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DISCIPLINA: METALURGIA FÍSICA MAV 01446 Dsc. Elaine Cristina Pereira Professor Associado LAMAV/CCT/UENF CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Conceitos Termodinâmicos Sistema, Componentes, Energia, Energia Interna, Entalpia, Energia Livre de Gibbs, Equilíbrio Termodinâmico, Curvas de Energia Livre. 2. Diagrama de Fases Diagramas de Equilíbrio, Sistemas de um e dois Componentes, Sistemas Isomorfos, Eutético, Peritético, Regra da Alvanca, Regra das Fases de Gibbs. 3. Solidificação Nucleação Homogênea e Heterogênea, Crescimento e Macroestrutura resultante, Resfriamento Constitucional. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 4. Difusão Par de Difusão, Mecanismos de Difusão, Primeira e Segunda Lei de Fick, Difusão em estado Estacionário e Não-Estacionário, Exemplos. 5. Transformação Eutetóide Cinética da Transformação em Estado Sólido, Equação de Avrami, Curvas TTT, Transformação Eutetóide, Perlita, Bainita, Curvas de Resfriamento Contínuo. 6. Transformação Martensítica Adifusional, Atérmica, Distorção de Bain, Reversibilidade da Transformação Martensítica, Exemplos. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 7. Aplicações da Metalurgia Física Envelhecimento Al-Cu, Pontos Invariantes Cu-Zn, Ligas Ti-Ni e Cu-Al, Aços Inoxidáveis, Ligas com Efeito de Memória de Forma. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Reed Hill, R. Princípios de Metalurgia Física. Editora CECSA. Abril 1971. 2. Introduction to Alloy Phase Diagrams, ASM Handbook, Volume 3, Ed. Hugh Baker. 3. Callister, W.D., Rethwisch, D.G. Ciência e Engenharia de Materiais. Editora LTC. 8ª Ed., 2012. 4. Verhoeven, J.D. Fundamentos da Metalurgia Física. Editora LIMUSA. 1987. 5. Smallman, R.E. Modern Physical Metallurgy. Editora Butterworth. 1985. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO P1 – 10 pontos (cap.1 ao 3) P2 – 10 pontos (cap. 4 ao 7) P3 – 10 pontos (seminário cap. 7) CAPÍTULO 1: Conceitos Termodinâmicos - Sistema, Componentes, Fase - Energia, Energia Interna, Entalpia, Entropia - Energia Livre de Gibbs - Equilíbrio Termodinâmico - Curvas de Energia Livre. CONCEITOS TERMODINÂMICOS SISTEMA: O sistema é uma parte do universo que está sendo observado e/ou estudado. De acordo com a característica de sua fronteira o sistema pode ser aberto ou fechado, dependendo se é permeável ou não à passagem de matéria com relação a sua vizinhança. Os dois tipos de sistemas (aberto ou fechado) podem trocar ou não energia com a vizinhança, dependendo se a fronteira é diatérmica ou adiabática. Diatérmica: permite a passagem de calor. Adiabática: não existe troca de energia térmica. SISTEMA: Vizinhança é a parte do universo vizinho do sistema avaliado, de onde se observa, avalia e realiza medidas. Um sistema é isolado quando não tem contato térmico nem mecânico com a vizinhança. Com relação aos metais, um sistema se refere a uma série de ligas metálicas. Por exemplo: ligas do sistema Cu-Zn (latão), ligas do sistema Fe-C (aço carbono, aço inoxidável...) COMPONENTE: É uma substância elementar que compõe o sistema. Ex: sistema de dois componentes, H2O-NaCl. No sistema metálico, os componentes são os metais puros ou elementos que constituem uma série de ligas. Ex: no sistema latão, os componentes são Cu e Zn. FASE: É uma parte homogênea do sistema que tem características físicas e químicas uniformes. Ex: água e gelo, Fe-a e Fe-g, Cu sólido e Cu líquido. FASE: Dentro de um sistema a fase pode ser contínua ou descontínua. Com relação aos metais, a fase contínua é a matriz e a descontínua podem ser os precipitados, segundas fases, etc. MICROESTRUTURA: A microestrutura de um material pode ser caracterizada pelo número de fases presentes, a proporção e o modo como estas estão distribuídas. SOLUÇÕES SÓLIDAS: As soluções sólidas formadas nas ligas são exemplos de fases. Elas podem ser substitucionais ou intersticiais, as quais existem num intervalo de composições da liga. METAIS E LIGAS METÁLICAS COMPOSTOS INTERMETÁLICOS: Os compostos intermetálicos também são fases. Estes estão presentes em muitas ligas, a diferença entre as soluções sólidas é que os compostos existem em uma composição fixa. Exemplo : Diagrama Mg-Pb, composto intermetálico Mg2Pb (19%Mg-81%Pb) ENERGIA (E): A energia é a capacidade de efetuar trabalho, que está associado à contribuição das energias cinética e potencial. A unidade de energia no SI é Joule (J). A termodinâmica envolve os estudos das transformações de energia. TEMPERATURA (T) e CALOR (q): A temperatura pode indicar o sentido do fluxo de energia (na forma de calor) de um corpo para outro. O calor é a alteração da energia (fluxo) como consequência da diferença de temperatura entre dois corpos, ou entre um sistema e sua vizinhança. REAÇÃO ENDOTÉRMICA E EXOTÉRMICA: Processo endotérmico quando absorve calor. Processo exotérmico quando libera energia em forma de calor. G = H - TS ENERGIA INTERNA (U): É a energia total de um sistema, ou seja, a soma das energias cinética e potencial das moléculas que compõem o sistema. A variação da energia interna é um conceito muito utilizado na termodinâmica. ΔU = Uf – Ui Se sobre um sistema é realizado trabalho (W) e transfere-se energia na forma de calor para este sistema, então: ΔU = q + W sendo esta expressão a 1ª lei da Termodinâmica. ENERGIA INTERNA: A energia interna (U) de um sistema aumenta com a temperatura (T) Capacidade calorífica (C) é o coeficiente angular em cada temperatura da curva U x T (volume constante). Cv = dU/dT C = cal/ºC ENTALPIA (H): A entalpia é a quantidade de calor de um sistema e é definido pela expressão: H = U + PV À pressão constante, a variação de entalpia é igual ao calor fornecido: dH = dq A entalpia (H) aumenta com a temperatura (T), e o coeficiente angular desta curva é a capacidade calorífica (C), à pressão constante. Cp = dH/dT ENTROPIA (S): É a medida de desordem molecular de um sistema. A variação de entropia ocorre como consequência de uma mudança física e/ou química. Esta é totalmente dependente do calor uma vez que aumenta o movimento caótico das partículas. A entropia (S), bem como a entalpia (H) são funções de estado da matéria. A variação da entropia é definida pela expressão: dS = dq/dT 2ª Lei da Termodinâmica: “A entropia de um sistema isolado aumenta espontaneamente”. Entropia e Transformação de Fases: Em uma transformação de fases ocorre uma mudança na ordem molecular do sistema, portanto sempre existirá uma variação na entropia do sistema. Se T é a temperatura de transformação, então nesta temperatura as duas fases estão em equilíbrio termodinâmico. À pressão constante tem-se que q = ΔH então: ΔS = ΔH/T Quando ΔH < 0 a transformação é exotérmica. Ex: congelamento, existe variação negativa da entropia. Quando ΔH > 0 a transformação é endotérmica. Ex: a fusão, neste caso se eleva a entropia do sistema. ENERGIA LIVRE DE GIBBS (G): ENERGIA LIVRE DE GIBBS (G): A energia livre de um sistema, solução ou de uma fase é uma propriedade termodinâmica. A energia livre é definida pela expressão: G = H - TS Quando ocorre mudança de estado do sistema, G se modifica, devido às alterações da H, T e S. Através G pode-se avaliar a espontaneidade de uma transformação em termos das propriedades. Com pressão e temperaturas constantes, as reações são espontâneas no sentido da diminuição da energia de Gibbs do sistema. dGT,P ≤ 0 ENERGIA LIVRE DE GIBBS (G): A fusão de um elemento metálico é uma transformação endotérmica espontânea, onde o termo (TdS) supera em módulo a variação da entalpia (dH) de acordo com a expressão: dG = dH - TdS ENERGIA LIVRE DE GIBBS (G): 1 - Observa-se a dependência com a entropia 2 - Observa-se a dependência com o volume ENERGIA LIVRE DE GIBBS (G): A energia livre (G) varia linearmente com a pressão (P) e temperatura (T). H = U + PV G = H - TS dG = VdP – SdT EQUILÍBRIO TERMODINÂMICO: Uma fase ou um sistema está em equilíbrio quando permanecem sem alterações. No estadode equilíbrio o valor de G é mínimo para uma combinação específica de T, P e composição. O estado de equilíbrio de um sistema não muda, ou seja, é estável. O estado metaestável é exemplo de transformações demoradas e/ou impedidas. Ocorre quando, com as mudanças de T, P ou composição, o novo estado de equilíbrio não é completo. Neste caso, a velocidade para atingir o equilíbrio é muito baixa e este estado metaestável pode persistir indefinidamente como um falso “equilíbrio”. EQUILÍBRIO METAESTÁVEL: EQUILÍBRIO METAESTÁVEL: ESTADO DE UM SISTEMA: É a condição física definida pelas variáveis termodinâmicas (U, S, V e n = fração molar), os quais fixam uma condição “única”. Dois fatores devem ser considerados: fatores extensivos e intensivos. Extensivos: são aditivos e fixam o estado quantitativamente. Ex: massa, volume, comprimento, energia interna, capacidade calorífica, etc. Intensivos: não-aditivos e fixam o estado qualitativamente. Ex: densidade, pressão, potencial químico, etc. O produto de um fator intensivo e extensivo tem dimensão de energia. Ex: F x d = Trabalho. ESTADO DE UM SISTEMA: Exemplos termodinâmicos: Energia Térmica: T x S; Energia Mecânica: P x V; Energia Química: µ (potencial químico) x m. Assim, o estado de um sistema pode ser definido em termos de sua energia total, ou seja, a soma das energias térmica, mecânica e química. Expressões que descrevem o estado termodinâmico de um sistema de vários componentes: (1) Energia Interna: dU = TdS – PdV + Ʃµ dn (2) Entalpia: dH = TdS +VdP + Ʃµ dn (3) Energia de Helmholtz: dA = -SdT – PdV + Ʃµ dn (4) Energia de Gibbs: dG = SdT +VdP + Ʃµ dn ESTADO DE UM SISTEMA: Com as expressões, pode-se observar quatro grupos com propriedades fundamentais, os quais são utilizados para descrever o estado de um sistema. (1) Energia Interna: U, S, V, n (2) Entalpia: H, S, P, n (3) Energia de Helmholtz: A, T, V, n (4) Energia de Gibbs: G, T, P, n A: grandeza que mensura parcela de energia interna de um sistema para ser utilizada na forma de trabalho. A combinação dos valores destas medidas é utilizada para a obtenção dos diagramas de fases. Visto que estas grandezas estão inter-relacionadas, o estado do sistema pode ser descrito especificando três grandezas usuais: T, P e n. Cp: variação térmica de determinada substância ao receber determinada quantidade de calor (J/Kg.K) G = H - TS
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