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Direito Penal II

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DIREITO PENAL II 
Aula – 25/02/2016
Art. 211 – Destruição, subtração e ocultação de cadáver
1. Conceito: Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele. 
Neste tipo penal praticando uma única conduta prevista no tipo, o crime já é praticado, sempre ressaltando que, se cometer mais de uma conduta responderá, cometerá somente um delito, sujeito ao aumento de pena pela prática das outras condutas. 
2. Objetividade jurídica: Sentimento de respeito aos mortos.
Art. 210 – Destruir a sepultura para roubar, por exemplo, objeto dos mortos, ou para outras coisas, sempre lembrando que, no caso de roubo, responderá por este tipo penal e pelo furto. 
Art. 209 – Dificulta a cerimônia, atrapalha a paz no recinto. 
3. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa inclusive os familiares, é um crime comum.
Não exige nenhuma qualidade para ser sujeito ativo, se o crime for cometido por familiares há um agravante na pena. 
4. Sujeito Passivo: Coletividade e os familiares da pessoa morta. 
Por ter a coletividade como sujeito passivo, trata-se de um crime vago. Sempre lembrando que a família só é o sujeito passivo, se não estiver no pólo ativo. 
5. Elemento objetivo
Condutas:
Destruir: o cadáver ou parte dele deixa de existir pode ser total ou parte dele (presa ou não ao corpo), por exemplo, decepa os dedos da vítima do homicídio para que não seja descoberto. Se a destruição é inerente ao crime, responde somente o primeiro delito. 
É a eliminação de parte ou de todo o cadáver, é quando deixa de existir, pode se dar através da incineração, do uso de ácidos, ou até mesmo quando o criminoso corta dedos, arranca braços, dentes e destrói essas partes.
O esquartejamento se enquadra como vilipêndio. 
Agora se o corpo já está todo despedaçado, e você pega alguma dessas partes e destrói, é fato atípico, pois o cadáver não estava inteiro, não é mais cadáver. 
Nos casos de amputação há uma certidão de óbito pra parte do corpo que foi amputada, e há o enterro desta parte. 
Subtrair: tirar da esfera da vigilância dos familiares ou responsável pela guarda. Não importa se devolva em outro lugar. Se a subtração integrar o patrimônio de um lugar, será furto. A simples remoção é atípica. A remoção não autorizada de órgãos ou tecido para fins de transplante incidirá o art. 14 da lei 9434/97. 
O cadáver apesar de ser uma coisa, a sua subtração não se enquadra no furto, pois, há a norma específica que fala do objeto cadáver. 
Os cadáveres em laboratório, para fins de pesquisa, são doados pela família, e fazem parte do patrimônio da faculdade, escola, etc. se este for roubada, total ou parcialmente, ai sim é furto, pois era um objeto que fazia parte do patrimônio. 
A compra de cadáveres só ocorre através de comércio clandestino.
A subtração é do cadáver como um todo, não de partes dele, se subtrair partes, como órgãos é a lei (9434/97) de remoção de órgão. 
A vigilância pertence a quem possui a guarda. Mesmo se ele for devolvido o crime está consumado. 
Um exemplo do fim para qual se subtrai: evitar a perícia. 
Ocultar: Colocar o cadáver em local em que não possa ser localizado. Deve ser antes do sepultamento, se for após será violação de sepultura ou subtração. Se fizer parte do crime (enterrar pessoa viva) será um único delito. Se o cadáver for sepultado em desobediência à legislação vigente, incorre no art. 67 da LCP. 
O cadáver existe só não sabe o local onde esta. Pode ocultar de forma definitiva, ou seja, nunca mais localiza, ou temporária, quando encontra posteriormente, por exemplo, você joga no rio, e depois ele bóia e alguém vê. 
A destruição pode ter como fim a ocultação. A ocultação pode ser enterrando, jogando no rio;
Se p criminoso subtrai e oculta um cadáver comete só um crime. 
Elemento material:
Cadáver: é o corpo humano morto enquanto conserva sua aparência.
Quando você destrói alguém desmaiado, você está praticando o homicídio, pois está matando. Enterrar a pessoa viva é homicídio por sufocação ou soterramento, se jogou a pessoa viva na água e ela sumiu é homicídio também. Agora se primeiro mato e depois jogou na água é homicídio e ocultação. 
Natimorto e o feto: natimorto é o corpo expelido sem vida, é um cadáver, se estiver entre o embrião e o ovo não é crime de destruição de cadáver, é crime de aborto. 
O feto a partir do sexto mês é considerado cadáver. 
É feita a certidão de óbito do natimorto e do feto. 
Cinzas, múmias, esqueletos e o corpo decomposto: não se enquadra, não é cadáver.
6. Elemento subjetivo: Dolo não importa qual a finalidade do agente. 
O crime é doloso, eventual ou direto. O dolo é genérico, pois não exige finalidade. Culpa é atípica. 
7. Consumação e tentativa: Trata-se se um crime material, ou seja, precisa do resultado pra existir, pra consumação, se não atingi-lo é tentativa. Tentativa é possível, pois o crime necessita do resultado. 
Na destruição, com a eliminação total ou parcialmente: se não consegue destruir, é tentativa. 
Na subtração quando são retiradas da esfera da tutela de quem tem sua guarda (família ou vigia do cemitério): Quando saiu da vigilância consumou. 
Na ocultação com o desaparecimento ainda que temporário do cadáver ou parte dele: quando o sujeito ta abrindo a cova alguém chega, é tentativa, agora ele conseguiu enterrar, saiu e a policia pegou ele logo em seguida, consumou. 
8. Pena e ação penal
Pena: Reclusão de 1 a 3 anos e multa. 
Nos crimes tentados, há uma redução de 1 a 2/3 como base no artigo 14 parágrafo único. Se for mais de um cadáver será um delito por cadáver. 
Ação Penal: Pública e incondicionada. 
Aula – 03/03/2016
Art. 212 – Vilipêndio a cadáver
1. Conceito: Vilipendiar cadáver ou suas cinzas. 
Ultrajar a imagem do morto, por exemplo, deixa o corpo exposto e pratica o crime, também praticável contra as cinzas. 
2. Objetividade jurídica: sentimento de respeito aos mortos
3. Sujeito Ativo: pode ser qualquer pessoa, não existe nenhuma condição. 
4. Sujeito Passivo: é a coletividade e os familiares do morto
5. Elemento objetivo
Conduta: vilipendiar é tratar de maneira vil, desprezível, ofender a memória do morto. Por exemplo, entrar no velório e ofender o morto. 
Meios de execução: verbal, escrito, gestual, etc. 
Verbal é falar ofensas, e o escrito é quando escreve em papel e entrega para alguém, o expõem. 
Exemplos: necrofilia, mutilação, deformação ou atos de brutalidade dirigidos sobre o corpo inerte. 
Necrofilia é uma forma de desrespeito aos mortos, é o sexo com morto, prática de atos libidinosos no cadáver. 
Mutilação é quando corta em pedaços para macular a imagem, por exemplo, a vítima está morta e continua-se a efetuar disparos ou dar golpes de faca. 
Objeto material: cadáver, o corpo humano sem vida, e cinzas, que são os resíduos da cremação. Pode ser cometido em relação às partes do cadáver, ou o corpo em decomposição, bem como contra o esqueleto
Para que ocorra em cremação a pessoa deve deixar em vida por escrito ou parente de primeiro grau (pai, mãe, filhos ou irmãos) autorizar a mesma. Se a morte for violenta só pode cremar com autorização judicial. 
Como vilipendiar as cinzas? Urinar ou defecar sobre elas, ou, dispersá-las acintosamente. 
O vilipêndio também pode ser praticado contra esqueleto, múmia e corpo deformado. 
Deve ser praticado sobre ou junto o objeto material. Precisa estar junto do cadáver, falar mal no whats ou face não é vilipêndio. 
SVO – serviço de verificação de óbito verifica a causa da morte.
IML – é um órgão pericial, faz perícia, o corpo é examinado por um legista que constata a causa da morte e o autor do crime. O corpo é encaminhado quando a morte é violenta ou suspeita.
Necropsia – ato de abrir o corpo para constatar a causa da morte, etc. 
Transplante de órgãos: uma lei própria regula este ramo, impondo punições aqueles que a descumprirem. Não configura este delito, em face do art. 19 da lei 9434/97.
Dissecação do cadáver: a dissecação do cadáver pelos alunos de uma universidade que se trata de um estudo. Ainda que um aluno vem a brincar com partes do cadáver, também não haverá, pois por não saber quem era o falecido, não há ofensaa sua memória. 
O sujeito está praticando uma aula, quando brinca com as partes do corpo tem que ter o dolo específico de vilipendiar para configurar crime. Normalmente o corpo é uma doação da família, ou um indigente. 
Caso da filmagem do Cristiano Araújo – não é vilipêndio porque não tinha intenção de vilipendiar. 
6. Elemento subjetivo: Dolo que consiste em na vontade livre e consciente de aviltar o cadáver. A jurisprudência tem exigido um elemento subjetivo do tipo que é o elemento moral no desejo consciente de desprezar o corpo com a intenção de ultrajá-lo (RT 532/368). Não há previsão de culpa. 
É o dolo específico, ou seja, o desejo consciente de desprezar o corpo com a intenção de ultrajá-lo. 
O dolo precisa ser comprovado, se não for específico ou for culpa, é fato atípico. 
7. Consumação e tentativa
Consumação: consuma-se com o ato ultrajante (delito material) ou com o vilipêndio verbal (delito formal) junto ou sobre o cadáver ou suas cinzas. Se dá com a prática da conduta, a família não precisa se sentir ofendida.
Tentativa: é possível. Por exemplo, o criminoso vai La tira o corpo do congelador, abaixa as calças e quando estava prestes a praticar o ato sexual é flagrado. 
Crimes contra honra do presidente estão condicionados a representação do ministro da justiça. 
A tentativa não é possível quando o delito for formal, em que existe a ofensa verbal. 
8. Concurso de crimes
Formal – uma conduta dois resultados
Material – duas condutas dois resultados
Vilipêndio e calúnia do morto (art. 138 §2° CP) – Concurso formal
Imputar fato criminoso ao morto.
Vilipêndio e difamação ou injúria dos familiares (arts. 139 e 140) – Concurso formal.
Quando diz, por exemplo, que o morto é um corno atinge a sua mulher. 
Vilipêndio e perturbação ou interrupção de enterro ou cerimônia funerária (art. 209) – Concurso formal (o vilipêndio se dá durante o sepultamento ou velório falando impropriedades) ou material (se efetua um disparo, parando o sepultamento e jogando lixo no cadáver)
Impede que aconteça. 
Vilipêndio e violação de sepultura (art. 210) – concurso material 
Arromba a tumba
Vilipêndio e destruição, subtração e ocultação de cadáver (art. 211) – Concurso material (necrofilia e destrói o cadáver em seguida) ou absorve (se desde o inicio deseja ocultar o cadáver.
Cortar o cadáver para ocultar – o crime de ocultação absorve. 
9. Qualificação doutrinária: Doloso, ação livre, comum, material ou formal, instantâneo e plurissubsistente. 
10. Pena e ação penal
Pena: Detenção de 1 a 3 anos e multa.
Ação penal:Pública e incondicionada. 
Dos crimes contra dignidade sexual
Com a edição da Lei n° 12.015/09, foi alterado o título VI – dos crimes contra os costumes para dos crimes contra dignidade sexual. Alterou ainda os capítulos: 
	Cap. I
	Dos crimes contra a liberdade sexual
	Dos crimes contra a liberdade sexual
	Cap. II
	Da sedução da corrupção de menores
	Dos crimes sexuais contra os vulneráveis
	Cap. III
	Revogado
	Revogado
	Cap. IV
	Disposições gerais
	Disposições gerais
	Cap. V
	Do lenocínio e do tráfico de pessoas
	Do lenocínio e do tráfico de pessoas para fins de prostituição ou outra forma de exploração sexual.
	Cap. VI
	Do ultraje público ao pudor
	Do ultraje público ao pudor
	Cap. VII
	Não existia
	Disposições gerais 
A ação penal mudou para:
	CP art. 225 (redação anterior)
	CP art. 225 (redação atual)
	Regra: Ação Penal de iniciativa privada
	Regra: Ação penal pública condicionada à representação
	Exceção:
a) Ação penal pública condicionada à representação quando a vítima for pobre
b) Ação penal pública incondicionada se o ato é praticado com abuso do poder familiar, da condição de padrasto, tutor e curador. 
	Exceção: ação penal pública incondicionada quando a vítima for menor de dezoito anos ou se a vítima for vulnerável (doente ou deficiente mental que não tem discernimento sexual ou quem tem por qualquer causa, reduzida sua capacidade de resistência STF. 
	Súmula 608 STF – ação penal pública incondicionada quando houver violência real.
	Súmula 608 STF – se resultar lesão corporal leve, será condicionada; se resultar lesão grave ou morte, será incondicionada. 
Art. 217 A - não sabia a idade da vítima, é erro de tipo e exclui o dolo.
Estupro é ação penal pública condicionada a representação, uma vez autorizada pode retirar, através da retratação, até antes da denuncia. Prazo começa a contar dos 18 anos da vítima, tem seis meses para oferecer a autorização
Estupro de vulnerável é ação pública e incondicionada. Se o autor for o pai é incondicionada.
Art. 213 – Estupro
1. Conceito: violência sexual praticada contra alguém. 
2. Objetividade jurídica: salvaguarda da dignidade das pessoas.
3. Evolução histórica: Desde o direito romano, idade média, ordenações afonsinas, manuelinas e filipinas, código do império, código de 1890 e de 1940. 
Toda legislação tem estupro como crime e sempre com uma punição. A pena hoje é maior que no código de 1940. Em 1990 se tornou um crime hediondo. 
4. Sujeito Ativo: pode ser qualquer pessoa. 
5. Sujeito Passivo: pode ser qualquer pessoa. Se for um menor de catorze anos é o crime do art. 217 A, ou seja, não é sujeito passivo de estupro.
6. Elemento objetivo
Conduta: constranger é obrigar a fazer algo contra sua vontade, forçar. É a coação.
Elementos
Discordância da vítima: se a vítima estiver bêbada e drogada se enquadra num outro artigo, o 217 A §1°. Elementar do crime. 
Praticar: é uma conduta ativa da vítima, ou seja, fazer no autor, a pratica do sexo oral. Não se confunde com o núcleo do tipo. A vítima é sujeita pelo agente, este constrange e a vítima pratica ou permite a prática. 
Forma de cometer o estupro que supõe a participação mais ativa da vítima.
Permitir que com que este se pratique: é uma conduta passiva da vítima, ou seja, o autor praticar sexo com a vítima, anal ou carnal. Não se confunde com o núcleo do tipo. A vítima é sujeita pelo agente, este constrange e a vítima pratica ou permite a prática.
Forma de cometer o estupro que sugere uma atividade passiva da vítima, o qual é obrigado a suportar a conduta do agente. 
Meios de execução: violência física ou grave ameaça. 
A vis absoluta é a violência física, praticada contra vítima, e a vis relativa é a grave ameaça, que pode ser feita contra a vítima ou terceiro, por exemplo, ameaça matar x se b não praticar sexo. 
Se usada a fraude, é o crime de violência sexual mediante fraude, como por exemplo, o teste do sofá (Art. 215).
Exige-se resistência séria e inequívoca imposta pela vítima: a resistência precisa existir, e ser série e inequívoca. É fundamental, imposta pela vitima, não necessita que haja resistência violenta por parte da vítima, bastando seu dissenso. 
Não configura o estupro se a resistência não é sincera ou faz parte de um jogo de sedução.
Não configura o delito se no inicio houve a negativa, mas depois aquiesceu. Não se confunde se a vítima para de resistir por perceber que de nada adiantará. 
Se a vítima topou ir para o motel e depois desistiu e o criminoso teve a conjunção carnal, é estupro. 
Pode ser por ação ou omissão: omissão de quem tem o dever jurídico e não impede que seja realizado o ato. 
Ação é que pratica o ato ou permite que o faça.
Omissão por sua vez é quem tinha o dever jurídico de olhar e não o fez. Por exemplo, um estupro na prisão o carcereiro deveria vigiar. 
Pratica de mais de um ato libidinoso: o cometimento de mais de um ato libidinoso na mesma vítima configura um crime único, mas deve o juiz considerar a sua conduta na circunstância judicial (Art. 59)
Atos libidinosos e conjunção carnal: são todos os atos que tenham conotação sexual, ou seja, satisfação de lascívia. Abrange a conjunção carnal, masturbação, coito anal, sexo oral. 
Beijo na boca, ainda que “roubado” diverge na doutrina e jurisprudência se configura o crime de estupro. Para Alberto Silva Franco, Paulo José da Costa Junior, Cesar Bittencourt, Delmanto, Pierangeli e Nucci descaracteriza o estupro pelo principio da proporcionalidade para a contravenção penal. Damásio considera o beijo lascíviomediante violência ou grave ameaça estupro. 
A conjunção carnal é o que conhecemos como pênis e vagina, já o ato libidinoso que é de difícil definição, seria qualquer ato libidinoso diferente da conjunção carnal, como sexo oral e anal, tocar partes íntimas.
A doutrina diverge sobre o beijo, se seria ou não um ato libidinoso. É sempre bom ressaltar que a pena do estupro vale para conjunção carnal e para qualquer ato libidinoso, por isso sempre deve analisar a proporcionalidade da mesma. O juiz pode entender que não é estupro e qualificar no Art. 61 das contravenções penais, que a pena é em dias multa. Um advogado pode usar o principio da insignificância para defender o seu cliente de um ato libidinoso muito simples, e o réu ser absolvido. 
Não importa quantas condutas o agente cometa, configura um único crime. No estupro de vários dias a mesma pessoa, cada vez conta como um crime e as penas são somados. 
Aula – 10/03/2016
7. Elemento subjetivo
Primeiro ponto – não há estupro culposo. 
O tipo subjetivo aqui é o dolo. Formam-se duas correntes: 
Dolo específico: é quando o crime tem uma finalidade, quem defende esta teoria fala que o fim é a satisfação da lascívia ou libido. 
Há o elemento subjetivo específico. Exige duplo caráter, objetivo e subjetivo, em que o sujeito busque a satisfação da própria luxúria. 
Dolo genérico: é quando o crime não tem finalidade. Quem defende esta teoria diz que não é preciso demonstrar a lascívia. 
Não há elemento subjetivo do tipo. Não se exige que o agente tem a intenção de satisfazer sua lascívia. 
8. Consumação e tentativa
Consumação: consuma-se com a prática do primeiro ato.
O crime configura-se pelo constrangimento e o ato sexual, sendo assim, apesar do verbo do tipo penal ser constranger, para que haja a consumação precisa da prática de algum ato libidinoso.
Consuma-se com a prática do primeiro ato libidinoso envolvendo a vítima. O delito é de mera conduta, pois não se exige qualquer resultado naturalístico.
Tentativa: é possível a tentativa.
Se o criminoso só constranger a vítima cabe tentativa, por exemplo, ele leva um local x dizendo que irá estuprá-la, ele deixa claro que vai realizar o ato, e a policia chega antes de ele cometer o ato. O réu em sua defesa pode falar que não ia praticar.
Tem situações em que não cabe a tentativa como o caso do pênis não entrar na vagina, pois não estava ereto. Quando falamos no caso do toque em parte intima, não se admite tentativa, ou tocou ou não tocou. 
Momentos distintos: são dois momentos distintos, o ato de constranger, e o ato sexual. 
a) Inicial quando pratica a violência física ou grave ameaça contra a pessoa.
b) Posterior quando se pratica a natureza libidinosa. 
9. Qualificadora 
Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave
A lesão aqui pode ser culposa, ou seja, foi puxar a vítima e ela bate a cabeça e acaba se machucando. A lesão leve por sua vez, é absorvida pelo estupro. 
O que precisa ficar claro é que, para ser uma qualificadora, a lesão tem que ser decorrente do estupro, seja para facilitar a prática do crime, ou facilitar uma fuga, então temos a figura do crime preterdoloso, ou estupro qualificado. 
Tudo depende da intenção do agente, ele poderia querer só bater na vítima e depois resolveu estuprá-la, configura dois crimes, ou ele queria só estuprá-la e sem motivo algum resolver bater na vítima, dois crimes. 
Se a vítima é menor de dezoito anos ou maior de catorze anos, ou ainda, se tiver catorze anos – reclusão de oito a doze anos
Neste ponto há uma grande discussão doutrinária, pois se a vítima tiver catorze anos e um dia já é maior de catorze, mas e se ela tiver catorze anos exatos, o estupro ocorrer no dia do aniversário dela? Por enquanto ainda não há jurisprudência sobre o assunto, a doutrina entende que se tiver 14 anos completos está dentro. 
Se da conduta resulta morte – reclusão de doze a trinta anos
A pena aqui é a mesma do homicídio, sempre bom ficar claro que a morte tem que ser em decorrência do estupro, ou seja, os ferimentos do estupro causaram a morte, crime preterdoloso. Se estuprar e depois matar são dois crimes. 
A doutrina diverge se é crime preterdoloso ou não. 
10. Causas de aumento de pena (Art. 225)
Se acontecer todas as hipóteses de aumento, considerará o aumento só de uma, no caso a que mais aumenta (Art. 68 p.u.). na prova cita todas as hipóteses. 
Concurso de duas ou mais pessoas – aumenta de ¼ (Art. 226 CP)
O participe não precisa estar junto do autor na hora de praticar o delito, pode ter ajudado a armar a emboscada pra vítima, etc. 
Pessoas que exercem influência, parentesco ou autoridade – aumentam ½ (Art. 226 CP)
Seja autor ou participe aumenta.
Se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela. 
Se do crime resultar gravidez – aumenta ½ (Art. 234 A) 
Se do estupro resultar a gravidez. O estupro autoriza o aborto, no hospital é constatado e avaliado se houve o estupro, o relatório médico já autoriza o aborto. 
Se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador – aumenta 1/6 a ½ (Art. 234 A) 
Coloca a vítima em risco de contrair uma DST. A vítima precisa contrair a doença.
Se a intenção era transmitir aumenta 1/6 a ½. 
Se a vítima já tinha a mesma DST do autor é crime impossível. Se eles tinham DST diferente, se enquadra aqui. Se o autor contrair a doença da vítima, é impossível porque a vítima não tinha dolo de transmitir. 
11. Considerações 
Prova do crime: a principal prova é o exame de corpo de delito, é a mais importante, impede que qualquer outra prova a derrube. Art. 159 CPP obriga este exame. 
Não tem mais os vestígios? Provas são as testemunhas e o depoimento da vítima (Art. 195 CPP)
Bem como outros meios de prova. 
Casamento da vítima
No art. 107, no inciso VII que foi revogado, dizia que quando a vítima do estupro casava com o estuprador extinguia a punibilidade. Hoje em dia, ela pode até casar, não oferece efeito no direito penal.
O estupro que ocorre dentro do casamento é recente, porém uma vez oferecida a denúncia se continuar casado não da para voltar atrás. 
Casamento da vítima não extingue a punibilidade, mas a vítima pode renunciar ou desistir da representação em tempo. 
Segredo de justiça: processo tramita em segredo de justiça. (Art. 234 B)
12. Quadro comparativo das mudanças
	
	Legislação anterior
	Legislação atual
	Conduta
	Constranger
	Constranger
	Sujeito passivo
	Mulher
	Mulher/homem (exceto vulnerável)
	Natureza do ato libidinoso
	Conjunção carnal
	Conjunção carnal e ato libidinoso
	Pena
	6 a 10 
	6 a 10
	Lesão grave
	8 a 12
	8 a 12
	Morte
	12 a 25
	12 a 30
	Idade da vítima
	Não há
	8 a 12 
	Considerações
	Havia presunção de violência
	É o próprio tipo penal
Vítima com menos de 14 anos o consentimento é viciado
13. Qualificação doutrinária
Doloso, ação livre, comum, mera conduta, instantâneo, plurissubsistente. 
Art. 216 A – Assédio sexual
1. Conceito
O assédio sexual não deve ser confundido com o assédio moral, que faz parte de ação trabalhista e não tem conotação sexual. 
Um pressuposto importante é a relação de hierarquia, de trabalho, ou seja, algo que vem de cima pra baixo, sempre na vertical. 
É sempre o chefe assediando a funcionária, não necessariamente o chefe direto, por exemplo, um diretor abaixo dele um gerente e depois a funcionária, e quem assedia é o diretor.
Deve ter o temor de ser demitida, a ameaça de desemprego ou de não ser promovido, e claro ter a conotação sexual. 
2. Objetividade jurídica: salvaguarda da dignidade das pessoas (liberdade sexual, honra, direito a não discriminação ao trabalho e nas relações educacionais). 
3. Sujeito ativo: é próprio, existe uma condição, ou seja, que ele seja o superior hierárquico, que tenha relação de ascendência. 
Qualquer pessoa que esteja em condição de superioridade ou de ascendência (goza de poder ou influência) em relação à vítima. Excluem aqueles que exercem a mesma funçãoou sejam subordinados. 
4. Sujeito passivo: qualquer pessoa que seja subordinada. 
Qualquer pessoa que esteja na condição inversa ao sujeito ativo. 
5. Elemento objetivo: não exige a conjunção carnal ou ato libidinoso, pode ser o ato de mandar uma imagem pornô para um funcionário, falar qualquer obscenidade, fazer uma massagem. O ato da conjunção carnal ou libidinoso seria um mero exaurimento. O elogio pode ser, como pode não ser, pode ser somente má colocação. 
Não exige a reiteração da prática, e quer obter um favorecimento. 
São condutas que causem constrangimento a fim de ter o ato sexual, não precisa do ato para consumar, se tiver é mero exaurimento.
Um relatório médico pode ser divulgado se a parte, ou as partes (casal) autorizarem. 
É um crime difícil de ser provado, pois as testemunhas têm medo da demissão. 
Beijo roubado.
Conduta: constranger é coagir, obrigar alguém a fazer algo contra a sua vontade, forçar. 
Como não tipifica o que é obrigado a fazer ou deixar de fazer, o ato de constranger significa incomodar, importunar, envergonhar, ou embaraçar alguém. O ato de fazer gracejos ou elogios, ainda que inconvenientes não configurem o tipo. 
Não se exige a ameaça grave. Pode inclusive prometer uma vantagem (promoção) ou uma desvantagem (não conceder as férias). Se a ameaça for grave configura o estupro. 
Não haverá o crime se o assédio não for laboral, tais como, relações domésticas, de coabitação ou hospitalidade ou abuso de poder inerente a ofício ou ministério. 
Meios de execução: é um crime de ação livre, ou seja, podem ser verbal, escrito, gestos e atos. Ex: beija a funcionária, apalpa-lhe as nádegas, pede-lhe uma massagem, troca de roupa em sua presença, convida para ir ao motel, mostra suas partes íntimas, etc. 
6. Elemento subjetivo: só cabe a forma dolosa. 
O tipo subjetivo é o dolo específico. O fim do agente é obter vantagem ou favorecimento sexual. Pode ser a vantagem sexual para o próprio agente ou para terceiro. Se este tiver conhecimento, concurso de pessoas. 
7. Consumação e tentativa
Consumação: consuma-se com a prática do constrangimento, independentemente da obtenção da vantagem ou favorecimento sexual. 
Tentativa: a tentativa é possível, por exemplo, alguém chega na hora da investida. Ou quando for por escrito.
8. Causas de aumento de pena
Aumenta-se de um terço se a vítima for menor de dezoito anos (Art. 216 A §2°)
Aumenta-se um quarto, se o crime é cometido com o concurso de duas ou mais pessoas (Art. 226 I)
Aumenta-se de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela (Art. 226 II). Não se aplica se for empregador da vítima. 
Aumenta-se da metade, se do crime resultar gravidez (Art. 234 A).
Aumenta-se de um sexto até a metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador (Art. 234 A). 
9. Pena e ação penal
Pena: 1 a 2 anos de detenção. 
Aula – 24/03/2016
Art. 217 A – Estupro de vulnerável
1. Introdução: Proteção ao menor de 18 anos contra os crescentes abusos sexuais e prostituição infantil.
No antigo código previa a presunção de violência quando a vítima era menor de 14 anos ou não tinha capacidade de resistência. O legislador então trouxe para o CP o novo artigo, sem a presunção, e assim não tem margem para interpretação, não abre para provar. 
Vários tratados internacionais:
a) Decreto n° 5017, de 2004, que combate o crime organizado transnacional, relativo à punição, repressão e prevenção de tráfico de pessoas, incluído mulheres e crianças, advindo do protocolo adicional a convenção da ONU.
b) Decreto n° 5007/2004 – combate a venda ou tráfico de crianças para prostituição infantil e, também, para pornografia infantil. 
c) Decreto n° 5948/2006 – Política nacional contra o tráfico de pessoas.
d) Decreto n° 6347/2008 – Plano nacional de enfrentamento tráfico de pessoas. 
2. Conceito: Ter conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 14 anos. 
Pessoa que não tem como se defender, o vulnerável.
3. Objetividade jurídica: Sadio desenvolvimento sexual e liberdade física ou psíquica, em matéria sexual. 
4. Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa. 
5. Sujeito Passivo: é o menor de 14 anos (presunção absoluta acerca do consentimento); pessoa portadora de enfermidade ou deficiência mental (presunção relativa acerca da resistência, pois ela não tem o discernimento); pessoa que se encontre impossibilitada de oferecer resistência à prática do ato sexual (presunção relativa)
Aqui protege quem tem 14 anos incompletos, ou seja, 13 anos 11 meses e 29 dias.
Para aqueles que são portadores de enfermidade ou deficiência mental, o juiz avalia a capacidade de resistência do agente, ou seja, se aquilo tornou a pessoa incapaz de ter discernimento. Por exemplo, o oligrafênico tem três fases: o débil mental tem certo discernimento e não é vulnerável, enquanto o imbecil e o idiota não têm capacidade de discernimento e resistência. 
 Uma pessoa sadia, com mais de 18 anos, se sofrer estupro, pode enquadrar neste artigo se esta sofreu alguma coisa que impossibilitou a defesa, a resistência, como a embriaguez, não importante se ela se embriagou ou foi embriagada, a droga, o caso do Dr. Roger Abdel Massi, etc. 
6. Elemento objetivo: a conduta é ter conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso. 
Aqui envolve a conjunção carnal, pênis vagina, e claro, sexo oral, anal, toque em partes intimas, e etc. 
- Não existe a necessidade de ter sido praticado com violência ou grave ameaça ou fraude. Se ocorrer, o juiz pode valorar na fixação da pena.
Crime será o mesmo com ou sem a violência ou a grave ameaça, cabendo ao juiz fazer a dosimetria da pena considerando tais fatores. 
- Quem pratica o ato sexual é o agente. Se o agente assiste ao ato sexual praticado por terceiro, sem ter concorrido, somente o terceiro comete o crime.
Responde quem pratica o ato sexual e não quem assiste. 
Só responde quem presencia um ato destes, se quem presenciou tem o dever jurídico de prestar assistência, respondendo por omissão.
Quem assiste ao ato não comete o crime, agora se colabora para tal ato, responde. 
Se o agente induz alguém a assistir, responde quem está induzindo (art. 218 A)
- Se o agente induz ao menor presenciar o ato sexual, comete o crime do artigo 218 A. 
- Se o agente aplicar violência ou grave ameaça na vítima tornando-a sem resistência será assim caracterizado. Ex: obriga a tomar um anestésico, desfere golpes e fica inconsciente. 
Se usou da violência e isso reduziu o discernimento, é 217 A.
7. Elemento subjetivo: Dolo. 
- Se o agente não conhece daquelas situações de vulnerabilidade, haverá o erro de tipo. 
Tese muito usada na defesa, não sabia que a vítima era menor. 
8. Consumação e tentativa
Consumação: Consuma-se com o ato libidinoso ou a conjunção carnal. 
Praticou o ato está consumado. 
Tentativa: a tentativa é possível o ato sexual não é praticado. 
Não chega a praticar a conjunção carnal e claro anteriormente nenhum outro ato libidinoso tenha sido praticado. 
9. Qualificadoras
Se resultar lesão grave (art. 217 A §1°) – Pena é reclusão de 10 a 20 anos
Normalmente ocorre a lesão grave, a dosimetria da pena será de acordo com o grau da lesão. 
Se resultar morte (Art. 217 A §2°) – Pena é reclusão de 12 a 30 anos. 
A morte tem que ser decorrente do estupro, se não for, dois crimes. 
10. Causas de aumento
Concurso de duas ou mais pessoas – ¼ (art. 226 I)
No concurso de crimes não precisa que o participe esteja presente na cena do ato.
Parentesco ou relação de trabalho ou autoridade – ½ (art. 226 II)
Resulta-se gravidez – ½ (art. 234 A III)
Se houver gravidez autoriza o aborto. Se há um conflito entre a vítima que quer ter o bebe, e os pais que não querem que esta tenha, será resolvido na justiça por meio de uma ordem judicial. 
Transmitem-se DST – 1/6 até ½ (art. 234 A IV)
11. Pena e ação penal
Pena: Reclusão de 8 a 15 anos. 
Ação Penal: pública incondicionada (Art. 225 p.u.)
- Segredo de justiça(art. 234 B) 
Por se tratar de vulneráveis processo corre em segredo de justiça. 
Art. 218 – Corrupção de Menores
Este artigo ele tem uma conotação sexual. É idêntico ao art. 227, tendo como única diferença a idade do sujeito passivo. 
1. Conceito: Induzir alguém menor de 14 anos a satisfazer lascívia de alguém. 
O agente não pratica o ato sexual, ele induz o menor a procurar uma pessoa.
O cafetão se enquadra no 218 B, pois, coloca como mercadoria. 
É uma situação muito específica, pede que o menor procure alguém, um alguém determinado, sabendo o que vai acontecer lá. 
2. Objetividade jurídica: Dignidade sexual, protegendo o menor de 14 anos contra influência de terceiros que possam corrompê-lo ou prejudicar seu sadio desenvolvimento sexual. 
3. Sujeito ativo: Qualquer pessoa, excluindo aquele que praticou o ato sexual, respondendo pelo art. 217 A ou 218 A.
O sujeito ativo é um intermediário, quem pratica ato sexual, ou algo do gênero, será um terceiro, ele é um mediador entre a vítima, menor de 14 anos, e o beneficiado. O sujeito ativo precisa saber a finalidade do menor está indo lá. 
4. Sujeito passivo: é o menor de 14 anos, inclusive o já corrompido. 
5. Elemento objetivo: a conduta é induzir, é aconselhar, instigar, persuadir, incutir, levar a vítima à lascívia de outrem. 
Induzir é criar a ideia, pode ser por chantagem, é uma forma de aliciar. 
- Lascívia é a luxúria, sensualidade, libidinagem.
Não precisa do ato sexual, ou seja, pode ou não acontecer. 
- É uma espécie do art. 227 caput, porém praticado com menor de 14 anos.
- Não se exige a prática do ato sexual ou ato libidinoso. Se houver? Haverá estupro de vulnerável (participe) ou o art. 218? Seria aplicado o art. 218 se o ato é anterior e não ultrapassar o simples induzimento. Estaria ferindo a teoria monista. 
Quem pratica o ato sexual com o menor responde pelo que praticou. 
- Se induzir o menor a assistir ato sexual, cometerá o art. 218 A
- Tem que satisfazer lascívia de pessoa determinada, sob pena de incidir o art. 218 B.
- Ex: assistir a um strip-tease, poses eróticas. 
6. Elemento subjetivo: dolo. Não tem forma culposa.
- Se o agente não conhece a idade da vítima, configura o erro de tipo.
7. Consumação e tentativa
Consumação: consuma-se com o resultado que é conseguir influenciar a pessoa a praticar o ato libidinoso ou a conjunção carnal com terceiro. Se o ato sexual for praticado, ocorrerá o exaurimento. 
Consuma com o induzimento, com o criar da ideia. 
Se a vítima desiste no meio do caminho é crime consumado, não precisa da prática de nenhum ato.
Tentativa: A tentativa é possível se a vítima não cede às suas vontades. 
Se o agente induz e a vítima não concorda. 
8. Pena e ação penal
Pena: Reclusão de 2 a 5 anos. 
Art. 218 caput – pena de 2 a 5 anos, quando é menor de 14. 
Art. 227 – pena de 1 a 3 anos quando a vítima é maior de 18 anos.
§1° 2 a 5 anos – se a vítima for maior de 14 anos e menor de 18 anos, se tiver 14 anos já entra aqui. 
Ação penal: Pública e incondicionada (art. 225 p.u.)
- Segredo de justiça (Art. 234 B)
9. Causas de aumento
Concurso de 2 ou mais pessoas – ¼ (art. 226 I)
Parentesco ou relação de trabalho ou autoridade – ½ (art. 226 II)
Resulta-se gravidez – ½ (art. 234 A III)
Transmitem-se DST – 1/6 até ½ (art. 234 A IV)
Art. 218 A – Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente
1. Conceito: Praticar, na presença de alguém menor de 14 anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem. 
Leva a criança, menor de 14 anos, para assistir ato sexual. 
2. Objetividade jurídica: Dignidade sexual, protegendo o menor de 14 anos contra influência de terceiros que possam corrompê-lo ou prejudicar seu sadio desenvolvimento sexual. 
Protege a dignidade sexual do menor de 14 anos, este precisa adquirir maturidade para assistir. 
3. Sujeito ativo: Qualquer pessoa que venha a praticar sexo na frente do menor. 
Trata-se de crime comum.
4. Sujeito passivo: é o menor de 14 anos e só! 
5. Elemento objetivo: Fazer com que pessoa menor de 14 anos assista a ato sexual envolvendo o próprio agente ou outras pessoas.
Fazer com que o menor assista, presencie o ato sexual, como a vítima chegou é indiferente, importante que seja tudo ao vivo. 
- Premissa do crime é a intenção de satisfazer a própria lascívia ou de terceiros pelo fato do ato sexual estar sendo presenciado pelo menor de 14 anos. Deve ser pessoa determinada. 
Pode ter a figura do intermediador, ou seja, pode ser o sujeito ativo praticando, ou este só induziu e um terceiro praticou. 
- O menor de 14 anos não pratica o ato sexual, pois se assim fizer, haverá o crime de estupro de vulnerável
O menor é um espectador. 
- Ele assiste ao ato sexual (ao vivo). Se persuadi-lo a assistir a filme pornográfico e tiver menos de 12 anos, será o art. 241 D do ECA.
O menor não pratica o ato sexual. 
- Se o crime for praticado com maior de 14 anos para satisfazer lascívia alheia, será tipificado no art. 227 §1, mas se for para satisfazer lascívia própria, o fato é atípico. 
6. Elemento subjetivo: dolo específico (satisfazer a lascívia). 
- Se o agente não conhece a idade da vítima, configura o erro de tipo.
7. Consumação e tentativa
Consumação: Consuma-se no instante em que o menor de 14 anos de idade presencia o ato sexual
Tentativa: A tentativa é possível se a vítima, no instante em que as pessoas começam a tirar a roupa, sai correndo ou chega alguém que impede o ato ser realizado. 
Se não assiste, ou ta nos preparativos e algo dá errado. 
8. Pena e ação penal
Pena: Reclusão de 2 a 4 anos
Ação penal: Pública incondicionada (Art. 225 p.u.)
- Segredo de justiça (art. 234 B)
9. Causas de aumento
Concurso de 2 ou mais pessoas – ¼ (Art. 226 I)
Parentesco ou relação de trabalho ou autoridade – ½ (Art. 226 II)
Art. 218 B – Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual do vulnerável
1. Conceito: Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual, alguém menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que abandone. 
Quem obtém lucro por levar alguém a prostituição pratica crime. 
Pessoa que vai se prostituir é menor de 18 anos. O art. 228 é o mesmo tipo penal, mas, a idade distingue, pois ai já é o maior de 18 anos 
2. Objetividade jurídica: Dignidade e moralidade sexual do menor de 18 anos, bem como proteger a saúde ou outros riscos decorrentes da prostituição. Vide art. 227 §4° CF
Existem formas que são coagidas, quer sair e não deixam. 
3. Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
4. Sujeito passivo: É o menor de 18 anos ou o maior de 18 anos que, em razão da enfermidade mental, não tenha discernimento necessário para entender a prostituição ou a exploração sexual. Se for menor de 14 anos, será estupro de vulnerável. 
Não tem o discernimento. Menor de 14 tem os dois crimes, este e o 217 A. 
5. Elemento objetivo: as condutas são submeter (sujeitar), induzir (persuadir) ou atrair (levar à), facilitar (criar melhores condições), impedir (obstar) ou dificultar (colocar obstáculos) que a abandone a prostituição. 
É mais fácil submeter um menor do que um maior. Induzir pode ser convencer com dinheiro, facilitar pode ser oferecendo salão de beleza, obsta falando que tem dívidas. 
O art. 228 são os mesmos atos, menos submeter. 
- Convencer alguém a se prostituir ou de se submeter a outras formas de exploração sexual; colaborar para que a pessoa se prostitua. Ou impedir ou dificultar que abandone a prostituição. 
- Introduzir no mundo da prostituição, apoiá-la materialmente enquanto exerce e impedir que ela abandone
- A conduta não visa ao prazer de pessoa determinada. 
Faz para qualquer um. Se o 218 tem reiteração já cai para o 218 B.
São pessoas indeterminadas. 
Prostituição: consiste na prática de atos sexuais com um número indeterminado de pessoas de forma habitual e com o intuito de lucro. A prostituição não é crime, mas a exploração sim. 
É imoral, não ilegal.Exploração sexual: é uma atividade diferente da prostituição em que o agente vise à obtenção do lucro com o emprego da sexualidade. 
Não precisa do ato sexual, o ato sensual já basta. 
- Pode ser praticado por ação ou omissão (tem o dever jurídico de impedir)
- Tem que saber da enfermidade ou deficiência (perícia)
- Não necessita haver a habitualidade, bastando uma única vez.
É importante para provar. 
- Não precisa obter lucro (se houver, aplica-se a pena de multa). 
6. Elemento subjetivo: dolo genérico. 
- Se o agente não conhece a idade da vítima ou a situação de enfermidade ou discernimento, configura o erro de tipo. 
7. Consumação e tentativa
Consumação: consuma-se com a prática dos atos descritos no tipo, não havendo a necessidade da prática de nenhum ato libidinoso. As duas últimas condutas (impedir ou dificultar) trata-se de crime permanente. 
Não precisa que a vítima pratique a prostituição. 
Tentativa: a tentativa não é possível. 
8. Condutas equiparadas
- Quem pratica conjunção carnal ou ato libidinoso com as pessoas maiores de 14 anos e menores de 18 anos de idade que se encontre nas situações da prostituição. Se for menor de 14 anos, será estupro de vulnerável por quem aliciou à prostituição, bem como por quem realizou o ato sexual.
- O proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput (o local terá sua licença cassada).
9. Causas de aumento
Concurso de 2 ou mais pessoas – ¼ (art. 226 I)
Parentesco ou relação de trabalho ou autoridade – ½ (art. 226 II)
Resulta-se gravidez – ½ (art. 234 A III)
Transmitem-se DST – 1/6 até ½ (art. 234 A IV)
10. Pena e ação penal
Pena: Reclusão de 4 a 10 anos
Ação penal: Pública Incondicionada (art. 225 p.u.)
- Segredo de justiça (art. 234 B)
Aula – 31/03/2016
Art. 231 – Tráfico internacional de pessoas para fim de exploração sexual
A diferença deste artigo, para o 231 A, é que neste leva para fora do país, e no outro fica aqui dentro, os demais pontos são iguais. 
1) Conceito: Tráfico de pessoas para fins de exploração sexual. 
O legislador especificou que é para fins sexuais, ou seja, só haverá crime se for para a exploração ou prostituição, se for por qualquer outro motivo é fato atípico. A vítima já vai com a finalidade, porém, por exemplo, a mulher vai para procurar emprego, não encontra nada e acaba se prostituindo não se enquadra aqui. 
Considerações iniciais: A ONU tem combatido o comércio de pessoas para fins sexuais.
A adoção do protocolo das nações unidas para prevenir, suprimir e punir o tráfico de pessoas, especialmente mulheres e crianças.
Estima-se de 700 mil a 4 milhões de pessoas são traficadas por ano para este fim. 
2) Objetividade jurídica: Evitar a mercancia de pessoas para fins sexuais. 
3) Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa. Normalmente são quadrilhas. Posso ser levada para transplantes de órgãos, ou seja, tráfico se órgãos. 
4) Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa, se for menor de 18 anos, ou que possua enfermidade ou doença mental, aplica-se a regra do §2° do art. 231. 
O fato de o ofendido consentir com a prostituição ou a exploração sexual, não afasta o delito. 
5) Elemento objetivo: as condutas são promover (dar impulso, diligenciar para que se realize) e facilitar (ajudar, dar apoio moral ou material).
Promover pode ser entendido também como a criação de uma situação, ajuda moral ou material para realizar o fato. 
Facilitar é qualquer outra forma, como a intermediação.
A lei n° 12015/2009 suprimiu a conduta intermediar, mas não deixa de ser o partícipe do delito.
Algumas condutas estão no caput, outras no §1°. 
Pouco importa se a vítima sabia ou não do que ia ocorrer, ou se ela já era prostituta. Se ela for enganada, ou seja, não sabia, há o aumento de pena, por exemplo, promete um emprego quando ela chega lá é para se prostituir. 
Exige-se que a pessoa seja enviada para o estrangeiro ou de lá para o Brasil. Se for dentro do território nacional, aplica-se o art. 231 A.
Não importa o meio de transporte, precisa sair do território. Não precisa iniciar a prostituição, saiu do território configura o delito. Entre dois países.
Se for entre dois estados, é interno, aplica o 231 A, mas precisa ser entre cidades de estados diferentes, se for entre municípios do mesmo estado não configura o delito.
O escopo do envio seja para a prostituição ou para exploração sexual. 
O crime ainda existe mesmo que o destino não seja o Brasil ou a origem do translado, bastando ser parte da rota. 
Uma moça seria traficada da Argentina para Miami, e parou por aqui, configura o crime. 
Condutas equiparadas: agenciar (atuar como agente ou gerente do negócio), aliciar (atrair, seduzir) ou comprar a pessoa traficada; ou sabendo da sua condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. 
Agenciar aqui no Brasil, ou no exterior, levar as pessoas.
Aliciar é induzir a pessoa.
Comprar tanto aqui quanto no exterior. Todos os países têm aderido ao tratado. Por exemplo, uma brasileira é comprada no exterior, e neste país não tem lei que trate sobre o tema, aplicamos a lei brasileira, principio da extraterritorialidade. 
Se fez tudo pela internet, e veio para cá receber as meninas, responde pela lei brasileira. 
Tem quadrilha que tem aqui e no exterior, ai neste caso, responde só uma vez, mas pode ser processado nos dois lugares. 
As três últimas condutas o sujeito tem que saber que as vítimas estão nesta condição para responder. Transferir sempre será de um lugar pra outro. Alojar é quando faz permanecer num hotel, por exemplo, sob cuidados sabendo que a moça foi traficada. 
6) Elemento subjetivo: dolo específico (fim de explorar sexualmente ou prostituição).
7) Consumação e tentativa
Consumação: consuma-se com o ingresso no território nacional ou com sua saída com destino ao território estrangeiro. Não é necessário que ela chegue a se prostituir ou explorá-la. 
Essa saída ou entrada ocorre depois que passa pela imigração, enquanto não passar está em território neutro, é tentativa, não consumou. 
Tentativa: A tentativa é possível. (exemplos: a pessoas não consegue embarcar). 
Policial para o transporte antes de chegar no aeroporto. 
8) Pena, ação penal e competência
Pena: Reclusão de três a oito anos e multa (se houver o fim de lucro - §3°)
Ação penal: Pública Incondicionada
Competência: Justiça federal.
9) Causas de aumento (1/2)
Se a vítima menor de 18 anos
Se a vítima possui enfermidade ou deficiência mental
Nestas duas primeiras situações a vítima é mais fácil de ser iludida. 
O sujeito ativo é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador ou ainda assumiu a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância
Emprego de violência, grave ameaça e fraude. 
Grave ameaça é a vis relativa, o constrangimento moral, e a violência, é a vis absoluta. 
Fraude pode ser em relação a destinação da viagem, não sabia que a finalidade era o tráfico. 
Art. 231 A – Tráfico interno de pessoas para fim de exploração sexual
1) Conceito: Tráfico de pessoas para fins de exploração sexual dentro do território nacional. 
2) Objetividade jurídica: evitar a mercancia de pessoas para fins sexuais.
3) Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa.
4) Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa, se for menor de 18 anos, ou que possua enfermidade ou doença mental, aplica-se a regra do §2° do art. 231. 
O fato de o ofendido consentir com a prostituição ou a exploração sexual, não afasta o delito. 
5) Elemento objetivo: as condutas são promover (dar impulso, diligenciar para que se realize) e facilitar (ajudar, dar apoio moral ou material)
A lei n° 12015/2009 suprimiu a conduta intermediar, mas não deixa de ser o partícipe do delito.
Exige-se que a pessoa seja enviada para outro município, do mesmo ente federativo ou não. 
O escopo do envio seja para a prostituição ou para exploração sexual. 
Condutas equiparadas: agenciar (atuar como agente ou gerente do negócio), aliciar (atrair, seduzir) ou comprar a pessoa traficada, ou sabendo da sua condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la.6) Elemento subjetivo: dolo específico (fim de explorar sexualmente). 
7) Consumação e tentativa
Consumação: consuma-se com o deslocamento da vítima dentro do território nacional. Não é necessário que ela chegue a se prostituir ou explorá-la. 
Tentativa: é possível. 
8) Pena, ação penal e competência
Pena: Reclusão de dois a seis anos e multa (se houver o fim de lucro - §3°)
Ação penal: pública incondicionada.
Competência: justiça comum. 
Aqui a pena é menor, e a justiça comum, mas ai vem a duvida, qual estado aprecia o caso? Os dois são competentes para tanto, quem primeiro praticar o ato manda tudo para lá (prevento), mesmo se tudo se consumou em outro estado. 
9) Causas de aumento (1/2)
Se a vítima menor de 18 anos
Se a vítima possui enfermidade ou deficiência mental
O sujeito ativo é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador ou ainda assumiu a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância.
Emprego de violência, grave ameaça e fraude. 
Art. 273 – Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais
1) Conceito: Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
2) Contexto histórico: Lei n° 9677/98 – lei dos remédios (androcur e microvlar ) – além de elevar a pena, incluiu outras condutas e bens jurídicos (cosméticos, insumos farmacêuticos, saneantes e os de uso de diagnóstico). Lei n° 9695/98 – crimes hediondos. 
Em 98 houve esta alteração na lei, pois, medicamentos eram falsificados e causavam prejuízo, o legislador, então, agravou a pena do crime já existente. Já começa em regime fechado, e incluiu outras substâncias, tornou a figura hedionda, inclusive até a forma culposa, que depois foi corrigido. 
3) Objetividade jurídica: Saúde pública. 
Todo remédio é patenteado. O genérico apesar de ter autorizado a quebra da patente, continua até hoje, junto com ele surgiu o similar, onde o principio ativo existe, mas a composição não é a mesma, e claro, mais barato. 
No nosso pais não é falsificação porque a lei autoriza. 
4) Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Tanto industria quanto pessoa física. É um crime de difícil comprovação por isso a necessidade de verificação constante. 
5) Sujeito passivo: A coletividade e depois as pessoas afetadas pelo crime. 
6) Elemento objetivo
Falsificar: empregar substância diferente das que entram na composição de um medicamento, ou seja, utiliza substância diversa da que devia. Contrafazer dando o que não é original a aparência de sê-lo. 
Põe outra substância, a eficácia não é a mesma. 
Corromper: estragar, tornar podre, infectar. 
Não vai mais servir, estraga o que já existe, pode ser uma tentativa de derrubar a concorrência. 
Adulterar: Modificar para pior. 
Alterar: alterar, mudar, transformar. 
Transforma em outro, acrescenta substâncias, muda a matéria prima. 
Deve haver uma nocividade positiva (torna-se prejudicial á saúde) ou negativa (reduzindo ou eliminando suas propriedades terapêuticas ou curativas). Produz perigo concreto. Se reduzir suas propriedades, sem, contudo causar dano ao bem-estar orgânico das pessoas, a melhor solução será aplicar o art. 7° da lei 8137/90.
Negativa é aquela que não produz efeitos, o laudo pericial define se é positiva ou negativa. Ele também prova o perigo ou o dano, ninguém precisa ter sofrido conseqüência. 
Quando uma coisa não é medicamento, não tem exigências. Quando importamos produtos precisamos da anuência da ANVISA.
Fitoterápico e a homeopatia não são medicamentos. 
A conduta deve recair sobre produto terapêutico ou medicinal (norma penal em branco).
É qualquer objeto produzido ou fabricado destinado a aliviar, tratar ou curar pessoas enfermas. 
a) Medicamento: (art. 3° II lei 5991/73) é o produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnósticos.
b) Insumos farmacêuticos: (Lei n° 5991/73) correspondem à droga ou matéria-prima aditiva ou complementar de qualquer natureza, destinada ao emprego em medicamentos e seus recipientes. 
c) Matérias – primas: (art. 3° XII lei 6360/76) são substâncias ativas ou inativas que empregam na fabricação de medicamentos ou outros produtos descritos na lei. 
d) Cosméticos: (art. 3° V lei 6360/76) são produtos para uso externo, destinados à proteção ou ao embelezamento das diferentes partes do corpo. 
e) Saneantes: (art. 3° VII lei 6360/76) são substâncias ou preparações destinadas à higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar ou ambiente coletivo e no tratamento de água. Ex: inseticida, raticida, desinfetantes, detergentes. 
Todo tipo de produto de limpeza como cloro, detergente. Tem autorização para fabricar e comercializar. 
f) Produtos de uso diagnóstico: utilizados para aferir o conhecimento de determinada doença, ou seja, empregador para a análise laboratorial. Por exemplo, tomar iodo para fazer uma tomografia. 
7) Elemento subjetivo: dolo.
Admite a forma culposa, pena de 1 a 5 anos e multa. 
8) Consumação e tentativa
Consumação: por tratar de um crime de perigo, consuma-se a prática de qualquer das condutas, independentemente de qualquer resultado ou do efetivo consumo por qualquer pessoa. 
Basta a prática das condutas, não precisa do dano. 
Tentativa: a tentativa é possível. 
9) Pena e ação penal
Pena: reclusão de dez a quinze anos e multa. 
Ação penal: Pública incondicionada (art. 225 p.u.)
10) Figuras equiparadas: são problemas administrativos. Quem comercializa e transporta precisa de registro. 
Quem pratica as ações previstas no §1° em relação a produtos em qualquer das seguintes condições:
I – sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente (infração administrativa)
II – em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior (infração administrativa)
III – sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização (infração administrativa)
IV – com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade (infração administrativa)
V – de procedência ignorada (infração administrativa)
VI – adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente (infração administrativa)
11) Culposo: Se culposo a pena é de detenção de um a três anos e multa. 
12) Causas de aumento (art. 285 c/c art. 258)
No crime doloso
Resulta-se lesão corporal grave – aumenta de metade (art. 258 1ª parte)
Resulta-se morte – a pena é dobrada
No crime culposo
Resulta-se lesão corporal – aumenta da metade
Resulta-se morte – aplica a pena do homicídio culposo aumentada de 1/3
13) Quadro de penas
	
	Simples
	Lesão corporal
	Morte
	Doloso
	Reclusão de 10 a 15 anos e multa
	Reclusão de 15 a 22 anos e 6 meses e multa
	Reclusão de 20 a 30 anos e multa. 
	Culposo
	Detenção de 1 a 3 anos e multa
	Detenção de 1 ano e 6 meses a 4 anos e 6 meses e multa
	Detenção de 1 ano e 4 meses a 4 anos e multa
Aula – 07/04/2016
Art. 286 – Incitação ao crime
Primeiro ressaltamos que, não podemos confundir este tipo penal com a participação no delito. 
Quem comete este crime incentiva a prática do crime publicamente, direcionado a um número indeterminado de pessoas. Fala num geral, num discurso, por exemplo, quem discursa fala para invadir determinado lugar, agredir determinadas pessoas.
Quem comete este crime, não responde pelos crimes que forem praticados por aqueles que foram incitados. 
Art. 287 – Apologia de crime ou criminoso
Apologia é fazer um elogio, valorizar um crime ou pessoa criminosa. Não tem apologia a contravenção penal. 
Por exemplo, uma música que fala de crime, ou um discurso a um condenado. Trata-se de algo extremamente subjetivo, por exemplo, se a musica estiver dentro de um contexto artístico, num show, já não seria apologia. 
Art. 288 – Associação criminosa
1) Conceito: associarem-se três ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes. (alterada pela lei n° 12850/13).
A associação é montada com a finalidade, para a prática de mais de um delito, mesmo se não praticar,já consumou o tipo penal. A associação formada pra praticar um delito específico não se enquadra neste tipo penal. 
O crime de tráfico já falava em três pessoas, porém o nosso código penal só foi alterado porque nosso país aderiu a convenção de Palermo. 
2) Objetividade jurídica: Paz pública.
Por ser uma forma mais estruturada, gera mais violência, é mais difícil de pegar, traz mais riscos, é preciso reprimir, esse crime é um ato preparatório. 
3) Sujeito ativo: Qualquer pessoa. É um crime de concurso necessário, em que se exigem no mínimo três pessoas. 
É obrigado a ter três pessoas, mesmo se no meio tiver menores de idade a conseqüência será o aumento de pena. Se a associação for apenas de menores, ou seja, três ou mais, menores de idade, será a associação criminosa do ECA, é um ato infracional com uma medida diferente, a internação na fundação casa. 
4) Sujeito passivo: a coletividade. É um crime vago. 
5) Elemento objetivo: a conduta associar significa reunir-se em sociedade, agregar-se ou unir-se.
Associar é reunir em grupo de pessoas. Como provar que estão se reunindo para praticar crimes? Prova no curso do processo.
Há um acordo de vontades dos integrantes no sentido de juntarem seus esforços para cometerem crimes. 
Não se exige que todos os integrantes sejam imputáveis (concurso impróprio), salvo se a idade do integrante for muito baixa, em que não tem a mínima noção de sua participação. 
É possível o concurso de crime de associação com outro delito em que qualifique, ou seja, uma causa de aumento de pena o fato de ter sido praticado por duas ou mais pessoas. A justificativa é que a associação é um crime autônomo que independe da prática de outros crimes, assim como os bens jurídicos são diversos. Há a posição contrária (bis in idem). 
É possível o concurso de crime de associação com o furto aumentado pelo número de pessoas envolvidas, por exemplo. 
O objeto da conduta é a finalidade de cometer crimes. Se for para cometer contravenções penais, não configura o delito. 
Por exemplo, se reunir para prática do jogo do bicho, ou bingo, não se enquadra no art. 288. 
Não é necessária a prática de mais de um crime, desde que se possa revelar pelas dimensões objetivas e subjetivas do modus operandi. 
Finalidade específica de cometer crimes determinados, pois se forem reunidas pessoas que não tem a menor noção do que irão fazer, não configura o delito. 
Tem que ter certa estrutura. 
6) Elemento subjetivo: dolo específico. Fim de cometer crimes. Se a reunião for para reivindicar ou buscas a solução de um problema. Não haverá o crime. 
7) Consumação e tentativa:
Consumação: No momento da associação de forma estável, ainda que não venha a cometer nenhum crime. É um crime permanente. 
Tentativa: a tentativa não é possível, pois é um ato preparatório. 
8) Organização criminosa: Segundo a convenção de Palermo (convenção das nações unidas contra o crime organizado transnacional), realizada em 15/12/2000 e aprovada pelo congresso nacional e promulgada pelo decreto n° 5015/2004, cujo conceito é aceito pelo STJ, diz:
É o grupo estruturado de três ou mais pessoas, existente há algum tempo e atuando concertadamente com o propósito de cometer uma ou mais infrações graves ou enunciadas na convenção, com a intenção de obter, direta ou indiretamente, um benefício econômico ou outro benefício material. 
Surgiu na Itália, pois o intuito era acabar com a máfia. Tem hierarquia, um organograma, certo tempo de permanência da organização, e os crimes podem ser praticados em dias diferentes. 
Requisitos:
a) No mínimo três pessoas
b) Estrutura organizacional (“grupo estruturado”)
c) Estabilidade temporal (“há algum tempo”)
d) Propósito de cometer crimes
e) Finalidade (obtenção de benefício moral ou econômico). 
9) Pena e ação penal
Pena: Reclusão de um a três anos. 
Ação penal: Pública incondicionada. 
10) Causas de aumento (1/2) 
A pena vai para um ano e seis meses a quatro anos e seis meses. 
Se a associação é armada
A arma não precisa ser de fogo. Pode ser arma própria (fabricada para servir de instrumento de ataque ou defesa) ou imprópria (feita com outras finalidades).
Um bando armado oferece maior periculosidade. Basta um dos integrantes estarem armado.
Se for arma de fogo, haverá concurso formal com os delitos dos arts. 1 12 e 18 do estatuto do desarmamento (Lei n° 10826/2003)
Se for empregado criança ou adolescente
11) Qualificadora: se a união for para a prática de crimes hediondos, tortura e terrorismo (lei n° 8072/90) a pena será de reclusão de três a seis anos. 
12) Distinções
Outras leis esparsas também prevê. 
Se for para o tráfico, aplica-se o art. 35 da lei 11343/06, associação para o tráfico ou seu parágrafo único, se for para o financiamento reiterado do tráfico. Configura o crime a associação de duas ou mais pessoas. A pena será de reclusão de três a dez anos e multa. 
Se for para cometer crimes contra a lei de segurança nacional (art. 16 da lei 7170/83). Não estabelece número mínimo de pessoas. A pena será de reclusão de um a cinco anos. 
Se for para a prática do genocídio, o número mínimo é de quatro pessoas, conforme art. 2° da lei n° 2889/56. A pena é metade da pena cominada. 
13) Delação premiada: Pela lei n° 8072/90, art. 8°, parágrafo único, se houver a delação em que desmantele a quadrilha, terá a pena reduzida de 1/3 a 2/3. É chamada de delação premiada. 
O código penal militar foi o primeiro que adotou a delação premiada. Quem fizer tem que integrar a associação e falar algo novo e verdadeiro. 
Art. 288 A – Constituição de milícia privada
Introduzido pela lei n° 12720/2012. 
Art. 288 A – constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste código. 
Pena – reclusão de quatro a oito anos. 
É uma organização que causa um temor maior. Um exemplo de instituição paramilitar a milícia do rio de janeiro, de instituição particular, seguranças sem amparo do estado. 
Esquadrão é um termo não jurídico, é um grupo restrito a determinados delitos, a situações próprias criminosas, é uma espécie do caput do art. 288. 
Art. 289 a 291 – Moeda falsa
1) Introdução: 
A moeda é um atributo do país, para que esta tenha valor precisa da fé pública, que é a confiança, a credibilidade. Tem características de segurança da veracidade. 
Conceito de fé pública.
a) É a confiança que se deposita em certas pessoas em virtude do cargo ou da função que exercem. Ex: oficial de justiça.
b) É a confiança em que determinadas coisas, á qual o estado empresta veracidade. Ex: nota de cinco reais.
c) É a confiança que a sociedade deposita em determinados objetos, sinais ou firmas exteriores, ao qual o estado empresta valor probatório. 
2) Conceito: é a falsificação de moeda corrente. 
3) Objetividade jurídica: fé pública.
4) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Se for funcionário público, incidirá no §3°. 
5) Sujeito passivo: Estado e secundariamente a pessoa prejudicada. 
Atinge a credibilidade do estado. 
6) Elemento objetivo
Conduta: Falsificar mediante:
a) Fabricação: criar uma moeda semelhante à verdadeira, com idoneidade para enganar quanto à sua essência e à sua autenticidade. O agente faz ou cria a moeda. 
Fabricar é crias, do papel torna-se a moeda semelhante, a textura muda, da para comprar o papel que é fabricado o papel moeda. 
b) Alteração: modificar parcial ou totalmente a coisa verdadeira para aumentar seu valor. A alteração pode ser feita por meio físico ou químico. O agente altera ou modifica a verdadeira. 
A moeda existe, o que mudo é o valor, através de meio físico ou químico, e ai ela deixa de ter valor econômico. 
Objeto material: moeda metálica ou papel moeda de curso legal (aquela cuja aceitação é obrigatória nas relações econômicas) no Brasil ou no exterior. Trata-se de moeda brasileira e qualquer moeda estrangeira que tenha circulação comercial no Brasil.
Papel moeda é o dinheiro, nota, e moeda metálica, a moeda em si. 
Curso legal é a obrigatoriedade de aceitação da moeda nas relações comerciais,sob pena de incidir no art. 43 da LCP. 
Cabe ao conselho monetário nacional a autorização para a emissão da moeda (art. 3° II da lei n° 4595/64), por sua vez cabe ao banco central a emissão do papel moeda de da moeda metálica (art. 4° da lei n° 4595/64), que é realizada pela casa da moeda (art. 5° da lei n° 5895/73). 
Emissão é por parte da casa da moeda. 
A capacidade de enganar deve ser aferida pelo homem médio e não para iludir um especialista. Se a falsificação for grosseira, será estelionato. 
Tudo é comprovado através de pericia, se for um erro grosseiro é estelionato. Tem que convencer, ser capaz de enganar qualquer pessoa que não saberia identificar. 
Se não percebeu, foi negligente que era moeda falsa, não configura o delito. 
Quanto ao principio da insignificância, existem duas posições. TRF 1° região admite, enquanto o TRF 3° região não admite. 
Quem não admite fala que a questão não é o valor é a fé pública, quem admite fala a questão do valor. 
Se o agente sobrepõe em cédula números e letras de outra, visando valor maior, incide no art. 289; se forma uma nova moeda com fragmentos de cédulas verdadeiras, ocorrerá o art. 290. 
Os cheques de viagem, cartão de crédito e débito não são objeto material deste crime. Será estelionato se não estiver mais em curso à moeda. 
Não são, pois, não tem fé pública. Na falsificação será estelionato. Se falsificar bilhete único, passe do metro também não se enquadra neste artigo. 
Se não for a moeda em circulação, não comete crime. 
7) Elemento subjetivo: dolo de que a moeda está em curso legal no país e que ela seja colocada em circulação. Para alguns autores, exige-se o dolo específico de colocar em circulação. 
O dolo é específico, a finalidade da falsificação é colocar em circulação e ter lucro. Se por exemplo, falsifico uma nota para ter na minha coleção não comete crime, se eu tenho ou guardo na carteira, por exemplo, uma nota sabendo que é falso não tem o dolo. 
8) Consumação e tentativa
Consumação: consuma-se no momento em que se concluir a falsificação, independentemente de ser colocada em circulação. 
Quando termina a falsificação ou alteração. 
Tentativa: a tentativa é possível, porém pode responder pelo art. 291
Impede que conclua o processo. 
9) Condutas equiparadas
Art. 289 §1°
Condutas: importar (introduzir), exportar (fazer sair do país), adquirir (comprar, obter), vender (alienar), trocar (recíproca transmissão de moeda), ceder (transferir para terceiro), emprestar (entregar temporariamente), guarda (ter consigo em depósito) ou introduzir em circulação (passar o dinheiro falso a alguém iludido) moeda falsa. 
São ações posteriores à falsificação, cometidas por terceiros que sabem da falsificação. Aquele que recebe a moeda não necessita saber da falsificação, exceto na última hipótese, em que necessariamente desconhece da falsidade.
Quem tem a moeda em depósito e não tenha a intenção de colocar em circulação, não comete o crime. 
10) Figura privilegiada
Art. 289 §2°
Quem recebe a moeda falsa de boa fé e depois de ciente da falsidade, coloca em circulação.
Inicialmente é vítima do crime de moeda falsa e entre ficar no prejuízo e devolvê-la em circulação, opta pela segunda conduta. 
Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa. 
Quando recebeu e viu que era falso deveria devolver, aqui a constatação é posterior ao recebimento e de má-fé na restituição. Se estiver de boa-fé na restituição constitui fato atípico. 
11) Figura qualificada
Art. 289 §3°
A irregularidade é em relação a própria nota, a sua qualidade. Só podem ser praticados por quem trabalha na casa da moeda. 
Sujeito ativo: funcionário público, diretor, gerente ou fiscal de banco de emissão da moeda. 
Conduta: Fabricar, emitir ou autorizar a fabricação ou emissão. 
Objeto material:
a) Moeda com título ou peso inferior ao determinado por lei – a lei que estabelece qual peso deve ter, do que deve ser composta. 
b) De papel moeda em quantidade superior ao autorizado – quanto mais dinheiro é produzido maior é a inflação. 
Art. 289 §4°
A moeda é verdadeira só não está autorizada, depende de um ato para circular. 
Conduta: desviar e fazer circular moeda que ainda não estava autorizada. A moeda é autêntica, mas ainda não estava autorizada. 
Pena: reclusão de três a quinze anos e multa. 
12) Pena, ação penal e competência
Pena: Reclusão de três a doze anos e multa. 
Ação penal: Pública e incondicionada.
Competência: justiça federal e JEC (art. 298 §2°)
13) Crimes assimilados ao de moeda falsa (art. 290)
Por estar fragmentado, não tem mais valor comercial. O fragmento da mesma nota não é crime, o que é crime é a junção de notas diferentes. Moedas que foram inutilizadas tiram o sinal de inutilização com algum produto químico e põem em circulação. 
a) Conceito: formar moeda com fragmentos de moeda verdadeira, supressão de sinais de inutilização; restituir em circulação moedas em tais condições ou já recolhidos para inutilização. 
b) Objetividade jurídica: fé pública. 
c) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Se for funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se encontra recolhido, a pena será diferente. 
d) Sujeito passivo: o Estado e a pessoa prejudicada. 
e) Elemento objetivo
Conduta: é o ressurgimento ou remodelagem de umas moedas que já foram inutilizadas ou estão fora de circulação. 
a) Formação: criação ou composição da cédula, nota ou bilhete falso. Junção de fragmentos verdadeiros.
b) Supressão: é a eliminação ou o ato de desaparecer sinal indicativo de sua inutilização.
c) Restituir: devolver à circulação. 
Objeto material: 
a) Cédula em fragmentos
b) Papel moeda afastado de circulação com sinal que indique sua inutilização.
c) Cédula falsificada, suprimida ou que foi recolhida para inutilização. 
f) Elemento subjetivo: dolo específico, pois existe a intenção de colocar em circulação.
g) Consumação e tentativa
Consumação: consuma-se com a formação da cédula, supressão do sinal para restituir em circulação (formal); colocar em circulação.
Tentativa: é possível. 
h) Pena, ação penal e competência
Art. 290 – Reclusão de dois a oito anos e multa
Art. 290 p.u. – Reclusão de dois a doze anos e multa
Ação penal: pública incondicionada
Competência: justiça federal. 
14) Petrechos para falsificação de moeda (art. 291)
Alguns atos preparatórios devem ser punidos. Quem vende, cede, empresta ou compra esse material, como papel que se assemelha o do papel moeda, molde. O dolo é específico. 
a) Conceito: atos preparatórios para a falsificação. Materiais a serem utilizados na falsificação da moeda. 
b) Objetividade jurídica: fé pública. 
c) Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
d) Sujeito passivo: Estado
e) Elemento objetivo
Conduta: fabricar (construir), adquirir (obter), fornecer (ceder), possuir (ter a posse), guardar (ter sob vigilância). 
Objetos materiais: maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado a falsificação de moeda. Não precisa ser utilizado exclusivamente, mas para esta finalidade. Ex: computador, impressora.
f) Elemento subjetivo: dolo específico.
g) Consumação e tentativa
Consumação: com a posse, fabricação, aquisição, fornecimento ou guarda. 
Tentativa: admite a figura tentada. 
h) Pena, ação penal e competência. 
Pena: reclusão de dois a seis anos e multa. 
Ação penal: pública incondicionada
Competência: justiça federal. 
Aula – 14/04/2016
Art. 297 – Falsificação de documento público
1) Conceito: é a falsificação, total ou parcial, de documento público ou alterar o verdadeiro.
Falsificação pode ser por meio da criação de um documento, ou alteração de um documento. 
O que muda para o crime de falsificação de documento particular é a pena, e o conteúdo do documento. 
2) Objetividade jurídica: fé pública.
Você que alega quem prova que é falso. Com o documento digital fica mais fácil a falsificação. 
3) Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Se for funcionário público, prevalecendo desta função, a pena pode aumentar (art. 297 §1°).
4) Sujeito passivo: Estado e secundariamente a pessoa prejudicada. 
5) Elemento objetivo
Condutas
a) Falsificar: é a contrafação,fabricação, formação por inteiro, ou parcial, com acréscimo de dizeres, letras. No parcial, o documento já existe, mas o agente acrescenta algo. 
Pode ser no todo ou em parte, a forma será falsa. 
b) Alterar: modificar, adulterar dizeres, letras do documento verdadeiro, quer introduzindo ou suprimindo. 
Dizeres são os dados do documento, o documento é verdadeiro, mas o conteúdo está alterado em parte, e com esta alteração ele se torna falso. 
No diploma falso o sujeito insere um número qualquer de registro, pois ninguém confere. Pode falsificar uma CA, adulterar para apresentar na habilitação de uma licitação. 
Um atestado de eficiência técnica pode ser falso, mas tem a falsidade ideológica, ou seja, o documento sempre será verdadeiro, mas o conteúdo é falso, os dados inseridos são falsos. 
Objeto material: Documento público é aquele que é elaborado de forma prescrita em lei, por funcionário público, no exercício de suas funções, segundo Nelson Hungria. Pode ser nacional ou estrangeiro. Para que seja considerado público, deve o documento:
a) Ser emitido por funcionário (servidor) público;
b) Ter competência o subscritor – é redigido por quem tem competência para tal, ou redigido por um servidor e assinado por funcionário competente. 
c) Obedecer a formalidade legal – seja realizado conforme previsão legal.
Como confirmar se o documento da empresa estrangeira é válido? Boa fé, é verdadeiro até prova o contrário. 
Documentos equiparados aos documentos públicos:
a) Emitido por entidades paraestatais (empresas públicas, sociedade de economia mista, fundações públicas). As autarquias são entidades públicas – as entidades para estatais são aquelas que pertencem a administração indireta, os documentos emitidos por elas, para fins penais, são equiparados. 
b) Título ao portador ou transmissível por endosso (são os títulos de crédito como cheque, nota promissória, duplicatas).
Cheque, não importa o banco que emitiu, se falsificou se enquadra aqui, ainda que quem emitisse não seja servidor público. 
c) Ações de sociedade comercial - ações é dinheiro. 
d) Livros mercantis – onde ficam os registros das notas, das duplicatas. 
e) Testamento particular – o público é feito em cartório, o particular tem requisitos, formalidades, e gera efeitos e direitos. 
Tem que ter capacidade para enganar, se não der se for erro grosseiro, é estelionato. 
6) Elemento subjetivo: Dolo genérico. Não tem forma culposa. 
7) Consumação e tentativa
Consumação: com a prática de qualquer das condutas descritas no tipo, ainda que o documento não seja utilizado. 
Para consumar não precisa usar o documento só precisa estar apto para utilizar.
Se eu estou com documento falso, e não usei, só serei preso se fui eu quem fez, se não foi não respondo, é fato atípico. 
Se eu falsifico e uso o documento respondo só pelo art. 297, usar é um mero exaurimento. 
A CNH só de portar uma falsa, já comete o crime do art. 304. 
Tentativa: A tentativa é possível. Quando está na fase de elaboração, ou formação.
8) Condutas equiparadas
São condutas de falsidade ideológica (art. 299) e tem relação com a previdência social. 
Art. 297 §3° 
Inserir ou fazer inserir:
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório.
II – Na carteira de trabalho e previdência social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita. 
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. 
Art. 297 §4°
Omitir, nos documentos mencionados no §3°, nome do segurado e seus dados pessoas, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. 
9) Pena, ação penal e competência
Pena: Reclusão de 2 a 6 anos e multa. 
No documento particular a pena é de 1 a 5 anos. 
Ação Penal: Trata-se de ação penal pública incondicionada. 
Competência: Justiça estadual ou federal (§3° e §4°)
Para ver a competência é preciso ver quem emitiu o documento, por exemplo, é competência do estado e do município (comum) se for um RG falso, é competência da União (federal) se for uma carteira de trabalho ou um título de eleitor falso. 
A carteirinha da OAB é documento particular, apesar de ter fé pública, e se for falsificado competência da justiça comum. 
10) Considerações finais
Documento falso e estelionato
a) O falso absorve o estelionato (estelionato é o exaurimento)
b) O estelionato absorve o falso (Súmula 17 do STJ)
c) Concurso formal (STF)
d) Concurso material
Um cheque com assinatura falsificada e usado para adquirir um produto só comete o estelionato. 
Falsidade material e ideológica
Na falsidade material, há uma alteração sob o aspecto formal do documento, construindo um novo ou alterando o verdadeiro; na falsidade ideológica há alteração do conteúdo do documento, total ou parcialmente, mantendo-se inalterado seu aspecto formal. Na falsidade material o vício é exterior, já na ideológica o vício incide na pare das declarações. 
Ideológica – aspecto forma é verdadeiro, mas o dado é falso.
Documento particular tem que ter relevância jurídica e ser original. 
Art. 298 – Falsificação de documento particular
1) Conceito: é a falsificação, total ou parcial, de documento particular ou alterar o verdadeiro.
2) Objetividade jurídica: fé pública. 
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
4) Sujeito passivo: Estado e secundariamente a pessoa prejudicada. 
5) Elemento objetivo
Condutas
a) Falsificar: é a contrafação, fabricação, formação por inteiro, ou parcial, com acréscimo de dizeres, letras. No parcial, o documento já existe, mas o agente acrescenta algo.
b) Alterar: modificar, adulterar dizeres, letras do documento verdadeiro, quer introduzindo ou suprimindo. 
Objeto material: Documento particular é aquele não compreendido no art. 297 e seu §2°. Um documento emitido por funcionário público sem competência enquadra-se neste delito. 
O documento particular para ser objeto deste delito deve ter natureza material, ou seja, que sirva para provar alguma coisa, inexistindo o crime se for juridicamente inócuo. Para caracterizar este delito, o documento deve, segundo o art. 131 CC:
a) Ter forma escrita.
b) Autor determinado. 
c) Conter manifestação de vontade ou exposição de um fato.
d) Relevância jurídica. 
Não são considerados documentos particulares:
a) Documento sem relevância jurídica. 
b) Requerimento.
c) Fotocópias sem autenticação.
d) Documentos impressos sem assinatura.
e) Documentos anônimos.
Tem que ter capacidade de enganar. Erro grosseiro poderá configurar estelionato. 
6) Elemento subjetivo: dolo genérico. 
7) Consumação e tentativa
Consumação: Com a prática de qualquer das condutas descritas no tipo, ainda que o documento não seja utilizado. 
Tentativa: a tentativa é possível.
8) Pena, ação penal e competência
Pena: Reclusão de 1 a 5 anos e multa. 
Ação Penal: pública incondicionada. 
Competência: justiça estadual. 
Aula – 15/04/2016
Art. 299 – Falsidade ideológica
1) Conceito: é a omissão, em documento público ou privado declaração que deveria constar ou inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia estar escrita com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar verdade sobre fato juridicamente relevante. 
Elaboração de documento com conteúdo falso, formalmente é verdadeiro. Na falsidade material por tabela o conteúdo é falso também. 
2) Objetividade jurídica: fé pública. 
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Se for funcionário público, a pena aumenta de 1/6 (parágrafo único)
4) Sujeito passivo: Estado e secundariamente a pessoa prejudicada. 
5) Elemento objetivo:
Condutas:
a) Omitir: não dizer, não mencionar declaração que devia constar em documento.
Próprio agente elabora. Omitir é quando, por exemplo, perguntam se eu tenho registro policial, eu tenho mas na hora não falo nem que sim, nem que não, não respondo

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