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anticoncepção de emergencia

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1 ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA (AE)
 A Anticoncepção de Emergência (AE) popularmente conhecida como “pílula do dia seguinte” é um método anticonceptivo, utilizado após a relação sexual, que é estudado desde as décadas de 60 e 70, pelo médico canadense Albert Yuzpe, em resposta ás consequências da violência sexual (SOUZA; BRANDÃO, 2012). 
O tema vem sendo então investigado no Brasil, na América Latina, nos EUA e Europa há algumas décadas. As indicações da AE são destinadas a situações especiais e excepcionais, que segundo Borges, et al. (2010) são as relações sexuais desprotegidas ou não planejadas, o uso inadequado de métodos anticoncepcionais, a falha anticoncepcional presumida e a violência sexual.
 É constituída por associações de hormônios concentrados usados por pequeno período de tempo, que agem na suspensão da ovulação e migração do esperma, nos dias que seguem à relação sexual. Assim, diferente da pílula de uso regular, que possui grande aceitação social, a contracepção de emergência encontra várias controvérsias, embora seja igualmente um método contraceptivo hormonal (BRASIL, 2006a; BRASIL, 2006b; DIAS, 2015).
No entanto, no que se refere a eficácia da AE na prevenção da gravidez, tais controvérsias, dificultam a obtenção e orientação sobre o medicamento. De acordo com Brandão et al. (2016) no Brasil, 12% das mulheres com idade entre 15 e 49 anos, ativas sexualmente, que já fizeram uso de algum método contraceptivo alguma vez na vida, afirmaram ter utilizado a contracepção de emergência, segundo a PNDS de 2006 (BRASIL, 2008) esse percentual cresce para 23,2% se levarmos em conta apenas as mulheres não unidas.
Mesmo que todas as mulheres fizessem uso de métodos anticonceptivos de forma certa e regularmente, ainda teríamos cerca de 6 milhões de gestações inesperadas relacionadas a falha desses métodos (BRANDÃO et al., 2016).
Quando utilizada da forma recomendada, ou seja, de modo esporádico ou só em situações de emergência por falha de método regular, a contracepção de emergência não gera efeitos secundários graves e tem pouca ou quase nenhuma contraindicação médica para sua utilização, já o uso recorrente poderia causar diversos danos secundários (SOUZA; BRANDÃO, 2012). 
Deste modo, a contracepção de emergência não é recomendada para uso frequente, já que existem outros métodos contraceptivos que detém maior eficácia, portanto, menor chance da mulher engravidar (BARROS; CUNHA, 2019). 
Não há indicadores de que a AE gere comportamentos de risco, quando ela está inserida no contexto de políticas públicas de saúde sexual e reprodutiva que garantam informação, aconselhamento e seguimento. Muitos investigadores, nesse sentido, têm procurado avaliar o comportamento dos adolescentes que têm acesso à AE (BRASIL, 2010). 
Os resultados de alguns estudos envolvendo adolescente e o uso dos anticoncepcionais de emergência, evidenciaram não haver abandono ou redução do uso do preservativo. Outros estudos também demonstraram que as mesmas são utilizadas pelos adolescentes que dela mais necessitam dentro das indicações recomendadas, sem evidenciar algum uso abusivo (NASCIMENTO; SOARES, 2015; BARROS; CUNHA, 2019). 
No entanto algumas pesquisas demonstram que a utilização da pílula do dia seguinte recidivamente unida a falta de utilização dos preservativos gera perigosas consequências como: o risco do aumento dos efeitos adversos e a propagação de DST, como a AIDS, sífilis, gonorreia (SOUZA, 2008). 
A falta de orientação e alta dosagem de progesterona podem ser causadores de efeitos como a retenção de líquido, hipertensão, náuseas e desequilíbrio hormonal e do ciclo menstrual, entre outros. Se a mulher faz uso da pílula uma vez, tem um efeito, mas utiliza-la por diversas vezes é uma agressão ao organismo quando desastrosamente uma ação que deveria ser eventual transforma-se em rotina (NASCIMENTO; SOARES, 2015). 
REFERÊNCIAS
BARROS, L. B.; CUNHA, C. V. Os riscos do uso indiscriminado de Levonorgestrel por adolescentes: Revisão integrativa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, v. 04, n.1, p. 68-84. 2019.
BORGES, A. L. V. et al. Práticas contraceptivas entre jovens universitários: o uso da anticoncepção de emergência. Cad. Saúde Pública, v. 26, n. 4, p. 816-826, 2010.
BRANDÃO, E. R. et al. “Bomba hormonal”: os riscos da contracepção de emergência na perspectiva dos balconistas de farmácias no Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 32, n. 9, p. 1-10, 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Anticoncepção de emergência: perguntas e respostas para 31 profissionais de saúde. Brasília: MS. 2006a.
BRASIL. Ministério da Saúde. Anticoncepção de emergência: perguntas e respostas para profissionais de saúde. Brasília: MS. 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Nota técnica sobre anticoncepção de emergência. Brasília: MS. 2006b.
BRASIL. Ministério da Saúde. Pesquisa nacional de demografia e saúde da criança e da mulher (PNDS, 2006). Brasília, 2008. 
DIAS, T. M. Controvérsias e estabilização: o debate sobre as pílulas anticoncepcionais no diário O Globo, nas décadas de 1960 e 1970. 2015. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Instituto de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2015.
NASCIMENTO, F. G.; SOARES, F. G. N. Uso indiscriminado de “pílula do dia seguinte” por adolescentes. In: Seminário Internacional de Educação do MECOSUL. 17., Cruz Alta, 2015. Anais... Cruz Alta: UNICRUZ, 2015. 
SOUZA, R.A.; BRANDÃO, E.R. À sombra do aborto: o debate social sobre a anticoncepção de emergência na mídia no Brasil (2005-2008). Interface - Comunic., Saude, Educ., v.16, n.40, p.161-75. 2012.
SOUZA, R. A. Pílula do Dia Seguinte: uma revisão de literatura sobre a Anticoncepção de Emergência. Cadernos UniFOA, edição nº 08, p. 58, 76.o 2008.

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