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Envolvimento da comunidade na gestão de solos urbanos

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Chamussudine Amade Muzé 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Envolvimento da comunidade na gestão de solos urbanos: caso do bairro Lili 2, 
município de Nacala-Porto (2015-2019) 
 
Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Rovuma 
Nampula 
2020 
 
Chamussudine Amade Muzé 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Envolvimento da comunidade na gestão de solos urbanos: caso do bairro Lili 2, 
município de Nacala-Porto (2015-2018) 
 
Monografia apresentada ao Departamento de 
Ciências da Terra e Ambiente da Universidade 
Rovuma, Extensão de Nacala, como requisito parcial 
para obtenção do grau académico de licenciatura em 
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário 
com habilitação em Ecoturismo. 
 
Supervisor: dr. Atumane Abudo 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Rovuma 
Nampula 
2020 
 
 
Índice 
Lista de Gráficos ........................................................................................................................ iv 
Abreviaturas e Siglas .................................................................................................................. v 
Declaração ................................................................................................................................. vi 
Dedicatória................................................................................................................................ vii 
Agradecimentos ....................................................................................................................... viii 
Resumo ...................................................................................................................................... ix 
Introdução ................................................................................................................................. 10 
CAPÍTULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 13 
2.1. Comunidade ....................................................................................................................... 13 
2.2. Solo Urbano ....................................................................................................................... 13 
2.2.2. A comunidade e a gestão do Solo urbano ...................................................................... 14 
2.2.3. Gestão do espaço urbano em Moçambique .................................................................... 16 
2.2.1. Impactos de uso e ocupação desordenado do solo urbano ............................................. 18 
2.3. Planeamento Urbano.......................................................................................................... 18 
2.3.1. Planeamento e desenvolvimento urbano ambiental........................................................ 19 
2.3.2. Instrumentos de planeamento e gestão do espaço urbano em Moçambique .................. 20 
CAPÍTULO II. METODOLOGIA ........................................................................................... 23 
2.1. Tipo de pesquisa ................................................................................................................ 23 
2.2. Técnicas de colecta de dados ............................................................................................. 24 
2.3. População .......................................................................................................................... 25 
2.3.1. Amostra .......................................................................................................................... 25 
CAPÍTULO III: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ............................................ 26 
3.1. Caracterização do bairro Lili 2 .......................................................................................... 26 
3.1.3. Serviços económicos e sociais ........................................................................................ 28 
3.2. Tratamento de dados .......................................................................................................... 29 
3.2.1. Procedimentos de análise e interpretação de dados ........................................................ 29 
 
 
3.3. Apresentação dos resultados da pesquisa .......................................................................... 29 
Conclusão ................................................................................................................................. 36 
Sugestões .................................................................................................................................. 37 
Referencias Bibliográficas ........................................................................................................ 38 
Apêndice ................................................................................................................................... 40 
iv 
 
Lista de Gráficos 
Gráfico 1: Representação do género dos entrevistados ---------------------------------------------30 
Grafico 2: Habilitações literárias dos Entrevistados ------------------------------------------------30 
Gráfico 3: Forma mais frequente de aquisição de terreno -----------------------------------------31 
Gráfico 4: Nível de sensibilidade sobre a exigência da autoridade municipal ------------------31 
Gráfico 5: Nível de sensibilidade sobre a comunicação do processo de gestão do SU --------32 
Gráfico 6: Forma de participação da comunidade na venda/compra, ocupação/uso do SU ---33 
Gráfico 7: Nível de parcelamento, arruamento do SU no bairro Lili 2 ---------------------------33 
Grafico 8: Nivel de sensibilidade sobre a necessidade de participação da comunidade -------34 
Gráfico 9: Acções a melhorar no processo de venda/compra, ocupação/uso do SU -----------35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
Abreviaturas e Siglas 
CMCN Conselho Municipal da Cidade de Nacala 
GAZEDA Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado 
SU Solo Urbano 
ZEE Zonas Económica Especial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
Declaração 
Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações 
dadas pelo Supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão 
devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final. 
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para 
obtenção de qualquer grau académico. 
 
 
Nampula, 17 de Março de 2020 
 
______________________________ 
Chamussudine Amade Muzé 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
___________________________________________________________________________ 
Dedico este trabalho à minha esposa cuja dedicação e 
paciência serviram como pilares de sustentação para a 
conclusão deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
 
Agradecimentos 
Agradeço aos meus pais pelo apoio e incentivo que serviram de alicerce para as minhas 
realizações. 
Agradeço à minha esposa e aos meus filhos por compreenderem as várias horas em que estive 
ausente por causa do desenvolvimento deste trabalho, Especialmente a minha esposa que 
acima de tudo é uma grande amiga, sempre presente nos momentos difíceis com uma palavra 
de incentivo. 
Ao meu supervisor pelas valiosas contribuições dadas durante todo o processo, agradeço pela 
confiança depositada pelo meu supervisor que dedicou inúmeras horas para sanar as minhas 
questões e me colocar na direcção correcta. 
Também agradeço à todos os meus colegas de curso, pela oportunidade do convívio e pela 
cooperação mútua durante estes anos. 
Também quero agradecer à Universidade Rovuma e o seu corpo docente que demonstrou 
estar comprometido com a qualidade e excelência do ensino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ix 
 
Resumo 
A presentemonografia com o título: Envolvimento da comunidade na gestão de solos urbanos: caso do bairro 
Lili, município de Nacala-Porto (2015-2019), teve como objectivo - analisar o nível de envolvimento da 
comunidade do bairro Lili 2 no processo de ocupação e uso do solo. É uma pesquisa qualitativa, quanto aos 
procedimentos é uma pesquisa de campo. No que tange aos instrumentos de colecta de dados, a pesquisa apostou 
em observação e entrevista tida na comunidade em referência. Este estudo apurou que no bairro de Lili 2 não há 
envolvimento da comunidade no processo de gesto do solo urbano. Os residentes não participam e não tem 
nenhum espaço para dar sua opinião ou sugestão na venda/compra, uso/ocupação de um espaço (terreno) ou 
construção de quaisquer infraestrutura naquela área geográfica do municipio de Nacala. Importa ainda referir que 
a maioria dos residentes daquela comunidade adquire seus terrenos via compra. No bairro de Lili 2, no processo 
de ompra, aquisição de um terreno não há exigencia da presença das autoridade municipais. Contudo, sempre 
tem-se solicitado o secretário do bairro ou chefe do quarteirao para o efeito. A presença destas autoridades 
vela/testemunha apenas a passagem da titulagem do terreno, isto é, não há quaisquer aspecto que ele interfere. 
Enfim, o comprador ou o interessaso so se dirige no municipio caso queira legalizar o espaço. Para a efectivação 
do envolvimento da comunidade no processo de gestão do solo urbano, há um grande desafio quanto ao processo 
de venda/compra e ocupação/uso do solo no bairro Lili 2, tendo em conta que a acual ocupação e construção 
desordenada do bairro. No entanto, para se corrigir o cenário é preciso muitos recursos e envolvimento de todos 
niveis sociais. 
 
Palavras-chave: comunidade, solo urbano, ocupação/uso do solo 
 
 
 
 
 
10 
 
Introdução
O Município de Nacala-Porto testemunhou um crescimento económico nos últimos tempos, 
particularmente quando este distrito foi declarada Zona Económica Especial (ZEE) em 2009 e 
a implantação do Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA), 
faz com que muitas pessoas emigrassem para esta cidade, consequentemente aumentou o nível 
de ocupação desordenado do solo urbano. 
No bairro de Lili 2 verifica-se ocupações desordenadas que em algum momento provocam 
alterações na qualidade e quantidade dos recursos naturais, causados grandes problemas 
ambientais, uma vez que não são observados os mandamentos legais ligados ao ambiente. 
No processo de ocupação do solo naquele bairro, aparenta existir a participação ou 
envolvimento da comunidade local. É neste contexto que este trabalho tem como tema: 
Envolvimento da comunidade na gestão de solos urbanos: caso do bairro Lili, município de 
Nacala-Porto (2015-2019). 
A pesquisa foi desenvolvida no município de Nacala-Porto, distrito do mesmo nome, província 
de Nampula e fez abordagem do período compreendido entre o ano 2015 à 2019. 
Actualmente, em todo o mundo tem-se discutido propostas para assegurar o desenvolvimento 
económico, ambiental, social e cultural de forma sustentável. E um dos consensos é que a 
comunidade interessada deve participar da promoção de acções locais, daí a importância de seu 
envolvimento no processo de gestão de solos urbanos. 
A expansão da cidade de Nacala-Porto e ocupação acelerada e irregular do solo urbano, 
particularmente no bairro Lili 2 formando assentamentos informais, somada a políticas 
públicas ineficazes de habitação, a carência de infra-estruturas urbanas e saneamento básico, 
tem gerado enormes problemas sócio ambientais de forte impacto para o meio ambiente urbano 
comprometendo no bem-estar social. 
No bairro Lili 2, quando uma pessoa daquela comunidade não está satisfeita com suas 
necessidades, sobram-lhe duas opções de acção: a primeira é reunir os amigos e os vizinhos e 
discutir o problema, e prever as possíveis soluções; a segunda é esperar que o governo venha a 
suprir essa necessidade. Infelizmente, quando as autoridades não os convidam por um lado a 
comunidade não tem espaço para expor suas ideias, soluções ou sugestões. Por outro lado, as 
acções das autoridades podem falhar por falta de consulta da viabilidade do projecto num 
11 
 
determinado espaço geográfico e temporal. É nestas circunstâncias que o presente estudo 
levantou a seguinte questão: 
 Como envolver a comunidade do bairro Lili 2 na gestão do solo urbano? 
Este trabalho tem como objectivo geral: 
 Analisar o nível de envolvimento da comunidade do bairro Lili 2 no processo de 
ocupação e uso do solo. 
Teve como objectivos específicos: 
1. Descrever as formas de uso e ocupação do solo no bairro Lili 2; 
2. Identificar as modalidades de envolvimento da comunidade do bairro Lili 2 no processo 
de uso e ocupação do solo; 
3. Propor algumas medidas de melhoria no processo de uso e ocupação do solo no bairro 
Lili 2. 
Este tema é importante na medida em que o bairro Lili 2 encontra-se numa situação de 
emergência no que concerne a gestão de solos urbanos, que os residentes têm enfrentado. É 
nesta perspectiva que o presente tema tem uma relevância social muito permanente, ao 
procurar compreender como envolver a comunidade local na gestão do solo urbano naquele 
bairro. 
Já na área científica o tema em estudo é tão pertinente, porque procura responder as demandas 
que o homem vem causando no meio ambiente, sobre a gestão incorrecta do solo urbano, o que 
leva a provocar danos ao meio ambiente. Assim, o autor nesta vertente coloca um tema em 
estudo muito pertinente sobre a busca do conhecer científico das estratégias usadas para o 
envolvimento da comunidade na gestão do solo urbano no bairro Lili 2, para além de que abre 
um leque de consolidação e ampliação de conhecimentos sobre a matéria. 
Outra relevância deste tema é pelo facto da região em estudo caracterizar-se por ocupação 
desordenada, por isso construi um desafio empreender estudos que ajudam a compreender os 
impactos desta situação, e responder as actuais exigências nos padrões de desenvolvimento 
social, económico e ambiental orientados para a sustentabilidade ecológica e a justiça social 
como pilares do desenvolvimento comunitário e sustentável. 
12 
 
No que concerne a estrutura, o trabalho tem 4 capítulos, sendo: 
No princípio encontra-se a introdução onde é apresentada o objectivo geral e específicos, a 
justificativa e o problema. 
Em seguida, está a fundamentação teórica, é aqui onde se apresenta as teorias, ideias, estudos 
de diversos autores em relação ao tema, servindo como base sustentadora da opinião do 
pesquisador, 
No terceiro capítulo encontra-se a metodologia do trabalho onde se aborda a tipologia da 
pesquisa, instrumentos de colecta de dados, o universo e amostra, 
E no último capítulo está a análise e interpretação de dados colhidos com base as técnicas 
elencadas no trabalho. E por fim encontra-se a conclusão, sugestões, referência bibliográfica e 
os apêndices. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
CAPÍTULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1. Comunidade 
Comunidade local é um conjunto de pessoas que vive num determinado lugar, que falam a 
mesma língua, tem os mesmos hábitos ou costumes, vivem próxima uma das outras ou num 
determinado espaço de terra, que pode estar dentro do Distrito, Posto Administrativo, 
Localidade ou Povoação. 
Conforme LUÍS (2018), comunidade local é uma palavra usada para identificar um grupo com 
os mesmos interesses ou objectivos, que podem ser: protecção do lugar onde vivem, do lugar 
onde fazem “machamba”, protecção das florestas, dos lugares onde rezam ou fazem cerimónia 
aos antepassados, onde acompanham os animais para comer e beber, onde buscam água, onde 
caçam e pescam. 
O conceito de comunidade no presente estudo é definido de acordo com a lei moçambicana, 
nomeadamente a Lei nº 19/97, de 1 de Outubro (Lei de Terras) bem como a Lei de Florestas e 
Fauna Bravia,como sendo “(...) o agrupamento de famílias e indivíduos, vivendo numa 
circunscrição territorial de nível de localidade ou inferior, que visa a salvaguarda de interesses 
comuns através da protecção de áreas habitacionais, áreas agrícolas, sejam cultivadas ou em 
pousio, florestas, sítios de importância cultural, pastagens, fontes de água, áreas de caça e de 
expansão (...)”. 
2.2. Solo Urbano 
O solo urbano é um dos dois tipos de solo no que diz respeito à classificação da ocupação do 
território. É aquele para o qual é reconhecida vocação para o processo de urbanização e nele se 
compreendem os terrenos urbanizados ou cuja urbanização seja programada, constituindo o seu 
todo o perímetro urbano. 
2.2.1. Uso e ocupação do solo Urbano 
A expansão das cidades e ocupação acelerada e irregular do solo urbano formando 
assentamentos informais, somada a políticas públicas ineficazes de habitação, a carência de 
infra-estruturas urbanas e saneamento básico, gera problemas ambientais de forte impacto para 
o meio ambiente urbano comprometendo no bem-estar social (UN-HABITAT, 2004). 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Urbaniza%C3%A7%C3%A3o
14 
 
A ocupação desordenada do solo urbano é uma formação anormal de habitação. A ocupação 
desordenada do solo tem causado grandes problemas ambientais, uma vez que não são 
observados os mandamentos legais, juntamente com o descaso do poder publico sobre aquela 
população, o que gera um número elevado de impactos directos e indirectos, (PAVIANI, 1999, 
p. 198). 
Para GUIMARÃES (2007), a crescente busca por moradia e outros serviços básicos, 
provenientes do grande fluxo de pessoas, incentivavam a expansão física das cidades. Os 
indivíduos abandonavam o campo em busca de novas oportunidades na cidade, fazendo com 
que as taxas de crescimento da população urbana se tornassem altas, enquanto diminuíam as 
taxas de crescimento da população rural na região. 
2.2.2. A comunidade e a gestão do Solo urbano 
A gestão participativa dos recursos naturais é hoje uma área de referência para o auto-sustento, 
combate à pobreza, uso racional e sua conservação incluindo a biodiversidade em geral, devido 
ao reconhecimento crescente de que os diferentes intervenientes, incluindo o Estado, o sector 
privado e as comunidades locais, desempenham melhor papel, quando conjugam os seus 
esforços, em vez de cada um destes actores separadamente (CNUMAD 1992). 
A Declaração do Rio, no seu Princípio XXII, considera importante o papel das comunidades 
locais na gestão do desenvolvimento do ambiente, e por isso sublinha que os Estados deverão 
apoiar e reconhecer devidamente a sua identidade, cultura e interesses e ainda tornar possível a 
sua participação efectiva na concretização de um desenvolvimento sustentável. 
Para Dias (2010) apud TEIXEIRA (2018, p. 29), torna-se imperativo que as pessoas participem 
na sua comunidade ao nível do planeamento de programas ou nas actividades que as afectam, 
uma vez que essa participação (de foro comunitário) transmite às pessoas o sentimento de 
controlo e assim através desta medida, as suas necessidades e interesses são identificados e 
tidos em consideração. 
O envolvimento se observa por meio do poder de decisão que as comunidades possuem sobre a 
gestão dos seus recursos. Todo este processo participativo deve ser baseado num sistema de 
capacitação e fortalecimento das comunidades e de lideranças locais, que pode ser realizado 
através de oficinas de cidadania, cursos de capacitação de liderança e de intercâmbios com 
outras áreas e instituições para partilha de experiências, (CUNHA, 1999). 
15 
 
A Agenda 21 não só encoraja os governos, mas também os encarrega para que, no nível 
apropriado, em colaboração com as organizações internacionais, nacionais e regionais 
estabeleçam procedimentos, programas, projectos e serviços inovadores, de modo a facilitar e 
estimular a participação activa das comunidades locais. Isto no que se refere aos processos de 
tomada de decisões e de implementação, porque estas desempenha um papel vital na gestão e 
desenvolvimento do ambiente, devido aos seus conhecimentos e práticas tradicionais 
(AGENDA 21, 1992). 
A falta dos planos de ordenamento territorial e da sua implementação, constitui a principal 
causa das ocupações desordenadas dos solos urbanos, uma situação que se vive na maior parte 
das cidades e vilas moçambicanas em particular, resultando daí os graves problemas de gestão 
ambiental e do saneamento do meio. 
Segundo MUACUVEIA e FERREIRA (2017, p. 170), defendem que, 
A partir da identificação desses problemas ambientais decorrentes da expansão urbana 
acelerada e o uso irregular do solo, propõe-se que sejam revistas e consolidadas as 
políticas públicas que proporcionem recuperação/requalificação desses assentamentos 
e posta em prática nos lotes que ainda não foram ocupados irregularmente, o 
planeamento de formas a amenizar os impactos ambientais consequências das 
ocupações irregulares. 
Ainda estes autores recomendam que, “e ainda é necessário lembrar que a realização de obras 
de infra-estrutura urbanas como pavimentação de ruas, drenagem pluvial e a melhoria ao 
acesso (requalificação) dos bairros de assentamentos informais deve ser feita mediante um 
plano de gestão urbana, através de consultas públicas como o envolvimento das comunidades 
locais e executada por órgãos responsáveis e competentes de forma transparente (garantir um 
processo de reassentamento sustentável e justo de acordo com o regulamento) ”, (Ibidem, 2017, 
p. 170). 
O envolvimento das comunidades é caracterizado pela consulta comunitária que é muito 
importante pois garante a existência de boa governação, uma vez que a comunidade participa 
com ideias para melhoria e desenvolvimento da comunidade. Com a participação dos cidadãos, 
as decisões ou soluções tomadas serão mais justas e transparentes, na medida em que a 
comunidade fala das suas necessidades e as decisões e soluções serão tomadas tendo em conta 
as suas preocupações. 
16 
 
A participação comunitária como um processo através do qual, os indivíduos têm um papel 
activo nos processos de tomada de decisão das instituições, programas e dos contextos que os 
envolvem, pelo que o poder e a influência são elementos importantes na utilização do termo 
participação, (TEIXEIRA, 2018, p. 31). 
Neste sentido, para uma boa gestão do solo urbano é preciso envolver as comunidades, porque 
são elas que conhecem os reais problemas da comunidade, não adianta decidir assuntos para 
uma comunidade sem antes a consultar a respeito do assunto. A boa governação é atingida 
quando os representantes tomam decisões tendo em conta o envolvimento e participação das 
comunidades nas actividades do governo local. 
2.2.3. Gestão do espaço urbano em Moçambique 
Moçambique, o Plano de Estrutura Urbana é o instrumento básico da política de 
desenvolvimento e expansão urbana obrigatória para os municípios independentemente do 
número de habitantes. Neste país as cidades estão sujeitos ao Regulamento da Lei n o19/2007 
de 18 de Julho do Ordenamento do Território, seu artigo 6, parágrafo primeiro e segundo 
(Dever de ordenar o território) “1º - Compete ao Estado e às Autarquias Locais promover, 
orientar [...] coordenar o ordenamento do território. 2º - Ao intervirem, fazem-no no sentido de 
garantir o interesse público, com respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”, 
que esta previsto na Constituição da Republica de Moçambique no seu artigo 7, 
(MUACUVEIA & FERREIRA, 2017, p. 158). 
De acordo com os autores, constituem instrumentos de planeamento/ordenamento territorial ao 
nível autárquico: Planos de Estrutura Urbana; Planos Gerais de Urbanização; Planos Parciais 
de Urbanização e Planos de Pormenor (Ibidem, 2017, p. 159). 
O município possui maior responsabilidade no que diz respeito à gestão urbana na medida em 
que é de sua responsabilidade a elaboração do PEU, constitucionalmentereconhecido como o 
instrumento básico da política urbana. Além do PEU, o município possui um rol de 
instrumentos de gestão urbanística que compõem a constituição jurídica urbana local, dos quais 
destacaremos os principais: 1) Lei de uso e ocupação do solo urbano (zoneamento); 2) Lei do 
Parcelamento do Solo Urbano; 3) Código de Obras; 4) Código de Posturas municipais, 
(Ibidem, 2017, p. 160). 
17 
 
Porém, os municípios moçambicanos, de forma abrangente, sofrem com graves problemas de 
planeamento e gestão do solo urbano, de acordo com FORJAZ (2009, p. 3), 
[...] mais de metade da população urbana vive em bairros irregulares carecendo dos 
serviços urbanos indispensáveis e ocupando de forma deficiente e inadequada o 
terreno urbano [...] Em vários casos, maior parte da infra-estrutura viária, 
abastecimento de água, energia, de drenagem, saneamento e os próprios edifícios 
públicos existentes, foram construídos na época colonial, para populações muito 
menores. 
A ineficácia de instrumentos de planeamento e gestão urbana, a expansão aceleradas das 
cidades, a pressão dos assentamentos informais de ocupação irregular e a busca de melhores 
condições de vida nas cidades constitui um grande entreve para se pensar na implantação de 
infra-estruturas urbanas. 
Desse modo, a constante expansão urbana e a ocupação irregular do solo urbano é motivo de 
preocupação para os célebres urbanistas e ambientalistas e outros estudiosos em áreas afins, 
que procuram encontrar meios que possam assegurem e garantir a preservação de um 
ambiente saudável para o presente e o futuro das cidades (GROSTEIN, 2001). 
Os assentamentos urbanos informais instalados sobre áreas que se podem considerar de 
preservação permanente em Moçambique se defrontam com a ameaça e representam um 
conflito sócio ambiental que envolve a exploração económica de propriedade privada e o 
direito à moradia (LAGE, 2001 apud MUACUVEIA & FERREIRA, 2017, p. 160). 
A ocupação irregular das áreas urbanas trouxe consequências graves ao ambiente urbano em 
Moçambique, não apenas as áreas dos assentamentos informais, assim como das ocupações 
irregulares estão sob a égide do Regulamento do Uso do Solo Urbano, considerado, portanto, 
como áreas não urbanizáveis de protecção ambiental ou reserva do Estado de acordo com o 
Decreto-lei n o 60/2006 de 26 de Dezembro. 
Entretanto, toda a protecção jurídica dispensada pelo Decreto 60/2006, pela Lei Ambiental (Lei 
n.º 20/97) e pelo Código de Postura Municipal não se tem mostrado suficiente para evitar a 
ocupação clandestina e irregular do espaço urbano. E essa é a realidade que se verifica não só 
na cidade de Nampula, mas, em outras cidades moçambicanas, e como afirma VILLAÇA 
(2000) apud MUACUVEIA & FERREIRA (2017, p. 161), o planeamento urbano tem sido 
usado mais para esconder do que para resolver nossos chamados “problemas ambientais 
urbanos”. 
18 
 
2.2.1. Impactos de uso e ocupação desordenado do solo urbano 
O aumento da urbanização e de habitantes nas áreas urbanas faz crescer a degradação do meio 
ambiente, porque a urbanização traz mudanças e impactos ao meio ambiente, ao ser humano, a 
economia e a vida social. 
A ocupação desordenada do solo expõe uma diversidade de problemas. ANDREOLI et al., 
(2003) apud BISPO & LEVINO (2011, p. 3) analisam estes problemas quer seja por 
planeamento inadequado, inexistência de planeamento ou omissão do poder público, definindo 
como resultados: 
 Alteração do regime de produção: a impermeabilização do solo impede a infiltração 
da água, acentuando os problemas da erosão urbana e aumentando os picos de cheia. 
Por outro lado, a minimização da recarga nos solos, reduz a disponibilidade de água nos 
períodos de baixa precipitação. 
 Ausência de infra-estrutura básica: a falta de colecta e tratamento de esgotos e a 
disposição inadequada de resíduos leva contaminantes aos rios, que têm a qualidade 
da água comprometida, o que dificulta a notabilização da água. 
 Desperdício: diferentes usos da água associados ao baixo custo e a disponibilidade 
aparentemente abundante torna o recurso natural de uso mais negligente, mal 
administrado e desperdiçado pelo homem. 
2.3. Planeamento Urbano 
O processo de planeamento urbano tem como propósito ordenar, articular e equipar o espaço, 
de maneira racional, direccionando a malha urbana, assim como suas áreas ou zonas, a 
determinados usos e funções. 
Segundo BISPO & LEVINO (2011, p. 3) 
A complexidade formada por espaço urbano e cidade não pode dispensar um 
planeamento urbano bem definido, estruturado e abrangente que de forma 
multissectorial leve em conta o homem e o meio ambiente nos aspectos económicos, 
sociais, físico-territoriais, ecológicos e administrativos. De acordo com Mota (1999), 
vemos que o objectivo dessa visão multi-setorial conserva tanto os recursos 
ambientais como proporciona uma justa qualidade de vida. 
19 
 
No entanto, a ideia de processo de planeamento está baseada na compreensão de que somente 
ocorre eficazmente se houver todas as fases de desenvolvimento técnico: levantamentos e 
directrizes, projecto, execução e reanálise (PHILIPPI et al., 2004, apud HONDA, 2015, p. 64). 
Di SARNO (2004) apud HONDA (2015, p. 65), informa que o planeamento é instrumento 
necessário à adequada ordenação do espaço urbano, sendo que o 
[...] planeamento urbanístico deve traduzir metas para o sector público e 
privado, pretendendo a transformação dos espaços, ou o estímulo a certas 
actividades, ou a manutenção de determinadas áreas para que, vista no 
conjunto, a cidade se equilibre nas suas múltiplas funções. 
2.3.1. Planeamento e desenvolvimento urbano ambiental 
O equilíbrio ambiental está directamente relacionado à qualidade de vida, e, buscando tal 
equilíbrio, o planeamento urbano é necessário, com revisão de seus conceitos, com inclusão 
real da questão ambiental, por meio do um planeamento considerado ambiental (Canepa, 
2007). 
Para ALMEIDA et al. (1999, p. 12) apud HONDA (2015, p. 65), 
O planeamento ambiental deve ser visto de forma ampla, como processos de 
definições e decisões, aplicável a vários tipos e níveis de actividade humana, por meio 
de acções contínuas voltadas a auxiliar a tomada de decisões para a resolução de 
objectivos específicos, ou seja, “é a aplicação racional do conhecimento do homem ao 
processo e tomada de decisões para conseguir uma óptima utilização dos recursos, a 
fim de obter o máximo de benefícios para a colectividade. 
Albano (2013) apud HONDA (2015, p. 65), informa que o planeamento ambiental é o 
elemento básico para o desenvolvimento económico e social voltado à melhor utilização e 
gestão de uma unidade territorial, cujas fases de inventário e de diagnóstico tornam-se caminho 
para a compreensão das potencialidades e das fragilidades da área. Assim, o panejamento 
ambiental é a base para o desenvolvimento sustentável, compreendido como a maneira possível 
para a qualidade de vida da população, principalmente para os países periféricos e 
subdesenvolvidos, ou a única possibilidade de sobrevivência para a humanidade. 
O planeamento urbano com uma preocupação ambiental deve ter como objectivo o uso 
adequado do solo para o desenvolvimento local e a protecção dos recursos naturais. Assim não 
deve ser desvinculado das políticas urbanas, buscando-se a distribuição igualitária dos 
20 
 
benefícios sociais. Nota-se que a ausência desse planeamento na cidade de Presidente 
Prudente impede a concretização desses objectivos e benefícios de modo igualitário. 
2.3.2. Instrumentos de planeamento e gestão do espaço urbano em Moçambique 
Moçambique, o Plano de Estrutura Urbana é o instrumento básico da política de 
desenvolvimento e expansão urbana obrigatória para os municípios independentemente do 
número de habitantes. Neste país as cidades estão sujeitos ao Regulamento da Lei n o19/2007 
de 18 de Julho do Ordenamento do Território, seu artigo6, parágrafo primeiro e segundo 
(Dever de ordenar o território) “1º - Compete ao Estado e às Autarquias Locais promover, 
orientar [...] coordenar o ordenamento do território, 2º - Ao intervirem, fazem-no no sentido de 
garantir o interesse público, com respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”, 
que esta previsto na Constituição da República de Moçambique no seu artigo 7, 
(MUACUVEIA & FERREIRA, 2017, p. 158). 
De acordo com MUACUVEIA & FERREIRA (2017, p. 159), constituem instrumentos de 
planeamento/ordenamento territorial ao nível autárquico: Planos de Estrutura Urbana; Planos 
Gerais de Urbanização; Planos Parciais de Urbanização e Planos de Pormenor. 
Plano Geral de Urbanização (PGU) - é o Instrumento que estabelece a estrutura e qualifica o 
solo urbano na sua totalidade, tendo em consideração o equilíbrio entre os diversos usos e 
funções urbanas com especial atenção as zonas de ocupação espontânea como base para a 
elaboração do plano. 
Plano Parcial de Urbanização (PPU) - estabelece a estrutura e qualifica o solo urbano 
imparcialmente, tendo em consideração o equilíbrio entre, os diversos usos e funções urbanas, 
definem as redes de transporte, comunicações, energia e saneamento, os equipamentos 
sociais. 
Plano de Pormenor (PP) - define com pormenor a tipologia de ocupação de quaisquer áreas 
específica do centro urbano, estabelecendo concepção do espaço urbano dispondo sobre uso 
do solo e condições das edificações, vias de circulação, características das redes, das 
infra-estruturas e serviços, tanto para novas áreas assim como para áreas existentes 
caracterizando as fachadas dos edifícios e arranjos dos espaços livres. 
Plano de Estrutura Urbana (PEU) - instrumento que estabelece a organização espacial da 
totalidade do território do município ou autarquia de povoação, os parâmetros e as normas 
21 
 
para a sua utilização, tendo em conta a ocupação actual, as infra-estruturas e os equipamentos 
sociais existentes a implantar e a sua integração na estrutura espacial regional. 
O PEU corresponde a uma visão do desenvolvimento da cidade, válida por 10 anos a partir da 
sua aprovação. O seu objectivo é “arrumar” a cidade para que a vida dos seus habitantes possa 
melhorar, ou seja, é um instrumento de gestão territorial, de nível municipal, que estabelece a 
organização espacial e ao mesmo tempo, regulador do desenvolvimento do município, tendo 
em conta a ocupação actual e as infra-estruturas sociais existentes. 
Ainda MUACUVEIA & FERREIRA (2017, p. 160) agregam que, 
O município possui maior responsabilidade no que diz respeito à gestão urbana na 
medida em que é de sua responsabilidade a elaboração do PEU, constitucionalmente 
reconhecido como o instrumento básico da política urbana. Além do PEU, o município 
possui um rol de instrumentos de gestão urbanística que compõem a constituição 
jurídica urbana local, dos quais destacaremos os principais: 1) Lei de uso e ocupação do 
solo urbano (zoneamento); 2) Lei do Parcelamento do Solo Urbano; 3) Código de 
Obras; 4) Código de Posturas municipais. 
Porém, os municípios moçambicanos, de forma abrangente, sofrem com graves problemas de 
planeamento e gestão do solo urbano, de acordo com FORJAZ (2009, p.3), 
[...] mais de metade da população urbana vive em bairros irregulares carecendo dos 
serviços urbanos indispensáveis e ocupando de forma deficiente e inadequada o 
terreno urbano [...] Em vários casos, maior parte da infra-estrutura viária, 
abastecimento de água, energia, de drenagem, saneamento e os próprios edifícios 
públicos existentes, foram construídos na época colonial, para populações muito 
menores. 
A ineficácia de instrumentos de planeamento e gestão urbana, a expansão aceleradas das 
cidades, a pressão dos assentamentos informais de ocupação irregular e a busca de melhores 
condições de vida nas cidades constitui um grande entreve para se pensar na implantação de 
infra-estruturas urbanas. 
Desse modo, a constante expansão urbana e a ocupação irregular do solo urbano é motivo de 
preocupação para os célebres urbanistas e ambientalistas e outros estudiosos em áreas afins, 
que procuram encontrar meios que possam assegurem e garantir a preservação de um ambiente 
saudável para o presente e o futuro das cidades (GROSTEIN, 2001). 
Por essa razão que, a inutilidade do planeamento e de políticas públicas destinadas a 
proporcionar um ambiente equilibrado, moradia condigna a todas as pessoas, assim como 
22 
 
uma estrutura administrativa eficiente de fiscalização que não permitem a ocupação por 
loteamentos clandestinos ou irregulares em áreas urbanas é fundamental quando pensamos 
nas cidades. Os assentamentos urbanos informais instalados sobre áreas que se podem 
considerar de preservação permanente em Moçambique se defrontam com a ameaça e 
representam um conflito sócio ambiental que envolve a exploração económica de 
propriedade privada e o direito à moradia (LAGE, 2001 apud MUACUVEIA & FERREIRA, 
2017, p. 160). Essa realidade vem se alastrando por todo o país e se faz presente igualmente na 
cidade de Nampula. 
A ocupação irregular das áreas urbanas trouxe consequências graves ao ambiente urbano em 
Moçambique, não apenas as áreas dos assentamentos informais, assim como das ocupações 
irregulares estão sob a égide do Regulamento do Uso do Solo Urbano, considerado, portanto, 
como áreas não urbanizáveis de protecção ambiental ou reserva do Estado de acordo com o 
Decreto-lei n o 60/2006 de 26 de Dezembro. 
Entretanto, toda a protecção jurídica dispensada pelo Decreto 60/2006, pela Lei Ambiental (Lei 
n.º 20/97) e pelo Código de Postura Municipal não se tem mostrado suficiente para evitar a 
ocupação clandestina e irregular do espaço urbano. E essa é a realidade que se verifica não só 
na cidade de Nampula, mas, em outras cidades moçambicanas, e como afirma VILLAÇA 
(2000) apud MUACUVEIA & FERREIRA (2017, p. 161), o planeamento urbano tem sido 
usado mais para esconder do que para resolver nossos chamados “problemas ambientais 
urbanos”. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
CAPÍTULO II. METODOLOGIA 
2.1. Tipo de pesquisa 
a) Quanto à abordagem 
É uma pesquisa qualitativa. O pesquisador objectivava aprofundar a compreensão dos 
fenómenos que estuda, isto é, envolvimento da comunidade na gestão de solo urbano. Onde o 
resultado desta pesquisa se baseou na interpretação segundo a perspectiva daquela comunidade, 
sem se preocupar com representatividade numérica. Para além de que esta pesquisa se orientou 
nos seguintes elementos fundamentais: 
a) A interacção entre o objecto de estudo e pesquisador; 
b) O registo de dados ou informações colectadas; 
c) A interpretação/ explicação do pesquisador (GUERRA, 2014, p. 11). 
b) Quanto a natureza 
É uma pesquisa aplicada. Visto que, tinha por gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos 
à solução do problema específico e envolveu verdades e interesses locais, (GERHARDT & 
SILVEIRA, 2009, p. 35). 
c) Quanto aos objectivos 
É uma pesquisa exploratória. Pois, teve como objectivo proporcionar maior familiaridade com 
o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Para além de que, envolveu e levantamento 
bibliográfico e entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema 
pesquisado – a comunidade de Lili, (Ibidem, 35). 
d) Quanto aos procedimentos 
Esta pesquisa é classificada como de campo. De acordo com GERHARDT & SILVEIRA 
(2009, p. 37), a pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que, além da pesquisa 
bibliográfica e/ou documental, se realiza colecta de dados junto a pessoas, com o recurso de 
diferentes tipos de pesquisa (pesquisa ex-post-facto
1
). 
 
1
 A pesquisa ex-post-facto tem por objectivo investigar possíveis relações de causa e efeito entre um determinado 
fato identificado pelo pesquisador e um fenómeno que ocorre posteriormente. A principalcaracterística deste tipo 
de pesquisa é o fato de os dados serem colectados após a ocorrência dos eventos, (GERHARDT & SILVEIRA 
(2009, p. 38). 
24 
 
2.2. Técnicas de colecta de dados 
i. Entrevista 
A entrevista é uma oportunidade de conversa face a face, utilizada para “mapear e 
compreender o mundo da vida dos respondentes”, ou seja, ela fornece dados básicos para “uma 
compreensão detalhada das crenças, atitudes, valores e motivações” em relação aos atores 
sociais e contextos sociais específicos, (MINAYO, 2008; CERVO; BERVIAN, 2007 apud 
GUERRA, 2014, p. 18). 
Com o uso de entrevista, foi possível conseguir: averiguar factos ocorridos; conhecer a opinião 
dos residentes de Lili sobre o processo de gestão de solo naquela parcela, (LAKATOS & 
MARCONI, 2010). 
Nesta pesquisa foi utilizada a entrevista estruturada. Conforme MARCONI e LAKATOS 
(2003, p. 197), “é aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as 
perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas”. 
ii. Observação 
Assim como a técnica de entrevista, a observação exigiu um contacto face a face do 
pesquisador com o seu objecto de estudo. Da mesma forma que ocorreu com as entrevistas, no 
caso da observação, não foi o número de observações que definiu a credibilidade dos dados 
desta pesquisa, mas sim a profundidade e a amplitude alcançadas ao longo do processo de 
colecta de dados. 
Assim, optou-se por essa técnica para a colecta de dados tendo em vista o carácter qualitativo 
da pesquisa e a facilidade de acesso às informações. Portanto, ela criou oportunidade para 
colectar uma variedade de dados e observar uma variedade de fenómenos. Permitiu evidenciar 
dados da vida quotidiana do assunto em estudo, que não foi possível obter através da outra 
técnica, a entrevista neste caso. 
Esta técnica permitiu ainda confrontar as respostas da entrevista e a realidade observada, que 
de certa maneira influenciou na redução da discrepância dos aspectos não respondidos na 
entrevista, foram complementados por esta técnica, portanto, ela reduziu a subjectividade. 
Quanto a tipologia, foi utilizada a observação participante, conforme MINAYO (2008), é a 
técnica mais utilizada nas pesquisas de natureza qualitativa. Nesta técnica, o observador faz 
25 
 
parte da vida dos observados e assim é parte do contexto sob observação. Ao mesmo tempo em 
que investiga, é capaz de modificar o objecto pesquisado e também de ser modificado pelo 
mesmo. 
2.3. População 
A população desta pesquisa, é a comunidade do bairro Lili 2. Segundo GIL (2009), defende 
que: 
“Universo ou população é um conjunto definido de elementos que possuem 
determinadas características; enquanto a amostra é um subconjunto do universo ou da 
população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse 
universo ou população.” 
2.3.1. Amostra 
A amostra deste trabalho será constituída por 50 residentes do bairro Lili 2. 
No que tange a tipologia, nesta pesquisa será utilizada amostragem não probabilística, que 
segundo GIL (2009) “não apresenta fundamentação matemática ou estatística, dependendo 
unicamente de critérios do pesquisador”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
CAPÍTULO III: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS 
Neste item é reservado a apresentação, análise e interpretação de dados colectados a partir dos 
instrumentos supracitados na metodologia. É neste capítulo onde se centra o trabalho pelo facto 
de ser é neste capítulo onde o autor apresenta os resultados do seu estudo sobre o envolvimento 
da comunidade no processo de gestão de solo urbano. 
3.1. Caracterização do bairro Lili 2 
O bairro de Lili 2 tem uma densidade populacional de 32.615 habitantes, (PEUMCN, 2010, p. 
22). A aglomeração desta população naquele bairro não obedece a critérios rígidos, pois são 
vários factores que actuam para a fixação da população numa certa região, neste caso bairro. 
Para este bairro é um dos mais povoados do Município de Nacala-Porto, que se justifica por 
este localizar-se próximo da zona portuária e industrial, para além de se localizar perto de 
muitos serviços básicos. 
No que tange a ocupação do solo, o bairro de Lili 2 caracteriza-se por zonas semi-urbanizada e 
não urbanizadas, nestas, há atribuição de título ou licença provisória – a pedido ou registo 
sistemático e ocupação ilegal respectivamente. Nestas zonas, há um número insignificante de 
talhões demarcados ao longo de eixos principais do bairro. O interior do bairro existe apenas a 
ocupação espontânea, consequentemente sem acessos internos, somente vias periféricas. Em 
outras palavras, no bairro de Lili 2 caracteriza-se por assentamentos informais, e com o fluxo 
rural ocupam ate as áreas de protecção, proibidas a construção de habitação. 
Em relação a localização do bbaaiirrrroo ddee LLiillii 22,, área de estudo coberta por esta pesquisa, localiza-
se no posto administrativo de Mutiva, Nacala-Porto, com os seguintes limites geográficos: 
 Norte – bairro de Zanga; 
 Este – Pelo oceano indico; 
 Sul – bairro Mahelene e 
 Oeste – Bairro de Nacurrula, conforme o mapa a seguir que ilustra os bairros do bairros 
de Nacala-Porto. 
27 
 
Figura 1. Bairros do município de Nacala-Porto 
Fonte: 
Na Zona do litoral os solos são arenosos de fertilidade muito baixa com fraca retenção de água. 
No seu conjunto, a zona de influência do Município da Cidade de Nacala apresenta recursos da 
terra bastante fracos, o que, aliado a constrangimentos de ordem climática e económica, 
criando situações de escassez na produção alimentar e nas culturas de rendimentos. 
3.1.2. Saneamento do meio 
O bairro de Lili 2 é caracterizada por uma deficiência do sistema de abastecimento de água e o 
uso insuficiente de sistemas de saneamento criam condições higiénicas bastante deficientes 
naquele bairro. Não existe nenhum sistema de drenagem pública para águas negras das 
habitações naquele bairro, em algumas artérias e principalmente a via principal possui vala de 
drenagem a céu aberto para águas pluvial. 
No bairro de Lili 2 não existe uma rede de esgotos de águas negras, usam-se fossas sépticas e 
28 
 
nas outras zonas os residentes têm latrinas tradicionais ou melhoradas e uma grande parte não 
usa nenhum sistema de saneamento, praticando o fecalismo a céu aberto em terrenos baldios. O 
problema é particularmente grave nos assentamentos informais, com elevada densidade 
populacional. A drenagem das águas pluviais segue o curso das vias de acesso. 
3.1.3. Serviços económicos e sociais 
A agricultura de subsistência é a principal actividade das populações do bairro Lili 2. Apesar 
de não ter sido possível quantificar em termos de áreas de cultivo de todo Município, 
agricultura é desenvolvida em forma de sistemas de consociação de culturas, onde a cultura de 
mandioca é a predominante. Mas também destacam-se as culturas do milho, do amendoim e 
dos feijões (nhemba, oloco e jugo) como produtos alimentares básicos, ao lado do arroz 
plantado nos terrenos alagadiços mas com menor expressão. 
A actividade pecuária é de fraca expressão, estando neste momento em franca recuperação, 
mas de forma isolada. Em termos de efectivos de gado podemos destacar a existência de alguns 
privados e alguns criadores do sector familiares que fazem a criação de gado bovino, suíno, 
caprino, ovinos e aves 
Um número considerável dos residentes do bairro de Lili 2 pratica a pesca com maior 
expressão a artesanal. A pesca desempenha um papel de relevo no abastecimento de proteína 
animal, na geração de empregos e na fixação das populações no bairro de Lili 2, pois este 
bairro limita-se com o oceano indico. Para além das duas actividades acima arroladas, as 
populações do bairro de Lili 2 praticam também pequenos negócios. 
No bairro de Lili 2, está na lista dos bairros com menos população em idade escolar, 
consequentemente está localizado distante das infra-estruturas e equipamentossociais. 
Uma parte da população do bairro Lili 2 são funcionários ou trabalhadores de diversos 
estabelecimentos, a partir das de grande porte ate as de pequena escala, incluindo as pequenas e 
médias empresas. Assim, destacam-se de serviços bancários, comerciais, de segurança, 
protecção, seguros, bombas, prestação de serviços, oficinas, empresas de construção civil e da 
função pública. 
29 
 
3.2. Tratamento de dados 
3.2.1. Procedimentos de análise e interpretação de dados 
Todo material colectado nesta pesquisa será primeiro preparado para que seja posteriormente 
analisado. O tratamento dos dados nesta pesquisa será a etapa que exigirá muita atenção, muito 
tempo do pesquisador. 
De acordo com GUERRA (2014, p. 38), defende que; “os dados qualitativos devem ser 
tratados a partir de uma das três abordagens mais conhecidas: análise de conteúdo, análise do 
discurso e análise dialéctica/hermenêutica.” 
Para este trabalho, a forma de tratamento de dados, será análise de conteúdo. Conforme 
(GUERRA, 2014, p. 38), a análise de conteúdo é uma técnica de tratamento de dados 
colectados, que visa à interpretação de material de carácter qualitativo, assegurando uma 
descrição objectiva, sistemática e com a riqueza manifesta no momento da colecta dos 
mesmos. 
Os dados colectados serão analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Segundo 
MINAYO (1999), a análise de conteúdo é a expressão mais comummente usada para 
representar o tratamento dos dados de uma pesquisa qualitativa. 
Em geral, os resultados são apresentados em forma de gráficos que ilustram a realidade dos 
resultados da pesquisa, acompanhada de breves explicações dos mesmos. 
3.3. Apresentação dos resultados da pesquisa 
Para o sucesso deste trabalho foram envolvidos através de entrevista 50 residentes do bairro 
Lili 2, correspondente a 100% do estudo. Desta percentagem, 66% são do sexo masculino e 
34% do sexo feminino. 
Quanto a habilitações literárias, 18% são iletrados/analfabetos, 42% tem o nível primário, 32% 
com o nível de ensino secundário geral e apenas 8% tem o habilitações literárias de 
licenciatura, conforme ilustram os gráficos 1 e 2 respectivamente. 
Em geral, todos os entrevistados para efeitos desta pesquisa, residem há mais de 2 anos no 
bairro Lili 2 (estudado). 
30 
 
Gráfico 1: Representação do género dos entrevistados 
 
Fonte: O Proponente, 2020. 
Grafico 2: Habilitações literárias dos Entrevistados 
 
Fonte: O Proponente. 
Entrando no epicentro do objetico do trabalho foi questionado o seguinte: Qual é a forma mais 
frequente de aquisição de um terreno ou espaço neste bairro de Lili 2? 
Em resposta, a maioria dos entrevistados (78%), apontaram “compra” como a forma mais 
frequente de aquisição de terreno, 4% disseram através de atribuição pelo município e os 
restantes 18% responderam que, é traves de herança dos pais (familiares). 
 
31 
 
Gráfico 3: Forma mais frequente de aquisição de terreno 
 
Fonte: O Proponente, 2020. 
Diante destes dados e das observações tidas no terreno, a maioria dos residentes do bairro Lili 
2, têm adquirido seus espaços (terrenos) através da compra e a minoria através da herança dos 
pais ou familiares. Embora 4% dos entrevistados terem respondido na opção de atribuição pelo 
município, esta prática nunca foi aplicada naquele bairro. 
Mais afrente, seguia a pergunta: No processo de compra ou inicio de uso/ocupação de um 
terreno há exigência da presença da autoridade municipal? 
Para esta questão, 6% responderam positivamente, 82% disseram que não e os restantes 12% 
apontaram que as vezes. 
Gráfico 4: Nível de sensibilidade sobre a exigência da autoridade municipal 
 
Fonte: O Proponente 
32 
 
No bairro de Lili 2, no processo de ompra, aquisição de um terreno não há exigencia da 
presença das autoridade municipais. Contudo, sempre tem-se solicitado o secretário do bairro 
ou chefe do quarteirao para o efeito. A presença destas autoridades vela/testemunha apenas a 
passagem da titulagem do terreno, isto é, não há quaisquer aspecto que ele interfere. Enfim, o 
comprador ou o interessaso so se dirige no municipio caso queira legalizar o espaço. 
Indo mais além, foi questionado o seguinte: A autoridade municipal ao identificar um 
espaço para atribuir uma entidade privada, singular ou estatal tem comunicado a 
comunidade para participar do processo? 
Nesta pergunta, apenas 4% responderam que sim e os restantes 94% responderam não. 
Gráfico 5: Nível de sensibilidade sobre a comunicação do processo de gestão do SU 
 
Fonte: O Proponente 
No bairrro Lili 2, a autoridades municiapis nunca antes comunicou a população local a 
participar do processo de gestão dos solos, por isso que todos entrevistados responderam 
nogativamente quanto a questão levantada. 
De seguida, foi questionado: Qual é a forma de participação da comunidade de Lili 2 no 
processo de venda, atribuição, parcelamento de terrenos neste bairro? Desta questão 
seguiam algumas alternativas cujos entrevistados deveriam escolher apenas uma. Ei-las: 
___ Só observar ou presenciar 
___ Dar alguma opinião ou sugestão 
___ Não tem participado 
Em relação a esta questão, 22% dos entrevistados disse que “só observam”, 2% aponta que dão 
alguma opinião, e já a maioria (76%) afirmaram que não participam, (vide o gráfico 6). 
33 
 
Gráfico 6: Forma de participação da comunidade na venda/compra, ocupação/uso do SU 
 
Fonte: O Proponente, 2020. 
No bairro Lili2, não há nenhuma forma de envolvimento da comunidade no processo de gestão 
de solos urbanos, visto que os residentes não participam e não tem nenhum espaço para dar sua 
opinião ou sugestão na venda/compra, uso/ocupação de um espaço (terreno) ou construção de 
quaisquer infraestrutura naquela área geográfica do municipio de Nacala. 
A pergunta a seguir foi seguinte: No processo de ocupação ou compra e venda de terreno 
neste bairro tem obedecido o parcelamento, arruamento ou ordenamento? 
Em resposta, a maioria (82%) assumiram que “não” e os restantes 18% disseram que sim. 
(vide o gráfico 7). 
Gráfico 7: Nível de parcelamento, arruamento do SU no bairro Lili 2. 
 
Fonte: O Proponente, 2020. 
34 
 
O bairro estudado (Lili 2), quando se trata de uso/ocupação, construção de quaisquer 
infraestrutura, venda/compra de terreno, não se obedece nenhuma regra (parcelamento, 
arruamento e ordenamento). 
A devido não observancia dos metodos de parcelamento, arruamento e ordenamento, o bairro 
enfrenta as diversas consequencias desta prática. Ei-las: 
 Falta de vias de acesso e consequente dificuldades de locomover (pessoas e bens 
adquiridos); 
 Conflitos de terras; 
 Erosão; 
 Acumulo de resíduos solidos nas vias de acesso (caminho). 
Em seguida foi questionado o seguinte: Na sua opinião, seria muito importante a 
comunidade participar no processo de gestão do solo (venda, compra, parcelamento ou 
atribuição) neste bairro de Lili 2? 
Em resposta a esta questão, quase todos (92%) responderam que “sim”, e só apenas 2% e 6% 
responderam que “não” e “não sei” respectivamente. 
Grafico 8: Nivel de sensibilidade sobre a necessidade de participação da comunidade 
 
Fonte: O Proponente, 2020. 
Em todo o processo de gestão do solo urbano no bairro Lili 2, era imprescindivel a comunidade 
participar activamente neste processo, dando o seu contributo, sugerindo algumas acções que 
35 
 
ajudariam bastante, e o mais importante é de que alguns constragimentos elencado na pagina 
anterior poderiam registar numa magnitude inferior. 
E por ultimo, foi questionado o seguinte: O que gostaria que fosse melhorado no processo 
de venda, atribuição, aquisição de terrenos no bairro Lili 2? 
Em resposta a esta questão, a maioria dos entrevistados (54%) disseram que deve-se envolver a 
comunidade local no processo, 20% disseram que deve-se a prior parcelar os talhões, 10% 
afirmaram que antes da venda, compra construção de quaisquer infra-estrutura ouuso e 
ocupação de uma determinada porção de terra, devia-se efectuar mediante a uma autorização 
do CMCN, 16% a própria comunidade não podem vender/comprar, usar/ocupar espaço cujo 
sua localização não se adequa com esta acção. 
Gráfico 9: Acções a melhorar no processo de venda/compra, ocupação/uso do SU 
 
Fonte: O Proponente, 2020. 
Há um grande desafio quanto ao processo de venda/compra e ocupação/uso do solo no bairro 
Lili 2, tendo em conta que a acual ocupação e construção desordenada do bairro. No entanto, é 
para se corrigir o cenário é preciso muitos recursos e envolvimento de todos niveis sociais. 
 
 
 
36 
 
Conclusão 
Em jeito de conclusão, no bairro de Lili 2 na há envolvimento da comunidade no processo de 
gesto do solo urbano. Os residentes não participam e não tem nenhum espaço para dar sua 
opinião ou sugestão na venda/compra, uso/ocupação de um espaço (terreno) ou construção de 
quaisquer infraestrutura naquela área geográfica do municipio de Nacala.Importa referir que a 
maioria dos residentes daquela comunidade adquire seus terrenos através da compra. 
No bairro de Lili 2, no processo de ompra, aquisição de um terreno não há exigencia da 
presença das autoridade municipais. Contudo, sempre tem-se solicitado o secretário do bairro 
ou chefe do quarteirao para o efeito. A presença destas autoridades vela/testemunha apenas a 
passagem da titulagem do terreno, isto é, não há quaisquer aspecto que ele interfere. Enfim, o 
comprador ou o interessaso so se dirige no municipio caso queira legalizar o espaço. 
O bairro Lili 2, quando se trata de uso/ocupação, construção de quaisquer infraestrutura, 
venda/compra de terreno, não se obedece nenhuma regra (parcelamento, arruamento e 
ordenamento). A devido a não observáncia dos metodos de parcelamento, arruamento e 
ordenamento, o bairro enfrenta as diversas consequencias desta prática, como: falta de vias de 
acesso e consequente dificuldades de locomover (pessoas e bens adquiridos); conflitos de 
terras; erosão; acumulo de resíduos solidos nas vias de acesso (caminho). 
Para a efectivação do envolvimento da comunidade no processo de gestão do solo urbano, há 
um grande desafio quanto ao processo de venda/compra e ocupação/uso do solo no bairro Lili 
2, tendo em conta que a acual ocupação e construção desordenada do bairro. No entanto, para 
se corrigir o cenário é preciso muitos recursos e envolvimento de todos niveis sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Sugestões 
Deve-se envolver a comunidade local no processo de gestão do solo urbano, para responder os 
objectivos do milénio; 
A autoridade municipal não pode autorizar a construção de quais infra-estrutura nos espaços 
onde não há parcelamento, arruamento e ordenamento; 
Como forma de eliminar a pratica de ocupação irregular do solo urbano, autoridade competente 
(CMCN), deve efectuar o arruamento ou ordenamento e parcelamento dos talhões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
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Apêndice 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
GUIÃO DE ENTREVISTA DIRIGIDA AOS RESIDENTES DO BAIRRO LILI, NACALA 
Esta entrevista visa colher opiniões dos residentes do bairro Lili, faz parte de um estudo de 
caso realizado no âmbito da conclusão da etapa de Licenciatura na Universidade Rovuma, sob 
tema: Envolvimento da comunidade na gestão de solos urbanos: caso do bairro Lili, 
município de Nacala-Porto (2015-2019). Agradeço desde já a vossa colaboração, 
respondendo às perguntas. Garante-se a confidencialidade e o anonimato da sua opinião e 
respostas. 
 
Idade: ___________________ 
Sexo: ____________________ 
Tempo que vive no bairro Lili: ___________ 
Formação académica: __________________ 
1. Qual é a forma mais frequente de aquisição de um terreno ou espaço neste bairro de Lili 2? 
___ Compra 
___ Atribuição pelo município 
___ Herança dos pais (familiares) 
2. No processo de compra ou inicio de uso/ocupação de um terreno há exigência da presença 
da autoridade municipal? 
 ___ SIM 
___ NÃO 
___ AS VEZES 
3. A autoridade municipal ao identificar um espaço para atribuir uma entidade privada, singular 
ou estatal tem comunicado a comunidade para participar do processo? 
 ___ SIM 
 ___ NÃO 
4. Qual é a forma de participação da comunidade de Lili no processo de venda, atribuição, 
parcelamento de terrenos neste bairro? 
___ Só observar ou presenciar 
___ Dar alguma opinião ou sugestão 
___ Não tem participado 
5. No processo de ocupação ou compra e venda de terreno neste bairro tem obedecido o 
parcelamento, arruamento ou ordenamento? 
42 
 
 ___ SIM 
___ NÃO 
5.1. Caso a resposta seja NÃO, quais são as consequências desta prática? (ocupação, venda e 
compra de terrenos se obedecer o parcelamento, arruamento e ordenamento? 
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________ 
6. Na sua opinião, seria muito importante a comunidade participar no processo de gestão do 
solo (venda, compra,parcelamento ou atribuição) neste bairro de Lili? 
___ SIM 
___ NÃO 
___ NÃO SEI 
6.1. Se a tua resposta é SIM, justifique porque? 
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________ 
7. O que gostaria que fosse melhorado no processo de venda, atribuição, aquisição e 
parcelamento de terrenos no bairro Lili? 
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________ 
Obrigado pela sua colaboração

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