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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA 1 RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA 01 CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO E CALOR DE MISTURA Aluna: Larissa Cavalcante Ribeiro Professora: Eliane Bezerra de Moraes Medeiros Turma: QC 12/08/19 Recife/PE 2 INTRODUÇÃO Calor pode ser definido como uma quantidade de energia que flui de um sistema para outro sempre do de maior sistema de maior temperatura para o de menor temperatura. Já a calorimetria é uma técnica físico-química capaz de medir a variação de entalpia associada a processos físicos (por exemplo, mistura de duas soluções sem reação química) ou a processos químicos (por exemplo, reações químicas) que ocorrem no sistema de interesse. Dependendo da natureza das reações químicas elas podem ser classificadas como exotérmicas (a reação ocorre com liberação de energia) ou endotérmicas (a reação acontece com a absorção de energia). Podemos expressar essa quantidade de energia pela variação de entalpia da reação (ΔH), assim, quando ΔH>0 a reação é endotérmica e ΔH<0, exotérmica. Por exemplo, em sistemas isobáricos e isovolumétricos, pela Primeira Lei da Termodinâmica: ΔH=Q. Onde, Q é o calor absorvido ou liberado no processo. A variação de entalpia (ΔH) é medida com um calorímetro, um dispositivo no qual o calor transferido é monitorado pela variação de temperatura provocada por um processo físico ou químico. Utiliza-se a capacidade calorífica do calorímetro para converter a mudança de temperatura em calor produzido. A capacidade calorífica do calorímetro é medida através de um processo chamado “calibração do calorímetro”. Nesta prática, através do uso de um calorímetro previamente calibrado, foi realizado o cálculo do calor de neutralização, isto é, a variação de entalpia da reação entre um ácido (foram utilizados: HCl, H2SO4, H3PO4 e CH3COOH) e uma base (foi utilizada: NaOH). Há alguns tipos de reações química em que não há variação de energia, por exemplo, misturas entre soluto e solvente, também, geram variações de energia isso se dá pelo fato de haver interações eletroestáticas, de forças de Van der Waals e pontes de hidrogênio e da quantidade de solvente envolvida.. Quando dois compostos são misturados, não havendo reação química entre eles, a variação de entalpia durante o processo é denominada calor de mistura. Nesta prática, calculou-se o calor de mistura quando são misturadas soluções de acetona e clorofórmio a diferentes concentrações. OBJETIVOS 3 Sendo assim, essa prática teve como objetivos: Determinar a capacidade calorífica de um calorímetro; Determinar o calor de neutralização de reações entre os ácidos HCl, H2SO4, H3PO4 e CH3COOH com a base NaOH; Determinar o calor integral e diferencial de uma mistura entre soluções de clorofórmio e acetona. METODOLOGIA EXPERIMENTAL 1. CAPACIDADE CALORÍFICA DO CALORÍMETRO 1.1 MATERIAL Os materiais e equipamentos utilizados para a determinação da capacidade calorífica do calorímetro estão descritos na Tabela 1. Tabela 1 – Materiais e equipamentos Material Quantidade Calorímetro 01 Proveta 100 mL Proveta 500 mL 01 01 Cronômetro 01 Termômetro de 0 a 100ºC 01 Béqueres 02 Água destilada - Aquecedor 01 1.2 PROCEDIMENTO - Colocou-se 350 mL de água destilada à temperatura ambiente no calorímetro e anotou- se a temperatura registrada pelo termômetro; - Despejou-se 50 mL de água aquecida, de temperatura rigorosamente conhecida e anotada, no calorímetro. Agitou-se a mistura e anotou-se a temperatura de equilíbrio. Repetiu-se o processo três vezes e calculou-se a capacidade calorífica do calorímetro. 2. CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO 2.1 MATERIAL 4 Os materiais e equipamentos utilizados na determinação de calor de neutralização estão descritos na Tabela 2. Tabela 2 – Materiais e equipamentos Material Quantidade Calorímetro 01 Proveta 100 mL Proveta 500 mL 01 01 Cronômetro 01 Termômetro de 0 a 100ºC 01 Béqueres de 500 Ml 03 Ácido Clorídrico 0,8M 100 Ml Ácido Sulfúrico 0,8 M 100 Ml Ácido Acético 0,8 M Ácido Fosfórico 0,8 M 100 Ml 100 mL Hidróxido de Sódio 0,8 M 300 Ml Aquecedor 01 2.2 PROCEDIMENTO - Adicionou-se 300 mL de NaOH 0,8 M no calorímetro. Agitou-se moderadamente e anotou-se a temperatura no momento em que ele estabiliza. - Colocou-se 100 mL de ácido clorídrico 0,8 M no calorímetro e agitou-se. Esperou-se a temperatura estabilizar e anotou-a. - Lavou-se o calorímetro e repetiu-se o procedimento com H2SO4, H3PO4 e CH3COOH. 3. CALOR DE MISTURA 3.1 MATERIAL Os materiais e equipamentos utilizados na prática estão descritos na Tabela 3. Tabela 3 – Materiais e equipamentos Material Quantidade Acetona 2 L Clorofórmio 2 L Calorímetro 01 Erlenmeyers de 250 mL arrolhados 18 5 3.2 PROCEDIMENTO - Tomou-se 18 erlenmeyers, sendo 9 com soluções de acetona (fração molar: 0,1; 0,2; ... 0,9) e 9 com soluções de clorofórmio (fração molar: 0,9; 0,8; ... 0,1). As soluções foram preparadas para que cada par (mistura acetona-clorofórmio) tivesse massa total de 400g e que a soma das frações molares fosse igual à unidade. - Colocou-se, primeiramente, no calorímetro a solução de maior volume de cada par preparado; esperou-se a temperatura estabilizar e anotou-a (temperatura incial). - Depois, adicionou-se a solução de menor volume do par. Agitou-se manualmente o calorímetro, esperou-se a temperatura estabilizar-se e anotou-a (temperatura final). - Com os valores da temperatura inicial e final e com uma correlação para a capacidade calorífica do calorímetro, calculou-se o calor de mistura. RESULTADOS E DISCUSSÃO 1. CAPACIDADE CALORÍFICA CALORÍMETRO É sabido que parte do calor liberado pela reação de neutralização é gasto também para aquecer os diversos componentes do calorímetro e a solução. Logo, torna-se fundamental conhecer a capacidade calorífica do calorímetro e da solução. Se partimos do balanço térmico do calorímetro, temos que: ocalorímetr pelo absorvida energia água pela cedida energia ocalorímetr no acumulada energia Assim, sai que calorentra que calor dt dE No estado estacionário: 0 dt dE , logo, temos que: ambiente ra temperatuà água 2FO2HO2H2Fcalcal quente água F1O2HO2H )TT(cm)TT(cm)TT(cm )TT()cmcm()TT(cm 2F oCalorímetr do Calorífica CapacidadeC O2HO2HcalcalF1O2HO2H )TT(C)TT(cm 2FF1O2HO2H 6 Isolando a capacidade calorífica do calorímetro, teremos a seguinte equação (Equação 1): )TT( )TT(cm C 2F F1O2HO2H (Equação 1) Onde: T1 temperatura inicial da água aquecida. T2 temperatura inicial da água à temperatura ambiente no calorímetro. TF temperatura de equilíbrio. Após três repetições obtivemos os seguintes resultados para o cálculo da capacidade calorífica do calorímetro os quais se encontram na Tabela 4. Considerou-se a densidade da água como 1 g/cm³, pois a mesma não varia muito na faixa de aplicação do experimento. Utilizou-se o valor médio de C = 2042,4 J/K nos cálculos seguintes. 2. CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO Com a capacidade calorífica do calorímetro, encontrou-se as variações de entalpia das reações de neutralização pela utilização da seguinte equação (Equação 2): n TC H (Equação 2) Os valores de ΔH estão mostrados na Tabela 5. Os reagentes limitantes foram sempre os ácidos (HCl, H2SO4, H3PO4 e CH3COOH) com número de mols, em todos os casos, igual a 0,08 (= 0,8 mol/L x 0,100 L). Tabela 4 – Calibração do Calorímetro T1[ oC] T2[oC] TF[oC] Capacidade Calorífica do Calorímetro [J/K] 182,5 27 36,1 2141,5 2 82 27 36,5 2121,2 3 82 27 36,7 1964,5 Média 2042,4 7 Assim, percebe-se que quanto maior a força do ácido, percebe-se um maior valor no calor de neutralização. É sabido que, em solução aquosa, os ácidos (ácido clorídrico e ácido sulfúrico) encontram-se completamente dissociados e o calor de neutralização deve ser numericamente igual ao calor de dissociação da água, mas com sinal trocado (– 55,9 kJ/mol a 298 K). Para eletrólitos fortes (ácido HA e base BOH), a reação de neutralização na forma iônica fica: H+(aq) + A-(aq) + B+(aq) + OH-(aq) A-(aq) + B+(aq) + H2O H+(aq) + OH-(aq) H2O ΔH o 298K = –55,9 kJ/mol Porém, quando o ácido ou a base são fracos (ácido acético e ácido fosfórico), eles não estão completamente dissociados, e o calor de neutralização é menor que para eletrólitos fortes, sendo que a diferença é o calor de dissociação do eletrólito fraco. Percebeu-se, portanto, que os eletrólitos fortes utilizados no experimento tiveram valores do calor de neutralização, relativamente, próximos do valor do calor de dissociação da água com sinal oposto: a reação com o HCl liberou 56,2 kJ/mol e a reação com o H2SO4 liberou 56,2 kJ/mol. Com isso, podemos calcular o erro relativo: %25,1100 9,55 9,556,56 100 exp literatura literaturaerimental relativo H HH E Este erro pode-se dever ao fato de que a temperatura em que foi realizada a reação foi diferente de 25ºC, na qual está determinada a entalpia de dissociação da água. Também erros podem surgir devido à exposição do sistema de estudo ao ar condicionar o que pode ter ocasionando oscilações na temperatura, além disso, má operação dos instrumentos pelos alunos durante a prática. Tabela 5 – Determinação do calor de neutralização Reação de Neutralização Ti[oC] Tf[oC] ΔT(oC) Calor de Neutralização (J/mol) NaOH + HCl 27 29,2 2,2 56166,64 NaOH + H2SO4 26,6 28,8 2,2 56166,64 NaOH+ H3PO4 26,8 28,8 2 51060,58 NaOH + CH3COOH 27 28,7 1,7 43401,50 8 Além disso, é válido ressaltar que os ácidos são substâncias moleculares. Logo, ao serem dissolvidas em água, as moléculas do ácido são atraídas com tanta força pelas moléculas de água que acabam sendo ionizadas, formando os íons H3O + e Ânion- que vão se dispersando pela solução, rodeadas por moléculas de água, assim ocorrendo a solvatação dos íons. Logo, quanto mais forte o ácido, mais ionizado ele fica, acarretando em um maior calor de neutralização. 3. CALOR DE MISTURA Para o caso do calor de mistura entre acetona e clorofórmio, calculou-se a capacidade calorífica do calorímetro para cada mistura através da sequinte equação (Equação 3): B,PBA,PA CxCxC (Equação 3) Onde: Ax Fração molar da acetona (varia de 0,1 a 0,9); Bx Fração molar do clorofórmio (varia de 0,9 a 0,1); cal/mol.K 74,30C A,P Calor específico molar da acetona; cal/mol.K 68,28C B,P Calor específico molar do clorofórmio. Com isso, obtivemos esses valores de capacidade calorífica que estão listados na tabela abaixo (Tabela 6): Tabela 6- Capacidade calorífica do calorímetro Fração Molar C[cal/K] Acetona Clorofórmio 0,1 0,9 28,886 0,2 0,8 29,092 0,3 0,7 29,298 0,4 0,6 29,504 0,5 0,5 29,71 0,6 0,4 29,916 0,7 0,3 30,122 0,8 0,2 30,328 0,9 0,1 30,534 9 Como seria gasto muito reagente, esta foi uma boa aproximação para o cálculo da capacidade calorífica do calorímetro, visto que ela considera as duas soluções a serem misturadas. Além disso, não se está considerando a participação do equipamento, pois o mesmo tem paredes muito finas que podem ser desprezíveis, não contribuindo, assim, para a capacidade calorífica. No processo de mistura, colocava-se dentro do calorímetro primeiro a solução do par de maior volume, a fim de evitar perda de calor rápida, a fim de que não haja influência negativa nos resultados do experimento. Além disso, um dos erros do experimento pode ser a perda de massa por evaporação, pelo fato das duas substâncias que serão misturadas serem de alta volatilidade, devido ao desleixo do operador em fechar o calorímetro. Dessa forma, com os valores de capacidade calorífica obtidos na tabela acima e da variação de temperatura decorrente do processo de mistura, calculou-se o calor de mistura para cada par, utilizando a seguinte equação (Equação 4): TCH (Equação 4) Os valores obtidos podem ser observados na tabela a seguir (Tabela 6): Tabela 6- Calor de mistura integral X (Acetona) Ti[K] Tf[K] Calor de Mistura Integral [J] 0,1 299,15 302,45 400,36 0,2 299,15 305,55 781,99 0,3 300,55 308,15 935,19 0,4 299,55 309,75 1263,95 0,5 300,15 310,35 1272,78 0,6 300,55 309,95 1181,08 0,7 301,15 308,55 936,19 0,8 300,55 305,95 687,84 0,9 300,15 302,95 359,08 A partir dos dados da tabela acima construiu-se, então, o gráfico do calor de mistura integral versus a fração molar de acetona (Figura 1). 10 Figura 1- Gráfico do calor integral vs. frações molares de acetona Pelo gráfico acima observa-se que uma função quadrática se ajusta bem aos dados experimentais, pois temos que R² = 0,976. É válido ressaltar, também, que o gráfico apresenta um máximo isso, geralmente, significa que há uma forte associação dos dois componentes da mistura e, frequentemente, ocorre próximo a composição equimolar. Ao se misturar a acetona e o clorofórmio, houve liberação de calor, caracterizando- se um processo exotérmico. É válido ressaltar que essa liberação não é dada somente pelos efeitos da diluição, mas também pelo calor envolvido na formação de ligações de hidrogênio entre a acetona e o clorofórmio, segundo o esquema a seguir (Figura 2). Figura 2- Ligações de hidrogênio formadas a partir da reação do clorofórmio com a acetona Dessa forma, podemos, então, calcular o calor diferencial de mistura, para isso utilizou-se a seguinte equação (Equação 5): 1 12 dx Hd xHh (Equação 5) y = -5458,8x2 + 5370,7x - 88,019 R² = 0,9758 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 C al o r in te gr al d e m is tu ra ( J) Fração molar da acetona 11 Onde: 1x Fração molar da acetona 1dx Hd Inclinação da reta tangente à curva calor de mistura integral versus fração molar da acetona. H Calor de mistura integral Para o cálculo desta inclinação (derivada), derivou-se a função quadrática de tendência linear do gráfico calor de mistura integral versus fração molar de acetona e calculou-se a derivada em cada ponto. Os valores encontrados para o calor de mistura diferencial encontram-se na Tabela 7 a seguir: Tabela 7- Calor de mistura diferencial X (Acetona) Calor de Mistura Diferencial (J) 0,1 -27,534 0,2 144,557 0,3 306,566 0,4 862,487 0,5 1316,826 0,6 1888,910 0,7 2526,326 0,8 3378,543 0,9 4368,706 A partir desses dados construiu-se um gráfico do calor de mistura diferencial versus a fração molar de acetona (Figura 3). Figura 3- Gráfico calor de mistura diferencial vs. fração molar da acetona y = 5458,8x - 1088,8 R² = 0,95 -1000 0 1000 2000 3000 4000 5000 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 C al o r D if er en ci al ( J) Fração molar da acetona 12 A partir do gráfico percebe-se o comportamento crescente do calor diferencial de mistura com o aumento da concentração de acetona. Na contrapartida, o calor de mistura integral, o qual mede o calor absorvido ou liberado quando se misturam dois componentes puro (acarretando em uma solução de concentração c). Já o calor de mistura diferencial mede o calor liberado ou absorvido, quando 1 mol de soluto é dissolvido numa quantidade infinita de solução de concentração c, tal que esta concentração não varie apreciavelmente à pressão e temperaturaconstantes. CONCLUSÕES Inicialmente, entende-se que antes realizar uma análise de quaisquer variações de entalpia de um processo físico ou químico devemos calibrar o calorímetro, isto é, calcular sua capacidade calorífica. Logo, percebeu-se que a capacidade do calorímetro estava coerente, pois já era de se esperar um resultado alto, pois por ser um dispositivo de medição ele deve ter alta capacidade calorífica. Observou-se e foi discutido nesse a partir do estudo desse experimento que o calor de neutralização aumenta com a força dos eletrólitos. Isso se dá pelo fato de que em solução aquosa, ácidos e bases fortes encontram-se completamente dissociados e que o calor de neutralização é numericamente igual ao calor de dissociação da água com sinal trocado. Outro aspecto observado é como o calor de misturas variam de acordo com a fração do soluto e que o calor de mistura integral de acetona e clorofórmio apresenta um comportamento parabólico, apresentando um máximo. Isso ocorre pois há uma forte associação dos dois componentes da mistura neste ponto. Já o calor de mistura diferencial aumenta com o aumento da concentração de acetona. Por fim, foi percebido a partir do experimento que reações as quais envolvem ligações químicas são mais energéticas que as que envolvem misturas. Pois, nas misturas tem-se, apenas, interações do tipo físico, tais como: interações eletroestáticas, forças de dipolo-dipolo, enquanto nas reações químicas, há a quebra/formação de ligações que precisam liberar/absorver mais energia. REFERÊNCIAS 13 [1] BUENO, W.A.; DEGREVE, L. Manual de Laboratório de Físico-Química. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1980. [2] ATKINS, P; PAULA, J. de. Físico-Química – Volume 1. 7ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2003. [3] SMITH, J. M.; VAN NESS, H. C.; ABBOTT, M.M. Introdução à Termodinâmica da Engenharia Química. 7ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2005. ANEXO Anexo 1. Volumes utilizados para cada fração da mistura. QUESTÕES 1. Calor de Neutralização 1) Deduza as Equações 1 e 2, considerando que a quantidade de água do sistema não é constante e que a capacidade calorífica do calorímetro, sem água, é igual a C. Do balanço térmico do calorímetro, tem-se: ocalorímetr pelo absorvida energia água pela cedida energia ocalorímetr no acumulada energia sai que calorentra que calor dt dE No estado estacionário: 0 dt dE XA XB VA [mL] VB [mL] 0,1 0,9 6,33 64,06 0,2 0,8 13,40 60,30 0,3 0,7 21,36 56,06 0,4 0,6 30,38 51,25 0,5 0,5 40,69 45,76 0,6 0,4 52,59 39,42 0,7 0,3 66,48 32,02 0,8 0,2 82,90 23,27 0,9 0,1 102,61 12,77 14 )TT(cm)TT(cm 2F C calcalF1O2HO2H )TT(C)TT(cm 2FF1O2HO2H )TT( )TT(cm C 2F F1O2HO2H (Equação 1) Da Primeira Lei da Termodinâmica, numa notação diferencia: dWdQ)nU(d )nV(PddQ)nU(d )nV(Pd)nU(ddQ Para uma mudança de estado a pressão constante: )PVU(nd)nPV(d)nU(ddQ )nH(ddQ A integração fornece: HnQ n Q H n TC H (Equação 2) 2) Explique a natureza do calor de neutralização. É sabido que as reações químicas podem ser classificadas através da variação de entalpia da reação. As reações que tem uma variação de entalpia negativa são denominadas reações exotérmicas, as que tem uma variação de entalpia positiva, são conhecidas como reações endotérmicas. As reações envolvendo ácidos e bases, chamadas de reações de neutralização, são exotérmicas. Caso esta reação estiver nas condições descritas na primeira questão, a variação da entalpia de reação será igual ao calor denominado como calor de neutralização. 15 3) Discuta os fatores que influenciam a determinação do calor de neutralização dos ácidos pouco dissociados. Quando o ácido ou a base são fracos eles não estão completamente dissociados, logo, o calor de neutralização é menor em comparação que para eletrólitos fortes, pois menos íons estarão no meio reacional para reagirem e produzirem sal e água. 4) Discuta a influência da solvatação sobre o calor de neutralização. Ao serem dissolvidos em água, os ácidos e as bases são atraídas com tanta força pelas moléculas de água que acabam sendo ionizados (ácidos) ou dissociados (bases), formando os íons H3O +, Ânion-, Cátion+ e OH- que vão se dispersando pela solução, rodeadas por moléculas de água (solvatação dos íons). Com isso, menos íons estarão disponíveis para reagirem e o calor de neutralização diminui. 5) Explique os diferentes calores de neutralização encontrados no experimento. Quanto maior a força do ácido, percebe-se um maior valor no calor de neutralização. Em solução aquosa, os ácidos e as bases fortes (ácido clorídrico e ácido sulfúrico) encontram-se completamente dissociados, e o calor de neutralização deve ser numericamente igual ao calor de dissociação da água, mas com sinal trocado (–55,9 kJ/mol a 298 K). Porém, quando o ácido ou a base são fracos (ácido acético e ácido fosfórico), eles não estão completamente dissociados, e o calor de neutralização é menor que para eletrólitos fortes, sendo que a diferença é o calor de dissociação do eletrólito fraco. 6) Em solução diluída e a 25°C, quando um ácido forte é neutralizado por uma base forte, cerca de 55.892 J são liberados por mol de água formada. A partir do hidrogênio e do oxigênio gasosos cerca de 285.838 J são liberados na formação de 1 mol de água. Usando esses dados, calcule a soma dos calores de formação dos íons H+ (aq) e OH- (aq). Aplicando-se a Lei de Hess: H2 (g) + ½O2(g) H2O(l) ΔH o = –285.838 J H2O (l) H + (aq) + OH - (aq) ΔH o = +55.892 J ------------------------------------------------------------------------------------ H2(g) + ½O2(g) H + (aq) + OH - (aq) ΔHr o = –229.946 J 16 Sabe-se que: )reagentes(Hn)produtos(HnH of o f o r )g ,O(H5,0)g ,H(H)aq ,OH(H1)aq ,H(H1H 2of2ofofofor 00)aq ,OH(H1)aq ,H(H1J 946.229 ofof J 946.229)aq ,OH(H)aq ,H(H of o f 2. Calor de Mistura 1) Substituindo os reagentes pela água e o dimetilsulfóxido, água e dimetilformamida, água e acetona, água e dioxano, em quais casos existiria a formação do composto de adição? Como os compostos tem natureza polar, o calor de mistura seria dado pela formação de pontes de hidrogênio. 2) Que conclusões pode-se tirar comparando as misturas clorofórmio- tetracloreto de carbono, acetona-clorofórmio e acetona–tetracloreto de carbono na proporção molar 1:1? CHCl3 +CCl4 – a mistura tem tendência a ser endotérmica, pois são amis favorecias as interações soluto-soluto e solvente-solvente que as interações soluto-solvente, visto que o primeiro composto é polar e o segundo é extremamente apolar. Acetona+CHCl3 – como ambos são polares, a interação soluto-solvente é favorecida (mistura tende a ser exotérmica). 3) Compare os valores obtidos no gráfico ΔH = f (x) e os valores obtidos nas misturas acima. Que conclusões pode-se tirar? Que as misturas tetracloreto de carbono-clorofórmio e tetracloreto de carbono- acetona, tendem a serem endotérmicas (interações soluto-soluto e solvente- solvente maiores que interações soluto-solvente), enquanto que a mistura clorofórmio-acetona tende a ser exotérmica (interações soluto-solvente maiores que interações soluto-soluto e solvente-solvente) [2]. 4) Quais os possíveis erros do experimento? 17 A perda de massa por evaporação, pois há substâncias voláteis e devido ao desleixo do operador em fechar o calorímetro, além disso, há também a exposição do sistema de estudo ao ventilador ocasionando oscilações na temperatura e má operação dos instrumentos pelos alunos durantea prática. 5) Como se poderia provar se o solvente tem influência ou não nos calores da mistura? Realizar experimentos com diferentes tipos de solventes (polares, apolares, etc.) utilizando o mesmo soluto, e comparar os valores obtidos dos calores de mistura. 6) Os calores de mistura seriam idênticos aos calores de dissociação em casos como a dissolução do KNO3 em água? No caso da mistura acetona-clorofórmio, o calor de mistura deve-se aos efeitos de diluição e formação das ligações de hidrogênio, enquanto que na mistura KNO3- água, tais valores seriam diferentes, devido às interações iônicas que são mais fortes, havendo um aumento no calor. Ou seja, como se trata de substâncias diferentes, os calores de dissociação seriam também diferentes, devido aos diferentes tipos de interação soluto-solvente.
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