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PLANO DE AULA 02

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ – CURITIBA 
PRÁTICA SIMULADA V - CIVIL 
CASO CONCRETO 02 
Teresa é funcionária do município de Y, Estado de São Paulo, e exerce, há 16 anos, atividade 
profissional em estação de tratamento de esgoto, submetendo-se à exposição constante a 
agentes nocivos à saúde. Recebe, assim como todos aqueles que trabalham nesta função, 
adicional por insalubridade. Caio, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do 
Município Y, afirma que segundo a lei orgânica do município, compete ao prefeito apresentar 
proposta de Lei Complementar para regular o exercício do direito à aposentadoria especial dos 
servidores públicos municipais, efetivando-se, assim, o direito previsto na constituição estadual 
a tal benefício: Lei orgânica do Município Y. Art. 51 - Compete, exclusivamente, ao Prefeito a 
iniciativa dos projetos de lei que disponham sobre: (...) III - regime jurídico, provimento de 
cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores. Constituição do Estado de São Paulo. Artigo 
126 - Aos servidores titulares de cargos efetivos do Estado, incluídas suas autarquias e 
fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante 
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. 
(...) § 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de 
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos 
definidos em leis complementares, os casos de servidores: I- portadores de deficiência; II - que 
exerçam atividades de risco; III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física. Com base na hipotética situação e, considerando 
que a Constituição Paulista atribui competência ao Tribunal de Justiça para julgar ações que 
visem combater a inexistência de norma regulamentadora estadual ou municipal de qualquer 
dos Poderes, inclusive da Administração Indireta, que torne inviável o exercício de direitos 
assegurados na Constituição da República e na Constituição Estadual, atue na qualidade de 
advogado contratado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Município Y promova 
a medida judicial cabível para atender aos interesses de Teresa e demais associados, atentando-
se para os requisitos formais da medida judicial a ser elaborada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SINDICATO DOS SERVIDORES PUBLICOS MUNICIPAIS DO MUNICIPIO 
Y, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob nº, com sede à Rua, 
nº, bairro, Município Y, estado de São Paulo, CEP, e por seu representante legal, 
nome nacionalidade, estado civil, profissão, portador de identidade nº, inscrito 
no CPF sob nº, residente e domiciliado, (endereço completo), por intermédio de 
seu advogado que este subscreve, com endereço profissional, (endereço 
completo), para fins do art. 106,I do CPC, vem respeitosamente perante Vossa 
Excelência , com fulcro no artigo 5º LXXI ,CRFB/88, e ainda no art. 24§ único da 
Lei 8038/90 , impetrar o presente, 
MANDADO DE INJUNÇÃO 
Pelo rito ESPECIAL em face do PREFEITO MUNICIPAL DO MUNICIPIO Y, 
nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº, 
inscrito no CPF nº, residente e domiciliado a Rua, nº, bairro, Município Y , Estado 
de São Paulo , pelos fatos e fundamentos que passa a expor. 
 
 
I. DOS FATOS 
 
 Teresa é funcionária do município de Y, Estado de São Paulo, e 
exerce, há 16 anos, atividade profissional em estação de tratamento de esgoto, 
submetendo-se à exposição constante a agentes nocivos à saúde. Recebe, 
assim como todos aqueles que trabalham nesta função, adicional por 
insalubridade. Caio, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais 
do Município Y, afirma que segundo a lei orgânica do município, compete 
ao prefeito apresentar proposta de Lei Complementar para regular o exercício 
do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais, 
efetivando-se, assim, o direito previsto na constituição estadual a tal benefício. 
 
II. DOS FUNDAMENTOS 
 
 No que tange a competência para propor alteração no regulamento 
dos de aposentadoria especial dos servidores municipais de Y/SP, cabe ao 
Prefeito levantar projeto de lei que contemple tal pedido, conforme descrito na 
Lei Orgânica do Município Y: “ Art. 51 - Compete, exclusivamente, ao Prefeito a 
iniciativa dos projetos de lei que disponham sobre: III - regime jurídico, 
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores. ” A 
ausência de lei complementar municipal regulamentadora do direito previsto na 
Constituição Estadual (art. 126, § 4º, III), torna inviável o exercício do direito à 
aposentadoria especial dos servidores públicos municipais que laboram em 
condições especiais que prejudicam a saúde ou integridade física (atividades 
consideradas penosas, insalubres ou perigosas), razão pela qual o mandado de 
injunção coletivo é o instrumento adequado à satisfação da pretensão veiculada. 
“ Artigo 126 - Aos servidores titulares de cargos efetivos do Estado, incluídas 
suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter 
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos 
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (...) § 4º - É 
vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de 
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, 
nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I- 
portadores de deficiência; II - que exerçam atividades de risco; III - cujas 
atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde 
ou a integridade física. ” Conforme consta na CFRB, o Município tem autonomia 
para legislar sobre a aposentadoria especial de seus servidores no exercício da 
competência supletiva (art. 24, § 3º c. C art. 30, II da Constituição Federal). “ 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: (...) § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os 
Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a 
suas peculiaridades. Art. 30. Compete aos Municípios: (...) II - suplementar a 
legislação federal e a estadual no que couber; ” Portanto a competência 
legislativa das pessoas políticas para editar normas sobre previdência social, 
em especial acerca do regime jurídico dos seus servidores públicos, é 
concorrente (artigo 24, XII da CF), de modo que ausente norma de caráter geral 
expedida pela União, haverá competência plena do Chefe do Executivo local 
para a propositura da lei, sem prejuízo, é claro, da superveniência de Lei Federal 
a respeito (§ 4º, artigo 24 da CF). 
 
Sendo assim, se mostra impreterível a necessidade em caráter de urgência de 
mandado injunção coletivo com o provimento dos requerimentos que seguem. 
 
III. DOS PEDIDOS 
 
 Ante ao exposto, requer-se: 
 
1) Notificação da autoridade coatora para prestar informações; 
 
2) Aplicação analógica do disposto no art. 57, caput e § 1º da Lei nº 8.213/91, que 
disciplina o regime geral da previdência social, aos servidores que cumprirem as 
exigências legais; 
 
3) Intimação do MP para oferecer parecer; 
 
4) Condenação do Réu em custas judicias (S. 512 do STJ e S. 105 do STF); 
 
IV. DO VALOR DA CAUSA 
 
 Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00, para fins fiscais; 
 
Termos em que Pede deferimento. 
 
Local/data 
 
Advogado/OAB no .......

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