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RESENHA: VOCACIONAL UMA AVENTURA HUMANA Em um documentário escrito pelo ex-aluno Luiz Carlos Marques ou Luigy como era conhecido pelos colegas, em 1959 havia uma proposta de reforma do então Ensino Médio, que passaria a se chamar Ensino Industrial para os homens e Educação domestica para mulheres. O ginásio funcionava com o currículo todo pautado em estudo sociais, as aulas não eram divididas em disciplinas, mas em áreas de conhecimento, estudava-se Psicologia, Sociologia, História e Geografia. Naquela época meninos e meninas estudavam juntos, coisa que não era normal em outros colégios. Os estudos eram divididos em quatro etapas, primeiro o Munícipio, segundo o Estado de São Paulo, terceiro Brasil e o quarto o mundo. Segundo a professora Aurea, trabalhava-se a partir das unidades pedagógicas em áreas sociais colocavam um problema ligado a realidade e todas as demais áreas trabalhavam esse tema´´. Através de estudos supervisionados, individuais, livres e em equipes saiam síntese que eram avaliados e debatidas em assembleia, todos podiam opinar, os alunos perguntavam, recebiam críticas dos colegas e assim aprendiam a argumentar e a se posicionar e a respeitar uns aos outros. No ginásio também havia o estudo do meio ou pesquisa de campo, com passeio nos bairros da cidade: como cinema, teatros e até zona de prostituição. Algumas equipes chegaram até viajar Bolívia e Peu, parte do dinheiro para custear as pesquisas era a metade do lucro das vendas da cantina que era organizado por equipes que cuidavam da limpeza, do atendimento, o troco e o balanço final, o restante do lucro era dividido entre eles e depositado em conta do banco escolar que cada um possuía. Tudo era feito em equipes, professores e alunos almoçavam juntos, jogavam bolas juntos, quando alguém fazia alguma coisa errada era realizado uma assembleia para que todos decidissem o iria ser feito com o responsável. Para ser aceito nos colégios Vocacionais, os candidatos passavam por entrevista com países alunos, além de depender de números de vagas, se 15% dos moradores da região fossem classe A, teríamos 15% dos alunos classe A, se 30% dos moradores fossem classe E ,30% dos alunos também seriam. As avaliações eram bimestrais, não eram feitas por notas, mais sim por conceitos e auto avaliação. Com o decorrer dos anos o sistema começou a sofrer crises interna e externas, inclusive com a prisão de Maria Nilde uma das diretoras que tinha um papel muito importante no colégio. Houve muitos protestos de pais e alunos pedindo para que o governo não acabasse com os colégios vocacionais, mas não se obteve sucesso. Em 1970 todas as escolas já estavam funcionando no sistema convencional. A proposta dos convencionais era uma educação transformadora que marcou a vida dos estudantes naquela época, tinham autonomia para expressar suas opiniões.
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