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1 HISTÓRIA E TEORIA DA ARQUITETURA E URBANISMO IV 1 C I V I l , R E L I G I O S A E M I L I TA R . ARQUITETURA 2 A arquitetura colonial apresentava uma austeridade própria, devido aos recursos materiais disponíveis, sejam técnicos, sejam de mão-de-obra. Arquitetura colônia é marcada pelo uso da mão-de-obra escrava, assim como pela precariedade dos meios construtivos, tentativa de repetição do padrão português. Toda arquitetura colonial foi construída através de métodos construtivos do velho mundo, pois para se fazer arquitetura é preciso construir e para isso demanda-se técnicas e conhecimentos científicos ou experiências anteriores, empíricas. Houve uma lenta evolução tecnológica mesmo após o final do período colonial. 3 Técnicas construtivas dividiam-se basicamente em duas vertentes: ERUDITA POPULAR 4 ERUDITA Representada pelos engenheiros militares, construção de fortificações, desenvolveram as formas de representação projetual arquitetônica. Os conhecimentos eram transmitidos através de “Aulas” e “Tratados” segundo o modelo da Aula de Lisboa. 5 POPULAR Representada pelos Mestres de Ofício, detentores de conhecimentos acumulados durante séculos, que eram transmitidos de forma oral/prática pelos mestres para os seus aprendizes. O resultado dessa produção técnica é um sistema construtivo econômico e seguro, capaz de ser aplicado nas condições de uma terra recém descoberta, “Taipa de Pilão”, “Taipa Travada”, “Pau-a- Pique”, “Alvenaria de Pedra”, “Alvenaria de Tijolo” e os chamados Sistemas Mistos. 6 2 Arquitetura civil era simples e austera, surge como contraponto das edificações com finalidade religiosa. A simplicidade da vida social corresponde à austeridade da residência urbana, que não conhece grande variação funcional ou formal. Caracteriza-se por uma planta estreita e alongada ocupando quase todo o lote. Geralmente de traçado irregular, lotes com testada estreita e grande profundidade. Não há afastamentos entre os edifícios. A arquitetura define a rua. ARQUITETURA CIVIL 7 Casas térreas ou de dois pavimentos. As residências do Recife costumavam ser mais altas do que de costume. Casas coloniais no Recife costumavam ter quatro ou cinco andares. As molduras das aberturas das casas coloniais recebiam um acabamento diferenciado e contrastante com as cores do restante da construção. 8 Os mais importantes fatores determinantes das formas arquitetônicas de nossa arquitetura colonial são de ordem econômica e técnica. 9 A composição arquitetônica da cidade é formada a partir das fachadas das edificações conjugadas, compondo superfícies contínuas. As ruas eram, então, definidas pelo conjunto de casas dispostas sem qualquer recuo, tanto frontal como lateral. As casas eram alinhadas pela divisa frontal e geminadas nos dois lados – casas em correnteza –criando a chamada rua corredor. 10 Construídas sobre o alinhamento das via públicas e sobre laterais e frontais do terreno, com padronização de suas plantas. Variações apareciam nas casas de esquina. As coberturas eram normalmente em duas águas, com algumas exceções de construções de quatro águas, que tinham uma das águas voltadas para a parte frontal do lote e outra para os fundos. Os exemplares mais ricos acentuavam a tendência da setorização de usos bastante clara e da padronização dos usos: maiores dimensões, maior número de peças, sem chegar a caracterizar um tipo distinto de habitação. 11 1. Loja. 2. Corredor de entrada para residência, independente da loja. 3. Salão. 4. Alcovas. 5. Sala de viver ou varanda. 6. Cozinha e Serviço. 12 3 Na arquitetura civil, as repetições não se davam somente nas fachadas, mostrando que os padrões oficiais apenas completavam uma tendência espontânea, as plantas, deixadas ao gosto dos proprietários apresentavam sempre uma grande monotonia. As salas de frente e as lojas aproveitavam as aberturas sobre a rua, ficando as aberturas dos fundos para a iluminação dos cômodos de permanência das mulheres e locais de trabalho. 13 Entre estas partes de iluminação natural ficavam as alcovas, espaços onde dificilmente penetrava a luz natural. A circulação se dava por um corredor longitudinal que conduzia da porta de entrada aos fundos, podia ser central (nas casas maiores) ou encostado a uma das paredes laterais (nas casas menores). 14 15 Características da arquitetura popular destaca-se: Simplicidade: resultado da utilização dos materiais fornecidos pelo ambiente. Adaptabilidade: adaptação das técnicas tradicionais para novos programas e exigências. Criatividade: imaginação formal e emprego de materiais de construção. A forma é resultado da técnica e materiais empregados. 16 As casas de câmara e cadeia, são exemplos de edifícios públicos coloniais, sendo a marca do poder da Coroa, além de outros edifícios de acordo com as funções econômicas dos núcleos urbanos. A Casa de Câmara e Cadeia tinha, em geral, dois pavimentos de sólida construção e destacava-se entre o casario colonial, seu telhado era composto por quatro águas com telhas coloniais, sacadas ou balcões, portas/janelas com arcos de canga, escadaria, entre outros. 17 As casas de Câmara e Cadeia eram consideradas a sede da administração e da justiça local, compondo a instituição colonial. As Casas de Câmara e Cadeia foram projetadas por mestres das fortalezas, sargentos-mores, ouvidores, governadores, engenheiros, entre outros. O objetivo básico da Casa da Câmara e Cadeia era satisfazer as necessidades de serviços administrativos e judiciais, penitenciários e, muitas vezes, religiosos. 18 4 CASA DA CÂMARA E CADEIA DE MARIANA MINAS GERAIS 19 Atividade agrícola contribuiu para a criação de tipologias rurais, pertencentes a arquitetura civil rural do período colonial, com características próprias como os complexos dos engenhos (casa grande, senzala e capela), confirmando a estrutura social baseada na monocultura de base escravocrata. 20 A SENZALA Consistia, quase invariavelmente em um comprido telheiro, feito de alvenaria de tijolos ou pau-a-pique, com celas medindo aproximadamente 3 m de comprimento e largura, cobertas também com telhas, as terças apoiando-se diretamente nas paredes. As portas eram de tábuas de madeira. O piso de terra batida e sem forro ou outra abertura. 21 ENGENHO Consistia de um espaço coberto para abrigar a moenda, a cana-de-açúcar e o seu caldo. 22 A CASA GRANDE Destinada ao senhor de engenho, sua família, seus agregados e hóspedes. Diferentemente dos outros tipos construtivos, a casa grande podia variar muito quanto à forma. Estas casas eram, em geral, de apenas um pavimento de habitação, levantado do solo. A parte de baixo era ocupada por armazéns e pessoal de serviço. A técnica construtiva é a melhor disponível, podendo ser de alvenaria de pedra ou taipa de pilão, dependendo da região. Telhados de madeira e telhas de barro. Elemento marcante e indispensável da casa grande era a varanda. 23 FAZENDA COLUBANDÊ SÃO GONÇALO 24 5 Era de muita importância porque corroborava com o processo de catequização dos povos indígenas. A Companhia de Jesus (jesuítas) chega ao Brasil com a exclusividade da representação religiosa. Inicialmente, só eles eram autorizados pela Coroa Portuguesa. No Brasil Colonial, a única religião permitida era a Católica Apostólica Romana. As ordens religiosas que atuaram no Brasil foram: Jesuítas; Franciscanos; Beneditinos; e os Carmelitas. Nos assentamentos jesuítas de um lado se erguia a igreja, com casas anexas para viúvas e órfãos, a uma escola, a casa dos missionários e as oficinas; atrás da igreja se cultivavam o pomar e a horta. ARQUITETURA RELIGIOSA 25 A diversidade nos arranjos arquitetônicos das igrejas é proveniente das especificidades impostas pelas ordens religiosas, que geram maior complexidade funcional quando associadas a conventos e colégios. A autoria dos edifícios religiososé, sobretudo, de origem erudita (religiosos arquitetos ou engenheiros- militares). Em alguns casos, nos lugares mais remotos, as igrejas e capelas são de autoria popular. 26 Germain Bazin, durante seu estudo sobre a arquitetura religiosa colonial no Brasil, cataloga 297 igrejas e capelas. A quantidade de igrejas e capelas é ainda maior, podendo chegar a um total geral de 405 obras. 27 Partido Arquitetônico Religioso Clássico Renascentista 1. Frontão triangular – fechamento da fachada principal (frontispício) com a presença no tímpano de um óculo circular. 28 Partido Arquitetônico Religioso Clássico Renascentista 2. Janela de iluminação e ventilação. 29 Partido Arquitetônico Religioso Clássico Renascentista 3. Portas emolduradas em cantaria com folhas duplas de madeira. 30 6 Partido Arquitetônico Religioso Clássico Renascentista 4. Verticalidade marcada pelos cunhais tratados como pilastras de aresta. 31 Partido Arquitetônico Religioso Clássico Renascentista 5. Torre sineira de seção quadrangular. 32 Planta longitudinal de nave única. 33 IGREJA DE SÃO COSME E DAMIÃO IGUARASSU, PE 34 Após a expulsão dos holandeses e a restauração do trono português que aconteceram, respectivamente, em 1654 e 1640, possibilitou a retomada dos empreendimentos por parte das ordens religiosas. As fachadas mais elaboradas, plantas mais complexas e melhor resolvidas, passam a atender às necessidades do amplo programa e interiores requintados na ornamentação no estilo Barroco. 35 CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DE SALVADOR SALVADOR, BA 36 7 O elemento mais interessante da fachada do convento de São Francisco é a série de volutas livremente entrelaçadas, que circundam a parte central do frontão. Essas sequências de volutas representam o ponto de partida do processo barroco de dissolução e quebra das amarras impostas pelos rigorosos padrões da arquitetura do final da Renascença. 37 IGREJA DE SÃO PEDRO DOS CLÉRIGOS RECIFE, PE 38 ARQUITETURA MILITAR Em estreita associação com o planejamento das cidades, situava-se a tipologia das edificações militares, as fortificações, que destacavam uma arquitetura militar. As fortificações eram essenciais para a defesa do território e eram espalhadas ao longo de toda a costa, nas partes baixas, protegendo os centros urbanos litorâneos. 39 As fortificações brasileiras, de um modo geral, foram condicionadas à experiência italiana de fortificações a partir do século XVII, abandonando totalmente as maneiras transitórias baseadas ainda na tradição medieval das altas muralhas e das ostensivas torres de defesa. Com o passar das décadas, passaram a privilegiar as fortificações baixas e de grande, enorme, espessura. De pouca altura para oferecer o menor alvo possível, e grossas para absorver o impacto de projéteis de força incrível. 40 Durante o período holandês, o sistema defensivo no Brasil foi, pela primeira vez, articulado, envolvendo variadas trincheiras, que ajudavam a garantir a defesa contínua de extensa faixa litorânea. Os projetos das fortificações eram da responsabilidade dos engenheiros-militares e as construções apresentavam, apesar das dimensões, grande simplicidade plástica e soluções racionais. 41 Os primeiros baluartes e muros da cidade eram construídas empregando a técnica construtiva de taipa de pilão. A taipa de pilão empregava um material recomendável nas fortificações porque amortecia o impacto dos projéteis. 42 8 FORTE DOS REIS MAGOS NATAL, RN 43 FORTE DE JESUS DE MOMBASA QUÊNIA, AFRICA ORIENTAL 44 FORTE DA BERTIOGA BARRA DA BERTIOGA, SP 45 FORTE SANTO ANTÔNIO DA BARRA SALVADOR, BA 46 FORTE DE NOSSA SENHORA DE MONSERRATE SALVADOR, BA 47 FORTE DE SÃO JOSÉ DO MACAPÁ SALVADOR, BA 48 9 FORTE DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES ILHA DO MEL, PR 49 50
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