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Resenha dos Capítulos 1 e 2 do livro Para Entender a Crise Urbana de Ermínia Maricato

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Resenha dos Capítulos 1 e 2 do livro “ Para Entender a Crise Urbana” de 
Ermínia Maricato. 
Arraias, 20 de dezembro de 2020. 
Discente : Tailinny Alves Da Silva 
Professora: Nayara Gallieta Borges 
Disciplina: Direito à Cidade 
 
 
Ermínia Maricato (2015) pretende em seu texto, abordar a produção do 
ambiente construído e esclarecer as nuances da crise urbana. Tratando, portanto, 
da perda de prestígio da função social da cidade e o crescimento do neoliberalismo 
como consequência direta dessa perda. Além disso, a autora destaca a abordagem 
marxista sobre o tema cidade, a cidade no capitalismo periférico e na conjuntura 
brasileira. 
Dessa forma, a autora elabora em seu texto a abordagem marxista da 
produção do ambiente construído. Ele relata que o constante crescimento urbano 
associa as questões básicas de moradia a um constructo social elaborado. Essas 
questões básicas fazem parte de uma luta social por garantia de direitos em países 
periféricos. Ela chama a atenção para o fato de as políticas públicas simbolizarem 
um salário indireto do trabalhador, já que aumentos de transporte, moradia, entre 
outros, significam que quaisquer aumentos em sua renda direta será mera ilusão. 
Maricato destaca a oposição entre o valor de uso da cidade mercado e a 
necessidade básica social da cidade para a classe trabalhadora. Enquanto a cidade 
mercadológica busca obter lucros com a apropriação e venda de imóveis, a classe 
trabalhadora busca obter condições básicas de sobrevivência e melhorias na 
qualidade de vida. Assim, a disputa por espaços e locais que possam oferecer 
qualquer tipo de riqueza, torna-se alvo do capital imobiliário, e até mesmo da classe 
trabalhadora, já que o proprietário de um modesto imóvel, pode acabar lucrando 
com a disposição pública de obras localizadas em seu entorno. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ​TOCANTINS 
CÂMPUS Prof. Dr.SÉRGIO JACINTHO LEONOR 
CURSO DIREITO 
Av. Juraíldes de Sena e Abreu, Bairro Buritizinho | 77330-000 | Arraias/TO 
(63) 3653-1531 Ramal: 8837 | www.uft.edu.br | 
 
 
Nesse sentido, a autora esclarece que a constituição das favelas no Brasil se 
deu a partir da rápida industrialização e urbanização do país na metade do século 
XX. A precarização do trabalho oferecido na época, contribuiu para a 
autoconstrução de residências por parte da classe trabalhadora que investia seu 
tempo de folga na construção da propriedade. Esse fato, aliado à histórica 
desigualdade encontrada no país, contribuiu para uma cidade com iguais níveis de 
desigualdade urbana. 
Assim, Maricato destaca como a urbanização das cidades brasileiras sofreu 
diante da falta de políticas públicas, os irrisórios esforços políticos desencadearam 
um aumento das populações periféricas das cidades, tornando as favelas 
conglomeradas cada vez maiores, o que consequentemente aumentou os índices 
de desigualdade. Em seu livro, a autora destaca que uma lenta recuperação da 
urbanização ocorreu à medida que algumas cidades brasileiras deram atenção a 
essa questão. Ela aponta Porto Alegre com a política de orçamento participativo, 
uma das medidas mais eficazes para frear o ímpeto do mercado imobiliário das 
elites e tornar a classe trabalhadora mais ativa na discussão do processo de 
urbanização da cidade. 
No segundo capítulo do livro, Maricato esclarece a respeito da luta de classes 
pelo centro da cidade de São Paulo. A autora relata em sua obra que a política 
paulistana investiu veemente na região a fim de atrair investidores imobiliários e 
expulsar a classe pobre da região. Contudo, as minorias se tornaram resistentes e 
dificultaram os objetivos políticos/capitalistas da monopolização do terreno. Apesar 
de subjugados e afastados até mesmo para regiões de risco, os planos políticos não 
conseguiram exercer sua vontade de capitalizar a região central da cidade. 
A autora destaca ainda que os moradores de rua e dependentes químicos 
que ali residem, foram ao longo dos anos enxotados, expulsos, e tiveram várias 
medidas contrárias à sua instalação em tal área proferidas pela política da capital 
paulista. Ela ressalta que ao invés de investir na recuperação social dessas 
pessoas, de incentivar o comércio de rua, a prefeitura e câmara de vereadores 
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preferiram tratar essas pessoas como marginais e transformar a situação em uma 
verdadeira guerra contra uma parte de sua própria população. 
Por fim, o texto de Maricato remete a constante luta entre o capitalismo 
existente na política e na iniciativa privada, e as minorias sociais que 
constantemente são vistas como “estorvos” para a sociedade civil. Ao invés de 
buscar soluções que transformem essa população carente e dependente em 
sujeitos ativos na sociedade, os agentes políticos e a elite imobiliária, acreditam ser 
mais fácil expulsar e tornar a vida dessas pessoas ainda mais trágica. É evidente 
que o dinheiro é o principal motivo pela escolha. Contudo, tendo em vista que a 
expulsão de pobres de áreas centrais, e a degradação urbana com a construção de 
favelas é dispendiosa e degradante para a cidade, e assim gera infortúnios para o 
mercado imobiliário e para a política das cidades, não seria mais adequado investir 
na recuperação e no crescimento sustentável dessas classes sociais, a fim de se 
tornar a cidade amplamente valorizada. Fica claro que o investimento público para 
recuperação de favelas, moradores de rua e dependentes químicos, não beneficia 
apenas a estes, mas a própria iniciativa privada e a administração pública. 
 
Referências 
MARICATO, E. ​Para Entender a Crise Urbana​. São Paulo: Expressão Popular, 
2015, 112 p. 
 
 
 
 
 
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