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201810014221 - Sociologia - CC 03

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Thiago Fortunato – 201810014221 
Sociologia - CC 03 
 
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Milícia impõe regras à Força Nacional no Rio. Marcos Nunes e Flavia Junqueira. Os agentes da Força 
Nacional que participarão do esquema de segurança da Olimpíada -um aparato que prevê o combate a 
ações criminosas e até a terroristas -estão tendo de se submeter às ordens da milícia na Zona Oeste do 
Rio. Segundo agentes denunciaram ao EXTRA, os 3.500 PMs, policiais civis e bombeiros de vários estados 
do Brasil não podem circular armados pela Gardênia Azul e foram impedidos até de instalar internet nos 
apartamentos onde estão alojados, no condomínio Vila Carioca, do "Minha casa, minha vida", no bairro 
do Anil. Como a milícia explora o sinal a cabo na região e, de acordo com os agentes, as operadoras de 
internet fixa são impedidas de atuar na área pelos paramilitares, a saída é que cada policial use a própria 
internet móvel, pagando do próprio bolso. O Ministério da Justiça informou, por meio de nota, que vai 
apurar as informações e encaminhá-las à Polícia Federal, à Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de 
Segurança e à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). O Vila Carioca, ainda não 
inaugurado, começou a ser ocupado pela Força Nacional em maio. Os agentes que concordaram em 
conversar com o EXTRA, sob a condição de anonimato, estão no Rio há cerca de 15 dias. Contam ter 
recebido as orientações sobre as restrições impostas pela milícia de seus coordenadores - policiais 
militares, policiais civis e bombeiros têm coordenações separadas -dentro do próprio conjunto 
habitacional, assim que os grupos chegavam ao Vila Carioca. As determinações eram passadas sempre a 
grupos de poucos agentes por vez. ? A gente já cansou de ver gente armada na Gardênia -contou um dos 
militares da Força Nacional. Além da arma, a orientação aos agentes é que não andem com a identidade 
policial. Segundo dizem os agentes, a Gardênia Azul é uma "área branca", ou seja, sem risco para os 
policiais, já que estão levando lucro para a comunidade ao comprar produtos. [...] O Ministério da Justiça 
e Cidadania afirmou que "não existe tolerância com atividades criminosas" e que irá apurar a denúncia de 
que milícias estão interferindo no trabalho da Força Nacional. 
(disponível em: https://extra.globo.com/casos-de-policia/milicia-impoe-regras-forcanacional-no-rio-
19707975.html). 
O fato narrado acima evidencia a existência do fenômeno conhecido como pluralismo jurídico. Assim, com 
base no material disponibilizado na disciplina, responda as seguintes perguntas: 
a) Quais as principais diferenças entre o Monismo e o Pluralismo jurídico? 
Na concepção de Santos (2009, p. 30), o monismo jurídico, em sua essência, identifica-se com a teoria que 
considera como válida apenas uma ordem jurídica, seja o direito natural ou universal (monismo jurídico 
universal), seja o direito estatal (monismo jurídico estatal). Dessa forma, o monismo jurídico não está 
identificado apenas com a ordem jurídica estatal e sim com a acepção da palavra, isto é, monismo jurídico 
significa o reconhecimento de apenas uma ordem jurídica, estatal ou natural (universal). Dessa forma, no 
monismo jurídico universal, sua concepção fundamenta-se na existência de um único direito universal, de 
caráter absoluto, comum a todos os povos e nações. Por isso mesmo, sua principal sede de elaboração 
reside na teoria do direito natural, cujo ápice doutrinário se deu nos séculos XVII e XVIII, com a exacerbada 
expressão, nesse período, do racionalismo e do iluminismo, que forneceram as bases para o esplendor 
dos grandes sistemas de direito natural (SANTOS, 2009, p.30) 
A doutrina do pluralismo jurídico, considerada em seu sentido amplo, uma vez que existem diversas 
correntes que tentam explicar e ao mesmo tempo justificar a sua existência, baseados em distintos fatores 
de ordem econômica, política, filosófica e jurídica, surge com o intuito primordial de agir em oposição ao 
monismo jurídico. Dessa maneira, segundo lição de Santos (2009, p. 38), não obstante a diversidade 
Thiago Fortunato – 201810014221 
Sociologia - CC 03 
 
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doutrinária do pluralismo jurídico, o denominador comum a estas correntes consiste na negação do 
Estado como fonte única e exclusiva do direito positivo e a da tese da existência de uma hierarquia 
qualitativa entre os diversos ordenamentos. 
Ressalte-se que o pluralismo jurídico não surgiu apenas com o fim imotivado de contrapor a doutrina do 
monismo jurídico, mas, deve-se ter em mente que a própria insuficiência do monismo estatal contribuiu 
de forma decisiva para o alargamento do s centros geradores de produção jurídica mediante outros meios 
normativos não convencionais. 
Surge, assim, uma concepção, em sentido amplo, que visa à contestação da tese de que somente o Estado 
pode produzir normas jurídicas, havendo, por outro lado, a possibilidade de existência de outros centros 
de produção de normas de direito, também estas reconhecidas em uma determinada coletividade. 
Segundo Reale (2000. p. 2 65), as teorias monistas não resistem às críticas formuladas pelos teóricos do 
pluralismo jurídico, isto é, por todos aqueles que negam a existência única do ordenamento jurídico 
estatal, ao passo que igualmente sustentam a presença de uma multiplicidade de ordenamento são lado 
e mesmo contra o direito Estatal, ordenamentos estes, aos quais não se pode negar juridicidade positiva. 
Mais que isso, o pluralismo não representa somente a existência conjunta de distintos centros de 
positivação jurídica numa mesma sociedade política, com a consequente existência de normas que não 
as emanadas apenas do Estado. A concepção pluralista do direito pressupõe, igualmente, a possibilidade 
d os mesmos indivíduos estarem submetidos a ordens jurídicas autônomas e interdependentes (SANTOS, 
2009, p. 38). 
É então o pluralismo uma corrente doutrinária com objetivos revolucionários, com tendências que visam, 
indiscutivelmente, ao rompimento do paradigma dominante identificado com o monismo jurídico, ao 
mesmo tempo em que exalta a participação dos corpos sociais ou corpos intermediários, na medida em 
que estes são os representantes principais dos diversos centros de produção de norma jurídica, 
independentemente do Estado. 
b) A notícia apresentada estaria mais próxima da ideia de Pluralismo Jurídico desenvolvida por Boaventura 
de Souza Santos ou Antônio Carlos Wolkmer? Justifique. 
Leis postas por um Poder paralelo, devido a omissão do Estado. Via de regra isso acontece quando o 
Estado não se faz presente para impor suas regras e não fornece condições de convivência social seja por 
omissão, seja por ineficácia social. Isto é o que se denomina Pluralismo jurídico, quando o direito que é 
aplicado provém de outras fontes na sociedade além do Estado.

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