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AULA 04- PERSPECTIVAS TEÓRICAS DA APRENDIZAGEM MOTORA

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CONTROLE DA 
APRENDIZAGEM MOTORA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Tatiane Calve 
 
 
2 
PERSPECTIVAS TEÓRICAS DA APRENDIZAGEM MOTORA 
A aprendizagem motora faz parte de um campo de investigação dentro da 
área de comportamento motor que estuda o processo de emergência, aquisição, 
aprendizagem, especialização e reabilitação de habilidades motoras. 
O processo de aprendizagem motora está associado a aquisição de novas 
habilidades motoras em diferentes contextos, como nas tarefas do dia a dia ou 
prática esportiva; além de auxiliar no processo de reabilitação da motricidade. 
A aprendizagem depende de prática e experiência na execução das 
tarefas. Com isso, a execução das tarefas se torna cada vez mais consistente e 
permanente. 
Para explicar como a aprendizagem das habilidades motoras ocorre, há 
diferentes teorias, as quais descrevem a maneira como o organismo adquire e 
memoriza diferentes habilidades motoras, de acordo com as diferenças 
individuais, do tipo de prática e experiências prévias. 
Atualmente, a aprendizagem motora é um campo do comportamento 
motor de grande importância para a área científica, que busca explicar o 
processo pelo qual o indivíduo adquire, especializa e reaprende diferentes 
habilidades motoras. 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula serão explicadas as definições de aprendizagem motora e 
desempenho motor, além de abordar as teorias que explicam o processo de 
aprendizagem motora. 
Cada autor explica como os aspectos ambientais e do organismo se 
integram para que o sistemas perceptual-motor seja utilizado de maneira eficaz 
no processo de aprendizagem motora. 
Ainda serão abordadas, nesta aula, as características das tomadas de 
decisões nas ações motoras e o processo de ensino e aprendizagem de 
habilidades motoras. 
 
 
3 
TEMA 1 – DEFINIÇÃO DE APRENDIZAGEM MOTORA E DESEMPENHO 
MOTOR 
Aprendizagem motora é conceituada como sendo um processo interno 
que resulta em alterações relativamente permanentes no comportamento motor 
(Magill, 2000), como consequência da prática ou de experiências anteriores, 
proporcionando melhora significativa no desempenho motor (Pellegrine, 2000). 
O aprendizado de habilidades motoras ocorre devido à capacidade de a 
memória armazenar informações por meio de repetição de movimentos em 
tarefas específicas. Com a repetição, o córtex cerebral memoriza as informações 
utilizadas para realizar determinadas habilidades, as quais vão se tornando mais 
acuradas e consistentes, possibilitando um desempenho cada vez mais eficaz. 
Dessa forma, com o decorrer da prática, o desempenho motor vai 
progredindo de impreciso para acurado, de lento para rápido e de inconsistente 
para automatizado. 
Durante o processo de ensino e aprendizagem de novas habilidades 
motoras, o iniciante passa por diferentes fases até que se torne habilidoso. 
Ugrinowitsch et al. (2013) cita as fases da aprendizagem motora 
propostas por Fitts e Posner (1967): 
 Estágio cognitivo – é a primeira fase da aprendizagem e é de natureza 
cognitiva. 
 Estágio associativo – nessa fase a pessoa aprende a associar algumas 
pistas ambientais com o movimento executado. 
 Estágio autônomo – é o estágio final da aprendizagem. Nesse estágio há 
a automatização da habilidade. 
Para que o indivíduo se torne experiente em uma determinada habilidade 
esportiva, além do desenvolvimento do sistema neuromotor, das características 
perceptivo-motoras e a maturação das habilidades motoras, o processo de 
ensino e treinamento também influenciam na aprendizagem motora. 
A aprendizagem motora não se mede de forma direta, por se tratar de 
uma alteração neurológica. Então, para saber se houve ou não aprendizagem 
de uma nova habilidade motora, deve ser aplicado o teste de retenção, feito após 
um período sem prática da habilidade a ser testada. 
 
 
4 
Dependendo do desempenho do indivíduo é inferida a aprendizagem 
motora. Assim sendo, o desempenho motor é avaliado para identificar o quanto 
o indivíduo obteve de melhora na realização das habilidades motoras que estão 
sendo adquiridas, aprendidas, recuperadas ou especializadas. 
O desempenho motor pode ser medido quanto às caraterísticas 
quantitativas ou qualitativas da execução da tarefa. Assim, a medida de 
desempenho é dividida em duas categorias (Magill, 2000): 
 Medida de resultado de desempenho – é uma medida quantitativa e indica 
o resultado do desempenho. 
 Medida de produção de desempenho – é a medida qualitativa e 
proporciona informações sobre a ação do sistema nervoso, dos músculos 
e das articulações durante o movimento. 
No quadro abaixo são exemplificados os tipos de medidas de 
desempenho. 
Quadro 1 – Exemplos de medidas de resultado de desempenho e de produção 
de desempenho 
Medidas de resultado de 
desempenho 
Medidas de produção de 
desempenho 
Velocidade – tempo para completar 
uma resposta 
Medidas cinemáticas – deslocamento, 
velocidade, aceleração do movimento 
e ângulo articular 
Precisão – erros/acertos cometidos 
no desempenho de um movimento 
Medidas cinéticas – considerações 
sobre as forças no estudo do 
movimento (Torque, Eletromiografia - 
EMG e Eletroencefalograma - EEG) 
Magnitude da resposta – altura, 
distância, número de tentativas 
 
Latência da resposta – tempo de 
reação (TR) 
 
 
 
5 
Para que haja maior eficiência no processo de aprendizagem motora, a 
escolha do tipo de prática oferecido ao aprendiz é muito importante, pois a 
eficácia da prática está associada com as características de cada tipo de 
habilidade a ser ensinada/aprendida, possibilitando a capacidade de aperfeiçoar 
a habilidade, aumentar a consistência e desempenhar a habilidade com maior 
economia de esforço (Magill, 2000). 
Na aprendizagem da habilidade motora fechada (sem interferência 
externa), é necessário que o aprendiz busque automatização e maior 
consistência durante a sua realização. No entanto, para a aprendizagem da 
habilidade motora aberta (com interferência externa direta), o executante precisa 
não somente automatizar os movimentos, mas também diversificar sua 
aplicação em diferentes contextos, ampliando as possibilidades de uso da 
habilidade aprendida (Magill, 2000). 
Prática em blocos, prática aleatória e prática serial são alguns tipos de 
prática que podem ser oferecidos aos aprendizes e experientes. Com a escolha 
correta do tipo de prática, instruções corretas e treinamento, a aprendizagem 
motora e o desempenho motor se tornam mais eficientes. 
TEMA 2 – TEORIAS DA APRENDIZAGEM MOTORA 
Assim como exposto anteriormente, a aprendizagem motora é o processo 
interno de mudanças relativamente permanentes no comportamento motor 
(Magill, 2000), que ocorre pela prática e experiências prévias, proporcionando 
melhora significativa no desempenho na realização do movimento (Pellegrine, 
2000). 
Devido à importância do processo de ensino e aprendizagem do 
movimento para realização de tarefas do dia a dia, prática esportiva 
(lazer/rendimento) e reabilitação motora, inúmeros são os estudos sobre os 
métodos de aprendizagem, tipos de prática e descrição de como ocorre o 
processo de aprendizagem de uma habilidade motora. 
As teorias da aprendizagem motora buscam explicar como o organismo 
utiliza informações sensoriais para que haja programação e controle do 
movimento. Assim, cada uma em sua linha de interpretação, explicam o 
processo de aprendizagem dos movimentos. 
 
 
 
6 
2.1 Teoria motora 
As teorias motoras têm por objetivo explicar como o sistema nervoso 
controla e armazena as informações sobre os movimentos realizados, criando, 
assim, a memória motora. 
Entre as teorias motoras, iremos abordar aqui a Teoria do circuito fechado 
de Adams, Teoria do circuito aberto de Keele e Teoria dos esquemas de 
Schimidt, as quais focam no papel do feedback e programação motora para 
armazenamento de informações e controle do movimento coordenado,e tiveram 
repercussão na década de 1970, ficando conhecidas como “debate centralista-
periferalista” (Tani et al., 2004). 
2.1.1 Teoria do circuito fechado de Adams 
A Teoria do circuito fechado de Adams foi descrita em 1971, e é 
considerada uma teoria periferalista, pois os comandos para formulação da ação 
motora são realizados com base em informações sensoriais, as quais são 
comparadas com uma referência previamente armazenada na memória, 
possibilitando correções no movimento caso sejam necessários (Tani et al., 
2004). 
Na teoria do circuito fechado, o uso da memória para comparação com as 
informações sensoriais utilizadas no momento da execução da ação motora é 
fundamental. Assim, os dois tipos de memória utilizadas no circuito fechado são: 
 Traço de memória – é a memória utilizada na seleção do movimento. 
 Traço perceptivo – é a informação utilizada durante a prática como 
referência interna para o controle do movimento. 
Nessa teoria, o feedback tem papel crucial, pois é por meio dele que o 
sistema nervoso faz a comparação entre as informações sensoriais que serão 
utilizadas na execução do movimento e as informações já armazenadas na 
memória. Com isso, há a possibilidade de ajustar os comandos para que o 
movimento ocorra com maior coordenação. 
 
 
 
7 
2.1.2 Teoria do circuito aberto de Keele 
Keele, em 1968, propôs a teoria do circuito aberto, na qual o feedback não 
possui papel importante, pois, para esse pesquisador, o controle do movimento 
ocorre por um programa motor em nível central (Tani et al., 2004). 
Segundo essa teoria, quando o sistema nervoso central é acionado para 
a realização de um movimento, o programa motor especifica a sequência e o 
timing do movimento a ser executado, ou seja, um conjunto de instruções são 
enviadas aos músculos para que uma sequência de movimento seja executada 
sem que haja a necessidade do uso de informações sensoriais como referência 
para a modulação e controle do movimento. 
Para Keele, a teoria do circuito aberto explica como ocorre o movimento 
balístico, no qual não há tempo para que o feedback seja usado. Além disso, 
como o feedback não é processado durante a execução do movimento, a 
atenção também não precisa ser utilizada para correções do movimento. 
2.1.3 Teoria do esquema de Schimidt 
Em 1975, Schimidt propõe a teoria do esquema, na qual o autor explica 
que, dependendo do tipo de atividade, o controle do movimento será realizado 
de uma maneira diferente, absorvendo as duas teorias anteriores (Tani et al., 
2004). 
Nessa teoria, é explicado que, para a execução de movimentos balísticos, 
o controle do movimento ocorre sem o uso de feedback – sistema de circuito 
aberto – e movimentos lentos, em que há necessidade de maior controle e 
coordenação, que seriam controlados por um sistema de circuito fechado, com 
uso de feedback. 
Nas figuras abaixo são esquematizados o uso do feedback para a 
retroalimentação do circuito fechado e a realização do movimento no sistema de 
circuito aberto, sem uso de feedback. 
 
 
 
8 
Figura 1 – Diagrama ilustrativo do sistema de circuito fechado 
Figura 2 – Diagrama ilustrativo do sistema de Circuito Aberto 
2.2 Teoria da ação 
A teoria da ação explica a aprendizagem motora pela importância das 
informações providas do ambiente e a interação dessas informações com o 
organismo. 
Duas abordagens importantes dentro da teoria da ação são a abordagem 
dos sistemas dinâmicos e a abordagem ecológica da ação e percepção, as quais 
serão descritas a seguir. 
2.2.1 Abordagem dos sistemas dinâmicos 
A abordagem dos sistemas dinâmicos surge em meados da década de 
1980, para indagar as questões não respondidas pelas teorias do 
processamento de informação, em que o foco central era a programação do 
movimento pelo sistema nervoso central. 
A teoria da abordagem dos sistemas dinâmicos é embasada na relação 
entre diferentes áreas de conhecimento, como física, biologia, química e 
matemática (Magill, 2000). 
Os pesquisadores que defendem essa teoria explicam que o controle do 
movimento humano é complexo, variando de acordo com as condições do 
indivíduo, ambiente ou especificidade da tarefa realizada (Magill, 2000). 
COMANDOS DO MOVIMENTO
CENTRO DE CONTROLE 
DO MOVIMENTO
EXECUTORES DO 
MOVIMENTO
FEEDBACK
COMANDOS DO MOVIMENTO
CENTRO DE CONTROLE 
DO MOVIMENTO
EXECUTORES DO 
MOVIMENTO
 
 
9 
Dessa maneira, para que a aprendizagem ocorra, o organismo passa de 
um estado de instabilidade para um estado de estabilidade (atrator) do sistema, 
ou seja, no início do processo de aprendizagem, o aprendiz comete “erros” na 
execução do movimento, e com o passar do tempo e treinamento, esses “erros” 
são minimizados, até que haja automatização do movimento. 
Abaixo, é apresentado um esquema exemplificando o processo de 
estabilidade do organismo na aprendizagem motora pela visão da teoria dos 
sistemas dinâmicos. 
Figura 3 – Esquema de atratores, na abordagem dos sistemas dinâmicos 
2.2.1 Abordagem ecológica da ação e percepção 
Uma abordagem mais recente, da década de 1980, é a abordagem 
ecológica da ação e percepção de Gibson, que explica a aprendizagem motora 
com base na relação entre o executante e o meio no qual o processo de 
aprendizagem ocorre. 
A teoria exposta por Gibson, afirma que a percepção dos significados das 
funções do organismo, dos objetos e do meio como um todo possibilita 
interpretar o contexto e, com base nele, realizar as ações motoras (Canfield, 
2000). 
Os significados percebidos são denominados de affordance: a relação 
direta entre a percepção de tudo de nos rodeia e a ação a ser realizada com 
base nessa percepção (Canfield, 2000). Por exemplo, quando vemos 
(percebemos) uma cadeira, a ação que nos vem a cabeça é sentar, ou seja, a 
tomada de decisão para a realização de uma determinada tarefa depende de 
todas as informações presentes no ambiente e do “convite” que essas 
informações nos levam a decidir sobre a ação a ser realizada. 
 
 
 
10 
TEMA 3 – CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE 
HABILIDADES 
Ao longo da vida de um ser humano, há transformação e ampliação da 
bagagem motora. As alterações ocorridas no repertório motor “ocorrem no 
número, na complexidade e na qualidade de execução das ações motoras” 
(Barela, 1999, p. 53). 
As mudanças que ocorrem no comportamento motor de um indivíduo, ao 
longo da vida, são contínuas; entretanto, são caracterizadas por fases e são 
influenciadas dor fatores ambientais e hereditários, assim como apresentado na 
figura da Ampulheta, abaixo: 
Figura 4 – Representação das fases e estágios do desenvolvimento motor ao 
longo da vida – ampulheta 
Fonte: Gallahue e Ozmun (2005). 
Segundo Gallahue e Ozmun (2005) o processo de aquisição e 
refinamento das habilidades motoras pode ser dividido por fases e estágios, os 
quais dependem da maturação do organismo e estímulos ambientais, os quais 
serão abordados, de forma sucinta, a seguir. 
 
 
 
11 
3.1 Movimento reflexo 
Como podemos observar na ampulheta, a fase motora reflexa é a base 
do desenvolvimento motor, e é caracterizada por movimentos involuntários e 
respostas automáticas (Gallahue; Ozmun, 2005). 
Nessa fase, a decisão sobre o movimento ocorre na medula, e não em 
nível cortical e tem por objetivo colher informações do ambiente, buscar alimento 
e se proteger. A fase reflexa é dividida em dois estágios (Gallahue; Ozmun, 
2005): 
1. Estágio de codificação das informações – estágio caracterizado por 
movimentos involuntários. Nesse estágio, o reflexo é utilizado pelo bebê 
para colher informações, buscar alimento e se proteger través do 
movimento. 
2. Estágio de decodificação de informações – estágio de inibição gradual de 
muitos reflexos e desenvolvimento dos centros cerebrais superiores. Os 
centros inferiores gradualmente abandonam o controle dos movimentos, 
os quais passam a ser controlados pela área motorado córtex cerebral. 
Gallahue e Ozmun (2005) dividem os movimentos reflexos em: 
 Reflexos primitivos de sobrevivência, utilizados para buscar alimento do 
ambiente e proteção do bebê. 
 Reflexos posturais, movimentos precursores dos movimentos utilizados 
para no equilíbrio corporal e na locomoção. 
3.2 Habilidades motoras rudimentares 
As habilidades motoras rudimentares são caracterizadas por movimentos 
imprecisos e de pouco controle (Gallahue; Ozmun, 2005). Nessa fase, a criança 
passa por dois estágios distintos, sendo eles estágio de inibição dos reflexos e 
estágio de pré-controle. 
As habilidades motoras rudimentares são dividias em estabilizadoras 
(controle da cabeça, do tronco, sentar e ficar em pé), locomotoras (movimentos 
horizontais e postura ereta) e controle de objetos (alcançar, agarrar e soltar) 
(Gallahue; Ozmun, 2005). 
 
 
 
12 
3.3 Habilidades motoras fundamentais 
As habilidades motoras fundamentais são a base para a realização das 
tarefas diárias e também serão utilizadas para a aprendizagem dos gestos 
esportivos, futuramente. As habilidades motoras fundamentais são divididas em 
estabilizadores, locomotoras e de controle de objetos. 
Gallahue e Ozmun (2005) dividem as habilidades motoras fundamentais 
em três estágios de padrões motoras, sendo eles: 
 Estágio inicial – de 2 a 3 anos de idade. 
 Estágio elementar – de 4 a 5 anos de idade. 
 Estágio maduro – de 6 a 7 anos de idade. 
3.4 Habilidades motoras especializadas 
As habilidades motoras especializadas são caracterizadas pela 
combinação de duas ou mais habilidades motoras fundamentais, que são 
refinadas para a realização de tarefas mais complexas da vida diária ou 
habilidades específicas dos esportes, ginástica ou dança (Gallahue; Ozmun, 
2005). 
Gallahue e Ozmun (2005) dividem essa fase em três estágios de 
aquisição: 
 Estágio transitório – de 7 a 10 anos de idade. 
 Estágio de aplicação – de 11 a 13 anos de idade. 
 Estágio de utilização permanente – de 14 anos acima. 
Como exposto acima, a aquisição e refinamento das habilidades motoras 
dependem da maturação dos sistemas neurológico, anatômico e fisiológico 
(Magill, 2000), e a velocidade com que a emergência e ampliação do repertório 
motor ocorrem de depende das características ambientais e hereditárias. 
TEMA 4 – PROCESSO DE APRENDIZAGEM E CONSTRUÇÃO DO PANORAMA 
PERCEPTUAL-MOTOR 
O desenvolvimento perceptivo-motor permite ao indivíduo receber, 
organizar, integrar e aprender o significado das informações e formular as 
respostas apropriadas a cada estímulo recebido. Para isso, são utilizados os 
 
 
13 
canais sensoriais exteroceptivos e intraceptivos, assim como a cognição, para 
interpretação das informações e sua aprendizagem do movimento voluntário. As 
percepções são divididas em percepção visual, auditiva, propriocepção, 
percepção tátil e percepção háptica. 
A percepção visual utiliza a modalidade visual para recepção das 
informações externar ao organismo, e é dividida em: 
 Fixação e acompanhamento – percepção de objetos estáticos (fixação) e 
de objetos em movimento (acompanhamento). 
 Percepção de forma – distinção de formas. 
 Percepção de profundidade – julgamento da distância de um objeto, tendo 
como ponto de partida a si mesmo. 
 Percepção figura-fundo – distinção de uma figura do seu fundo. 
 Percepção espacial – percepção de objetos no espaço ou de si mesmo 
no espaço. 
 Coordenação vasomotora – coordenação da visão com os movimentos do 
corpo. 
A percepção auditiva utiliza a modalidade auditiva para recepção das 
informações externar ao organismo, e é dividida em: 
 Percepção figura-fundo auditiva – atenção e distinção entre sons. 
 Discriminação auditiva – distinção entre frequências e amplitudes de som. 
 Localização de sons – origem do som. 
 Coordenação auditivo-motora – é a capacidade de coordenar estímulos 
sonoros com movimentos do corpo. 
A propriocepção compreende as capacidades perceptivo-motoras que 
reagem a estímulos sugeridos dentro do organismo, como estímulos sensoriais 
que provêm de músculos, tendões e receptores do sentido vestibular. 
A percepção tátil é a interpretação das sensações das superfícies 
cutâneas do corpo. 
A percepção háptica é a união entre cinestesia e tato com forma de 
exploração do ambiente. 
 
 
 
14 
4.1 Consciências sobre o corpo e o ambiente 
Durante a vida, as pessoas adquirem experiência (aprendem) para utilizar 
as informações providas do ambiente e do próprio corpo para elaborar e realizar 
movimentos mais refinados. Dessa maneira, Gallahue e Ozmun (2005), 
classificam as consciências em: 
 Consciência corporal – é um conceito fundamentado em sensações dos 
limites do corpo, identificação das partes do corpo, planejamento e 
execução de movimentos, e conhecimento de onde o corpo está no 
espaço. 
 Consciência direcional – evolui da incorporação de conceitos 
concomitantes aos gestos que vão de um ponto para outro no espaço. 
 Consciência espacial – envolve a percepção do tamanho e alinhamento 
das partes do corpo em relação a uma disposição de objetos no espaço. 
 Consciência temporal – envolve eventos que iniciam e terminam numa 
sequência rítmica ou monotônica que mantém uma relação entre as 
pausas. Pode envolver a memória a curto prazo. 
O processo de aprendizagem motora permite ao indivíduo obter 
consciência de corpo, tempo e espaço, estando, assim, preparado para realizar 
atividades da vida diária com mais destreza e menos gasto de energia, além de 
iniciar a prática de esportes, refinando os gestos técnicos de cada modalidade 
esportiva. 
TEMA 5 – TOMADA DE DECISÃO NAS AÇÕES E RESPOSTAS MOTORAS 
Como vimos anteriormente, a tomada de decisão sobre a realização de 
uma determinada ação motora depende as informações que o executante 
recebe do próprio organismo e do ambiente onde a tarefa será realizada. 
A realização de qualquer ação motora exige preparação, isto é, adequar 
o sistema neuromotor para controlar o movimento desejado. Essa preparação é 
feita pelo organismo momentos antes do início da ação motora. 
Para decidir como uma tarefa será executada, a tomada de decisão sobre 
como o movimento será planejado e executado depende das características da 
própria tarefa, do executante e do ambiente. 
 
 
15 
As informações e a experiência do executante sobre a habilidade e o 
contexto onde ela será executada influenciam sobre a tomada de decisão. 
A tomada de decisão é influenciada por alguns fatores, como: 
 Estado de ânimo 
 Experiência motora 
 Estresse físico e mental 
 Disposição física 
Para que a resposta motora seja satisfatória, a tomada de decisão sobre 
sua realização é determinada pela relação entre a percepção, a atenção e a 
preparação do movimento. 
O movimento voluntário não ocorre de maneira instantânea; assim, para 
que uma ação motora seja realizada com desempenho satisfatório, é necessário 
que haja preparação antes do início do movimento (Magill, 2000). 
Dependendo do tipo de tarefa a ser executado, o executante deverá ter 
maior ou menor período de preparação. 
A seguir serão descritas algumas características que influenciam na 
preparação do movimento e tomada de decisão para a resposta motora, 
propostas por Magill (2000). 
5.1 Características da tarefa e do contexto que influenciam na preparação 
do movimento 
Os tipos de tarefa motora e os contextos em que essas tarefas são 
executadas interferem na preparação e na tomada de decisão sobre a ação 
motora a ser realizada. 
 Número de opções de resposta – quando o número de alternativas de 
respostas aumenta, o tempo para preparação do movimento também 
aumenta. 
 A previsibilidade da opção de resposta correta – se, entre as 
possibilidades de resposta, uma delas for mais previsível, o tempo para 
preparação para o movimento será menor. 
 A probabilidade de a pista prévia estar correta – a probabilidade de 
respostaestar certa ou errada dificulta a tomada de decisão, aumentando 
o tempo para a preparação para a ação. 
 
 
16 
 Compatibilidade estímulo-resposta – quando a compatibilidade do 
estímulo-resposta for baixa, haverá aumento do tempo de preparação do 
movimento e vice-versa. 
 Regularidade do período prévio – quando uma resposta detecta um sinal 
prévio, indicando que, em breve, será informado o sinal para realização 
da tarefa, o tempo de preparação diminui. 
 Complexidade do movimento – dependendo do número de componentes 
(graus de liberdade) envolvidos na realização da tarefa, o tempo de 
preparação também se altera, ou seja, quando mais complexo o 
movimento, maior será o tempo de preparação. 
 Precisão do movimento – quanto maior a precisão exigida em uma ação 
motora, maior o tempo de preparação para a sua execução. 
 Repetição de um movimento – quando uma mesma tarefa é realizada 
mais de uma vez, as tentativas que sucedem a primeira exigirão menor 
tempo de preparação. 
 Tempo entre diferentes respostas a diferentes sinais – se a tarefa exigir 
do executante que ele desempenhe uma ação como resposta a um sinal 
e, logo após, tenha que responder a outro sinal para realização de uma 
outra ação, o tempo de preparação será maior. 
5.2 Características do executante que influenciam na preparação do 
movimento 
Os tipos de tarefa motora e os contextos em que essas tarefas são 
executadas interferem na preparação e na tomada de decisão sobre a ação 
motora a ser realizada. 
 Prontidão do executante – o tempo de preparação e o desempenho do 
executante na ação depende de sua prontidão e atenção. 
 Prestar atenção no sinal versus movimento – o quanto de atenção é 
despendido antes da realização da tarefa interfere no tempo de 
preparação, ou seja, quanto maior o estado atencional do executante, 
menor o tempo de preparação do movimento é exigido. 
 Prática – o tempo de preparação é diminuído quando o executante possui 
tempo de prática na tarefa que será executada. 
 
 
 
17 
NA PRÁTICA 
Diante dos conceitos expostos e exemplos oferecidos sobre o processo 
de coordenação e aprendizagem motora, cite as teorias motoras abordadas 
nessa aula. 
 Teoria motora 
 Teoria do circuito fechado de Adams 
 Teoria do circuito aberto de Keele 
 Teoria do esquema de Schimidt 
 Abordagem dos sistemas dinâmicos 
 Abordagem ecológica da ação e percepção 
FINALIZANDO 
Nesta aula foram abordadas as principais teorias da aprendizagem 
motora, entre elas a Teoria motora e a Teoria da ação, as quais se diferenciam 
pela importância do uso do sistema nervoso central e informações do ambiente. 
Foram descritos, também, como os aspectos ambientais e do organismo 
se integram para que os sistemas perceptual-motor seja utilizado de maneira 
eficaz no processo de aprendizagem motora. 
Ainda, como as características da tarefa e do executante influenciam nas 
tomadas de decisões nas ações motoras. 
 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
BARELA, J. A. Aquisição de habilidades motoras: do inexperiente ao habilidoso. 
Motriz, v. 5, n. 1, 1999, p. 53 - 57. 
CANFIELD, J. T. Aprendizagem de habilidades motoras II: o que muda com a 
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