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PCC DE ANTROPOLOGIA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
LICENCIATURA EM HISTÓRIA 
 
ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO 
 
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC) 
 
OBSERVAÇÃO E ANÁLISE SOCIOLÓGICA REFLEXIVA DAS 
RELAÇÕES ENTRE A SOCIEDADE E O MEIO AMBIENTE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADRIANO FRANCISCO MOTA DOMINGOS 
MATRÍCULA: 202003251917 
MAGÉ, RJ 
14 de Abril de 2020 
 
 
 
OBJETIVO: 
O presente relatório tem a finalidade de estabelecer a relação entre cultura e educação no 
município de Magé, localizado na baixada Fluminense do Estado do Rio de Janeiro. . 
 
INTRODUÇÃO: 
A cultura segundo a Sociologia trata-se de um conjunto de manifestações humanas, das 
regras e normas de um povo. A cultura é transmitida de geração em geração e demonstra 
os aspectos locais de uma população. Toda sociedade possui um conjunto único de 
valores, que foi construído através de sua história e deve ser compreendido e respeitado. 
 
DESENVOLVIMENTO: 
A Desigualdade Social está presente no mundo inteiro. Existem diversos tipos de 
desigualdade social tais como: Desigualdade Social na educação, na saúde, no emprego, 
na cultura e na moradia. 
No Município de Magé, localizado a cerca de 50km da capital do Estado do Rio de 
Janeiro, a desigualdade social está presente em todos os aspectos. Magé é a segunda 
cidade mais antiga do Estado, possui belezas naturais e acervos históricos que muitos não 
conhecem. O anonimato está ligado ao não investimento na Cultura da cidade, ao descaso 
e abandono dos governantes. 
 O ponto turístico mais famoso da cidade é a 1ª Estrada de Ferro do Brasil que fica 
localizada em Guia de Pacobaíba, construída em 1854 por Irineu Evangelista de Souza, o 
Barão de Mauá. Atualmente a Estrada de Ferro está desativada, mas que, no passado, 
fazia a ligação com a cidade de Petrópolis, Cidade Imperial. No passado a Família 
Imperial tomava uma barca na cidade do Rio de Janeiro em direção a Guia de Pacobaíba 
e, de lá, tomavam o trem para a Cidade Imperial. A ferrovia é citada por Machado de 
Assis, em sua obra, Memorial de Aires. Hoje a Ferrovia encontra-se abandonada e os 
habitantes de Magé não possuem um certo incentivo para conhece-la. 
As escolas da cidade, sejam municipais, estaduais ou particulares não incentivam seus 
alunos a conhecerem o ponto turístico. Como também não se organizam para que seus 
alunos conheçam a Capela de Nosso Senhor do Bonfim, que foi construída em 1883, e 
fica no centro do munícipio, sendo outro ponto histórico da Cidade. O poço Bento, com 
água benta, batizada pelo Jesuíta José de Anchieta é outro ponto turístico esquecido, 
localizado em um local de difícil acesso, dificultando ainda mais o acesso à cultura da 
cidade. 
No município de Magé, assim como em muitos municípios do Brasil, nota-se claramente 
a desigualdade social na educação. No Município existe cerca de 5 escolas privadas, 
consideradas as melhores da cidade; O valor da mensalidade cobrada aos alunos 
equivalem a mais da metade do salário mínimo vigente. São escolas caríssimas que 
estampam em placas, espalhadas pela cidade, a qualidade do ensino oferecido. Numa 
rápida pesquisa em uma dessas escolas mencionadas, nota-se que grande parte dos alunos 
não são do Município e sim de cidades vizinhas, que possuem uma qualidade de vida 
 
 
melhor. A maior parte dos jovens e crianças mageenses estudam nas escolas municipais 
e estaduais, onde o ensino, fica bem abaixo do esperado. 
O salário dos professores da rede Municipal é um dos mais baixos do estado, ficando 
apenas à frente de um munícipio. 
Na Saúde a desigualdade é ainda maior. Hospitais e Clinicas particulares oferecem saúde 
de qualidade, enquanto a rede municipal em plena época de uma pandemia global está 
um caos. O prefeito da cidade, publicou um texto num jornal da cidade informando que 
o Município estaria preparado para o que viesse, e que o Munícipio se orgulhava de ter 
10 leitos com respiradores para tratar os doentes. 
A desigualdade Social no Município é tão notória que os governantes e alguns dos 
empresários da cidade não residem no Munícipio. Optam por ter residência em lugares 
mais desenvolvidos. 
A população usa como lema aquilo que o ilustre filho da cidade, Manuel Francisco dos 
Santos, O Garrincha, fazia com a maior facilidade, o drible. Para os Mageenses é preciso 
driblar as desigualdades sociais e econômicas e seguir, sem abaixar a cabeça para as 
adversidades. 
 
CONCLUSÃO 
Inúmeros dados e estudos apontam que a desigualdade social e econômica cresce em todo 
o mundo. Diante desse panorama, que gera inúmeros excluídos e miseráveis em todo o 
mundo, surge a questão: o que causa a desigualdade social? 
A grande questão é que, desde as construções das civilizações durante o período neolítico, 
quando as sociedades passaram a viver dos excedentes que produziam, as diferenças 
sociais começaram a surgir. O problema, nesse caso, é a intensificação da pobreza e da 
falta de equidade nas condições oferecidas para que os diferentes indivíduos possam 
produzir suas próprias condições de sobrevivência. 
O filósofo, Jean-Jacques Rosseau, afirmava que a desigualdade é um fenômeno que tende 
a sempre se intensificar no contexto social. Os mais pobres possuem um menor acesso à 
instrução e às informações necessárias para alavancar um desenvolvimento próprio, 
enquanto os grupos mais ricos possuem um maior nível estrutural para investirem e 
multiplicarem sua renda e os largos benefícios advindos dela. Para Rosseau, o que causa 
a desigualdade é exatamente a divisão social do trabalho, com a criação da propriedade e 
dos bens particulares e não distribuíveis. 
Karl Marx enxergava a sociedade a partir da luta de classes e via a desigualdade 
manifestada a partir dos desequilíbrios entre a burguesia e os trabalhadores. A burguesia 
era a detentora dos meios de produção, controlando e retendo a maior parte dos lucros 
sobre os bens produzidos a partir do trabalho coletivo. Essa lógica, perpetuada pela mais-
valia, concentrava a renda e marginalizava os cidadãos, além de criar o exército de reserva 
de desempregados. 
A desigualdade social, seja ela intelectual, econômica ou sob qualquer outra forma, 
materializa-se no espaço social, ou seja, torna-se visível na composição estrutural das 
 
 
sociedades, sejam elas rurais ou urbanas. As cidades e os lugares expressam a 
diferenciação econômica entre as pessoas, que é resultante, muitas vezes, de questões 
históricas que submetem cidadãos e até grupos étnicos a contextos de subalternidade. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
BALIERO, Fernando de Figueiredo, ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E 
SOCIÓLOGICOS DA EDUCAÇÃO, 1ª Edição, SESES, Rio de Janeiro, 2014 
ARTIGO MAGÉ, Disponível em : < https://pt.wikipedia.org/wiki/Mag%C3%A9> Acesso 
em 14 de Abril de 2020.

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