na mucosa intestinal, pois encontram-se bem perto um do outro Prejudica a absorção de componentes lipídicos, pois provocam uma diminuição das microvilosidades do enterócito, impedindo o contato do enterócito com o nutriente Determina alterações morfológicas e fisiológicas do epitélio intestinal sem que ocorra qualquer invasão tissular ou celular As alterações podem variar, desde o achatamento até a atrofia das microvilosidades Pode ocorrer autoinfecção Importante deficiência imunitária pode ser muito mais importante do que a própria carga parasitária para determinar a sintomatologia clínica Em crianças a sintomatologia mais importante é a diarreia com esteatorreia, irritabilidade, falta de apetite, vômito, náuseas e dor abdominal Possíveis mecanismos de ação patogênica Diarreia de má absorção Hipótese Ação mecânica dos discos ventrais nas vilosidades (quantidade pode causar tapetamento) Impede a absorção de nutrientes Colaboram para o processo inflamatório Ação tóxica: liberação de proteases Colaboram para os danos nos enterócitos Colabora para o processo inflamatório Reação imunológica: processos inflamatórios Mais aceita IgE se liga aos mastócitos na superfície da mucosa intestinal, induzindo a reação anafilática local pela degranulação principalmente de histamina • Edema induz o aumento da motilidade: diarreia • Induz o aumento da produção de enterócitos imaturos, incapazes de absorver: má absorção Infecções agudas Infecções crônicas Diagnóstico Período negativo: 10 dias O trofozoíto perde a capacidade de encistamento e podem ser destruídos durante o processo de formação do bolo fecal Período de fezes formadas sem a presença de cistos Devido ao período negativo é necessário coletar pelo menos 3 amostras em dias alternados ou 10 dias consecutivos Técnicas laboratoriais Sedimentação espontânea Cetrífugo-flutuação Método de Faust: observação de cistos, oocistos e ovos leves Amostra fia mais limpa e fácil de ser analisada Em casos suspeitos sem cistos e trofozoítos nas fezes realizar biópsia ou análise do fluido duodenal Tratamento Metronidazol/ tinidazol/ secnidazol: inutilização de uma enzima parasitária que inibe a replicação do protozoário Profilaxia Educação sanitária (medidas individuais e coletivas) Cuidados com alimentos (frutas e verduras) e água Saneamento básico Proteção de alimentos contra insetos Tratamento de animais domésticos
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