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SUMÁRIO 1. Introdução ....................................................................................................................... 2 2. Localização e dimensionamento ............................................................................ 2 3. Zonas do ambiente cirúrgico ................................................................................... 4 4. Equipe cirúrgica ............................................................................................................ 5 5. Paramentação cirúrgica ............................................................................................. 6 6. Mesa instrumental ......................................................................................................10 7. Instrumentais cirúrgicos ..........................................................................................11 10. Referências ...............................................................................................................24 3CENTRO CIRÚRGICO 1. INTRODUÇÃO O Centro Cirúrgico pode ser defini- do como o local onde são realizados os procedimentos anestésico-cirúr- gicos. Frequentemente, também é o ambiente em que ocorre a recupe- ração anestésica e pós-operatória imediata. É na sala cirúrgica onde efetivamente se consuma o ato ope- ratório, mas além do conjunto de salas cirúrgicas, o centro cirúrgico é formado também por diversas salas de suporte projetadas e construídas de forma a assegurar as condições de logística, equipamentos, assep- sia, funcionalidade, conforto, eficiên- cia e segurança necessárias para a execução das operações de diferen- tes níveis de complexidade. 2. LOCALIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO O Centro Cirúrgico deve estar situado próxima aos locais cuja demanda de pacientes é maior e aos locais forne- cedores de seus principais insumos e serviços. Na prática, deverá estar si- tuado em áreas adjacentes às Unida- des de Emergência, Internação e Tra- tamento Intensivo, Banco de Sangue e Centro de material e Esterilização. Preferencialmente, deve localizar-se em andares superiores, ao abrigo da poluição aérea e sonora. O porte do centro cirúrgico é direta- mente relacionado ao porte da ins- tituição hospitalar. De acordo com as normas de 1995 do Ministério da Saúde, pode-se estabelecer, em hospitais gerais, a relação de 2 salas cirúrgicas para os primeiros 50 leitos e para cada 50 leitos adicionais ou fração – ou para cada 15 leitos ci- rúrgicos –, uma outra sala deverá ser acrescida. Para estabelecimentos especializados (cardiologia, cirurgia e outros) deve ser feito um cálculo específico. Embora essas normas tenham gran- de utilidade para a estruturação bási- ca de um hospital, o número de salas cirúrgicas deve ser estabelecido indi- vidualmente de acordo com as carac- terísticas peculiares de cada institui- ção e da sua clientela.Fonte: Desenhado por macrovector / Freepik 4CENTRO CIRÚRGICO ZONA ESTÉRIL (OU ASSÉPTICA) É considerada a região com menor grau de contaminação e onde é obri- gatório o uso da máscara. Consiste, basicamente, nas salas de cirurgia, no corredor de acesso e nos lavabos (utilizado para lavagem de mãos, an- tebraços e cotovelos antes da para- mentação), salas de cirurgia. O tamanho da sala de cirurgia depen- de da especialidade a que a mesma se destina, em função dos equipa- mentos e aparelhos que necessitam abrigar. Independente da área ocupa- da, a sala deve ter a largura mínima de quatro metros. 3. ZONAS DO AMBIENTE CIRÚRGICO O Centro Cirúrgico é dividido em 3 zonas, de acordo com o nível de con- taminação: zona de proteção, zona limpa e zona estéril. ZONA DE PROTEÇÃO Consiste nos locais destinados à en- trada ou saída de pessoal ou material no centro cirúrgico. Tem como objeti- vo proteger o ambiente cirúrgico con- tra a entrada de objetos e materiais contaminados e evitar a dissemina- ção de germes a partir dessas mes- mas fontes. É composta por: vestiário, área de transferência, expurgo e cor- redor externo. ZONA LIMPA É composta por vários setores de ser- viços auxiliares ao ato cirúrgico, como conforto médico, sala da enfermagem, sala de espera dos pacientes em pré- -operatório, sala de recuperação anes- tésica, sala de materiais, serviços auxi- liares (como a radiologia) e lavabos. Fonte: Desenhado por macrovector / Freepik Em cada zona, os indivíduos devem estar vestidos de acordo com as ves- timentas e materiais de proteção adequados. Na zona de proteção, os profissionais vestem os pijamas cirúr- gicos, a touca/gorro e propés; na zona limpa, há a colocação da máscara ci- rúrgica para entrar na zona estéril, onde a equipe cirúrgica irá colocar o avental cirúrgico e as luvas. 5CENTRO CIRÚRGICO Fluxograma 1: Zonas do Centro Cirúrgico. 4. EQUIPE CIRÚRGICA A equipe cirúrgica são constituidas por profissionais que prestam assis- tência sistematizada e global ao pa- ciente. O tamanho da equipe cirúrgica varia de acordo com o tipo de inter- venção a ser realizada e é composta, basicamente, pelo médico cirurgião, médico anestesista, primeiro e se- gundo auxiliares e instrumentador. O circulante (técnico de enfermagem) estará na sala de cirurgia ajudando a equipe com os materiais necessários e qualquer tipo de suporte, porém não participa do ato operatório. MÉDICO ANESTESISTA É responsável pela es- colha do melhor tipo de anestesia ( juntamente com o médico cirurgião), autorização do início da ci- rurgia, monitorização dos sinais vitais do paciente e suspensão ou interrup- ção da cirurgia em caso de risco de morte do paciente. MÉDICO CIRURGIÃO É o profissional que realiza o procedimento cirúrgico. A ele cabe a integral respon- sabilidade do ato operatório, sendo responsável pelo planejamento, exe- cução e comando, mantendo a ordem no campo operatório. Suas atribuições se iniciam no pré-operatório, com a in- dicação, conveniência e preparo cirúr- gicos, e continuarão após o ato ope- ratório, com o acompanhamento do paciente. 6CENTRO CIRÚRGICO MÉDICOS AUXILIARES Eles auxiliam no proce- dimento cirúrgico, exer- cendo atividades delegadas pelo cirurgião. • O primeiro auxiliar é responsá- vel pelo pré-operatório, posiciona- mento do paciente, antissepsia da pele do paciente e colocação dos campos cirúrgicos. Durante o ato operatório, se posiciona à frente do cirurgião e o auxilia nas manobras. • O segundo auxiliar é um com- ponente eventual e tem um papel mais passivo, colabora nas ma- nobras de afastamento, permitin- do ao 1º auxiliar maior liberdade de ação, e substitui o 1º auxiliar ou o instrumentador quando ne- cessário. INSTRUMENTADOR É a pessoa encarrega- da da entrega e do rece- bimento dos instrumentos utilizados durante a operação; soli- cita antecipadamente o material ne- cessário para a cirurgia. Elemento de maior mobilidade no campo cirúrgico, mantém contato com as enfermeiras. Deve manter a ordem e limpeza do campo cirúrgico, substituindo com- pressas, colocando gazes e retirando fios e instrumentos deixados sobre o paciente. Em procedimentos meno- res, sua função pode ser delegada ao primeiro ou segundo auxiliar. SE LIGA! A posição dos membros varia de acordo com a cirurgia a ser realizada, porém, o primeiro auxiliar fica sempre à frente do cirurgião, com o instrumentador ao seu lado, enquanto o segundo auxiliar fica ao lado do cirurgião. Figura 1: Posição dos membros da equipe cirúrgica. Fonte: Cirino, LMI. Manual de Técnica Cirúrgica para a Graduação. Editora Sarvier, 2006. 5. PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA Para entrar no ambiente do centro cirúrgico, todos os membros devem estar vestidos com a roupa específi- ca do hospital, o pijama cirúrgico. O pijama deve ser colocado logo que o indivíduo entrar na zona de proteção, no vestiário, assim como a touca/ gor- ro e propés. • A máscara e o óculos de prote- ção são colocados na zona limpa, antes da antissepsia das mãos e antebraços. A máscara deve en- volver o nariz e a boca. • A assepsia das mãos eantebraços, cha- mada também de escovação, consiste 7CENTRO CIRÚRGICO A sequência da assepsia das mãos deve ser a seguinte: ponta dos de- dos e unhas – faces medial e lateral de todos os dedos e interdigitais - palma das mãos – dorso das mãos – punhos – antebraços e cotovelos. Após a escovação, retirar todo o produto com água corrente no sen- tido distal para proximal e, ao final, permanecer com os antebraços e mãos voltados para cima, evitando contaminação pelo escorrimento da água para as mãos. no preparo fundamental para todos aqueles que irão participar da cirur- gia, pois remove a flora bacteria- na transitória e parte da flora per- manente da pele. Funciona como assepsia porque é uma medida profilática de contaminação. A es- covação deve ser feita com a escova e solução de- germante, iniciando nas mãos e terminando em punhos e antebraços, com duração de cerca de 5 minutos. NA PRÁTICA! Passo-a-passo: 1. Abrir a torneira e enxaguar as mãos, antebraços e cotovelos; 2. Recolher, com as mãos em concha, o antisséptico (PVPI a 10% ou Clorexidina a 4%) e espalhar nas mãos, antebraços e cotovelos. No caso de esponjas impregnadas com o antisséptico, pressione a parte da esponja contra a pele e espalhe por todas as partes; 3. Iniciar sequência de escovação em uma das mãos seguindo a ordem: pontas dos de- dos e unhas → regiões interdigitais → palma da mão → dorso da mão; 4. Repetir o passo 3 na outra mão; 5. Escovar 20 vezes a face flexora e depois mais 20 vezes a face extensora de um an- tebraço; 6. Repetir o passo 5 no outro antebraço; 7. Finalizada a escovação, despeje a escova no lavabo; 8. Enxague os dedos, depois as mãos, deixando que a água caia por último nos ante- braços que devem estar afastados do tronco, de forma que a água escorra para os cotovelos, procurando manter as mãos em plano mais elevado; 9. Feche a torneira com o cotovelo, joelho, pé ou apenas se afaste, a depender do me- canismo de acionamento da torneira do lavabo em questão. 10. Enxugar as mãos em toalhas ou compressas estéreis, com movimentos compressi- vos, iniciando pelas mãos e seguindo pelos antebraços e cotovelos, atentando para utilizar as diferentes dobras da toalha/compressa para regiões distintas. 11. Tomar cuidado para, durante a lavagem das mãos e até estar completamente para- mentado, manter sempre as mãos em um nível acima dos cotovelos. 8CENTRO CIRÚRGICO Desinquinação1º 2º Molhar esponja Ensaboar mãos e antebraços 3º Passar cerdas da escova Unhas e ponta dos dedos Interdigitais Palmas Dorsos Punhos e antebraços4º Entrar na sala de cirurgia com mãos elevadas ESCOVAÇÃO DAS MÃOS E ANTEBRAÇOS Fluxograma antissepsia das mãos e antebraços Após realizar a escovação, os mem- bros da equipe entram na sala de cirurgia para se paramentar, com a colocação do avental cirúrgico e luva estéril. A partir deste momento, é es- sencial o cuidado para não tocar ou esbarrar em materiais contaminados, como portas, mesas ou pessoas pre- sentes na sala. O circulante irá abrir o pacote estéril, onde estarão o avental cirúrgico, uma compressa para secar as mãos e uma luva estéril de acordo com o tamanho solicitado. A secagem da mão deve ser fei- ta inicialmente de um lado da mão e antebraço, seguido de dobra da com- pressa e secagem do outro braço, da seguinte forma: 1. Com a compressa aberta, enxugar uma mão com um lado da com- pressa e a outra mão com o outro lado da compressa, de maneira a remover todo o excesso de água. 2. Deslizar a compressa de uma mão para o antebraço em movimento rotatório. 3. Dobrar a compressa, utilizando apenas uma mão, deixando a por- ção que foi utilizada no primeiro antebraço para dentro. 4. Trocar de mão e deslizar a com- pressa pelo outro antebraço em movimento rotatório. 5. Desprezar as compressas com as mãos erguidas. A colocação do avental cirúrgico é realizada logo após a secagem das mãos e deve ser realizada da seguin- te forma: segurar o avental pela face interna, deixar cair a parte inferior e introduzir os dois braços nas man- gas. A circulante da sala irá amarrar o avental pela face posterior. Figura 2: Amarração do avental cirúrgico pelo circulan- te de sala. Fonte: irino, LMI. Manual de Técnica Cirúrgica para a Graduação. Editora Sarvier, 2006. 9CENTRO CIRÚRGICO As luvas estéreis devem ser colocadas atentando para tocar com a mão apenas a parte interna da luva (que irá ficar em contato com a sua pele), o tecido da par- te externa será apenas tocado pela parte externa da outra luva, como mostram as imagens. Figura 3: Colocação das luvas estéreis. Fonte: Acervo Monitoria TOCE I – EBMSP. NA PRÁTICA! Passo-a-passo colocação das luvas estéreis: 1. Abrir o estojo sem tocar as luvas e verificar se estão corretamente posicionadas, ou seja, se não estão trocadas de posição (Imagens A e B). 2. Segurar com uma das mãos a superfície interna rebatida de uma das luvas, localizar e direcionar corretamente os dedos e introduzir completamente a respectiva mão, com cuidado para não tocar com sua face externa na outra mão ainda não calçada (Imagens C e D). 3. Pegar a luva restante pela sua porção externa, logo abaixo da dobra rebatida, pela sua face palmar e calçar a mesma pela técnica anterior (Imagem E). 4. Com a mão contrária, rebater uma das luvas pelo lado externo até a metade da mão e apoiá-la sobre o 3° e 4° quirodáctilos flexionados e então posicionar o punho do avental sob o 3° e 4° (Imagens F e G). 5. Finalizar o processo fazendo o mesmo com a luva oposta (Imagens H e I). 10CENTRO CIRÚRGICO Fluxograma paramentação PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA Zona de proteção Zona limpa Zona estéril Pijama, touca e propés Máscara e óculos de proteção Assepsia das mãos e braços Secagem das mãos com compressa Avental cirúrgico Luvas estéreis 6. MESA INSTRUMENTAL A mesa de instrumentos cirúrgicos deve ser organizada em local esté- ril, através da colocação de campos cirúrgicos. A montagem da mesa é em formato de “U”, sendo que o “U”é sempre voltado para o paciente. Os instrumentos, de forma geral, ficam dispostos de acordo com o tipo de cirurgia e os tempos cirúrgicos: 1º: Diérese, 2º Preensão, 3º: Hemosta- sia, 4º: Exposição, 5º: Especiais, 6º: Síntese. O primeiro tempo cirúrgico (diérese) fica sempre próximo à mesa cirúrgica e perto do instrumentador. Se a mesa instrumental ficar à esquerda da mesa cirúrgica: iniciar arrumação do instru- mental da direita para a esquerda; e se mesa instrumental ficar à direita da mesa cirúrgica: iniciar arrumação da esquerda para a direita. SE LIGA: A disposição dos materiais na mesa obedece a seguinte ordem: tipo, curvatu- ra e tamanho. Ex. Metzembaum (curva – reta – tamanho [menor- maior]) depois Mayo. Lembrar que a curvatura é para baixo e a parte funcional voltada para o instrumentador. Fluxograma mesa instrumental 6º Síntese 1º Diérese 4º Exposição 3º Hemostasia 5º Especiais 2º Preensão INSTRUMENTADOR 11CENTRO CIRÚRGICO 7. INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS Para facilitar o entendimento, vamos dividir os instrumentos de acordo com sua utilização nos tempos cirúrgicos. Montagem: segurar lâmina com porta agulha ou pinça hemostática, próximo a porção pontiaguda, com o bisturi apontado para o chão. Empunhadura: arco de violino (para incisões longas) e lápis (para incisões pequenas e delicadas). A entrada do bisturi é a 90°, inclina com 45° e termina a 90° graus. Arrumação na mesa: se bisturi montado lâmina voltada para o ins- trumentador com a parte cortante voltada para fora da mesa, se bis- turi desmontado o cabo deve ficar voltado para o instrumentador. Entrega do bisturi: entregar o bis- turi com o cabo dirigido ao cirurgião e com o corte da lâmina voltado para baixo Solicitação do bisturi: dedos po- legar e indicador unidos, movimen- tando-os para baixo e para cima. • Tesouras Função: seccionar, dissecar, divul- sionar e desbridar tecidos. Cortar fios e gaze. Tipos de pontas das tesouras: re- tas (utilizadas emsuperfície e corte de fios); curvas (para profundida- de – maior visibilidade – preferên- cia dos cirurgiões); agudas (cortes precisos e delicados – NÃO USAR EM CAVIDADES); e rombas (uso em cavidades). Figura 4: Cabos e lâminas de bisturi. Fonte: Google Imagens. QUADRANTE1º Diérese: bisturis e tesouras • Bisturi Função: realizar a incisão cirúrgica Características: Formado por cabo e lâmina. Tamanho do cabo: A. Nº 3, lâmina de 9 a 17 B. Nº 4, lâmina de 18 a 50 12CENTRO CIRÚRGICO Empunhadura: dedos polegar e anular (1º e 4º quirodáctilos) nos dois anéis realizando movimentos de abertura e fechamento. O 2º quirodáctilo usado para estabilizar a articulação da tesoura. Tesoura empalmada: é uma mano- bra utilizada pelos cirurgiões quan- do se quer manipular outro instru- mento ou quando precisam utilizar os dedos. Tal manobra é realizada fazendo uma rotação de 180 graus da tesoura de maneira que a ponta aponte para o antebraço. Diferenças entre tesouras de dissecção Mayo e Metzembaum: ambas para divulsão, secção e deslocamento. • Mayo: mais grosseiras e mais fortes. Porção funcional cerca da metade da tesoura. Retas e curvas. • Metzembaum: mais delicadas. Porção funcional equivale 1/3 do comprimento da tesoura. Maior proporção entre cabo e lâmina. Re- tas e curvas (Metzembaum curva = tesoura do cirurgião). • Não utilizá-las para corte de fios a fim de não danificar o material. Usa-se a SPENCER, em geral com a função de retirada de pontos. Figura 5: tesoura Mayo curva (2); tesoura Mayo reta (3); tesoura para fios (4); e tesoura Metzenbaum (5). Fonte: Cirino, LMI. Manual de Técnica Cirúrgica para a Graduação. Editora Sarvier, 2006. Solicitação manual da tesoura: de- dos indicador e médio realizando mo- vimentos de abertura e fechamento e demais dedos fletidos. Dedos retifica- dos para tesoura reta e dedos encur- vados para tesoura curva. Arrumação na mesa: obedece a seguinte ordem, já menciona- da: Tipo, Curvatura e Tamanho. Ex. Metzembaum (curva – reta – tamanho (menor- maior) depois Mayo. Lembrar que a curvatura é 13CENTRO CIRÚRGICO para baixo e a parte funcional vol- tada para o instrumentador. Entrega da tesoura: segura a te- soura pela parte funcional, com os anéis para fora da mão. Mão do instrumentador em pronação; cur- vatura da tesoura voltada para pal- ma da mão. Empunhadura: feita com a mão não dominante como se fosse um lápis. Utilizam-se três dedos: o dedo pole- gar e o dedo médio servem de apoio, e o dedo indicador faz a abertura e fe- chamento da pinça. Arrumação na mesa: “uma dentro da outra” – dente de rato e depois anatômica. Pode-se também arrumar uma pinça do lado da outra, colocan- do primeiramente as dente de rato (traumáticas) por ordem de tamanho (menor para maior) e posteriormente as anatômicas (atraumáticas) por or- dem de tamanho (menor para maior). As pontas das pinças apontam para o instrumentador. Entrega das pinças de dissecção: Ambas são passadas para o cirurgião fechadas. O cabo da pinça na passa- gem fica voltado para o cirurgião e as hastes para o instrumentador. Solicitação das pinças de dissecção: • Anatômica: dedos polegar e in- dicador repetem movimentos de aproximação e separação. Demais dedos ficam semifletidos. • Dente de rato: Polegar e indicador fletidos formando um círculo. Figura 6: Pinças de dissecção. Fonte: Google Imagens. QUADRANTE2º Preensão: Pinças de dissecção Função: Preensão - consiste em agarrar e manipular tecidos. Tipos de pinças de dissecção: • Pinça de dissecção do tipo ana- tômico ou sem dente. Chamada de pinça atraumática. Possui es- trias transversais na parte interna das pontas (face preensora). Pon- tas lisas. Usada para preensão de tecidos delicados, vasos, paredes de vasos, etc. • Pinça de dissecção do tipo den- te de rato. Chamada de pinça traumática. Possui dente em sua ponta. Usada para manipulação de tecidos mais resistentes (pele e aponeurose). QUADRANTE3º Hemostasia: Pinças hemostáticas Pinças hemostáticas: são pinças de preensão contínua, usadas para coibir ou prevenir sangramento, tempora- 14CENTRO CIRÚRGICO riamente. Possuem cremalheiras que as mantêm presas entre duas garras estriadas. Podem ser retas, curvas, com ou sem dentes, com estrias lon- gitudinais ou transversais, totais ou parciais. Organização das Principais Pinças Hemostáticas: são organizadas em ordem crescente de tamanho, com as curvas antes das retas e a ponta vol- tada para o instrumentador, com cur- vatura voltada para a mesa. Disposição das pinças hemostá- ticas: são dispostas na seguinte or- dem: Halsted, Kelly, Crile, Kocher (pode estar neste quadrante ou no de especiais), Rochester. • Halsted (pinças “mosquito”): São as menores, delicadas, com estrias transversais em toda sua face de preensão. Usadas em pequenos vasos, em estruturas orgânicas no- bres e pinçam fios finos para sutura. (estrias transversais) preencherem apenas os dois terços distais da parte funcional (na face de preen- são). Não possuem dentes. Figura 7: Pinça Halsted reta e curva. Fonte: Google Imagens. • Kelly: São muito utilizadas, pos- suem ponta fina e se diferenciam pelo fato das ranhuras internas Figura 8: Pinça Kelly. Fonte: Google Imagens. • Crile: São parecidas com a Kelly, porém as ranhuras ocupam toda a parte funcional. É uma pinça longa. Figura 9: Pinça Crile. Fonte: Google Imagens. • Kocher: Apresenta estrias trans- versais em toda sua face preen- sora e dentes na ponta. São pin- ças longas usadas aos pares, para pinçamento do estômago e alças intestinais e apresentando as bor- das para sutura. Usada mais como instrumento de preensão. 15CENTRO CIRÚRGICO Figura 10: Pinça Kocher. Fonte: Google Imagens. • Rochester: São pinças robustas, longas, com estrias transversais em toda a sua face de preensão. Empunhadura e Passagem das pin- ças hemostáticas: Sua arrumação, empunhadura e passagem seguem as mesmas regras das tesouras. • O fechamento da cremalheira se dá por aproximação das argolas entre si. Para abertura da crema- lheira, deve-se desengrenar os dentes com um leve movimento de aproximação das argolas entre si, liberando os dentes, seguido de movimento de afastamento entre as duas cremalheiras, conseguin- do-se assim abrir a pinça. Solicitação pinça hemostática: cru- za-se o 2º e 3º quirodáctilo da mão direita em supinação. A entrega é feita com a curvatura vol- tada para a região palmar. OBS.: a compressa estéril também é utilizada como hemostasia e a en- trega é feita de maneira estendida, como entrega-se os fios. Compressas são solicitadas com a mão espalmada e fios com a mão em supinação e sem os dedos fletidos. QUADRANTE4º Exposição: Afastadores Os afastadores são os instrumen- tos que conferem ao cirurgião uma melhor visão do campo operatório, expondo-o, afastando as bordas de incisão e estruturas vizinhas. Quan- do bem manipulados facilitam mui- to o ato operatório. Os afastadores possuem formas e tamanhos varia- dos e sua escolha depende da ne- cessidade cirúrgica (espessura do tecido a ser operado, local, profun- didade). Eles são divididos em dois tipos principais: 1. Afastadores dinâmicos ou ma- nuais: são aqueles que exigem um manuseio (tração) contínuo. Per- mitem mudança de posição a todo o momento. • Farabeuf: é o afastador di- nâmico mais usado, em ge- ral aos pares. Possui lâminas na extremidade em forma de C e difere no tamanho, largu- ra e curvatura das lâminas de acordo com a necessidade ci- 16CENTRO CIRÚRGICO rúrgica. É usado em diversas cirurgias, principalmente na pele, subcutâneo e músculos. Figura 13: Afastador Doyen. Fonte: Google Imagens. • Langenbeck: utilizado em di- versas cirurgias, tem o cabo mais longo que a extremida- de de afastamento, mas ainda assim é capaz de atingir pla- nos mais profundos que o Fa- rabeuf. Figura 11: Afastador Farabeuf. Fonte: Google Imagens. • Válvula Supra-púbica: possui em uma das suas extremida-des curvatura em forma de C, e na outra um cabo. É usada em cirurgias gineco-obstétricas. Figura 12: Válvula Supra-púbica. Fonte: Google Imagens. • Doyen: usado em cavidade ab- dominal. Possui um cabo para empunhadura e uma superfície maior para afastamento. Figura 14: Afastador Langenbeck. Fonte: Google Imagens. • Volkmann: são afastadores de dedo com garras em sua extremidade com dois, três, quatro ou seis pequenos ra- mos com pontas rombas ou pontiagudas. Usado para se- paração de fibras musculares, principalmente. 17CENTRO CIRÚRGICO Figura 15: Afastador Volkmann. Fonte: Google Imagens. • Harrington ou “coração”: uma das extremidades tem o formato de coração. Usado em cirurgias cardíacas. • Espátulas maleáveis: são afastadores flexíveis que pos- sibilitam qualquer tipo de cur- vatura. Usados tanto em cavi- dade pleural como abdominal. Figura 16. Afastador Harrington. Fonte: Google Imagens. • Deaver: apresenta as duas extremidades em formato cur- vado, porém uma menos que a outra, sendo a menor para empunhadura e a maior para uso exclusivo de cavidades abdominais. Figura 18: Espátulas maleáveis. Fonte: Google Imagens. 2. Afastadores auto-estáticos: são aqueles compostos de peças aco- pladas, que uma vez colocados e abertos permanecem na mesma posição. • Afastador Gosset: é utilizado na cavidade abdominal Figura 17: Afastador Deaver. Fonte: Google Imagens. Figura 19: Afastador Gosset. Fonte: Google Imagens. • Afastador Weitlaner: possui forma de pinça invertida e é usado em cirurgias de tireóide, 18CENTRO CIRÚRGICO perianais, hernioplastias, pe- quenos procedimentos. Empunhadura: é variável. Devem ser empunhados de acordo com o tipo de cabo, de maneira mais cômoda de modo que não atrapalhe o cirurgião. Arrumação na mesa: os afastadores devem ser posicionados de maneira que sua parte funcional fique voltada para o instrumentador. O Farabeuf pode ser posto um dentro do outro, ocupan- do assim menos espaço na mesa. QUADRANTE5º Especiais Os instrumentos que compõem esse quadrante dependem da especialida- de cirúrgica: gastrointestinal, neuro- lógica, torácica, urogenital, oftálmica, ortopédica, cardiovascular, ginecoló- gico-obstétrica, neurológica e otorri- nolaringológica. Sua arrumação, em- punhadura e passagem ao cirurgião seguem as mesmas regras que as vistas para as tesouras. Cirurgia gastrintestinal: • Kocher: apresenta estrias trans- versais em toda sua face preenso- ra e dentes na ponta. Pinça intes- tinal usada em estômago e alças intestinais para hemostasia, apre- sentação de bordas e evitar saída de conteúdo intestinal. Figura 21: Afastador de Finochietto. Fonte: Google Imagens. • Balfour: Composto pela jun- ção da válvula supra-púbica e Gosset. Sua finalidade é am- pliar a exposição cirúrgica do afastador Gosset. Figura 22: Afastador Balfour. Fonte: Google Imagens. Figura 20: Afastador Weitlaner. Fonte: Google Imagens. • Afastador de Finochietto: É utilizado em cirurgia de tórax para abertura dos espaços in- tercostais ou medioesternal. 19CENTRO CIRÚRGICO Figura 23: Pinça Kocher. Fonte: Google Imagens. • Collin: pinça de preensão atrau- mática para tecidos ou vísceras ocas ou da língua pelo anestesio- logista. Superfície com ranhaduras e ponta com aspecto arredondado. • Allis: Pinça pouco traumática com maior poder de preensão por denteamento fino na superfície de contato. Pouco usada para antis- sepsia com gaze montada, nor- malmente se usa, Pean ou Foers- ter. Quando montada com gaze, seu uso se torna mais frequente para hemostasia. Figura 24: Pinça Collin. Fonte: Google Imagens. • Foerster: A longa e reta é utiliza- da para preensão de gaze para antissepsia (denominada “pin- cel” ou “fraldinha” quando estiver com a gaze montada) em todos os procedimentos cirúrgicos. A cur- va é utilizada na preensão, tração e apresentação do infundíbulo da vesícula, sendo muito utilizada, portanto, em colecistectomia. Figura 25: Pinça Foerster. Fonte: Google Imagens. Figura 26: Pinça Allis. Fonte: Google Imagens. • Backhaus: Pinça de campo usada para prender os campos à pele, os campos entre si ou fixar objetos nos campos. Figura 27: Pinça Backhaus. Fonte: Google Imagens. • Duval: extremidade triangular com serrilhas – segurar e suspender lo- bos pulmonares e vísceras ocas. 20CENTRO CIRÚRGICO Figura 28: Pinça Duval. Fonte: Google Imagens. • Clamps intestinais: são mais lon- gas, usadas aos pares para pin- çamento de alças intestinais e estômago, além de hemostasia e apresentação para síntese. Cirurgia torácica e cardiovascular: • Clamps vasculares para hemos- tasia temporária Cirurgia ginecológico-obstétrica: • Cureta: Instrumento utilizado em curetagem útero-vaginal e em ci- rurgias ortopédicas. Figura 29: Clamps intestinais. Fonte: Google Imagens. • Mixter: pinça reta com pontas an- guladas e serrilhadas – preensão. Uso em pedículos como hepático, pulmonar e renal. Figura 30: Pinça mixter. Fonte: Google Imagens. Figura 31. Cureta. Fonte: Google Imagens. • Espéculo vaginal: duas lâminas com um sulco para abertura do ca- nal vaginal Figura 32: Espéculo vaginal. Fonte: Google Imagens. • Fórceps: tem ramos articulados, com aros grandes nas pontas para aplicação na cabeça do feto duran- te o parto complicado. 21CENTRO CIRÚRGICO Figura 33: Fórceps. Fonte: Google Imagens. • Saca-fibroma: parte funcional em formato de rosca. Figura 34: Saca-fibroma. Fonte: Google Imagens. • Pinça de Museux e de Pozzi: uti- lizadas na preensão traumática e tração do colo uterino. São usadas via transvaginal. • Pinça Faure ou pinça da artéria uterina: Usada para a ligadura da artéria uterina. QUADRANTE6º das pinças de Hemostasia, e es- trias transversais. Pode ser de mo- delos principais: A. Porta-agulhas de Hegar: pos- sui duas argolas na extremidade das hastes o que permite que sua empunhadura seja igual à de uma pinça hemostática (polegar em uma argola anular em outra argola, indi- cador estabilizando). É o porta-a- gulha que possuímos na monitoria. B. Porta-agulhas de Mathieu: possui hastes livres, sem argolas. Ideal para suturas na superfície. Geralmente utilizado por cirurgi- ões-dentista. Figura 35: Porta-agulhas. Fonte: Google Imagens. Empunhadura e passagem: sua em- punhadura e passagem são iguais à de uma pinça hemostática. Contudo, seu manuseio obedece aos movi- mentos de pronação e supinação. Ex- plicar aos alunos estes movimentos, que serão enfatizados posteriormen- te nas aulas de suturas. Síntese: Porta-agullhas, fios, e agulhas A síntese é a etapa final do ato cirúr- gico, na qual ocorre a união das bor- das com a finalidade de recompor os tecidos. • Porta-agulhas: possui na sua ponta um sulco, que o diferencia 22CENTRO CIRÚRGICO MAPA MENTAL - INSTRUMENTOS CIRÚRGICOS Diérese • Bisturi; • Tesoura Mayo; • Tesoura Metzenbaum; Síntese • Porta-agulha de Mathieu • Porta-agulhas Hegar • Agulhas Hemostasia • Pinça Kelly; • Pinça Halsted; • Pinça Crile • Pinça Kocher • Pinça Rochester Exposição • Afastador Farabeuf • Válvula supra-púbica • Afastador Doyen • Afastador Langenbeck • Afastador Volkmann • Afastador Harrington • Afastador Deaver • Espátulas maleáveis • Afastador Gosset • Afastador Finochietto Especiais • Collin • Foester • Allis • Backhaus • Duval Preensão • Bisturi; • Tesoura Mayo; • Tesoura Metzenbaum; • Clamps intestinais • Mixter • Cureta • Pozzi 23CENTRO CIRÚRGICO FLUXOGRAMA CENTRO CIRÚRGICO ZONAS DO AMBIENTE CIRÚRGICO Zona de proteção Zona limpa Zona asséptica ou estéril EQUIPE CIRÚRGICA Médico cirurgião Médico anestesista 1º auxiliar 2º auxiliar Instrumentador PARAMENTAÇÃO Colocação da máscara e óculos de proteção Assepsia das mãos e antebraços Secagem das mãos Colocação do avental cirúrgico Colocação da luva estéril MESA INSTRUMENTAL 1º Diérese 2º Preensão 3º Hemostasia 4º Exposição 5º Especiais 6º Síntese INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOSBisturis e tesouras Pinças de dissecção Pinças hemostáticas Afastadores Porta-agulhas, agulhas e fios 24CENTRO CIRÚRGICO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Cirino, LMI. Manual de Técnica Cirúrgica para a Graduação. Editora: Sarvier, 2006. GOFFI, Fábio S. et al; Técnica Cirúrgica – Bases Anatômicas, Fisiopatológicas e Técnicas da cirurgia. Editora: Atheneu, 4ª edição, 2007. Silva DC; Alvim NAT. Ambiente do Centro Cirúrgico e os elementos que o integram: implicações para os cuidados de enfermagem. Rev Bras Enferm, Brasília, 2010. Maio Jun; 63(3): 427-34. 25CENTRO CIRÚRGICO 1. Introdução 2. Epidemiologia 3. Agente etiológico e Transmissão
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