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LÍNGUA PORTUGUESA CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD Língua Portuguesa – Profª. Ms. Silvana Zamproneo e Prof. Felipe Aleixo Meu nome é Silvana Zamproneo. Sou graduada em Letras pela Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Araraquara e mestre em Linguística e Língua Portuguesa pela mesma instituição. Antes de ingressar no mestrado, fui bolsista do CNPq em nível de aperfeiçoamento por dois anos. Atualmente, dedico-me à pesquisa em estudos da linguagem e leciono Linguística e Língua Portuguesa em cursos de Letras nas modalidades presencial e a distância, além de Língua Portuguesa em outros cursos de graduação. Será uma satisfação trabalhar com você e espero contribuir para a sua formação profissional. E-mail: silvanazlopes@uol.com.br A autora agradece a colaboração do Prof. Felipe Aleixo, pelas suas contribuições aos temas desenvolvidos, bem como pela revisão técnica dos conteúdos abordados. Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação LÍNGUA PORTUGUESA Caderno de Referência de Conteúdo Silvana Zamproneo Felipe Aleixo Batatais Claretiano 2013 Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação © Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP) Versão: dez./2013 469 Z29l Zamproneo, Silvana Língua portuguesa / Silvana Zamproneo, Felipe Aleixo – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 208 p. ISBN: 978-85-67425-82-5 1. Comunicação. 2. Linguagem. 3. Gramática. 4. Texto. 5. Leitura crítica. 6. Produção de Texto. I. Aleixo, Felipe. II. Língua portuguesa. CDD 469 Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Luis Henrique de Souza Patrícia Alves Veronez Montera Rita Cristina Bartolomeu Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Bibliotecária Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Claretiano - Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br SUMÁRIO CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 9 2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO ............................................................................ 11 UNIDADE 1 – COMUNICAÇÃO HUMANA: ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO, FUNÇÕES DA LINGUAGEM, FALA E ESCRITA 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 39 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 39 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 40 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 41 5 ESQUEMA DE COMUNICAÇÃO ........................................................................... 44 6 FUNÇÕES DA LINGUAGEM ................................................................................. 47 7 FALA E ESCRITA ................................................................................................... 57 8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 60 9 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 63 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 63 UNIDADE 2 – TEXTO, COERÊNCIA E COESÃO 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 65 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 65 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 66 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .................................................................................. 67 5 CONCEITO DE TEXTO E FATORES DE TEXTUALIDADE .......................................... 70 6 COERÊNCIA......................................................................................................... 78 7 COESÃO .............................................................................................................. 80 8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 102 9 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 109 10 SUGESTÕES DE LEITURA ..................................................................................... 109 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 109 UNIDADE 3 – SUBSÍDIOS GRAMATICAIS 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 111 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 111 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 112 4 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 113 5 CRASE ................................................................................................................. 113 6 COLOCAÇÃO DOS PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS ÁTONOS ........................... 119 7 PONTUAÇÃO: USO DA VÍRGULA ......................................................................... 125 8 CONCORDÂNCIA VERBAL ................................................................................... 130 9 CONCORDÂNCIA NOMINAL ............................................................................... 134 10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................ 135 11 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 143 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 143 UNIDADE 4 – INTERPRETAÇÃO, ANÁLISE E PRODUÇÃO TEXTUAL: TÓPICOS DO TEXTO E DO PARÁGRAFO 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 145 2 CONTEÚDOS....................................................................................................... 145 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 146 4 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 146 5 LEITURA DE TEXTO ............................................................................................. 147 6 OS TÓPICOS DO TEXTO ....................................................................................... 149 7 O TÓPICO E A ESTRUTURA DO PARÁGRAFO ....................................................... 157 8 QUESTÃO AUTOAVALIATIVA ............................................................................... 163 9 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 164 10 SUGESTÕES DE LEITURA ..................................................................................... 164 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 164 UNIDADE 5 – ESTRUTURAS DISCURSIVAS: DESCRITIVA, NARRATIVA E PROCEDURAL 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 167 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 167 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 168 4 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 168 5 ESTRUTURA DESCRITIVA .................................................................................... 169 6 ESTRUTURA NARRATIVA ..................................................................................... 175 7 ESTRUTURA PROCEDURAL ................................................................................. 178 8 QUESTÃO AUTOAVALIATIVA ............................................................................... 179 9 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 180 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 180 UNIDADE 6 – GÊNEROS DISCURSIVOS: RESUMO E DISSERTAÇÃO 1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 183 2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 184 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 184 4 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 184 5 RESUMO ............................................................................................................. 185 6 DISSERTAÇÃO ..................................................................................................... 192 7 QUESTÃO AUTOAVALIATIVA ............................................................................... 206 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 206 9 SUGESTÕES DE LEITURA ..................................................................................... 207 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 207 Claretiano - Centro Universitário CRC Caderno de Referência de Conteúdo Conteúdo ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Comunicação e linguagem. Texto: conceito, tipologia e estruturação. Fatores de textualidade: coerência e coesão. Aspectos gramaticais relevantes à produção textual. Dissertação, resumo e resenha. Leitura crítica, interpretativa e analítica. Produção de textos. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 1. INTRODUÇÃO Seja bem-vindo ao estudo de Língua Portuguesa. Neste Ca- derno de Referência de Conteúdo, você encontrará o conteúdo bá- sico das seis unidades. Esperamos que você amplie seus conhecimentos de língua portuguesa e aperfeiçoe sua habilidade de comunicação oral e es- crita, de forma a dominar as condições de recepção e produção textual. Além disso, tomará contato com teorias sobre os gêneros e as estruturas de discurso que lhe auxiliarão a produzir diferen- © Comunicação e Linguagem10 tes tipos de texto, de acordo com as exigências das diferentes si- tuações comunicativas. Nosso objeto central de estudo, portanto, será o texto. Em seu cotidiano de estudante de Graduação e em sua futura prática profissional, é importante que você tenha desenvolvido as capacidades de: produzir textos claros, lógicos, coerentes e coesos, respeitando as diferentes estruturas discursivas; ler e analisar tex- tos, relacionando-os ao contexto sociocultural; comparar diferentes gêneros discursivos, observando sua organização e sua estrutura, bem como os recursos linguísticos utilizados; reconhecer estraté- gias argumentativas utilizadas por um autor e saber utilizá-las na sua produção textual; relacionar as informações explícitas no texto às implícitas; analisar criticamente diferentes temas presentes em textos e seus enfoques. Para cumprir tais objetivos, selecionamos alguns assuntos que serão abordados neste material. Iniciaremos a primeira uni- dade com uma discussão acerca das características da linguagem humana e da comunicação animal. Em seguida, apresentaremos os seis elementos envolvidos no esquema de comunicação, quais sejam: remetente, destinatário, contexto, mensagem, contato e código, e as funções da linguagem a eles relacionadas (emotiva, conativa, referencial, poética, fática e metalinguística, respectiva- mente). Encerraremos a unidade com a abordagem dos fatores que diferenciam a fala da escrita. Após a apresentação das noções básicas da Teoria da Comu- nicação, na segunda unidade, iniciaremos o estudo do texto, to- mando como ponto de partida o conceito de discurso e de texto, os fatores de textualidade, sobretudo a coerência e a coesão. Na terceira unidade, abordaremos alguns assuntos de gra- mática normativa que são relevantes para a produção de um texto coeso e de acordo com a norma padrão da língua. Na quarta unidade, daremos atenção à interpretação textual. Para isso, analisaremos os chamados tópicos discursivos, ou seja, 11 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo os assuntos abordados em um texto. Verificaremos que ao assunto central há outros relacionados, compondo-se, assim, uma estrutu- ra hierárquica de tópicos. Na sequência, estudaremos o tópico e a estrutura do parágrafo, com ênfase no parágrafo dissertativo. As duas unidades finais têm como assunto, respectivamente, as estruturas e os gêneros de discurso. Destacaremos, na quinta unidade, as estruturas descritiva, narrativa e procedural, esta úl- tima típica de textos instrucionais, como bulas de medicamento, manuais de eletrodoméstico etc. Encerrando o Caderno de Refe- rência de Conteúdo, apresentaremos, na sexta unidade, algumas estratégias de elaboração de resumo e de dissertação argumen- tativa. Após esta introdução apresentaremos, a seguir, na seção Orientações para estudo, algumas orientações de caráter motiva- cional, dicas e estratégias de aprendizagem que poderão facilitar o seu estudo. 2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO Abordagem Geral Prof. Felipe Aleixo Neste tópico, apresentar-se-á uma visão geral do que será estudado. Aqui, você entrará em contato com os assuntos princi- pais deste livro-texto de forma breve e geral e terá a oportunida- de de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. No entanto, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessárioa partir do qual você possa construir um referen- cial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, com ética e com responsabilidade social. Inicialmente, é preciso que você entenda o porquê de es- tar estudando Língua Portuguesa no seu curso de Graduação. Será que você, ao longo de, aproximadamente, 12 anos de estudo na © Comunicação e Linguagem12 Educação Básica, ainda não aprendeu português? Será que você não sabe a língua portuguesa? Ora, se isso está passando pela sua cabeça, pare de pensar nisso já! Toda pessoa que tem uma língua materna (no seu caso, mui- to provavelmente, o português) e que a utiliza para comunicar-se com outra pessoa, fazendo-se entender, sabe essa língua. Quando nascemos, adquirimos a língua das pessoas que estão ao nosso re- dor, criando, no nosso cérebro, uma gramática particular, que nos permite selecionar palavras e combiná-las a fim de transmitir uma mensagem ao nosso semelhante. Portanto, você, ao falar a língua portuguesa, sabe, inconscientemente, utilizá-la e, assim, domina, ao menos, uma variante dela. Entretanto, não há apenas uma forma de se utilizar a língua a que pertencemos. É aí que entram em questão os níveis de lin- guagem. Imagine a seguinte situação: você está em um barzinho, quando, de repente, chega alguém e diz: "Por obséquio, o senhor poderia trazer-me uma garrafa de água?". Certamente, a sua rea- ção seria de estranhamento. Agora, imagine outra situação: você está assistindo a um jul- gamento, e o juiz diz ao réu: "Como nóis decidiu, 'ocê' 'tá' conde- nado 'pelos crime' que cometeu". Você também estranharia um juiz falando dessa forma em um tribunal, não estranharia? Pois bem, como você pode perceber, há várias maneiras de se dizer algo, seja de modo mais formal, seja de modo mais informal. Assim, em um ambiente em que não se exija tamanha formalidade, não é preciso tomar tanto cuidado com a sua língua falada (tal como em um barzinho); da mesma forma, em um lugar em que se exija tal formalidade, assim devemos proceder também (tal como em uma sessão de julgamento). Devemos optar, então, pelo uso da variante padrão da língua ou da variante não padrão. Nesse sentido, cumpre destacar que se entende por língua padrão as normas eleitas como modelo, consagradas dentro das possibilidades de realização em um sistema linguístico (CUNHA; CINTRA, 2007). 13 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Da mesma maneira em que há diferença entre a forma de se falar, há, também, diferença entre usar as duas modalidades em que a língua se apresenta: fala e escrita. Na fala, tem-se mais liberdade para se produzir aquilo que o falante quer exteriorizar, uma vez que é ela dinâmica. Já na escrita, é preciso maior cuidado com o modo de se expressar, a fim de que haja sucesso na compreensão das ideias transcritas no papel (ou em qualquer lugar em que se consiga escrever, como, por exem- plo, nos meios digitais). Dessa forma, para escrever, precisamos ter conhecimento de um sistema padronizado estabelecido por convenção, o qual é chamado de ortografia. Por meio desta, con- seguimos representar, graficamente, a linguagem verbal humana. É assim que explicamos o porquê de você aprender língua portuguesa no seu curso de Graduação: aprender a colocar "no papel" as suas ideias, obedecendo à norma padrão da língua, de maneira que outras pessoas consigam entender aquilo que você escreveu. Logo, objetivamos aperfeiçoar a sua habilidade em es- crever textos. Você deve ter percebido que ora nos referenciamos à pala- vra "língua", ora fazemos uso do vocábulo "linguagem". Há dife- rença entre ambos? Alguns estudiosos da linguagem não fazem essa diferenciação. Contudo, há aqueles que dizem que cada um desses conceitos se refere a uma "coisa" diferente (Saussure e Chomsky, por exemplo). Para Cunha e Cintra (2007, p. 1), linguagem: [...] é um conjunto complexo de processos – resultado de uma certa atividade psíquica profundamente determinada pela vida social – que torna possível a aquisição e o emprego concreto de uma LÍN- GUA qualquer. De acordo com os autores, usa-se esse termo, também, para designar-se o sistema de sinais utilizado para estabelecer comuni- cação entre as pessoas. Assim, segundo esses estudiosos, "desde © Comunicação e Linguagem14 que se atribua valor convencional a determinado sinal, existe uma linguagem" (2007, p. 1). Já a língua, para os gramáticos: É um sistema gramatical pertencente a um grupo de indivíduos. Ex- pressão da consciência de uma coletividade, a LÍNGUA é o meio por que ela concebe o mundo que a cerca e sobre ele age. Utilização so- cial da faculdade da linguagem, criação da sociedade, não pode ser imutável; ao contrário, tem de viver em perpétua evolução, parale- la à do organismo social que a criou (CUNHA; CINTRA, 2007, p. 1). Em síntese, ambos os conceitos estão relacionados à comu- nicação humana. Na linguagem, pensada num sentido macro, es- tão inseridas todas as formas de que o homem se utiliza para se comunicar, seja por meio da pintura, da dança, da mímica, entre outras. Já a língua está relacionada à forma verbal de interação entre as pessoas. Esta se apresenta, como mencionamos, nas mo- dalidades escrita e falada. Passemos, então, a partir de agora, a estudar a linguagem verbal humana, utilizada, sobretudo, para estabelecer comunica- ção. Para que tenhamos em mente como se dá o processo de co- municação, observe o diálogo a seguir: — Luís, você pode me emprestar o seu carro hoje à noite? — Infelizmente, não, porque ele está quebrado. Como você pode perceber, nesse exemplo estão em tela dois interlocutores, ou seja, dois indivíduos que estão participando de uma conversa. Nesse diálogo, há alguém que precisa de um favor do seu amigo e, por essa razão, pede a ele algo por meio de uma manifestação verbal. Nesse caso, o primeiro interlocutor é o emis- sor de uma mensagem; e Luís, o segundo interlocutor, é o recep- tor (ou destinatário) dessa mensagem, a qual contém em si o con- teúdo da informação. Para transmiti-la de forma bem-sucedida, foi preciso que ambos falassem uma mesma língua, ou seja, dominas- sem o mesmo código de comunicação. Além disso, foi necessário 15 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo que os dois falantes estivessem inseridos num mesmo contexto para saber que essa mensagem se referia a determinada entida- de, a um determinado referente. A mensagem, que estabelece a interação entre eles, foi transmitida graças ao fato de se ter usado um canal, isto é, de o emissor ter transformado a sua ideia em material sonoro (por meio de seu aparelho fonador) e transmiti-lo ao seu receptor por intermédio do ar. Cada um desses elementos (emissor, mensagem, receptor, código, referente e canal) é utiliza- do, pois, para se estabelecer comunicação. Já dissemos que, na comunicação, emitimos mensagens, as quais são codificadas pelos sistemas de signos. Essas mensagens, por sua vez, são estruturadas, concretizadas, em textos (falados ou escritos), que são, em última instância, o produto concreto de uma codificação linguística. Assim, o texto é a manifestação concreta, estática, de uma atividade discursiva realizada por um emissor e por um receptor, que têm determinados propósitos comunicativos e que estão in- seridos no mesmo contexto. Emissor e receptor são os sujeitos do discurso. Pertencem a uma sociedade, têm determinada cultura e estão inseridos em algum momento da história. No discurso, ao contrário do texto (que, como dissemos, é estático), há uma di- namicidade no processo de enunciação, iniciando-se quando da sua codificação pelo emissor e encerrando-se na decodificação do receptor. SegundoHalliday e Hassan (1976), o texto é uma passagem, falada ou escrita e de tamanho qualquer, que forma um todo uni- ficado. Em outras palavras, ele não é apenas uma sequência de vocábulos; é, sobretudo, uma "unidade semântica", ou seja, uma unidade não só de forma, mas também de significado, que con- tém um sentido no contexto, uma textura (ou textualidade). Então, se o texto é considerado como uma unidade, pode-se inferir que ele não é formado por palavras isoladas ou frases desar- © Comunicação e Linguagem16 ticuladas. O texto é um conjunto cujas partes estão ligadas umas às outras, de tal forma que se percebe claramente o seu sentido, havendo um arranjamento ordenado de ideias. Para compreender melhor, observe o trecho a seguir: Hoje trabalhei demais. Maria usa saias. Os meninos me disseram que brincaram na praia. Saudade! Empresta-me o seu lápis? Brigou comigo, entretanto vai fazer frio. Queremos água, por isso ele quer saber se há ferramentas para consertar o carro. Você consegue apreender uma unidade de sentido nesse exemplo? Há uma lógica no ordenamento das frases? Consegue perceber esse trecho como uma situação possível de comunica- ção? Você o consideraria como um texto? Muito provavelmente, você respondeu "não" a todas essas questões – e com razão. Temos, no exemplo anterior, uma sequên- cia desordenada de frases, um amontoado de ideias "jogado" no papel, sem lógica alguma – enfim, um caos linguístico. Agora, compare esse trecho com o excerto a seguir: Quaresma era considerado no arsenal: a sua idade, a sua ilustração, a modéstia e honestidade de seu viver impunham-no ao respeito de todos. Sentindo que a alcunha lhe era dirigida, não perdeu a dig- nidade, não prorrompeu em doestos e insultos. Endireitou-se, con- certou o pince-nez, levantou o dedo indicador no ar e respondeu: —Senhor Azevedo, não seja leviano. Não queira levar ao ridículo aqueles que trabalham em silêncio, para a grandeza e a emanci- pação da Pátria (BARRETO, L. O triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: <http://www.culturatura.com.br/obras/Triste%20 Fim%20de%20Policarpo%20Quaresma.pdf >. Acesso em: 29 jun. 2010). Conseguiu perceber a diferença entre ambos? No excerto da obra O triste fim de Policarpo Quaresma, conseguimos, por meio da ordenação dos vocábulos, das orações e das frases, compreen- der o que o narrador deseja transmitir ao seu leitor; em outras palavras, conseguimos entender o sentido do que está escrito. Obviamente, podemos, então, considerar o segundo trecho como um texto, uma vez que nele estão claras as intenções comu- 17 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo nicativas de seu produtor. É em virtude de esse trecho ter textuali- dade que conseguimos notar a diferença entre um texto e um não texto. A textualidade é conferida ao texto por meio de sete fatores facilmente identificados, a saber: a) intencionalidade; b) aceitabilidade; c) situacionalidade; d) intertextualidade; e) informatividade; f) coesão; g) coerência. Na Unidade 2, você estudará cada um desses fatores de tex- tualidade. No entanto, dois desses fatores serão estudados com mais detalhes: a coesão e a coerência textuais. Esses são os fato- res que estão mais centrados no próprio texto. A coesão, segundo Fiorin e Savioli (2004), é o nome que se dá à conexão interna entre os vários enunciados presentes no tex- to. É por meio dela que as ideias apresentadas em uma produção escrita são interligadas. Para Koch (1999), a coesão constitui um fator de textualida- de altamente desejável, tendo em vista o fato de ela configurar um mecanismo de manifestação superficial da coerência. Assim, para a linguista, o conceito de coesão textual (dividida por ela em dois grandes grupos, quais sejam, a coesão referencial e a coesão se- quencial) relaciona-se a "todos os processos de sequencialização que asseguram [...] uma ligação linguística significativa entre os ele- mentos que ocorrem na superfície textual" (KOCH, 1999, p. 19). Portanto, é muito importante que, na construção de seus textos, você se atente aos mecanismos que utilizará para conectar as suas sentenças, ou seja, aos mecanismos de coesão textual. Muito importante é, também, atentar-se à coerência do tex- to, a qual, para muitos estudiosos, se trata de um fator extrema- mente vinculado à coesão. © Comunicação e Linguagem18 De acordo com Antunes (2005, p. 176) "[...] coerência é uma propriedade que tem a ver com as possibilidades de o texto funcionar como uma peça comunicativa, como um meio de interação verbal". Grosso modo, a coerência está ligada à lógica do texto, ou seja, à não contradição dos fatos apresentados; ela é a proprieda- de de dizer-se que um texto faz sentido. Mas como assegurar a coesão e a coerência nos textos cons- truídos por você? Para isso, é importante que você tenha, inicial- mente, alguns conhecimentos de gramática. Há diversos tipos de gramática, mas, aqui, estudaremos al- guns subsídios relacionados à Gramática Normativa, que é aquela que estabelece regras para a língua, defendendo que existe um padrão linguístico que deve (ou deveria) ser seguido por todos. Pois bem, nos textos escritos, devemos nos atentar quan- to à forma que escrevemos, pois não podemos transgredir as re- gras prescritas pela gramática. É por essa razão que, na Unidade 3, apresentamos alguns subsídios gramaticais. Inicialmente, apresentamos um conceito que é incompreen- dido por muitos, mas que não carrega tanta dificuldade assim. Es- tamos falando da crase. Em síntese, crase nada mais é do que a fusão de duas vogais. Para ser mais preciso, ela ocorre quando "juntamos" um "a" arti- go definido feminino e um "a" preposição. Por exemplo, quando temos um verbo que exige a preposição "a" e, em seguida, um substantivo feminino que pode ser determinado pelo artigo "a", teremos crase. Observe a frase seguinte: Eu vou à escola hoje. Para verificarmos se nessa situação realmente ocorre crase, devemos tomar, inicialmente, o verbo da oração, que, no caso, é "ir", conjugado na 1ª pessoa do singular (eu) no Presente do Indi- cativo. Agora, veja: quem "vai", vai a algum lugar. Obrigatoriamen- 19 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo te, devemos utilizar, em virtude do uso do verbo "ir", a preposição "a" para continuar o que estamos dizendo ou escrevendo. Uma vez confirmado o uso dessa preposição, necessitamos observar o substantivo que vem na sequência. No exemplo, temos o subs- tantivo "escola", que é feminino. Sabe-se que um substantivo é feminino se se conseguir colocar um artigo feminino ("a", "as") an- tes dele. Inferimos, pois, que "escola" admite o uso do artigo "a", pois poderíamos dizer perfeitamente, por exemplo, que "a escola é moderna" (perceba que esse "a" artigo é diferente do "a" prepo- sição!). Logo, se o verbo exige preposição e o substantivo admite o artigo feminino, ficaria estranho escrevermos: Eu vou a a escola hoje. A fim de não causar esse estranhamento, unem-se os dois "as” e acrescenta-se um acento grave (`). Como resultado final, temos: à – eu vou à escola hoje. Viu só? Não é tão difícil como você imaginava! Há, ainda, algumas outras regras para determinar o uso ou não da crase, as quais você estudará na Unidade 3. Assim como a crase, que é marcada na escrita, devemos tomar cuidado, também, com relação à colocação dos pronomes oblíquos quando estão ligados a verbos, os quais são átonos (não são tônicos). Os pronomes oblíquos átonos são os seguintes: "me", "te", "se", "nos", "vos", "o", "a", "os", "as", "lhe" e "lhes"; eles são excelentes mecanismos de coesão textual, pois fazem referência a substantivos do texto, impedindo, assim, que haja uma repetição vocabular exagerada. Assim, o pronome é aquele que serve para representarum nome (substantivo e adjetivo). Com relação à posição dos pronomes oblíquos átonos diante de um verbo, podemos ter: • Próclise: ocorre quando o pronome está anteposto ao verbo. Exemplo: "Ele te contou a novidade?”. • Ênclise: ocorre quando o pronome está posposto ao ver- bo, ligado a ele por hífen (-). Exemplo: "Empresta-me o seu livro?”. © Comunicação e Linguagem20 • Mesóclise: ocorre quando o pronome está inserido no verbo. Exemplo: "Arrepender-me-ei de ter dito isso?”. No Brasil, a próclise é preferida na língua falada, ao contrário de Portugal, que prefere a ênclise. A mesóclise, na fala, está prati- camente extinta. Porém, como você já sabe, a língua escrita é uma modali- dade diferente da língua falada. Nela, não importam as preferên- cias deste ou daquele país; é preciso seguir as regras estabelecidas pela gramática. Para saber, então, quando devemos utilizar próclise, êncli- se ou mesóclise, precisamos identificar alguns elementos que são atrativos de pronome oblíquo, bem como reconhecer situações em que se deve usá-lo ora antes, ora depois, ora no meio dos ver- bos. Cada uma dessas situações também será apresentada a você na Unidade 3. Outro mecanismo obrigatório utilizado na língua escrita é a pontuação. O ponto-final (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois-pontos (:), o ponto de interrogação (?), o ponto de exclama- ção (!), as reticências (...), as aspas (" "), os parênteses ( ), os col- chetes ([ ]) e o travessão (–) são os sinais de pontuação que usa- mos em nossos textos. Cada um deles tem uma função específica e deve ser usado nos locais adequados. Em meio a todos esses sinais de pontuação, um dos mais complexos é a vírgula. Nas séries iniciais da Educação Básica, aprendíamos que a vírgula era utilizada para marcar os locais em que a pessoa deveria "respirar" quando fosse ler um texto. Infe- lizmente (ou muito felizmente), a vírgula não tem nada a ver com respiração. Ela é um marcador textual ligado, sobretudo, à sinta- xe da língua escrita. Para dominá-la, é preciso, por exemplo, ter conhecimentos acerca de sujeito e predicado, conjunção, objetos direto e indireto, entre tantos outros. 21 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo É por ser tão complexa que, para este estudo, a vírgula foi eleita, dentre os sinais de pontuação, para ser estudada e bem compreendida. Encerrando os estudos de subsídios gramaticais, apresenta- dos na Unidade 3, apresentaremos a você a relação de concordân- cia estabelecida entre sujeito e verbo e entre dois nomes. Estamos falando, respectivamente, de concordância verbal e de concor- dância nominal. Utilizar-se desses conhecimentos na hora de pro- duzir um texto escrito é de fundamental importância. Segundo Abreu (2003, p. 157), a concordância: [...] é um processo pelo qual as marcas de número e pessoa de substantivos ou pronomes são assumidas por verbos e as marcas de gênero e número de substantivos são assumidas por adjetivos, artigos, pronomes e alguns numerais (grifo do autor). De forma mais específica, o estudioso afirma que a "[...] concordância que envolve adjetivos, artigos, pronomes e alguns numerais é chamada de concordância nominal [...]" e que "[...] a concordância que envolve o verbo é chamada de concordância verbal” (ABREU, 2003, p. 157, grifos do autor). É importante deixar claro que a concordância facilita ao lei- tor a compreensão do texto, pois, por intermédio dela, consegui- mos seguir, inconscientemente, as ideias apresentadas, bem como estabelecer conexão entre as várias sentenças elencadas. Por isso, a concordância também é considerada um mecanismo responsá- vel por realizar coesão textual. Como você pode perceber, todo o conteúdo tratado tem como objeto de estudo central o texto. Para dar continuidade a esse estudo, é preciso, ainda, saber que um texto escrito envolve dois aspectos: a produção, que é o processo de elaboração, e a leitura e interpretação, que estão relacionadas à forma como se apreende o texto. No seu dia a dia de estudante, você precisa ler, interpretar, analisar e discutir muitos textos, sobretudo nesta modalidade de © Comunicação e Linguagem22 ensino, a Educação a Distância. Será que, para realizar os seus es- tudos, você está lendo e interpretando adequadamente os con- teúdos disponibilizados nos materiais instrucionais? É disso que trata a Unidade 4. Nela, você aprenderá como realizar de forma bem-sucedida a leitura de um texto. Muitas pessoas têm o hábito de, nos seus estudos, "correr os olhos" no material, lendo-o apenas uma vez. Essa não é uma maneira satisfatória de adquirir conhecimento por meio da leitura. Para entendermos bem um texto, é necessário lê-lo várias vezes. Inicialmente, devemos realizar uma leitura rápida, a fim de que entremos em contato com o assunto e tenhamos uma noção geral do todo que ele compreende. Feito isso, é hora de buscar no dicio- nário o significado das palavras desconhecidas e de anotar as per- guntas suscitadas pelo texto. Além disso, devem-se identificar as partes principais que o compõem, o tema de que ele trata, a tese defendida, as estratégias argumentadas, bem como os significados e os sentidos veiculados. Procedendo dessa forma, faz-se uma análise da produção escrita, permitindo que se decodifiquem adequadamente todas as informações nela contidas. O primeiro passo para a leitura de um texto é perceber de que assunto ele está tratando, ou seja, o tópico textual. A partir disso, começa-se a análise. Por meio da Unidade 4, então, você vai descobrir, também, como interpretar e analisar um texto, partindo do seu tópico central. Além disso, você aprenderá qual é a estru- tura ideal de um parágrafo e perceberá que ele possui, também, um tópico. Na sequência, abordaremos, na Unidade 5, algumas das di- ferentes estruturas discursivas em que o texto pode se edificar: a descritiva, a narrativa e a procedural. A estrutura descritiva é aquela em que apresentamos as ca- racterísticas de lugares, objetos, pessoas (física e psicologicamen- 23 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo te), animais, situações, entre outros. Como o próprio nome indica, é o tipo de texto em que descrevemos algo. Segundo Fiorin e Sa- violi (2000, p. 298), na descrição, não se relatam: [...] as transformações de estado que vão ocorrendo progressiva- mente com pessoas ou coisas, mas as propriedades e aspectos des- ses elementos num certo estado, considerado como se estivesse parado no tempo. Assim, o fundamental em uma descrição é que não haja re- lação de anterioridade e/ou posterioridade, ou seja, não se deve ter uma progressão temporal, tendo em vista que é essencial ha- ver uma relação de simultaneidade entre os enunciados elencados nesse tipo de produção. Observe, a seguir, um exemplo de texto descritivo apresen- tado por Fiorin e Savioli (2000, p. 297): Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das me- sas. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. O trânsito cami- nha lento e nervoso. Eis São Paulo às sete da noite. Nesse trecho, são descritos alguns aspectos de determinado momento de determinado lugar. Nele, realizam-se descrições simul- tâneas, ou seja, não se pode dizer que uma coisa ocorre cronologi- camente anterior à outra; poder-se-ia até inverter a sequência dos enunciados sem que se alterasse a relação cronológica entre eles. Na narração, porém, há essa relação de anterioridade e pos- terioridade, uma vez que uma das condições para ter-se uma nar- ração é haver um tempo definido para o discurso. De acordo com Fiorin e Savioli (2000, p. 289), "texto narrati- vo é aquele que relata as mudanças progressivas de estado e que vão ocorrendo com aspessoas e as coisas através do tempo". Ao contrário do texto descritivo, na narração, não se consegue alterar a sequência dos enunciados sem se interferir radicalmente no sen- tido da produção escrita. Fiorin e Savioli (2000, p. 300) apresentam o mesmo exemplo apresentado anteriormente, mas adequando-o a uma estrutura narrativa: © Comunicação e Linguagem24 Eram sete horas da noite em São Paulo e a cidade toda se agitava naquele clima de quase tumulto típico dessa hora. De repente, uma escuridão total caiu sobre todos como uma espessa lona opaca de um grande circo. Os veículos acenderam os faróis altos, insuficien- tes para substituir a iluminação anterior. Você conseguiu perceber a diferença entre os dois textos? No narrativo, apresentam-se fatos concretos, tal como no descri- tivo; porém, esses fatos estão compreendidos em um tempo de- finido, havendo, assim, uma relação explícita de anterioridade e posterioridade. As estruturas procedurais são as que ocorrem nos gêneros discursivos instrucionais, ou seja, nos textos em que se apresenta o "passo a passo" para se realizar alguma ação. Em outras pala- vras, esse texto, como o próprio nome indica, revela procedimen- tos que devem ser obedecidos para que determinada ação seja executada. Observe o exemplo a seguir: Bolo nega maluca Ingredientes • 3 xícaras de farinha de trigo; • 1 xícara e 1/2 de açúcar; • 2 xícaras de chocolate (ou achocolatado) em pó; • 1 xícara de óleo; • 1 xícara de água fervente; • 3 ovos; • 1 colher de fermento em pó. Cobertura: • 1/2 lata de leite condensado; • 1/2 xícara de leite; • 1 colher de manteiga; • 5 colheres de achocolatado em pó. Modo de Preparo Massa: 1. Em um recipiente misture todos os ingredientes, menos a água fervente e o fermento. 2. Quando essa mistura estiver homogênea, adicione os outros ingredientes. 3. Despeje em uma forma untada, e leve ao forno médio por 30 minutos aproximadamente. 25 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Cobertura: 1. Derreta a manteiga na panela e adicione o leite condensado, a manteiga e o achocolatado. 2. Mexa até desgrudar do fundo da panela (ponto de brigadeiro). 3. Cubra e recheie o bolo depois de assado (TUDO GOSTOSO. Nega Maluca. Disponível em: <http://tudogostoso.uol.com.br/ receita/19132-bolo-nega-maluca.html>. Acesso em: 28 jun. 2010). Como você pode perceber, nesse texto, que é a receita de um bolo, indicam-se os procedimentos para realizar uma tarefa. Outros exemplos de textos que se utilizam de estruturas proce- durais são: manuais em geral (de carro, de eletrodoméstico etc.), bulas de medicamento, receitas culinárias, regras de jogo etc. Por fim, na última unidade, você aperfeiçoará o seu racio- cínio lógico e a sua capacidade de abstração e de articulação do pensamento. Mas como vai fazer isso? Ora, com a leitura, inter- pretação, análise e discussão de textos. É nessa unidade que você treinará, ainda, a sua capacidade de síntese, aprendendo a elabo- rar resumos. Finalmente, estudará a dissertação, que é o tipo de texto mais utilizado nos meios acadêmicos. É importante que você se atente bem a essa seção sobre os textos dissertativos, uma vez que é por meio desse gênero discursi- vo que você deverá elaborar o seu Trabalho de Conclusão de Curso. Esperamos que, com o estudo de Língua Portuguesa, você consiga aperfeiçoar as suas habilidades relacionadas à língua escri- ta e, assim, obtenha sucesso em sua vida acadêmica e profissional. Lembre-se de que manter contato contínuo com o texto é uma das melhores alternativas para compreendê-lo; para isso, basta que você leia constantemente! Glossário de Conceitos O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi- da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhe- cimento dos temas tratados em Língua Portuguesa. Veja, a seguir, a definição de seus principais conceitos: © Comunicação e Linguagem26 1) Adjetivo: segundo Cunha e Cintra (2007, p. 259), o adje- tivo é "essencialmente um modificador do substantivo". Para Neves (2000, p. 173), os adjetivos "são usados para atribuir uma propriedade singular a uma categoria (que já é um conjunto de propriedades) denominada por um substantivo". Para a autora, o adjetivo pode servir tanto para qualificar um substantivo, quanto para subcategori- zá-lo. 2) Advérbio: o advérbio é um modificador do verbo; en- tretanto, pode reforçar o sentido de adjetivos, de outro advérbio, ou, ainda, pode modificar toda a oração. Pode ser classificado em: modo, lugar, tempo, intensidade, negação, afirmação, dúvida, interrogação, ordem, exclu- são e designação (CUNHA; CINTRA, 2007). 3) Aliteração: de acordo com Fiorin e Savioli (2004, p. 332), aliteração é a “repetição da mesma consoante ou de consoantes similares ao longo da frase”. Veja um exem- plo de aliteração na estrofe inicial do poema Um sonho, de Eugênio de Castro: Na messe, que enlouquece, estremece a quermesse... O sol, o celestial girassol, esmorece... E as cantilenas de serenos sons amenos Fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos... Nessa estrofe, há uma repetição exagerada do fonema /s/; temos aí, portanto, uma aliteração. 4) Antítese: figura pela qual se opõem, numa mesma frase, duas palavras ou dois pensamentos de sentido contrário (p. ex.: com luz no olhar e trevas no peito) [...] (HOUAISS, 2009, grifo nosso). 5) Aparelho fonador: conjunto de órgãos localizados na cabeça, pescoço e cavidade torá- cica, cuja função primária está ligada aos aparelhos digestivo e res- piratório, e que são secundariamente usados para a produção dos sons da fala; compõe-se dos articuladores (lábios, dentes, alvéolos, palato duro, palato mole, úvula e língua), dos ressoadores (cavida- de bucal, faringe, laringe, cavidades nasais), do órgão produtor da voz (pregas vocais), dos fornecedores da corrente aérea (traqueia, brônquios, bronquíolos, pulmões, diafragma e músculos intercos- tais) (HOUAISS, 2009). 27 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo 6) Aposto: segundo Cunha e Cintra (2007, p. 169), o aposto é o "termo de caráter nominal que se junta a um subs- tantivo, a um pronome, ou a um equivalente destes, a título de explicação ou de apreciação". Veja o exemplo a seguir: Ele, um pobre coitado, está sozinho no mundo. 7) Assonância: na assonância, ao contrário da aliteração, há uma repetição da mesma vogal na sentença (ou verso). 8) Codificação: é o processo de formular um enunciado linguístico de acordo com a estrutura de uma língua. Por exemplo, quando um falante deseja transmitir uma mensagem que, a princípio, está na sua cabeça, ele a transforma em material sonoro por meio de uma codi- ficação. Está ligada, pois, ao emissor/produtor de uma mensagem. 9) Comunicação: processo de interação estabelecido entre um emissor (codificador de uma mensagem) e um re- ceptor (decodificador dessa mensagem), no qual infor- mações são transmitidas por intermédio de recursos físi- cos (fala, audição, visão etc.) ou aparelhos e dispositivos técnicos (HOUAISS, 2009). 10) Conhecimento de mundo: é o conhecimento prévio que uma pessoa tem sobre determinado assunto, adquirido por meio de sua vivência. 11) Conjunção: segundo Cunha e Cintra (2007, p. 593), as conjunções são os "vocábulos gramaticais que servem para relacionar duas orações ou dois termos semelhan- tes da mesma oração". São conjunções: "e", "ou", "mas", "nem", "quando", "como", "porque", "que" (diferente do "que" pronome relativo), entre outras. 12) Conotativo: quando um termo tem valor conotativo, significa que ele está evocando um sentido diferente do conceito literal. 13) Consoante: som da fala que, do ponto de vista articula- tório,encontra na cavidade bucal algum obstáculo (seja total, seja parcial) quando da sua produção. 14) Conto: narrativa breve e concisa, contendo um só conflito, uma única ação (com espaço geralmente limitado a um ambiente), unidade de tem- po, e número restrito de personagens (HOUAISS, 2009). © Comunicação e Linguagem28 15) Coordenação: é o processo ou construção em que palavras, frases, sintagmas e períodos com funções equivalentes são ligados numa sequência. Os termos coordenados podem ser justapostos e, na escrita, se- parados por vírgula ou ligados por conjunção coorde- nativa (HOUAISS, 2009). 16) Crônica: a crônica é um texto literário em prosa relati- vamente breve que narra algum fato do cotidiano e de trama quase sempre pouco definida. Para que você en- tre em contato com esse tipo de texto, indicamos a obra: SANTOS, Joaquim Ferreira dos. (Org.). As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. Nes- sa obra, você faz uma viagem histórica do Brasil por meio das crônicas de autores consagrados, indo de 1850, com Machado de Assis, aos anos 2000, com Carlos Heitor Cony, Marcelo Rubens Paiva e Antonio Prata. 17) Decodificação: ao contrário da codificação, a decodifica- ção é o processo de interpretar um enunciado linguístico produzido por um emissor. Logo, quando alguém trans- mite uma mensagem, aquele que a recebe, ou seja, o receptor (ou destinatário) tem de decodificá-la, a fim de que consiga apreender o seu significado. 18) Denotativo: um termo (expressão, frase, texto etc.) com valor denotativo é aquele que designa o sentido literal das palavras. Costuma-se dizer que, ao contrário da co- notação, traz o sentido que o dicionário determina para os vocábulos. 19) Diálogo: é uma conversa ou discussão entre duas pes- soas; em outras palavras, é a fala em que há a interação entre dois ou mais interlocutores (indivíduos). 20) Estrangeirismo: é o processo em que palavras de outros idiomas (tais como o inglês, o francês, o árabe etc.) são incorporadas ao uso da língua portuguesa (no caso do Brasil, especificamente). Se você quiser aprender um pouco mais sobre os estrangeirismos, indicamos a lei- tura da seguinte obra: FARACO, Carlos Alberto (Org.). Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2001. 29 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo 21) Estrofe: a estrofe é um conjunto de versos; por sua vez, um conjunto de estrofes forma um poema. No caso de poemas longos, um conjunto de estrofes forma um can- to; o conjunto deste é que forma, então, essa produção literária. 22) Frase: de acordo com Cunha e Cintra (2007, p. 133), a frase é "[...] um enunciado de sentido completo, a uni- dade mínima de comunicação". Segundo os autores, a frase pode ser constituída de uma só palavra (como, por exemplo, em "Socorro!"), de várias palavras, em que pode ou não haver um verbo (como em "Eu nasci na Ba- hia." ou em "Quanta inocência!"). 23) Interlocutor: cada uma das pessoas que faz parte de um diálogo, de uma conversa. 24) Linguista: é o especialista em Linguística; aquele que es- tuda tudo que está ligado à linguagem e à língua. 25) Locução verbal: é a combinação de um verbo auxiliar conjugado (ou não) mais um verbo no infinitivo, no ge- rúndio ou no particípio. Exemplo: “tinha falado”. 26) Metáfora: de acordo com Fiorin e Savioli (2004, p. 122), metáfora é "[...] a alteração do sentido de uma palavra ou expressão quando entre o sentido que o termo tem e o que ele adquire existe uma intersecção". Percebe-se que se está usando uma palavra no sentido metafórico quan- do o seu sentido literal fica inadequado ao contexto. 27) Morfologia: é a parte da gramática que se dedica ao es- tudo das classes de palavras, bem como os seus para- digmas de flexões e suas exceções. É, ainda, o estudo da constituição das palavras e dos processos pelos quais elas são construídas, cujo foco está voltado aos morfe- mas, que são a unidade mínima linguística que possui significado. 28) Período: existem períodos simples ou compostos. Os períodos simples são os formados por apenas uma ora- ção. Já os períodos compostos são aqueles formados por duas ou mais orações. © Comunicação e Linguagem30 29) Poema: é uma composição literária em que o texto se dispõe em versos, estrofes e, até, cantos. 30) Pragmática: de forma geral, pragmática é a área da Lin- guística que estuda a língua no contexto de seu uso, as- sim como a relação entre a linguagem e seus usuários. 31) Predicado: segundo Abreu (2003, p. 87), predicado é "[...] aquilo que resta de uma oração, uma vez separa- do o seu sujeito". Em outras palavras, tendo sido iden- tificado o sujeito de uma oração, tudo aquilo que restar (verbo, complementos, elementos circunstanciais) será o predicado. 32) Pronome: os pronomes desempenham, na oração, a função de representar um substantivo ou de acompa- nhá-lo determinando a extensão do seu significado. Na classe dos pronomes, estão os retos, os oblíquos, os pos- sessivos, os demonstrativos, os reflexivos, entre outros. 33) Proposição: uma proposição, segundo Houaiss (2009), é uma: realidade psíquica, emocional e cognitiva do ser humano, passível de manifestar-se simultaneamente nos âmbitos individual e cole- tivo, e comprometida com a apropriação intelectual dos objetos externos. 34) Radical: para Cunha e Cintra (2007, p. 92), o radical é aquele que "[...] irmana as palavras da mesma família e lhes transmite uma base comum de significação". Assim, nas palavras "livro", "livros", ""livreiro" e "livraria", o ra- dical é a partícula "livr-". 35) Regência: [...] relação de dependência entre duas palavras numa construção, na qual uma (a regida) complementa a outra (a regente); por exem- plo, o verbo rege os sintagmas nominais completivos (objeto direto ou indireto e complementos adverbiais) (HOUAISS, 2009). 36) Rima: um vocábulo rima com outro quando ambos têm uma terminação similar ou idêntica, havendo uma uni- formidade dos sons. Logo, "tanto" rima com "pranto", e "mágica" rima com "trágica". 31 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo 37) Ritmo: segundo Fiorin e Savioli (2004, p. 330), "o ritmo de um poema é dado principalmente pela alternância regular de sílabas fortes (tônicas) e fracas (átonas)". 38) Romance: de acordo com o dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa (2009), o romance é uma: prosa, mais ou menos longa, na qual se narram fatos imaginários, às vezes inspirados em histórias reais, cujo centro de interesse pode estar no relato de aventuras, no estudo de costumes ou tipos psicológicos, na crítica social etc. 39) Semântica: refere-se ao estudo do sentido das palavras de uma língua. 40) Signo: segundo Saussure (2000), o signo é a combina- ção da imagem acústica com o conceito. Por exemplo, quando pronunciamos a palavra "casa”, você, ouvinte, apreenderá esse conjunto de sons, formará em sua ca- beça a imagem acústica /'kaza/ e a associará ao concei- to que tem de uma casa. À imagem acústica, Saussurre (2000) dá o nome de significante; ao conceito, ele o cha- ma de significado. Assim, o signo é a junção de signifi- cante e significado. 41) Sinestesia: [...] mecanismo de construção textual que consiste em reunir, numa só unidade, elementos designativos de sensações relativas a diferentes órgãos dos sentidos. [...] A funcionalidade da sinestesia está no efeito curioso e vivo que brota da associação de sons, cores, cheiros, gostos, texturas e múltiplos estados de espírito (FIORIN; SAVIOLI, 2004, p. 132). Exemplo de sinestesia: “ouviu o cheiro da saudade de longe”. 42) Sintaxe: é a parte da gramática que estuda as palavras na condição de elementos de uma frase, bem como as suas relações de concordância,de ordem e de subordi- nação (HOUAISS, 2009). 43) Subjetividade: de acordo com o dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa (2009), subjetividade é: expressão linguística de uma operação mental (o juízo), composta de sujeito, verbo (sempre redutível ao verbo ser) e atributo, e pas- sível de ser verdadeira ou falsa. © Comunicação e Linguagem32 A palavra "subjetividade" está relacionada ao termo "subjetivo", que é o oposto de "objetivo". 44) Subordinação: é processo de dependência sintática en- tre unidades linguísticas com funções diferentes. Usual- mente, estuda-se o processo de subordinação existente entre duas orações, em que uma delas é a oração princi- pal, e a outra, a subordinada. 45) Substantivo: segundo Neves (2000, p. 67), os substanti- vos "são usados para referir-se às diferentes entidades (coisas, pessoas, fatos etc.) denominando-as". De forma mais simples, o substantivo faz parte da classe de pala- vras que dá nome às coisas dos mundos real e fictício (sejam elas seres concretos ou abstratos, animados ou inanimados, estados, qualidades etc.). 46) Sujeito: para Abreu (2003, p. 83), "sujeito é o termo com o qual o verbo concorda". Ainda de acordo com o estu- dioso, o sujeito prototípico em português, ou seja, aque- le que é mais utilizado, é agente (ou seja, pratica uma ação), humano e determinado. 47) Tema: é o assunto principal que se quer provar ou de- senvolver. Em outras palavras, é aquilo sobre o que se conversa ou discorre. 48) Tese: de acordo com o sentido utilizado na Unidade 4, a palavra "tese" refere-se a uma proposição apresentada para ser defendida. Grosso modo, é o ponto de vista do enunciador, que, por meio de argumentos, tenta provar aquilo que defende acerca de um tema. Segundo Abreu (2002), "tese" é a hipótese eleita como a melhor para se defender um ponto de vista sobre algo. 49) Verbo: para Cunha e Cintra (2007, p. 393), "verbo é uma palavra de forma variável que exprime o que se passa, isto é, um acontecimento representado no tempo [...]". Houaiss (2009) assim designa o verbo: classe de palavras que, do ponto de vista semântico, contêm as no- ções de ação, processo ou estado, e, do ponto de vista sintático, exercem a função de núcleo do predicado das sentenças. 33 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo 50) Verso: os versos são cada uma das linhas de um poema, que podem conter uma linha melódica (efeitos sonoros), bem como representar determinado sentido. 51) Vocativo: segundo Abreu (2003, p. 115), o vocativo "[...] é um termo que se situa fora da oração. Não pertence, portanto, à rede argumental do verbo ou do predicativo [...]". É mais utilizado na língua falada; na escrita, vem separado da oração por meio de vírgulas. Exemplos: "Deus, tenha piedade de mim!", "Por isso, digo a você, Aninha, que não grite mais comigo.". Segundo Houaiss (2009), o vocativo é usado "[...] para chamamento ou interpelação ao interlocutor no discurso direto, expres- sando-se por meio do apelativo, ou, em certas línguas, da flexão casual”. 52) Vogal: som da fala em que não há nenhuma obstrução da corrente expiratória do ar. Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas próprias percepções. É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en- tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque- mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conhecimen- to de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógicos © Comunicação e Linguagem34 significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es- tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog- nitivas, outros serão também relembrados. Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações inter- nas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tornar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu co- nhecimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, esta- belecendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adap- tado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/ mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). 35 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Língua Portuguesa. Como você pode observar, esse Esquema dá a você, como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar entre um e outro conceito e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. © Comunicação e Linguagem36 O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien- te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza- das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EAD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co- nhecimento. Questões Autoavaliativas No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha ou abertas com respostas objetivas ou dis- sertativas. Vale ressaltar que se entendem as respostas objetivas como as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com o estudo de Língua Portuguesa pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re- solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhe- cimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profis- sional. Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari- to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões autoavaliativas (as de múltipla escolha e as abertas objetivas).As questões dissertativas obtêm por resposta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado. Por isso, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus colegas de turma. 37 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Bibliografia Básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio- grafias complementares. Figuras (ilustrações, quadros...) Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- teúdos estudados, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. Dicas (motivacionais) O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não conhe- ce, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. Você, como aluno dos cursos de Graduação na modalidade EAD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri- mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas poderão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produções científicas. © Comunicação e Linguagem38 Leia os livros da bibliografia indicada para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure- cimento intelectual. Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. 1 EA D Comunicação Humana: Elementos da Comunicação, Funções da Linguagem, Fala e Escrita 1. OBJETIVOS • Conhecer os princípios básicos que regem a comunicação verbal humana. • Compreender a relação entre linguagem, sociedade e cultura. • Conhecer os elementos da comunicação humana. • Conhecer as funções da linguagem e identificá-las em di- ferentes tipos de texto. • Saber utilizar a linguagem de acordo com as intenções co- municativas. • Estabelecer distinções entre fala e escrita e reconhecer as características de cada uma. 2. CONTEÚDOS • Diferenças entre linguagem humana e comunicação animal. • Esquema da comunicação. • Funções da linguagem. • Características da fala e da escrita. © Comunicação e Linguagem40 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli- citados no Glossário e suas ligações pelo Esquema de Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho. 2) Nesta unidade, você aprenderá o que são as funções de linguagem propostas segundo a concepção do linguista russo Roman Jakobson, o qual fez parte do Círculo Lin- guístico de Praga, ou Escola Linguística de Praga. Essa escola desenvolveu-se a partir de 1920 e era formada por um grupo de linguistas russos e tchecos que escre- veram importantes trabalhos sobre o funcionamento da linguagem e na área da Teoria da Literatura. 3) Você encontrará, no decorrer desta unidade, alguns tre- chos de texto que, a princípio, causarão estranhamento. Isso ocorrerá em virtude de esses trechos representa- rem situações de língua falada, ou seja, eles são transcri- ções dessa modalidade de língua. 4) Nesses trechos de língua falada, são utilizados alguns "si- nais" de pontuação para denotar as marcas de oralidade expressadas pelos falantes. Esses "sinais" são utilizados de acordo com as normas para transcrição usadas pelo Projeto Norma Urbana Culta (NURC). Para saber mais so- bre o Projeto NURC, acesse o site disponível em: <http:// www.fflch.usp.br/dlcv/nurc/historico.htm>. Acesso em: 10 jun. 2010. 5) Apesar de o objetivo deste material estar relacionado ao seu aperfeiçoamento da produção de texto escrito, é importante que você perceba a diferença entre língua falada e língua escrita. Ao entrar em contato com textos de língua falada e identificá-la como uma modalidade distinta da escrita, você notará a importância de se evi- tar o uso de marcas de oralidade em seus textos escritos. 41 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Comunicação Humana: Elementos da Comunicação, Funções da Linguagem, Fala e Escrita 6) É importante que você se atente a todos os exemplos dados no decorrer desta unidade. Compreender cada um deles é de fundamental importância para perceber como se distinguem as funções de linguagem. 7) Caso você tenha dúvida quanto ao sentido de alguma palavra desconhecida usada nesta unidade e não tenha acesso a um dicionário impresso, você pode acessar o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o qual está disponível on-line no endereço: <http://www.priberam. pt/dlpo/>. Acesso em: 10 jun. 2010. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Iniciaremos nossos estudos em Língua Portuguesa com os seguintes tópicos: • Processo de comunicação. • Funções da linguagem. • Diferenças entre fala e escrita. Todo ser que vive em sociedade, seja um animal, seja o ser humano, tem necessidade de comunicar-se com os outros mem- bros da comunidade de que faz parte. A comunicação é, pois, um dos fatores essenciais à vida desses seres. O ser humano, para comunicar-se, faz uso da linguagem. Em sentido lato, o termo "linguagem" é utilizado em referência tanto à comunicação animal como às diferentes formas de comunicação humana: língua falada, língua escrita, artes em geral (dança, músi- ca, cinema, teatro, pintura, escultura etc.), mímica, gestos, língua dos surdos-mudos etc. [...] Os linguistas, entretanto, têm discutido a seguinte questão: a comunicação animal pode ser considerada linguagem? O zoólogo alemão Karl von Frisch (apud Benveniste, 1995) estudou, durante muitos anos, a comunicação das abelhas. Ele descobriu que uma abelha operária, após descobrir um local onde © Comunicação e Linguagem42 há alimento, volta à colmeia. Suas companheiras dela se aproxi- mam e sorvem o néctar que ela vomita. Em seguida, a operária realiza dois tipos de dança: • Uma dança circular, com a qual informa às demais abe- lhas que o alimento se encontra a, aproximadamente, cem metros da colmeia. • Uma dança em oito acompanhada de vibrações do abdô- men, com a qual informa que o alimento se encontra a uma distância superior a cem metros, mas até seis quilô- metros. Quanto mais distante estiver o alimento, mais lenta será a dança e menos "oitos" a abelha realizará em quinze segundos. A direção é indicada pela inclinaçãodo eixo do oito em relação à posição do sol. Após a dança da operária, as outras abelhas conseguem che- gar ao local exato onde se encontra o alimento. Segundo o linguista francês Benveniste (1995), as abelhas são capazes de produzir mensagens simbólicas – os dois tipos de dança representam a localização do alimento – e são capazes de compreender tais mensagens, das quais conseguem memorizar as informações distância e direção em que se encontra o alimento. Entretanto, isso é suficiente para caracterizar a comunicação das abelhas, bem como a de outros animais, como linguagem? Benveniste (1995) e Lopes (1985) estabelecem comparações entre as características da comunicação das abelhas e as carac- terísticas da comunicação humana e chegam à conclusão de que aquela, assim como o sistema de comunicação de outros animais, embora bastante complexa, não é linguagem, mas apenas um có- digo de sinais. Apenas o ser humano é capaz de fazer uso da lin- guagem. Veja, no quadro a seguir, as características de ambas. 43 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Comunicação Humana: Elementos da Comunicação, Funções da Linguagem, Fala e Escrita Quadro 1 Características da comunicação das abelhas e da lingua- gem humana segundo Benveniste (1995) e Lopes (1985). Comunicação das abelhas Linguagem humana 1. A dança das abelhas transmite uma única mensagem que contém apenas estas informações invariáveis: existência e localização do alimento. 1. Por meio da linguagem, o ser humano pode produzir um número ilimitado de mensagens que veiculam diferentes informações. 2. A mensagem das abelhas não é produzida por um aparelho fonador. 2. As inúmeras mensagens humanas são produzidas pelo aparelho fonador, responsável pela emissão de vogais e consoantes, que são os fonemas da língua. 3. As abelhas reagem à mensagem com um comportamento (ida ao local do alimento) e não com uma resposta verbal. 3. Os seres humanos reagem às mensagens com respostas verbais, em um circuito comunicativo, como é o caso, por exemplo, dos diálogos. 4. A mensagem das abelhas não é suscetível de análise, não é decomponível em unidades menores. 4. A linguagem humana é articulada. Os fonemas (vogais e consoantes) ligam-se, formando os morfemas (em “infelizmente”, são morfemas {in-}, {feliz} e {-mente}), que se unem, formando as palavras, as quais, por sua vez, se conectam, formando os enunciados que constituem uma mensagem. 5. A comunicação das abelhas não é um produto cultural, mas um componente do seu código genético. 5. Embora alguns linguistas, como Noam Chomsky, acreditem que a capacidade humana de linguagem seja inata, a língua, um produto da cultura, é aprendida. Quando entramos em contato com uma língua, ativamos essa capacidade inata e, então, aprendemos a falar a língua. 6. A comunicação das abelhas é invariável no tempo e no espaço. Por exemplo, uma abelha, há 2.500 anos na Grécia, realizava a mesma dança, com a mesma mensagem e o mesmo conteúdo, efetuada por uma abelha nos dias atuais no Brasil. 6. A linguagem humana varia no tempo e no espaço. Por exemplo, a língua falada há 2.000 anos em Roma era muito diferente da língua portuguesa falada no Brasil atualmente. Em sentido estrito, os linguistas consideram linguagem aquela em que associamos nossos pensamentos aos fonemas (vo- gais e consoantes) produzidos pelo nosso aparelho fonador. Essa linguagem resultante da associação de pensamentos e sons é cha- mada linguagem verbal humana, que se concretiza por meio das chamadas línguas naturais (português, inglês etc.). Tente pensar sem fazer uso de palavras. Você consegue? Não consegue porque © Comunicação e Linguagem44 o pensamento reclama a linguagem e vice-versa. Ambos estão muito ligados. Abordaremos alguns dos aspectos da língua portu- guesa, por meio da qual a linguagem se manifesta. Quando nos comunicamos, interagimos com o outro, o nos- so interlocutor (ouvinte ou leitor), que reage, de alguma forma, à mensagem recebida. Você deve perguntar-se: o que é necessário para haver efeti- va comunicação entre duas ou mais pessoas? O que está envolvido em um ato de comunicação? É disso que trataremos na próxima seção desta unidade. 5. ESQUEMA DE COMUNICAÇÃO O processo de comunicação, estudado pela Teoria da Comu- nicação e pela Teoria da Informação, compreende seis elementos: uma pessoa, ou um grupo de pessoas, envia uma mensagem que remete a um determinado referente a uma outra pessoa, ou um outro grupo de pessoas, por meio de um canal e de um código com o qual elabora a mensagem. Um pequeno diálogo é um ato de comunicação e envolve os seis elementos mencionados. Vejamos, a seguir, um trecho de conversa real entre um documentador (Doc.), ou seja, uma pessoa que instiga e documenta o diálogo, um primeiro locutor (L1) e um segundo locutor (L2): Doc. gostaríamos que vocês falassem a respeito da cidade e do comércio... L1 tem saído ultimamente... de carro? L2 ((risos)) tenho mas você diz sair... fora... sair normalmente para a escola essas coisas? L1 pegar a cidade ( ) L2 tenho se bem que eu acho que eu conheço pouco a cidade né?... por exemplo se eu for comparar com... (CASTILHO; PRETI, 1987, p. 17, linhas 1-7). A comunicação acompanha o homem desde tenra idade até sua morte. Por isso, comunicarmo-nos parece um ato banal e mui- 45 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Comunicação Humana: Elementos da Comunicação, Funções da Linguagem, Fala e Escrita to simples. No entanto, como já vimos, a comunicação humana, que se estabelece por meio da linguagem, sobretudo a verbal, é muito complexa. Esse pequeno trecho de conversa real entre o documenta- dor e os dois locutores, embora, à primeira vista, pareça confuso, já que se trata de língua falada, envolve diferentes e complexas operações mentais, conhecimento de mundo e informações parti- lhadas pelos interlocutores. Nesse diálogo, os falantes conseguem estabelecer comunicação. Trata-se, pois, de um ato comunicativo em que as pessoas se compreendem e em que os seis elementos estão presentes. Veja, na sequência, quais são tais elementos e como são caracterizados: A. O documentador, quando solicita aos interlocutores que falem a respeito da cidade e do comércio, é o emissor (remetente ou destinador). Emissor é aquele que pro- duz e envia a mensagem. B. Quando o documentador tem a posse da palavra, ou seja, quando ele é o emissor, os dois locutores são os destinatários (ou receptores). Destinatário é aquele a quem a mensagem é enviada. Você deve observar que, quando o documentador transfere a posse da palavra aos dois locutores, ambos começam a estabe- lecer um diálogo em que o primeiro locutor e o segundo locutor alternam seus papéis de emissor e destinatário. Essa troca de fun- ções é bastante comum em conversações face a face, como é o caso do diálogo analisado. Nesse tipo de interação verbal em que há alternância de pa- péis, o falante envia uma mensagem, o ouvinte capta-a e, em se- guida, envia sua resposta, estabelecendo-se, assim, o circuito da comunicação, em um contínuo processo interativo. C. A mensagem, por sua vez, é o resultado da codificação das informações que o emissor quer veicular. Segundo Vanoye (2003), ela compreende o conteúdo das informações. D. O emissor, para elaborar sua mensagem, utiliza um có- digo, que é o sistema de signos linguísticos ou verbais © Comunicação e Linguagem46 (as línguas portuguesa, inglesa, francesa etc.) ou não linguísticos (código Morse, conjunto de sinais, símbolos etc.) utilizado para produzir a mensagem. No diálogo em tela, o documentador e os dois locutores codificam suas mensagens por meio da língua portuguesa na modalida- de falada. Se emissor e destinatário não dominarem o mesmo código,
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