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Parecer Jurídico 001-2020 - Direito do Trabalho

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PARECER JURÍDICO 
 
 
Parecer:​ 001/2020 
Processo: ​200376-76.2017.8.26.0114 
Interessado: ​Sociedade Empresária Ômega 
Origem: ​Departamento Jurídico 
 
 
EMENTA: 
DIREITO DO TRABALHO - RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - RECURSO 
ORDINÁRIO. PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO. RAZÕES RECURSAIS. CONTRA 
SENTENÇA DEFINITIVA. POSSIBILIDADE - ESTABELECIDO NO ​ARTIGO 895, 
INCISO I DA CLT 
 
 
RELATÓRIO 
 
 
Consulta-me o departamento jurídico, da Sociedade Empresária Ômega, 
sobre Direito do Trabalho, referente a reclamação trabalhista, indagando-nos 
sobre diversos aspectos de uma respeitável sentença prolatada pela 100ª Vara 
do Trabalho de Maceió/AL, da possibilidade de Recurso Ordinário, elaborando 
petição de interposição e as razões recursais em face da respeitável sentença, 
formulando os seguintes quesitos: 
 
a) Preliminar de incompetência; 
b) Preliminar de coisa julgada; 
 
2 
c) Preliminar de litispendência; 
d) Prescrição parcial; 
e) Reintegração; 
f) Dano moral; 
g) Carta de referência; 
h) Participação nos lucros 
i) Férias; 
j) Recurso cabível. 
 
É o necessário a relatar, em seguida, estudada a matéria, exara-se o 
opinativo. 
 
 
ANÁLISE JURÍDICA 
 
 
O exame deste Parecer se dá nos termos do Ordenamento jurídico 
brasileiro, consoante a Consolidação das Leis Trabalhista, subtraindo-se análises 
que importem considerações de ordem técnica e jurídico-normativo. Cumpre 
salientar que a presente apreciação restringe-se a sentença em comento. 
 
Está previsto no ordenamento jurídico conforme abaixo: 
 
Quesito A - Preliminar de incompetência 
 
Em relação ao questionamento de preliminar de incompetência, referente 
ao recolhimento do INSS, tanto as contribuições do empregador, sobre os 
rendimentos pagos ao trabalhador, quanto às contribuições do empregado podem 
3 
ser executadas de ofício pela justiça do trabalho, desde que decorrentes da 
sentença condenatória ou acordo homologado, e sobre os valores especificados. 
 
Toda a atenção deve prender-se à interpretação dessa limitação. A 
decisão que simplesmente reconhece o vínculo de emprego possui natureza 
declaratória. Se a competência da Justiça do Trabalho para executar as 
contribuições previdenciárias limita-se às sentenças condenatórias, isso significa 
que a Justiça do Trabalho só executará as contribuições incidentes sobre as 
verbas que serão pagas após a condenação e nela definidas, podendo, então, 
cobrar ou executar de ofício. 
 
Ademais, a legitimidade para ajuizar a ação pertinente também muda, 
passa a ser do órgão que representa a entidade gestora do regime, sendo o 
INSS, Autarquia Federal, no caso do Regime Geral de Previdência Social 
(RGPS), e do órgão competente para execução fiscal dos respectivos entes 
federados, no caso de Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). O 
Reclamante não possui legitimidade para ingressar em juízo pessoalmente 
requerendo a cobrança das contribuições sociais do período (Lei 8.212/1991, 
Arts. 33 a 39). 
 
Amparando-se na norma legal e jurisprudencial para corroborar o acima 
exposto, fundamenta-se na Súmula Vinculante 53 do STF, na Súmula 368, inciso 
I, do TST e no artigo 876, parágrafo único, da CLT: 
 
(...) 
 
STF - Súmula Vinculante 53 - A 
competência da Justiça do Trabalho 
4 
prevista no art. 114, VIII, da 
Constituição Federal alcança a 
execução de ofício das contribuições 
previdenciárias relativas ao objeto da 
condenação constante das sentenças 
que proferir e acordos por ela 
homologados. 
 
(...) 
 
Tal entendimento foi seguido pelo Tribunal Superior do Trabalho, 
resultando no texto atual da Súmula 368, I, do TST: 
 
(...) 
 
TST - Súmula 368. ​Descontos 
previdenciários. Imposto de renda. 
Competência. Responsabilidade pelo 
recolhimento. Forma de cálculo. Fato 
gerador. 
 
I - A Justiça do Trabalho é competente 
para determinar o recolhimento das 
contribuições fiscais. A competência da 
Justiça do Trabalho, quanto à 
execução das contribuições 
previdenciárias, limita-se às sentenças 
condenatórias em pecúnia que proferir 
5 
e aos valores, objeto de acordo 
homologado, que integrem o salário de 
contribuição. 
 
(...) 
 
Nesse sentido, o artigo 876, parágrafo único da Consolidação das Leis 
Trabalhistas: 
 
(...) 
 
Art. 876 - As decisões passadas em 
julgado ou das quais não tenha havido 
recurso com efeito suspensivo; os 
acordos, quando não cumpridos; os 
termos de ajuste de conduta firmados 
perante o Ministério Público do 
Trabalho e os termos de conciliação 
firmados perante as Comissões de 
Conciliação Prévia serão executada 
pela forma estabelecida neste Capítulo. 
 
Parágrafo único​. A Justiça do 
Trabalho executará, de ofício, as 
contribuições sociais previstas na 
alínea a do inciso I e no inciso II do 
caput do art. 195 da Constituição 
Federal, e seus acréscimos legais, 
6 
relativas ao objeto da condenação 
constante das sentenças que proferir e 
dos acordos que homologar. 
 
(...) 
 
Sendo assim, a Justiça do Trabalho não é competente, para de ofício, 
determinar o recolhimento das contribuições do INSS. Sendo possível essa 
cobrança através de procedimento administrativo ou ação judicial de Execução 
Fiscal, promovida pelo próprio INSS, perante a Justiça Federal. 
 
Quesito B - Preliminar de coisa julgada 
 
Em relação ao questionamento de preliminar de coisa julgada, referente 
ao prêmio de assiduidade, é essencial destacar que, tanto a preliminar de coisa 
julgada quanto a de litispendência, decorrem do princípio constitucional da 
segurança jurídica, previsto no artigo 5º, ​caput​, da Constituição Federal, ao qual 
visa auxiliar o Poder Judiciário nas suas tomadas de decisões, bem como a evitar 
demandas repetitivas, sendo elementos da paz social. 
 
Amparando-se na norma legal para corroborar o acima exposto, 
fundamenta-se no artigo 831, parágrafo único, da CLT; artigo 337, inciso VII, §§ 
1º e 4º do CPC; artigo 485, inciso V, do CPC e artigo 502 do CPC: 
 
(...) 
 
7 
Art. 831 - A decisão será proferida 
depois de rejeitada pelas partes a 
proposta de conciliação. 
 
Parágrafo único. No caso de 
conciliação, o termo que for lavrado 
valerá como decisão irrecorrível, salvo 
para a Previdência Social quanto às 
contribuições que lhe forem devidas. 
 
(...) 
 
Conforme disciplina o artigo acima citado, é possível verificar a 
importância conferida pelo direito processual do trabalho à conciliação, que, 
segundo prevê o parágrafo único do mesmo diploma legal, o termo de acordo 
valerá como decisão irrecorrível, significando que as partes sequer podem 
impugnar o termo de acordo mediante recurso, salvo para Previdência Social 
quanto às contribuições que lhe forem devidas. 
 
(...) 
 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de 
discutir o mérito, alegar: 
 
(...) 
 
VII -​ coisa julgada; 
 
8 
(...) 
 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a 
coisa julgada quando se reproduz ação 
anteriormente ajuizada. 
(...) 
 
§ 4º Há coisa julgada quando se repete 
ação que já foi decidida por decisão 
transitada em julgado. 
 
(...) 
 
Conforme disciplina o artigo acima citado, ocorre coisa julgada quando se 
propõe ação que já foi julgada anteriormente, não sendo mais possível debaterações de coisa julgada. Para verificar a coisa julgada, faz-se necessário estar 
presente, simultânea e identicamente os elementos da ação. Sendo preliminar de 
contestação, são defesas indiretas da questão final e questão de ordem pública, 
insuscetíveis de preclusão e podendo ser apreciadas, de ofício, a qualquer tempo 
e em qualquer grau de jurisdição. 
 
(...) 
 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito 
quando: 
 
(...) 
 
9 
V - reconhecer a existência de 
perempção, de litispendência ou de 
coisa julgada; 
 
(...) 
 
Conforme disciplina o artigo acima citado, quando confirmada a 
litispendência ou a coisa julgada, o juízo deve extinguir o processo sem resolução 
de mérito, sendo tais preliminares para evitar a reanálise do mérito. 
 
(...) 
 
Art. 502. Denomina-se coisa julgada 
material a autoridade que torna 
imutável e indiscutível a decisão de 
mérito não mais sujeita a recurso. 
 
(...) 
 
Conforme disciplina o artigo acima citado, é indiscutível e imutável a 
decisão de um assunto, no qual foi analisado e julgado o mérito, ou seja a ação 
julgada com resolução de mérito faz coisa julgada material não podendo ser 
reapreciada em nova ação. 
 
Sendo assim, havendo decisão homologada sobre determinada matéria, 
no qual foi julgado o mérito, fazendo coisa julgada material, deve o aplicador do 
direito observar essa decisão que tem força irrecorrível e garantir a segurança 
jurídica e a paz social. 
10 
 
Quesito C - Preliminar de litispendência 
 
Em relação ao questionamento de preliminar de litispendência, referente 
às diárias, é essencial destacar, como no quesito anterior, tanto a preliminar de 
coisa julgada quanto a de litispendência, decorrem do princípio constitucional da 
segurança jurídica, previsto no artigo 5º, ​caput​, da Constituição Federal, ao qual 
visa auxiliar o Poder Judiciário nas suas tomadas de decisões, bem como a evitar 
demandas repetitivas, sendo elementos da paz social. 
 
(...) 
 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de 
discutir o mérito, alegar: 
 
(...) 
 
VI - ​litispendência; 
 
(...) 
 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a 
coisa julgada quando se reproduz ação 
anteriormente ajuizada. 
 
(...) 
 
11 
§ 3º ​Há litispendência quando se 
repete ação que está em curso. 
 
(...) 
 
Conforme disciplina o artigo acima citado, ocorre litispendência quando se 
propõe ação processual ao mesmo tempo em que outra ação, idêntica, está em 
curso, não sendo mais possível debater quando uma das ações é julgada. Para 
verificar a litispendência, assim como a coisa julgada, faz-se necessário estar 
presente, simultânea e identicamente os elementos da ação. Sendo preliminar de 
contestação, são defesas indiretas da questão final e questão de ordem pública, 
insuscetíveis de preclusão e podendo ser apreciadas, de ofício, a qualquer tempo 
e em qualquer grau de jurisdição. 
 
(...) 
 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito 
quando: 
 
(...) 
 
V - reconhecer a existência de 
perempção, de litispendência ou de 
coisa julgada; 
 
(...) 
 
12 
Conforme disciplina o artigo acima citado, quando confirmada a 
litispendência ou a coisa julgada, o juízo deve extinguir o processo sem resolução 
de mérito, sendo tais preliminares para evitar a reanálise do mérito. 
 
Sendo assim, havendo decisão idêntica tramitando ou homologada sobre 
a mesma matéria, sendo ou não julgado o mérito quando da tramitação, deve o 
aplicador do direito observar o disposto no ordenamento jurídico e garantir a 
segurança jurídica e a paz social. 
 
Quesito D - Prescrição 
 
Em relação ao questionamento de prescrição parcial, referente ao 
momento em que foi suscitada, é importante destacar que a prescrição deve ser 
alegada na primeira oportunidade, podendo ser alegada em qualquer tempo e 
grau de jurisdição, tratando-se da sua natureza de matéria de ordem pública. 
Sendo uma exceção à regra geral de que toda a matéria de defesa deve ser 
alegada em um único momento, pois não preclui a sua alegação, podendo, 
inclusive, ser alegada em momento posterior, observando, contudo, o trânsito em 
julgado. 
 
Amparando-se na norma legal e jurisprudencial para corroborar o acima 
exposto, fundamenta-se no artigo 193 do CC e na Súmula 153 do TST: 
 
(...) 
 
Art. 193. A preclusão pode ser alegada 
em qualquer grau de jurisdição, pela 
parte a quem aproveita. 
13 
 
(...) 
 
Nesse sentido, a Súmula 153 do Tribunal Superior Trabalhista, traz o 
seguinte entendimento: 
 
(...) 
 
TST Súmula 153. Não se conhece de 
prescrição não arguida na instância 
ordinária. 
 
(...) 
 
Sendo tal entendimento superado em razão das constantes alterações 
legislativas, as regras que envolvem a prescrição normas de ordem pública, que o 
juiz deve pronunciar de ofício e a parte pode alegar em qualquer grau de 
jurisdição, implica que não pode haver restrição temporal para o seu 
conhecimento. 
 
Sendo assim, a prescrição pode ser suscitada em qualquer momento e 
grau de jurisdição, sem prejuízo às partes e ao processo, pois tratando-se da sua 
natureza decorrente de ordem pública, visando o superior atingimento da justiça e 
do bem comum, é uma exceção a regra geral, observando contudo, o trânsito em 
julgado. 
 
Quesito E - Reintegração 
 
14 
Em relação ao questionamento de reintegração do ex-funcionário, 
referente ao cargo de presidência de entidade criada pelos empregados, é 
essencial destacar que o ordenamento jurídico, consoante as Consolidações das 
Leis Trabalhistas e a Constituição Federal, prevê situações onde fica vedado a 
dispensa do empregado em razão de suas funções para cargos de eleição, 
promovendo a adequada proteção contra ato discriminatório que atente contra a 
liberdade sindical, nomeadamente o despedindo por motivo de filiação ou atuação 
sindical.. 
 
Amparando-se na norma legal para corroborar o acima exposto, 
fundamenta-se no artigo 543, § 3° da CLT e na artigo 8° da CF: 
 
(...) 
 
Art. 543 - O empregado eleito para 
cargo de administração sindical ou 
representação profissional, inclusive 
junto a órgão de deliberação coletiva, 
não poderá ser impedido do exercício 
de suas funções, nem transferido para 
lugar ou mister que lhe dificulte ou 
torne impossível o desempenho das 
suas atribuições sindicais. 
 
(...) 
 
§ 3º - Fica vedada a dispensa do 
empregado sindicalizado ou associado, 
15 
a partir do momento do registro de sua 
candidatura a cargo de direção ou 
representação de entidade sindical ou 
de associação profissional, até 1 (um) 
ano após o final do seu mandato, caso 
seja eleito inclusive como suplente, 
salvo se cometer falta grave 
devidamente apurada nos termos desta 
Consolidação. 
 
(...) 
 
Conforme disciplina o artigo acima citado, o dispositivo legal visa proibir 
que o empregador pratique atos obstando as funções, bem como o exercício do 
mandato sindical pelo empregado, anunciando regras regulamentares para sua 
efetiva aplicação. 
 
Nesse sentido, o artigo 8°, inciso VIII, da Constituição Federal: 
 
(...) 
 
Art. 8º É livre a associação profissional 
ou sindical, observado o seguinte: 
 
(...)VIII - é vedada a dispensa do 
empregado sindicalizado a partir do 
16 
registro da candidatura a cargo de 
direção ou representação sindical e, se 
eleito, ainda que suplente, até um ano 
após o final do mandato, salvo se 
cometer falta grave nos termos da lei. 
 
(...) 
 
Sendo assim, o ordenamento jurídico brasileiro, observando a vigente 
legislação acima indicada, proíbe atos do empregador capazes de obstar o 
exercício do empregado sindicalizado ou associado, a partir do registro de sua 
candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de 
associação profissional eleito, tais como a demissão, salvo se cometer falta 
grave. 
 
Quesito F - Dano Moral 
 
Em relação ao questionamento de dano moral, referente a inscrição do 
CPF nos serviços de proteção ao crédito, cumpre salientar sobre quando surge a 
obrigação de reparar. Sabidamente, conforme o nosso ordenamento jurídico, 
consoante ao Código Civil, todo dano deve ser reparado. A origem do dano 
decorre de uma ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, sendo uma 
interpretação extensiva do dano, contudo, vinculado a real prejuízo gerado ao 
lesado e a quem provocou o dano. 
 
Amparando-se na norma legal para corroborar o acima exposto, 
fundamenta-se nos artigos 186 e 927, ambos do CC: 
17 
 
(...) 
 
Art. 186. ​Aquele que, por ação ou 
omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
 
(...) 
 
Conforme disciplina o artigo acima citado, caracteriza-se a culpa do 
agente quando tenha ele agido com imperícia, imprudência ou negligência. Além 
disso, é necessário que o ato ilícito tenha causado um dano ao terceiro, 
inexistindo responsabilidade civil sem dano, considerando que toda a 
responsabilidade civil é permeada pela preocupação em indenizar os danos 
injustamente causados, uma vez não havendo dano, nada haverá a ser reparado. 
 
(...) 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito 
(arts. 186 e 187), causar dano a 
outrem, é obrigado a repará-lo. 
 
Parágrafo único. Haverá obrigação de 
reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos casos especificados em lei, 
18 
ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para 
os direitos de outrem. 
 
(...) 
 
Conforme disciplina o artigo acima citado, sempre que o agente causar 
um dano ilícito a outrem, terá o dever de indenizar esse dano, recompondo ou 
reparando o patrimônio material ou moral do lesado, na exata proporção do dano 
causado (CC, art. 944). 
 
Sendo assim, é necessário que exista um nexo de causalidade entre a 
conduta do agente e o dano causado para configurar a responsabilidade civil. É o 
que propõe a teoria da causalidade adequada, que apenas considera 
juridicamente relevante o nexo de causalidade que existe entre a ação cuja 
natureza ordinariamente se mostra apropriada e condizente com o tipo de dano 
causado. 
 
Quesito G - Carta de Referência 
 
Em relação ao questionamento de carta de referência, referente a entrega 
de carta de referência ao ex-funcionário para que querendo, busque recolocação 
no mercado, inexiste dispositivo legal que obrigue a concessão de carta de 
referência por parte da empresa, não havendo vínculo entre empresa e 
empregado nesse sentido. Uma vez que não existe lei que obrigue determinada 
ação, não gera vínculos, sendo esse ato mera cortesia da empresa, salvo se 
19 
previsto nos acordos e convenções coletivas, visto que na legislação trabalhista, o 
acordado faz lei entre as partes. 
 
Amparando-se na norma constitucional para corroborar o acima exposto, 
fundamenta-se no artigo 5°, inciso II, da Constituição Federal: 
 
(...) 
 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
 
(...) 
 
II - ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei. 
 
(...) 
 
Conforme disciplina o artigo acima citado, somente a lei gera deveres e 
obrigações, sendo esse dispositivo legal princípio constitucional da legalidade, no 
qual não há crime, nem pena, sem lei anterior que os defina. 
 
20 
Sendo assim, não há previsão legal que vincule a empresa aos desejos 
do empregado, como para a concessão de carta de referência, estando as 
empresas desobrigadas por lei, conforme a norma constitucional acima citada e 
ao princípio constitucional da legalidade. 
 
Quesito H - Participação Nos Lucros 
 
Em relação ao questionamento de participação nos lucros, referente ao 
previsto na convenção coletiva da categoria, é importante destacar que 
considera-se caso de suspensão do contrato de trabalho o afastamento da 
atividade, dentre outros motivos, por doença a partir do 16º dia de afastamento do 
empregado, considerando-o em licença não remunerada durante o prazo desse 
benefício. 
 
Amparando-se na norma legal e jurisprudencial para corroborar o acima 
exposto, fundamenta-se no artigo 476 da CLT, artigo 1º da Lei nº 10.101/00 e na 
Súmula 451 do TST: 
 
(...) 
 
Art. 476. Em caso de seguro-doença 
ou auxílio-enfermidade, o empregado é 
considerado em licença não 
remunerada, durante o prazo desse 
benefício. 
 
(...) 
 
21 
Conforme disciplina o artigo acima citado, é possível verificar que trata-se 
de hipótese de suspensão do contrato de trabalho, bem como a suspensão da 
remuneração decorrente da contraprestação oriunda do contrato de trabalho. 
 
(...) 
 
Lei n° 10.101/00 - Art. 1º. Esta Lei 
regula a participação dos trabalhadores 
nos lucros ou resultados da empresa 
como instrumento de integração entre 
o capital e o trabalho e como incentivo 
à produtividade, nos termos do art. 7º, 
inciso XI, da Constituição. 
 
(...) 
 
Conforme disciplina o artigo acima citado, nota-se que a participação dos 
trabalhadores nos lucros da empresa, decorre da produtividade destes primeiros, 
e do incentivo destes últimos, ou seja, há uma relação de resultados decorrentes 
da produtividade para fazer jus ao incentivo. 
 
Tal entendimento foi seguido pelo Tribunal Superior do Trabalho, 
resultando no texto atual da Súmula 451 do TST: 
 
(...) 
 
TST - Súmula 451. ​PARTICIPAÇÃO 
NOS LUCROS E RESULTADOS. 
22 
RESCISÃO CONTRATUAL 
ANTERIOR À DATA DA 
DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS. 
PAGAMENTO PROPORCIONAL AOS 
MESES TRABALHADOS. PRINCÍPIO 
DA ISONOMIA. (conversão da 
Orientação Jurisprudencial nº 390 da 
SBDI-1) 
Fere o princípio da isonomia instituir 
vantagem mediante acordo coletivo ou 
norma regulamentar que condiciona a 
percepção da parcela participação nos 
lucros e resultados ao fato de estar o 
contrato de trabalho em vigor na data 
prevista para a distribuição dos lucros. 
Assim, inclusive na rescisão contratual 
antecipada, é devido o pagamento da 
parcela de forma proporcional aos 
meses trabalhados,pois o 
ex-empregado concorreu para os 
resultados positivos da empresa. 
 
(...) 
 
Sendo assim, durante o período de suspensão do contrato de trabalho, 
por motivos de doença, igualmente estão suspensas as remunerações devidas 
pelo empregador, decorrente de contraprestação oriunda do contrato de trabalho, 
23 
enquanto o empregado estiver recebendo o benefício de auxílio-doença ou 
auxílio-enfermidade. 
 
Quesito I - Férias 
 
Em relação ao questionamento de férias, referente a contagem dos dias 
de fruição, é vital destacar que a vigente Consolidação das Leis Trabalhista, 
prevê expressamente o número de dias de gozo de férias, sendo esse número 
variável em função da assiduidade ao serviço. O período aquisitivo de férias é 
caracterizado por lapso temporal de 12 meses de vigência do contrato de 
trabalho, seja por prazo determinado ou indeterminado. A duração das férias 
corresponde a 30 dias corridos, incluindo quais já são de repouso semanal 
remunerado. 
 
Amparando-se na norma legal para corroborar o acima exposto, 
fundamenta-se no artigo 130, inciso I da CLT: 
 
(...) 
 
Art. 130. Após cada período de 12 
(doze) meses de vigência do contrato 
de trabalho, o empregado terá direito a 
férias, na seguinte proporção: 
 
I – 30 (trinta) dias corridos, quando não 
houver faltado ao serviço mais de 5 
(cinco) vezes; 
 
24 
(...) 
 
Sendo assim, as férias, conforme a Consolidação das Leis Trabalhistas, 
são fruídas em dias corridos, sendo o número de dias de gozo das férias variável 
em função da assiduidade ao serviço, concedido a cada 12 meses da 
continuidade do contrato de trabalho. 
 
Quesito J - Recurso Cabível 
 
Em relação ao questionamento de recurso cabível, referente a sentença 
prolatada pelo juízo da 100ª Vara do Trabalho de Maceió/AL, cumpre salientar 
que o nosso ordenamento jurídico, consoante as Consolidações das Leis 
Trabalhistas, prevê os casos onde são cabíveis os Recursos Ordinários, 
impetrando petição de interposição e as razões recursais. 
 
Amparando-se na norma legal para corroborar o acima exposto, 
fundamenta-se no artigo 895, inciso I da CLT: 
 
(...) 
 
Art. 895 - ​Cabe recurso ordinário para 
a instância superior: 
I - das decisões definitivas ou 
terminativas das Varas e Juízos, no 
prazo de 8 (oito) dias; e 
 
(...) 
 
25 
 
CONCLUSÃO 
 
 
Diante desse quadro, entendo sustentado que: 
 
a) deverá ser reformada a preliminar de incompetência absoluta em 
relação ao recolhimento do INSS, visto que naquele aspecto a sentença não tem 
cunho condenatório, de modo que a Justiça do Trabalho não tem competência 
material, conforme fundamenta-se na Súmula Vinculante 53 do STF, na Súmula 
368, inciso I, do TST e no artigo 876, parágrafo único, da CLT; 
 
b) ​Deverá ser renovada a preliminar de coisa julgada, porque o prêmio 
assiduidade foi objeto de acordo devidamente homologado em outro processo, 
pelo que tem a força de decisão irrecorrível, conforme o art. 831, parágrafo único, 
da CLT, 337, VII e §§ 1º e 4º do CPC, art. 502 do CPC e art. 485, V, do CPC; 
 
c) ​Deverá ser renovada a preliminar de litispendência quanto às diárias 
porque este pedido já está sendo apreciado pelo Poder Judiciário em outro 
processo, pelo que não pode ser novamente julgado, conforme o art. 337, inciso 
VI, do CPC, 337, § 1º, do CPC e 337, § 3º do CPC e art. 485, V, do CPC; 
 
d) ​Em relação à prescrição, deverá ser sustentado que o instituto pode 
ser alegado, com sucesso, em razões finais, já que o processo ainda se encontra 
em instância ordinária, conforme preconiza a Súmula 153 do TST e o artigo 193 
do CC; 
 
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e) Quanto à reintegração, deve ser sustentado que ela é indevida porque 
o autor não foi eleito dirigente de sindicato, mas de associação interna da 
empresa, o que não lhe assegura estabilidade, conforme o art. 543, § 3º, da CLT 
e art. 8º, VIII, da CF/88; 
 
f) ​Em relação ao dano moral, deve ser sustentado que ele é indevido. A 
análise do período, que vai do atraso salarial até a inserção do nome no cadastro, 
mostra que a negativação é muito anterior, não havendo então o nexo causal a 
justificar a responsabilidade desejada, na forma do art. 186 e do art. 927, ambos 
do Código Civil; 
 
g) ​Sobre a carta de referência, deve ser sustentado que é indevida a sua 
entrega porque isso não é obrigação prevista em Lei, daí porque o empregador 
não se vincula ao desejo do empregado, conforme o art. 5º, inciso II, da CF/88! 
 
h) ​Deve ser sustentado, ainda, que a participação nos lucros é indevida, 
porque o contrato de trabalho, no período que gerou o direito à participação nos 
lucros (2012 e 2013), estava suspenso por doença, de modo que o empregado 
não colaborou com a lucratividade, conforme art. 476 da CLT, art. 1º da Lei nº 
10.101/00 e Súmula 451 do TST 
 
i) ​Quanto às férias, por Lei elas não são contadas em dias úteis, mas 
corridos, conforme o art. 130, I, da CLT; 
 
j) ​deverá apresentar um Recurso Ordinário, elaborando a petição de 
interposição e as razões recursais. Deverá indicar as partes, citar o art. 895, 
inciso I, da CLT, e indicar o recolhimento das custas e o depósito recursal. 
 
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É o parecer, ora submetido à douta deliberação superior. 
 
Campinas/SP, 03 de Abril de 2020 
 
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Marcos Abner S. Felício 
OAB: 359.654/SP-D

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