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CONTROLE DA 
APRENDIZAGEM MOTORA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Tatiane Calve 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
O desempenho de uma tarefa motora exige que o sistema neuromotor 
integrado controle o funcionamento de um conjunto de vários músculos e 
articulações. 
Com o processo de aprendizagem motora, a prática e a experiência na 
execução das tarefas, a habilidade motora se torna cada vez mais precisa e 
consistente. Assim, o organismo se estabiliza e surgem os padrões de 
movimento coordenados. 
Quando executamos os padrões de maneira mais harmoniosa, ou seja, 
mais coordenada, o dispêndio de energia é menor e o desempenho é melhor. 
Para explicar como a coordenação motora ocorre, há diferentes teorias, 
as quais descrevem o controle do movimento de acordo com as características 
ambientais e orgânicas. 
Nesta aula, vamos abordar as teorias que explicam os comandos de 
controle do movimento coordenado. 
Por intermédio de pesquisas que indagam a maneira como o Sistema 
Nervoso Central (SNC) controla o desempenho de diferentes tipos de 
habilidades motoras, surgem as teorias do controle motor. 
Cada autor, com seu ponto de vista, procura explicar como os aspectos 
ambientais e do organismo se integram para que os sistemas sensorial, nervoso 
central e o motor possam, de maneira eficiente, receber, integrar e programar o 
movimento coordenado. 
Ainda serão abordadas, nesta aula, as diferenças individuais, as 
características do processo de controle postural e os meios pelos quais o 
profissional de Educação Física pode auxiliar no processo de aquisição e 
melhora do movimento coordenado. 
TEMA 1 – TEORIAS DO CONTROLE MOTOR 
Durante o aprendizado ou treinamento do iniciante ou experiente, a ação 
motora é realizada por meio do Sistema Nervoso Central e Periférico, em 
conjunto com o Sistema Motor, para receber informações extrínsecas e 
intrínsecas ao organismo, interpretar e programar a ação a ser realizada. 
Para explicar como esse processo de controle neuromotor ocorre, existem 
algumas teorias que são classificadas de acordo com a “importância dada em 
 
 
3 
relação à informação fornecida pelos componentes centrais do sistema de 
controle e pelo ambiente.” (Magill, 2000, p. 41). 
Entre as teorias que explicam os comandos do controle motor 
coordenado, serão abordados a seguir a Teoria do Programa Motor, a Teoria do 
Reflexo, a Teoria Hierárquica e a Teoria dos Sistemas Dinâmicos. 
1.1 Programa motor 
Schimidt (1987, 1988) explica a ação motora é controlada por um 
mecanismo com características adaptativas e flexíveis do sistema (Magill, 2000). 
 O Programa Motor Generalizado de Schimidt propõe que “um programa 
generalizado seria responsável pelo controle de uma classe de ações”, as quais 
são definidas como “um conjunto de diferentes ações que tem características 
comuns, mas singulares” (Magill, 2000, p. 42). 
Para Magill (2000), a coordenação do movimento é explicada, por essa 
teoria, por intermédio de Aspectos Invariantes (armazenamento de informações) 
e Parâmetros Motores (características específicas de cada movimento). Assim, 
o organismo sempre terá um modelo mecânico que será utilizado como 
referência para a realização de determinadas ações. 
Essa teoria explica que o controle do movimento possui uma “classe de 
ações”, a qual tem características comuns, denominadas aspectos invariantes, 
e, no momento da execução da tarefa, parâmetros específicos do movimento. 
1.1.1 Aspectos invariantes e parâmetros motores 
Aspectos invariantes são a base do que está armazenado na memória, 
são considerados como “assinaturas” da ação motora. 
Entres os diversos aspectos invariantes de uma ação motora, Magill 
(2000) cita três deles: 
 timing relativo – é o tempo ou ritmos de uma ação motora; 
 força relativa – é a força utilizada para realização da tarefa; 
 ordem ou sequência dos componentes – é a ordem sequencial do uso dos 
componentes utilizados para execução de um movimento. 
Segundo Magill (2000), para que o movimento seja desempenhado de 
maneira satisfatória, é necessário que o executante utilize parâmetros motores, 
que são as características específicas do movimento. 
 
 
4 
Os parâmetros motores permitem que o indivíduo regule a força total, o 
tempo total e a contração muscular na realização das ações motoras. 
1.2 Teoria do reflexo 
Charles Sherrington, entre o final do século XIX e início do século XX, 
acreditava que o controle do movimento ocorria por meio de comandos 
neurofisiológicos, em que os reflexos eram únicos comandos para o controle 
motor (Shumway-Cook; Woollacott, 2003). 
Nessa teoria simplista, para que haja uma resposta, o comando ocorre 
por meio de um estímulo envolvendo três estruturas, sendo um receptor, um 
condutor e um efetor, ou seja, neurônios para fazer a condução e um músculo 
para fazer a ação motora. 
1.3 Teoria hierárquica 
Para os defensores da Teoria Hierárquica, o sistema nervoso é 
organizado como uma hierarquia, na qual o cérebro é dividido em três níveis, 
sendo eles superior, médio e inferior (Shumway-Cook; Woollacott, 2003). Com 
essa organização, os comandos ocorrem de cima para baixo, ou seja, o primeiro 
nível, o superior, envia comandos ao nível médio, o qual encaminha comandos 
ao nível inferior. 
Essa teoria indica que o controle do movimento feito por centros 
superiores do SNC inibe os reflexos. Porém, os reflexos são a base da formação 
dos movimentos coordenados pelos centros superiores. 
1.4 Teoria dos sistemas dinâmicos 
A Teoria dos Sistemas Dinâmicos tem uma visão multidisciplinar, que 
envolve a física, química, matemática e biologia (Magill, 2000). O 
comportamento motor segue uma sequência não linear, ou seja, quando há o 
aumento da velocidade de um movimento, este modifica suas características, o 
que caracteriza os estados fora de fase e em fase. 
Essa teoria explica que a coordenação do movimento ocorre pela 
mudança de estado do organismo. Um movimento se torna coordenado quando 
o organismo passa de um estado de instabilidade para um estado de 
 
 
5 
estabilidade, ou seja, o organismo se auto-organiza em busca de uma maior 
coordenação e controle do movimento. 
Durante o processo de aprendizagem até a automatização do movimento, 
o organismo se adaptada a uma nova organização, que é chamada de 
instabilidade de sistema. Quando o sistema se organiza novamente, surge um 
padrão específico de auto-organização e o sistema se estabiliza. Assim sendo: 
 quanto mais treinamos, maior é a coordenação das estruturas 
coordenativas entre a sinergia muscular e articular; 
 tudo é comandado pelo SNC; 
 há o uso da percepção; 
 estabilidade e atraidores (atratores) – a estabilidade é o estado 
estacionário do sistema. 
Figura 1 – Esquema de atratores, na abordagem dos sistemas dinâmicos 
 
TEMA 2 – COORDENAÇÃO DO MOVIMENTO 
Coordenação motora, segundo Turvey (1990), é conceituada como sendo 
a padronização dos movimentos do corpo e dos seguimentos de acordo com as 
características dos eventos e objetos presentes no ambiente (Magill, 2000). 
O padrão coordenativo dos movimentos do corpo e dos seguimentos se 
altera com o período de prática, ou seja, no início da aprendizagem de uma nova 
habilidade motora, o indivíduo coordena os movimentos dentre de um padrão e, 
com a prática, o padrão muda, pois o movimento se torna mais coordenado 
(controle e precisão maiores). 
A seguir, um exemplo de mudança de padrão de movimento após a 
prática do chute do futebol. 
 
 
6 
Figura 2 – Exemplo de mudança de padrão de movimento (chute do futebol) em 
relação ao tempo de prática 
 
Fonte: Watkins, 2017. 
O sistema nervoso é responsável pelo controle do movimento coordenado 
do corpo e de seus seguimentos. Assim, duas maneiras de controlar o 
movimento serão expostas a seguir. 
2.1 Problema de graus de liberdade 
O problema de graus de liberdade foi proposto por Nicolai Bersntein,em 
1967, e é definido como sendo “o número de elementos ou componentes 
independentes do sistema” (Magill, 2000, p. 39). 
Os componentes de um sistema motor são as articulações, grupos 
musculares e unidades motoras, que necessitam ser controlados pelo Sistema 
Nervoso Central. Portanto, quanto maior o número de componentes necessários 
para executar um movimento, maior a complexidade do movimento, que possui 
mais graus de liberdade e, consequentemente, necessita de maior controle das 
ações. 
2.2 Sistema de controle de circuito aberto e circuito fechado 
O movimento, como exposto anteriormente, é controlado pelo sistema 
nervoso e existem dois sistemas que fazem esse comando, os sistemas de 
circuito aberto e fechado, os quais são baseados no controle proposto pela 
engenharia mecânica (Magill, 2000). 
 NOVICE: PRE – INICIANTE: 
PRÉ-TESTE 
 NOVICE:POST – INICIANTE: 
PÓS-TESTE 
 EXPERT – EXPERIENTE 
 KNEE – JOELHO 
 HIP - QUADRIL 
 
 
7 
De acordo com essa teoria, o Sistema Nervoso Central e o Sistema 
Nervoso Periférico são utilizados para controlar o movimento humano. 
No sistema de circuito fechado, o Sistema Nervoso Central, que programa 
e organiza o controle da ação motora, envia os comandos para os executores do 
movimento (sistema efetor – muscular) e, ao detectar o erro, o Sistema Nervoso 
Periférico envia informações sensoriais (feedback) de volta ao centro de controle 
do movimento (córtex cerebral), o qual reorganiza os novos comandando para a 
realização de uma nova ação. 
No sistema de circuito aberto, a organização e o controle inicial da ação 
ocorre de maneira idêntica à do circuito fechado; porém, não há a presença de 
feedback para auxiliar no controle do movimento. 
Nas figuras a seguir, estão exemplificados os sistemas de circuito fechado 
(com feedback) e de circuito aberto (sem uso de feedback). 
Figura 3 – Diagrama ilustrativo do sistema de circuito fechado 
 
 
O sistema de circuito fechado é mais utilizado para movimentos mais 
complexos e que exigem maior controle e precisão dos movimentos. Já o 
sistema de circuito aberto está presente nos movimentos balísticos, nos quais 
não há tempo hábil para uso do feedback para controlar a ação motora. 
TEMA 3 – CONTROLE DO MOVIMENTO E POSTURA 
O controle do movimento, como já exposto, “é a capacidade de regular ou 
orientar os mecanismos essenciais para o movimento” (Shumway-Cook; 
Woollacott, 2003, p. 1). 
A organização dos graus de liberdade ocorre pelo SNC por meio das 
informações sensoriais do ambiente e do próprio corpo. Dessa maneira, a 
COMANDOS DO MOVIMENTO
CENTRO DE CONTROLE 
DO MOVIMENTO
EXECUTORES DO 
MOVIMENTO
FEEDBACK
COMANDOS DO MOVIMENTO
CENTRO DE CONTROLE 
DO MOVIMENTO
EXECUTORES DO 
MOVIMENTO
 
 
8 
recepção e organização das informações e a programação e execução do 
movimento dependem da integração do organismo, do ambiente e da tarefa a 
ser realizada. 
O controle postural segue a mesma organização das demais tarefas 
motoras e é caracterizada pelo controle da posição do corpo no espaço, em 
relação à estabilidade e orientação (Shumway-Cook; Woollacott, 2003). 
 Estabilidade postural: também conhecida como equilíbrio, é caracterizada 
pela capacidade do organismo de manter o centro de massa dentro dos 
limites da base de suporte. 
 Orientação postural: é definida como alinhamento biomecânico e a 
orientação do corpo em relação ao ambiente (gravidade). 
Para que haja o controle da postura em relação à estabilidade e à 
orientação do corpo no espaço, deve haver integração das informações 
sensoriais (extrínsecas e intrínsecas) e a capacidade de produzir forças para 
controle dos sistemas de posicionamento corporal (Shumway-Cook; Woollacott, 
2003). A figura a seguir mostra a interação do sistema neuromotor para que haja 
controle postural. 
Figura 5 – Modelo conceitual do controle postural 
 
 
Fonte: Shumway-Cook; Woollacott, 2003. 
 
 
9 
Shumway-Cook e Woollacott (2003, p. 156) indicam três estratégias para 
que haja controle postural. 
 Estratégias motoras posturais: são a organização de movimentos 
adequados para controlar a posição do corpo no espaço. 
 Estratégias sensoriais: organizam as informações sensoriais dos sistemas 
visual, somatossensitivo e vestibular para o controle postural. 
 Estratégias sensório-motoras: refletem as normas de coordenação dos 
aspectos sensoriais e motor do controle postural. 
Para manter o equilíbrio postural em diferentes situações, como 
perturbações externas (escorregão, empurrão etc.) ou perturbações internas 
(neurais ou somatossensoriais), o organismo utiliza informações de feedback 
(respostas sensoriais) e feed-forward (antecipação). Essas informações 
permitem que haja padrões motores, os quais são denominados estratégias do 
tornozelo, do quadril e do passo, como exemplificado na figura a seguir. 
Figura 6 – Estratégia do tornozelo, do quadril e do passo, para controle da postura 
 
Crédito: Thyago Macson. 
Estratégia do tornozelo Estratégia do quadril Estratégia do passo 
 
 
10 
TEMA 4 – DIFERENÇAS INDIVIDUAIS E CAPACIDADES 
Existem indivíduos habilidosos e outros nem tanto. Alguns têm facilidade 
e rapidez em aprender e outros muita dificuldade e demora. Isso ocorre devido 
a diferenças individuais marcantes que influenciam na capacidade ou habilidade 
dos indivíduos. 
4.1 Diferenças individuais 
As diferenças individuais são explicadas pela psicologia diferencial, que 
procura “identificar e medir as capacidades individuais ou traços” (Magill, 2000, 
p. 302). 
Características genéticas determinam as diferenças individuais sobre a 
capacidade de aprendizagem cognitiva e motora, facilitando ou não o processo 
de aquisição e especialização das habilidades motoras. 
4.2 Capacidades 
Para Magill (2000), a palavra “capacidade”, que pode ser empregada 
como “habilidade”, é conceituada como sendo a qualidade geral de um indivíduo, 
relacionada com o seu desempenho na realização de diferentes habilidades ou 
tarefas motoras. 
Os estudiosos da área divergem nas afirmações sobre as capacidades 
gerais e específicas dos indivíduos, pois alguns pesquisadores indicam que as 
capacidades gerais e as específicas estão diretamente relacionadas, já outros 
afirmam que elas são totalmente independentes (Magill, 2000). Assim, surgem 
duas hipóteses: 
 hipótese da capacidade motora geral – indica que todos os indivíduos 
possuem uma capacidade motora geral, a qual permite a aprendizagem e 
a execução de qualquer habilidade motora; 
 hipótese das capacidades motoras específicas – os indivíduos possuem 
inúmeras capacidades independentes, as quais são utilizadas 
separadamente para realização de diferentes habilidades motoras. 
 
 
11 
4.2.1 Identificação das capacidades motoras 
A capacidade motora é conceituada como sendo um “atributo 
relativamente permanente de um indivíduo” (Magill, 2000, p. 304). 
O bom desempenho durante a realização de uma determinada habilidade 
motora está diretamente relacionado com as capacidades que um indivíduo 
possui. Por exemplo, se uma pessoa tem uma boa capacidade de percepção 
espaço-temporal, ela terá um bom desempenho em tarefas como a prática de 
esportes coletivos. 
Dessa maneira, o desenvolvimento das capacidades perceptivo-motoras 
é de extrema importância para a realização de diferentes habilidades utilizadas 
no dia a dia, prática esportiva, ginástica, dança etc. 
Fleishman (1972) e Fleishman e Quintance (1984, citado por Magill, 
2000), citam 11 capacidades perceptivo-motoras importantes para a execução 
de habilidades motoras e 9 capacidades de proficiência física. 
1. Capacidades perceptivo-motoras: 
a. Coordenação de múltiplos membros; 
b. Precisão e controle; 
c. Orientação da resposta; 
d. Tempo de reação; 
e. Velocidade de movimento do braço; 
f. Controle do grau de velocidade; 
g. Destreza manual; 
h. Destreza dos dedos; 
i. Estabilidade da mãoe do braço; 
j. Rapidez de pulso e dedos; 
k. Pontaria. 
2. Capacidades de proficiência física: 
a. Foça estática; 
b. Força dinâmica; 
c. Força explosiva; 
d. Força do tronco; 
e. Flexibilidade de extensão; 
f. Flexibilidade dinâmica; 
g. Coordenação geral do corpo; 
 
 
12 
h. Equilíbrio geral do corpo; 
i. Estamina. 
Com a identificação e medição dessas capacidades, é possível inferir que 
todas as pessoas possuem alguma capacidade e que as diferenças individuais 
devem ser levadas em consideração ao planejar e aplicar atividades para que a 
aprendizagem e a especialização de diferentes habilidades motoras ocorram 
com sucesso. 
4.2.2 Capacidades motoras e desempenho motor 
As capacidades motoras de um indivíduo influenciam diretamente seu 
desempenho motor, pela facilidade em aprender, especializar e executar as 
habilidades motoras. 
Dessa maneira, Ackerman (1988, citado por Magill, 2000) afirma que há 
três categorias de capacidades que interferem no desempenho motor: 
 Capacidade geral – são as capacidades cognitivas e de memória, para 
armazenamento de informações; 
 Capacidade de velocidade perceptiva – são as capacidades associadas 
ao processamento de informação e tomada de decisão; 
 Capacidade psicomotora – é a capacidade que o indivíduo tem de realizar 
as tarefas com maior controle e precisão. 
A identificação dos componentes de uma tarefa, assim como, as 
capacidades exigidas para a sua realização determinam a estratégia de ensino 
e treinamento para que o indivíduo tenha um melhor desempenho motor. 
TEMA 5 – EXEMPLOS INSTRUTIVOS PARA PROFESSORES DE EDUCAÇÃO 
FÍSICA 
Para que um indivíduo aprenda uma nova habilidade motora, vimos que 
ele necessita de informações intrínsecas e extrínsecas; além disso, a 
capacidade de aprender e aprimorar uma ação motora depende de 
características hereditárias e ambientais. 
O modo como a instrução é oferecida ao executor influencia a realização 
da tarefa; assim, existem várias maneiras de instruir. A seguir serão 
 
 
13 
apresentadas algumas formas de instrução utilizadas por profissionais que 
atuam na área da aprendizagem motora. 
5.1 Demonstração 
A demonstração é uma das maneiras mais utilizadas para instruir um 
executante durante o processo de aprendizagem motora, indicando como o 
indivíduo deve realizar a ação motora. 
Um dos motivos pelo qual a demonstração é uma das formas de instrução 
mais comum é a influência do uso da informação visual para identificar as 
características mecânicas do padrão de movimento a ser desempenhado. 
Magill (2000) indica sete condições que os profissionais de educação 
física precisam levar em consideração para escolha da instrução. 
 O que o executante deve observar da demonstração: em sua grande 
maioria, o executante busca identificar as informações sobre o padrão 
coordenativo do movimento (aspectos invariantes do movimento). Uma 
das técnicas para identificar esse padrão de observação é a técnica do 
ponto de luz, na qual o executor identifica padrões motores apenas pela 
distribuição dos pontos reflexivos colocados nas articulações de um 
indivíduo (Figura 7). 
Figura 7 – Representação dos pontos de luz (A) e imagem representativa da 
locomoção por meio da análise dos pontos de luz (B) 
 (A) (B) 
 
Créditos: Maochill/Shutterstock; VRX/Shutterstock. 
Como exposto anteriormente, um indivíduo é capaz de identificar e utilizar 
as informações sobre os padrões motores por meio de pontos de luz inseridos 
nas articulações e assim utilizar essas informações para executar seus próprios 
movimentos. 
 
 
14 
 Influência das características da habilidade: o tipo de habilidade aprendida 
influencia na eficiência da aprendizagem pela demonstração. A 
demonstração é mais eficaz quando a habilidade aprendida requer a 
aquisição de um novo padrão de coordenação motora. 
 Demonstração desempenhada corretamente: uma das influências da 
demonstração na aprendizagem motora está relacionada com o fato da 
demonstração estar ou não correta em relação ao padrão motor 
específico do movimento a ser aprendido. 
 Observação de demonstração realizada por não treinados: a utilização de 
modelos não treinados para demonstração de uma habilidade motora 
pode ser eficaz para iniciantes, que são desencorajados a copiar o 
movimento a ser executado e, assim, buscar a execução da tarefa da sua 
maneira. 
 A frequência de demonstração de uma habilidade motora: a 
demonstração, para os iniciantes, sugere uma “ideia” de como realizar o 
movimento e, com isso, quanto mais vezes o aprendiz observar o 
demonstrador, mais informações ele vai obter sobre o movimento, 
podendo realizá-lo de forma mais eficiente. 
 Modelo auditivo: outra maneira de instruir por meio da demonstração é 
utilizar a informação auditiva, em que o demonstrador descreve o 
movimento a ser realizado. Magill (2000) cita o estudo de Boody et al. 
(1985), em que se compara um grupo aprendiz que recebeu somente 
informações visuais, um grupo que recebeu apenas informações auditivas 
e um grupo controle, que foi apenas instruído quanto ao objetivo da 
habilidade motora em questão. Os resultados indicaram que o grupo que 
recebeu a instrução auditiva obteve melhores resultados de desempenho. 
 Como a observação da demonstração influencia na aprendizagem 
motora: quando um indivíduo recebe uma instrução, pela técnica da 
demonstração, ele consegue traduzir as informações oferecidas sobre o 
movimento e as armazena na memória. Assim, quando for executar o 
movimento desejado, utiliza essas informações memorizadas. 
Assim, o processo de aprendizagem pela demonstração passa por quatro 
estágios, segundo Magill (2000). 
 
 
15 
1º. Processo de atenção: está relacionado com a atenção utilizada para 
obter informações sobre o movimento demonstrado. 
2º. Processo de retenção: é o processo pelo qual o executante transforma 
em códigos simbólicos as informações recebidas sobre o movimento 
observado e o memoriza. 
3º. Processo de reprodução do comportamento: utilização do que foi 
memorizado para realizar a ação motora pretendida. 
4º. Processo de motivação: está relacionado com o incentivo para 
desempenhar as ações motoras de acordo com o que foi aprendido. 
Dessa maneira, a demonstração parece ser um método de instrução 
eficaz, principalmente para o iniciante, que necessita de um exemplo para a 
realização de novas habilidades motoras. 
5.2 Pistas e instruções verbais 
As instruções verbais, assim como a demonstração, são um dos mais 
eficientes e comuns métodos de instrução para a realização de novas 
habilidades motoras ou correção de habilidades já desempenhadas. 
Magill (2000) indica três fatores que indicam a eficácia da instrução verbal. 
 Instrução verbal e capacidade de atenção – para que a instrução verbal 
seja eficaz, o instrutor deve levar em consideração o limite atencional do 
executor. Assim, as instruções e pistas verbais devem ser curtas e 
precisas. 
 Instruções verbais e as estratégias de obtenção da meta: as instruções 
verbais são capazes de direcionar a atenção do executor para a meta 
pretendida, contendo informações sobre velocidade, força, direção etc. 
 Pistas verbais: são frases utilizadas para chamar a atenção do 
executante, as quais devem ser curtas e objetivas. 
As pistas verbais devem auxiliar os executores em relação às informações 
fornecidas pelos instrutores, para que a execução da ação motora seja eficiente 
e a aprendizagem se concretize. 
 
 
16 
5.3 Posição serial e a instrução 
A posição serial está relacionada a habilidades motoras que devem ser 
executadas de maneira seriada. Nesse tipo de habilidade motora, “os primeiros 
e últimos itens são lembrados com maior facilidade, sendo que os itens do meio 
são menos lembrados” (Magill, 2000, p. 196). 
Dessa forma, os aprendizes que recebem instruções sobre habilidades 
seriadas têm mais dificuldade em memorizar as informaçõessobre as ações 
motoras realizadas no meio da sequência da tarefa. Portanto, os instrutores 
devem enfatizar as instruções, a demonstração e chamar mais atenção para os 
segmentos motores do meio da sequência, de modo que as pessoas possam 
memorizar toda a sequência da habilidade motora desejada. 
Seja qual for o método de instrução, professores, técnicos e terapeutas 
devem escolher os métodos instrucionais de acordo com os objetivos e 
características do executante. 
NA PRÁTICA 
Diante dos conceitos expostos e exemplos oferecidos sobre os tipos de 
instrução que influenciam o processo de aprendizagem motora, cite os três 
métodos utilizados para instruir os indivíduos durante a realização de uma tarefa. 
Os três métodos de instrução apresentados do texto são: 
 demonstração; 
 pistas e instruções verbais; 
 influência da posição serial. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, foram abordadas as teorias que explicam os comandos de 
controle do movimento coordenado, seja enfatizando o Sistema Nervoso Central 
ou as informações oferecidas pelo ambiente. 
Ainda foram abordadas as diferenças individuais, as características do 
processo de controle postural e os meios pelos quais o profissional de Educação 
Física pode auxiliar no processo de aquisição e melhora do movimento 
coordenado, por meio de diferentes métodos instrucionais. 
 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
MAGILL. R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: 
Bucher, 2000. 
PELLEGRINE, A. M. A aprendizagem de habilidades motoras: o que muda com a 
prática? Rev. Paul. Educ. Fís., São Paulo, supl. 3, p. 29-34, 2000. 
SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. H. Controle Motor: teorias e 
aplicações práticas. 2. ed. Barueri: Manole, 2003. 
WATKINS, J. Developmental biodynamics: the development of coordination. 
Jan. 2017. Disponível em: <https://www.researchgate.net/figure/kicking-a-soccer-
ball-hip-angle-knee-angle-diagrams-for-one-representative-novices_fig4_323573 
799>. Acesso em: 11 mar. 2020.

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