Buscar

Rodrigo Pires exercício módulo IV seminário I v3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

IBET
Módulo VI – Controle de incidência tributária
Seminário I – Regra-matriz de incidência, obrigação tributária e sujeição passiva
Aluno: Rodrigo Gonçalves Pires
1. Que é norma jurídica? E regra-matriz de incidência tributária (RMIT)? Qual a função do consequente normativo? 
Conforme assevera Paulo de Barros Carvalho:
“A norma jurídica é a significação que obtemos a partir da leitura dos textos de direito positivo. Trata-se de algo que se produz em nossa mente, como resultado da percepção do mundo exterior, captado pelos sentidos. […] Basta isso para nos advertir que um único texto pode originar significações diferentes, consoante as diversas noções que o sujeito cognoscente tenha dos termos jurídicos empregados pelo legislador”[footnoteRef:1] [1: CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 14. ed. ver. e atual. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 8] 
Portanto a norma jurídica é a mensagem que o legislador deseja passar constituído através de um ordenamento jurídico, com o objetivo de transmitir uma ordem. 
Em relação à regra-matriz de incidência tributária, Maria Rita Ferragut, nos ensina que:
“Regra-matriz de incidência tributária é norma jurídica, definida por nós como sendo a significação organizada numa estrutura lógica hipotético-condicional (juízo implicacional), construída pelo intérprete a partir do direito positivo, seu suporte físico. Tem por função regular condutas intersubjetivas.
Difere das demais normas existentes no direito positivo apenas em virtude de seu conteúdo, que descreve um fato típico tributário e prescreve a relação obrigacional que se estabelece entre os sujeitos ativo e passivo, tendo por objeto o pagamento de uma prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nessa se possa exprimir, não decorrente de ato ilícito (tributo)”[footnoteRef:2] [2: FERRAGUT, Maria Rita. Responsabilidade tributária e o Código Civil de 2002. 2. ed. São Paulo: Noeses, 2009, p. 25.] 
Dessa forma, a regra matriz tem como objetivo descrever o fato gerador da obrigação tributária detalhando os critérios utilizados para determinar o cumprimento da obrigação. 
A função do consequente normativo é descrever a relação jurídica que vai de acordo com cada regra matriz de incidência, ou seja, é a imposição de uma obrigação, que em regra determina o pagamento de um tributo ao fisco, em caso de ocorrência do fato gerador.
2. Distinguir obrigação tributária e deveres instrumentais. Multa pelo não pagamento caracteriza-se como obrigação tributária? Justifique analisando criticamente o art. 113 do CTN. 
De acordo com Paulo de Barros Carvalho:
“A correta distinção entre obrigação tributária e deveres instrumentais exige que se realize, primeiro, outra distinção: entre relação jurídica e obrigação. São obrigações as relações jurídicas cuja prestação possa ser objeto de apreciação econômica. Nessa mesma senda, a prestação prevista no art. 3º do Código Tributário Nacional, de cunho evidentemente patrimonial, que compõe a RMIT dos tributos, obviamente, caracteriza-se como obrigação, diferentemente das relações jurídicas que estatuem prestações de fazer ou não fazer de índole tributária. Estas, por não serem susceptíveis de apreciação econômica, constituem-se em meros deveres instrumentais ou formais”[footnoteRef:3] [3: CARVALHO, Paulo de Barros. Ibidem. 4. ed. São Paulo: Noeses, 2011, p.158 e 159 ] 
Assim sendo, o autor defende que para existir uma obrigação acessória deverá existir relação econômico entre o sujeito ativo e passivo. Sendo impróprio caracterizar o termo deveres instrumentais como sendo uma obrigação tributária, pois dele não se extrai uma pecúnia ao sujeito passivo.
Ocorre que o CTN em seu artigo 113 descreve que: 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
 § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
 § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
 § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária
O CTN ao informar que a obrigação tributária poderá ser principal e acessória entende que os deveres instrumentais também constituem uma obrigação tributária pois estão descritos na norma. 
Nesse sentido, entendo que os deveres instrumentais seria uma espécie de obrigação tributária, podendo inclusive converter-se em obrigação principal (desembolso financeiro) quando não realizado de forma correta.
3. Que é sujeição passiva? Definir os conceitos de (i) sujeito passivo; (ii) contribuinte; (iii) responsável tributário; e (iv) substituto tributário - distinguindo: substituição tributária para trás, para trás e convencional; agente de retenção e substituição para frente. O responsável (art 121, II, do CTN) é: (i) sujeito passivo da relação jurídica tributária; (ii) de relação de dever instrumental; ou (iii) de relação jurídica sancionatória?
A relação jurídica tributária é formada entre um sujeito ativo que é aquele que possui a capacidade tributária ativa, e um sujeito passivo que possui capacidade tributária passiva. A sujeição passiva é a capacidade de o sujeito estar no polo passivo da relação tributária.
O sujeito passivo é a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. Contribuinte e responsável tributário são espécies de sujeito passivo, sendo aquele o que arca com o pagamento do tributo e que tem relação direta e pessoal com a relação. Já o responsável tributário é aquele que embora não participe da relação tributária entre sujeito passivo e ativo se reveste da condição de contribuinte, conforme 121 do CTN.
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
Acerca da classificação de contribuinte e responsável tributário, Andréa Darzé complementa que: 
	“Considerando que a classificação mais acertada para as normas de sujeição passiva é a que as divide em contribuintes e responsáveis, utilizando com critério o grau de proximidade que a pessoa compelida ao pagamento do tributo mantém com o fato jurídico tributário. Sendo pessoal e direta, ter-se-á a figura do contribuinte. Acaso inexistente ou de outra natureza que não pessoal e direta, ter-se-á responsável”.[footnoteRef:4] [4: Andréa Darzé - Responsabilidade tributária: Norma geral e abstrata, cáp 3, pág. 138] 
A substituição tributária é um mecanismo instituído pelo governo com o objetivo de facilitar a fiscalização. A substituição tributária para trás também conhecida como diferimento é realizada quando o recolhimento do tributo é posterior ao fato gerador, ou seja, o contribuinte subsequente da relação tributária é o responsável pelo pagamento do tributo. A substituição para frente se caracteriza quando a lei exige que o importador ou fabricante seja o responsável de recolhimento do tributo de toda a cadeia, antecipando o pagamento.
O responsável tributário é considerado sujeito passivo indireto da relação tributária, tendo uma relação patrimonial e instrumental, sendo imputado a ele, como substituto, a responsabilidade de entregar os deveres instrumentais e pagar o tributo.
4. A empresa "A" adquiriu estabelecimento industrial da empresa "B" e continuou sua atividade. Aproximadamente um ano depois da aquisição, a empesa "A" é demandada pelo fisco em relação a fatos geradores realizados pela empresa "B". No contrato de compra e venda, não há disciplina a respeito das dívidas tributárias anteriores à aquisição. Pergunta-se:a) Pode o fisco, após a indigitada operação de compra e venda, exigir os tributos, cujos fatos geradores foram realizados por "B" antes de sua aquisição, diretamente de "A"? Há relevância se houver no contrato cláusula de responsabilidade de "B" quando aos débitos anteriores à operação? (Vide anexo I).
De acordo com o art. 132 e 133 do CTN:
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
        Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
A lei é clara ao estabelecer que, após fusão, transformação ou incorporação as reponsabilidades tributárias são passadas para a nova empresa proprietária. 
Caso haja em contrato cláusula de responsabilidade de "B" quando aos débitos anteriores à operação, esta não teria validade perante ao fisco, mas somente em relação as duas partes da relação contratual, visto que compromissos particulares não são válidos em face do órgão fiscalizador.
b) A empresa "A" sujeita-se às sanções tributárias materiais: (i) multa de mora, (ii) multa pelo não pagamento de tributo, (iii) juros, (iv) multa pelo descumprimento de deveres instrumentais, se aplicadas antes da operação de compra e venda? E se aplicadas depois da operação? (Vide anexos II e III).
A lei ao estabelecer ao sucessor a responsabilidade integral dos atos praticados antes da aquisição, inclui também as sanções pelo não cumprimentos do dever legal praticados antes ou depois da operação de compra e venda.
Nesse sentido já decidiu o superior tribunal de justiça STJ na apreciação do RESP n. 1.085.071/SP pelo relator Napoleão Maia Nunes Filho. Segue ementa:
Os arts. 132 e 133, do CTN, impõem ao sucessor a responsabilidade integral, tanto pelos eventuais tributos devidos quanto pela multa decorrente, seja ela de caráter moratório ou punitivo. A multa aplicada antes da sucessão se incorpora ao patrimônio do contribuinte, podendo ser exigida do sucessor, sendo que, em qualquer hipótese, o sucedido permanece como responsável. É devida, pois, a multa, sem se fazer distinção se é de caráter moratório ou punitivo; é ela imposição decorrente do não-pagamento do tributo na época do vencimento” (RESP n. 592.007/RS, Rel. Min. José Delgado, DJ de 22/3/2004).[footnoteRef:5] [5: RESP n. 1.085.071/SP - Superior tribunal de justiça- Relator: Napoleão Maia Nunes Filho.] 
A empresa “A” sujeita-se às sanções tributarias materiais de acordo com a jurisprudência. O Art 133. que disciplina sobre as responsabilidades dos sucessores, desdobra também para as multas (moratórias ou punitivas), visto os responsáveis participarem do patrimônio jurídico da empresa.
5. Quanto aos art. 124 e 135 do CTN, pergunta-se:
a) Qual a espécie de responsabilidade prevista no artigo 135 do CTN? Poderia o fiscal lavrar auto de infração contra o contribuinte e, posteriormente, executar o sócio de forma solidária à empresa? (Vide anexos IV e V).
A responsabilidade é pessoal, exclusiva e por substituição, ou seja, o fisco poderá promover a substituição do sujeito passivo quando houver dolo nos atos ilícitos praticados por terceiro.
Assim também entende Andréa M. Darzé:
“A sujeição passiva exclusiva inclui tanto os casos em que, desde o início, é apenas uma pessoa obrigada ao pagamento do tributo - o que se verifica quando o devedor legal se resume à pessoa do contribuinte ou nas hipóteses de substituição tributária-, como as situações em que, dada a concorrência de fato posterior, a obrigação tributária se transfere para novo sujeito passivo, excluindo a do antigo devedor (art. 135 do CTN)”[footnoteRef:6] [6: Andréa Darzé - Responsabilidade tributária: Norma geral e abstrata, cáp 3, pág. 138] 
“Assim, diante da prática de qualquer dos atos ilícitos discriminados no art. 135, devidamente relatado pela linguagem das provas, a obrigação de pagar tributos passa a recair integral e exclusivamente sobre a pessoa do infrator, deixando de existir fundamento para a válida exigência do devedor original”[footnoteRef:7] [7: Andréa Darzé - Responsabilidade tributária: Norma geral e abstrata, cáp 3, pág. 179] 
Contudo, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, expediu parecer (PGFN/CRJ/CAT N. 55/2009, externando que a responsabilidade que se trata o art. 135 do CTN é solidária. 
Nesse sentido, entendo que fisco deverá lavrar o auto de infração ao contribuinte devedor e posteriormente, caso identifique atos praticados em excesso de poder, infração e lei ou contrato social, executar o sócio de forma exclusiva.
b) A dissolução irregular da sociedade caracteriza infração à lei apta a ensejar a responsabilidade do(s) sócio(s) pelas dívidas da pessoa jurídica? Em caso positivo qual o sócio ou administrador pode ser alcançado: o da época do inadimplemento do tributo ou do momento em que ocorrer a dissolução irregular? (VI e VII)
De acordo com a Súmula n. 435, STJ:
“Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente”.
A dissolução irregular é acarreta sanção aos sócios, que serão responsáveis solidários pelo pagamento da dívida.
Assim também entendeu a relatora ministra Assusete Magalhães pontuar no AgInt no REsp 1609232 / SC:
“O pedido de redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregular ou em ato que presuma sua ocorrência - encerramento das atividades empresariais no domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes (Súmula 435/STJ) -, pressupõe a permanência do sócio na administração da sociedade no momento dessa dissolução ou do ato presumidor de sua ocorrência”
c) O mero inadimplemento da obrigação de pagar o tributo pode ser justificativa para a aplicação do artigo 135 do código tributário nacional? (Vide anexos IX e X)
Acerca do tema o STJ no RESP n. 1.101.728/SP se posicionou:
“É igualmente pacífica a jurisprudência do STJ no sentido de que a simples falta de pagamento do tributo não configura, por si só, nem em tese, circunstância que acarreta a responsabilidade subsidiária do sócio, prevista no art. 135 do CTN. É indispensável, para tanto, que tenha agido com excesso de poderes ou infração à lei, ao contrato social ou ao estatuto da empresa (ERESP 374.139/RS, 1ª Seção, DJ de 28.02.2005)”.
De acordo com a Súmula 430 do STJ:
“O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente”
Dessa forma, entendo que o mero inadimplemento não é considerado infração a lei. Conforme o art. 135 somente serão responsáveis aqueles que praticarem atos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto.
Quanto a caracterização de grupo econômico, pergunta-se:
a) Que é grupo econômico? Quais são os requisitos para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica, prevista no art. 50 do CC? Ela pode ser aplicada ao direito tributário para fins de caracterizaçãode grupo econômico? Há dispositivos específicos na legislação tributária que fundamentem a responsabilização do grupo econômico? A caracterização implica reconhecimento de responsabilidade solidária? (Vide anexo XI e XII).
Grupo econômico seria um grupo de empresas organizadas que coordenam as suas atuações com o objetivo de aumentar o lucro e reduzir despesas, atuando em conjunto para conquistar essa finalidade.
Os requisitos para haver a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica, de acordo com o próprio art. 50 do cc, são: "abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial"
Sílvio de Salvo Venosa afirma:
"Assim, quando a pessoa jurídica, ou melhor, a personalidade jurídica for utilizada para fugir a suas finalidades, para lesar terceiros, deve ser desconsiderada, isto é, não deve ser levada em conta a personalidade técnica, não deve ser tomada em consideração sua existência, decidindo o julgador como se o ato ou o negócio houvesse sido praticado pela pessoa natural (ou outra pessoa jurídica). Na realidade, nessas hipóteses, a pessoa natural procura um escudo de legitimidade na realidade técnica da pessoa jurídica, mas o ato é fraudulento e ilegítimo. Imputa-se responsabilidade aos sócios e membros integrantes da pessoa jurídica que procuram burlar a lei ou lesar terceiros. Não se trata de considerar sistematicamente nula a pessoa jurídica, mas, em caso específico e determinado, não a levar em consideração. Tal não implica, como regra geral, negar validade à existência da pessoa jurídica"[footnoteRef:8]. [8: Link internet https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI251545,61044-Grupos+Economicos+o+incidente+de+desconsideracao+da+personalidade - VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: parte geral. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 285.] 
Visto isso, entendo que desconsiderar a personalidade jurídica para responsabilizar um grupo econômico é uma medida processual legal.
Por fim, a caracterização implica reconhecimento de responsabilidade solidária, conforme art. 124 do CTN.
Art. 124. São solidariamente obrigadas:
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;
         II - as pessoas expressamente designadas por lei.
b) Uma vez instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, nos termos do arts. 133 e seguintes do NCPC (Lei nº 13.105 de 2015), a defesa apresentada pela pessoa jurídica responsabilizada pela obrigação tributária de outra empresa integrante do mesmo grupo econômico pode versar sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito tributário), ou apenas sobre a ilegitimidade de sua inclusão no polo passivo da execução fiscal?
Uma vez instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, o processo principal, que versa sobre o crédito tributário, é suspenso até decidir o processo ao qual a pessoa que seria afetada pela desconsideração é citada, para ela poder utiliza-se da ampla defesa e contraditório. Somente após o julgamento do IDPJ, a ação principal será retomada e a pessoa jurídica poderá ser responsabilizada pelo crédito tributária, caso ela tenha sido atingida pela desconsideração. Caso a ação de desconsideração seja rejeitada, a ação principal prosseguirá atingindo somente a esfera jurídica.
7. Dada a seguinte Lei (fictícia):
Prefeitura de São Pedro, Lei n. 5.151, de 12/10/2015, D.M. 25/10/2015
Art. 1º Fica instituída taxa de conservação e limpeza urbana para o custeio do serviço público municipal de conservação e limpeza de vias públicas.
Art. 2º A taxa tem como fato gerador a prestação do serviço de limpeza das vias públicas.
Art. 3º A base de cálculo é o valor venal do imóvel.
Art. 4º A alíquota é de 0,1%.
Art. 5º O contribuinte é o proprietário do imóvel.
Art. 6º Dá-se a incidência todo dia 1º de cada ano.
Art. 7º A importância devida a título de tributo deve ser recolhida até o décimo dia do segundo mês subsequente.
§ 1º No caso de locação, o locatário é responsável pelo recolhimento do tributo.
§ 2º No caso de compra e venda realizada antes do prazo para o pagamento e após o 1º dia do ano, o responsável pelo pagamento do tributo é o adquirente do imóvel.
§ 3º O não recolhimento no prazo estipulado implica multa de 20% do valor do tributo devido.
Art. 8º Fica o contribuinte obrigado a entregar para a Secretaria de Planejamento Urbano declaração do valor imobiliário até o dia 10 de novembro de cada ano.
Parágrafo único. A ausência da entrega no prazo a que se refere o caput deste artigo implicará multa de 100 UFIRS.
[...].
Pergunta-se:
a) Construir as normas jurídicas veiculadas nessa lei, identificando os critérios do consequente da RMIT.
· Critério material: conservação de vias públicas;
· Critério espacial: Município de São Paulo;
· Critério temporal: Incide no primeiro dia do ano;
· Critério pessoal: SUJEITO ATIVO fazenda municipal, SUJEITO PASSIVO contribuinte proprietário de imóvel;
· Critério quantitativo: base de cálculo é o valor venal do imóvel com alíquota de 0,1%.
b) Quais as funções da base de cálculo? A base de cálculo eleita é compatível com a hipótese tributária? Se incompatíveis, qual deve prevalecer para efeito de se determinar a espécie tributária: o enunciado da hipótese tributária ou o enunciado da base de cálculo? Ambos? Nenhum dos dois?
Acerca da função da base de cálculo, Renata Martinez de Almeida exemplifica da seguinte forma:
“A base de cálculo tem as funções de mensuração das proporções econômicas do fato gerador; composição do valor da dívida; e confirmar ou infirmar o verdadeiro critério material da hipótese tributária.”[footnoteRef:9] [9: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2168363/quais-as-funcoes-da-base-de-calculo-renata-martinez-de-almeida] 
A base de cálculo é incompatível visto que a CF em seu artigo 145 §2 veda que base de cálculo de taxa seja a mesma que de imposto. Nesse sentido, o critério quantitativo da hipótese de incidência do IPTU já é o valor do imóvel. Não sendo possível ter a mesma base de cálculo para os dois tributos.

Continue navegando