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APS_9_Periodo_Concluida[5831] (02)

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UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE DIREITO
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – APS 9º PERÍODO
RIBEIRÃO PRETO
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – APS 9º PERÍODO
Trabalho elaborado em grupo de forma a desenvolver a habilidade do trabalho em equipe e apresentado à Universidade Paulista – UNIP, como parte das atividades estabelecidas no calendário do 9º período do curso de direito noturno do Campus Ribeirão Preto.
RIBEIRÃO PRETO
SUMÁRIO
1. PROBLEMA APRESENTADO ....................................................................................4 
2. A. Quais os 5 (cinco) aspectos mais relevantes, na opinião do grupo,
para a implantação de desenvolvimento sustentável 
no Brasil? .........................................................................................................4
2.1 Construindo um Brasil Desenvolvido e Sustentável ........................................4
3. B. Quais os aspectos mais difíceis, no Brasil, para a implantação de 
práticas de desenvolvimento sustentável e como o Direito pode
contribuir objetivamente para isso. .................................................................... 7
4. Conclusão ................................................................................................................................ 13
5. Bibliografia Utilizada .............................................................................................................. 14
1 PROBLEMA APRESENTADO
A Organização das Nações Unidas – ONU em sua Assembleia Geral de 2015, aprovou o documento Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável como um guia para as ações da comunidade internacional para os próximos anos. É considerado um plano de ação para todas as pessoas em todo o planeta, com objetivo de adotarmos as medidas certas para sermos um mundo mais sustentável até 2030.
O documento pode ser encontrado na página http://www.agenda2030.org.br/sobre/. Também existem referências importantes à Agenda 2030 no site https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/ que deverá ser consultado pelo grupo.
Após a leitura dos documentos, o grupo deverá elaborar um texto para responder as seguintes questões:
A. Quais os 5 (cinco) aspectos mais relevantes, na opinião do grupo, para a implantação de desenvolvimento sustentável no Brasil?
B. Quais os aspectos mais difíceis, no Brasil, para a implantação de práticas de desenvolvimento sustentável e como o Direito pode contribuir objetivamente para isso.
O texto para resposta dos itens anteriores deverá ter no mínimo 30 linhas. O Grupo deverá mencionar as obras e artigos que consultar como referências ao final do texto.
2 A. Quais os 5 (cinco) aspectos mais relevantes, na opinião do grupo, para a implantação de desenvolvimento sustentável no Brasil?
2.1 Construindo um Brasil Desenvolvido e Sustentável
Com o implemento do documento “Transformando Nosso Mundo: a agenda de 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” cujo o objetivo primordial é o de que os Estados que se filiaram à tais metas, buscam juntos alcançar de forma globalizada o Desenvolvimento Sustentável até em 2030. Em 2015, a Agenda 2030 foi adotada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, no qual o Brasil é signatário. Dessa forma, necessário e importante na busca desses objetivos, a fim de alcançar o desenvolvimento sustentável, é que os países em mútua assistência e cooperação entre os povos se empenhem conjuntamente na construção e para o progresso do desenvolvimento sustentável.
São dezessete os objetivos trazidos pela Agenda 2030, bem como 169 metas pela busca do Desenvolvimento Sustentável, visando assegurar os direitos humanos de todos (sem distinção). Assim, tais objetivos (ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) são integrados e indivisíveis, atuando juntos de maneira harmoniosa e balanceada, nas 3 dimensões do desenvolvimento, quais sejam, a econômica, ambiental e social. 
Os objetivos de desenvolvimento sustentável e suas metas são: 
1. A Erradicação da Pobreza; 
2. Fome Zero e Agricultura Sustentável; 
3. Saúde e Bem-estar; 
4. Educação de qualidade; 
5. Igualdade de gênero; 
6. Água potável e Saneamento;
7. Energia Acessível e Limpa;
8. Trabalho Descente e Crescimento Econômico;
9. Indústria, Inovação e Infraestrutura;
10. Redução das Desigualdades;
11. Cidades e Comunidades Sustentáveis;
12. Consumo e Produções Sustentáveis;
13. Ação contra a Mudança Global do Clima;
14. Vida na Água;
15. Vida Terrestre;
16. Paz, Justiça e Instituições Eficazes, e
17. Parceria e meios de Implementação.
No entendimento predominante do grupo, os cinco aspectos mais importantes e relevantes para a implementação do Desenvolvimento Sustentável no Brasil são os itens 1, 10, 3, 4 e 8. Lembrando que todos os dezessetes objetivos são de extrema importância.
O primeiro aspecto deles, é o item 1, pois objetiva acabar com a pobreza em todas as suas formas, bem como em todos os lugares (regiões) até 2030. Trata-se de um grande objetivo para a sociedade brasileira, no que diz respeito a Erradicação da Pobreza, que inevitavelmente e infelizmente experimenta na contemporaneidade alta desigualdades sociais. 
Segundo índices da Organizações das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, aproximadamente cerca de 155 milhões de crianças sofrem de subnutrição crônica, e a cada 2 morte dessas crianças uma é por motivo de fome. 
No Brasil, de 2001 até 2011 conseguiu-se amenizar a problemática da fome, de 11% da população do Brasil que não tinha alimentação sadia e suficiente para manter sua subsistência, esse percentual caiu para 2% em 2011, o que contribuiu em grande escala para melhores condições de vida dos brasileiros. Segundo o “Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e no Caribe 2017”, o Brasil manteve o indicador da fome abaixo dos 2,5%.
Diante disto, o Brasil é um país de referência no tocante ao objetivo traçado pela ONU, na erradicação da pobreza, assim investimentos em políticas públicas às classes sociais mais vulneráveis devem continuar a existirem para que em 2030 tal meta seja cumprida. 
O segundo objetivo para um Brasil mais Desenvolvido e Sustentável é a Redução das Desigualdades no país (item n.° 10 dos ODS). Dentre alguns dados estatísticos, entre os países Brasil, Rússia, Índia e China países com grande índice de crescimento econômico e com potencialidade de crescimento para as futuras décadas, lamentavelmente, o Brasil figura como o que possui maiores desigualdades sociais, conforme mostra o ranking feito pelo Instituto de Pesquisa Aplicada no ano de 2004, estando o Brasil em 120° lugar num ranking de 127 países.
Em pesquisa mais recente, em 2017, o Brasil classificado como o 10º país com maior desigualdade social em um ranking de 140 países, segundo Ipea. Portanto, a Redução de Desigualdades constitui objetivo para um Brasil mais Desenvolvido e Sustentável.
O terceiro objetivo importante para o Desenvolvimento do Brasil é a promoção da Saúde e Bem-estar, isso significa assegurar uma vida saudável e promovendo o bem-estar para todos, em todas as idades. Com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, segundo a ONU, há progresso na redução da mortalidade infantil, melhoria da saúde materna e no combate contra doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose, malária, dentre outras doenças. Consequentemente, a saúde e o bem-estar constituem objetivos fundamentais a serem alcançados no Brasil, a fim de possibilitar de forma cada vez mais ampla o acesso universaçl à todas as pessoas à uma vida plena e com saúde.
O quarto objetivo primordial e de suma importância para o país é a Educação de qualidade, isto é, visando assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. Dito isso, conforme o que preconiza na Agenda 2030, na meta e objetivo de n.° 4, “4.5 Até 2030, eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissionalpara os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com deficiência, povos indígenas e as crianças em situação de vulnerabilidade”. Neste trecho, temos importante mandamento de inclusão social, pois a educação constitui direito fundamental de todo cidadão, desta forma o Estado há de aplicar incentivos e meios hábeis a possibilitar acesso igualitário em qualquer nível educacional para todos.
Por fim, o quinto e último objetivo mais relevante para o Desenvolvimento do Brasil é o Trabalho Descente e Crescimento Econômico, tendo como meta promover políticas voltadas para o desenvolvimento, que apoiem as atividades produtivas, geração de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação e incentivar o desenvolvimento de pequenas empresas, conforme elenca a meta 8.3 da Agenda 2030 que regula todos os 196 objetivos traçados para serem de fato implementados daqui uma década. Portanto, todos os 17 objetivos são de suprema importância na efetiva implementação, sendo certo que dentre eles, os que mais possuem relevância para o Brasil são os explorados até o presente momento.
3 B. Quais os aspectos mais difíceis, no Brasil, para a implantação de práticas de desenvolvimento sustentável e como o Direito pode contribuir objetivamente para isso.
São grandes e diversas as dificuldades para implementação e cumprimento da Agenda 2030 no Brasil, dentre diversas, de acordo com o pesquisador da Fiocruz Minas, Rômulo Paes, podem ser destacadas as políticas de austeridade, a crise econômica e a narrativa política do Brasil como fatores determinantes. O pesquisador, que também é epidemiologista, afirmou que “as políticas de austeridade contra a crise econômica, agravada com a aprovação da Emenda Constitucional 95, de congelamento de gastos públicos por 20 anos, têm impactos negativos e diretos na educação, na saúde e nas políticas sociais.”
	O Brasil é um país de dimensões continentais, com características e culturas regionais múltiplas, composto desde regiões com alta densidade demográfica, como por exemplo, a cidade de São Paulo. Em outro extremo, longínquas, de muito difícil acesso e baixíssima densidade demográfica. Possui regiões mais desenvolvidas, com infraestrutura de saúde, educação, meios de transporte, etc, e outras regiões onde até para chegar, é muito difícil – há lugares em que para chegar, é preciso viajar muitos dias, combinando vários meios de transporte e no final, o acesso só é possível, utilizando canoa, e não é incomum que em determinados lugares, o viajante tenha que alternar entre ser levado pela canoa, e em alguns trechos, carregar a canoa nas costas. Existem inúmeros lugares em que não chega sequer o básico, onde não se conhece saneamento básico, não existe rede de esgoto, água encanada ou mesmo tratada, energia elétrica, internet, acesso à saúde, educação, trabalho formal com garantias e proteções, acesso a moradia e alimentação minimamente saudável, ou melhor, nesses locais, as pessoas não conhecem nem mesmo as garantias individuais mínimas. 
	Mas não são apenas nos lugares longínquos do Brasil que não chegam o acesso às garantias individuais mínimas aos cidadãos brasileiros. Também nos grandes centros, muitas vezes, há lugares em que, distante apenas algumas quadras de palácios e grandes estruturas públicas, ou imensas e luxuosas residências particulares, vivem famílias em situação de fome, sem acesso ao mínimo necessário para uma vida com dignidade, vivendo em situação de vulnerabilidade, embora vivam perto de grandes universidades, hospitais modernos e equipados, muito próximas a belas avenidas, por onde circulam carros até importados, a poucos quarteirões de locais com água tratada e encanada, com energia elétrica, rede de esgoto e ruas pavimentadas, existe famílias que vivem em espaços improvisados, sem acesso a nenhum dos itens acima mencionados, às vezes espremidas em seus barracos, com pouco espaço, sem camas, e com colchões insuficientes, precisam compartilhá-los e se revezar para dormir. Talvez para esses, o sofrimento é ainda maior, pois estão fisicamente tão próximos, observam de perto e às vezes, de certa forma, até convivem com uma sociedade próspera, confortável e promissora. Mas eles são apenas expectadores, embora fisicamente próximos, estão tão distantes de ter acesso à educação de qualidade e a tantas coisas, que até a possibilidade de sonhar com uma vida melhor, se torna apenas um sonho distante. Lamentavelmente, essa é uma triste realidade brasileira ainda em nossos dias, e estamos a apenas dez anos de chegarmos ao ano 2030.
	O fenômeno da desigualdade social na realidade não é novo. Na Revolução Francesa, por exemplo, o lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” impulsionou o movimento revolucionário numa cabal demonstração de que à época, na França, não existia igualdade política, econômica e social entre os indivíduos.
	A sociedade moderna vem buscando a superação da desigualdade social sob duas perspectivas, a primeira é a ideia de igualdade absoluta, que seria a igualdade total na situação econômica dos indivíduos. Essa se mostrou irrealizável ao longo do tempo, uma utopia, devido à natureza de insatisfação das pessoas em acumular bens, dinheiro, poder, riqueza e, por isto mesmo, uma permanente disputa entre indivíduos. A segunda é a igualdade relativa, que se torna possível a medida que os grupos sociais menos favorecidos conquistam mais direitos e estes se traduzem em políticas públicas que através do trabalho, geram a distribuição de renda, gerando equidade social (DIAS, 2001; GIDDENS, 2005).
	Também no Brasil, essa triste e dura realidade social não vem de agora, na verdade, está presente desde o seu surgimento, em diversas dimensões (política, econômica, social, racial, regional e cultural), de forma intensa ao longo da história da sociedade. O modelo escravocrata foi imposto no período colonial, comprado, o escravo era a principal mão de obra e não tinha direito a participação na renda. Esse período trouxe para a sociedade brasileira uma grande e lamentável desigualdade social, uma grande, histórica e impagável dívida da sociedade brasileira com a população negra, que sofre, até os dias de hoje o peso dos prejuízos sociais e econômicos sofridos, sem contar com a terrível mácula moral da segregação racial. Também na distribuição de terras, surge outra fonte de desigualdade social, pelo Estatuto da Terra, negros, índios e pobres não recebia terra para trabalhar. No período da Primeira República, que fortaleceu o jovem capitalismo brasileiro, agora com trabalho assalariado nas fazendas cafeeiras e nas indústrias têxteis, não havia regulamentação do trabalho e o salário e condições de trabalho eram determinadas pelos empregadores, que em geral, não davam condições muito diferentes da escravidão outrora vivida. E assim foi seguindo o Brasil, com oligarquias rurais aliadas a nova burguesia industrial urbana. A polícia frequentemente atuava para conter os ímpetos da pobreza e desigualdade social.
	 Houve no Brasil um período chamado de ciclo virtuoso, entre 1930 e 1964, com o desenvolvimento econômico capitalista, houve implantação e crescimento industrial nas áreas de metalurgia, automobilística, química, petroquímica, alimentícia, eletrodomésticos, entre outros. Também nesse período, houve avanços sociais com a criação da legislação trabalhista, criação de salário mínimo, aposentadoria, regulação de jornada de trabalho, planos habitacionais. Na prática, o modelo político passou do oligárquico para o populista. O Brasil passou pela era do Estado Novo, a democracia, a ditadura militar e voltou à democracia. Passamos pelo modelo econômico nacional desenvolvimentista e pelas políticas de reformas de João Goulart, mas a desigualdade social e econômica persistiu e carregamos até os dias atuais. 
	Ao longo desse período, os trabalhadores se organizaram para conseguir melhores condições de trabalho, direitos sociais e salário. A concentração econômica entretanto persistiu, os grandes rendimentos capitalistas cada vez se concentrou mais e mais nas mãos da elite industriale do setor bancário. A falta de políticas públicas para o campo nos levou ao êxodo rural que encheu as grandes cidades de pessoas desempregadas ou sub-remuneradas, houve enorme crescimento da pobreza, a explosão das favelas nas capitais e falta de políticas públicas adequadas nos trouxe até os dias de hoje, com muita pobreza, fome, falta de educação de qualidade, emprego, moradia, saúde, saneamento básico, segurança, enfim, uma enorme desigualdade social.
Já nos anos 2000, percebemos que a política brasileira permanece privilegiando a concentração de renda quando, apenas como exemplo, o BNDES concentra bilionários empréstimos, com juros subsidiados, a empresas de gigantesco porte de amigos do governo, o que foge inclusive ao objetivo da existência do banco, que deveria levar desenvolvimento e não somente o crescimento de apenas algumas empresas, uma vez que o desenvolvimento pressupõe crescimento com distribuição de renda. Pior ainda, há inúmeros indícios de que tal prática se deu em função de corrupção, pratica que também se tornou institucionalizada nos governos brasileiros, lamentavelmente parece estar fortemente presente nos três poderes da república e nos níveis municipais, estaduais e federais. 
	O grande desafio está posto diante de nós, as dificuldades no Brasil são enormes, pois temos esta realidade social acima relatada e uma história arraigada de exemplos trágicos de políticas públicas voltadas para a concentração de renda. Claro está que culturalmente nosso país jamais se preocupou de maneira efetiva e profunda em reverter a situação do desenvolvimento social. A cultura de levar vantagem, o desprezo dos poderosos e políticos pela população comum está arraigado, entranhado em nossa sociedade. A corrupção se tornou institucionalizada e se passou a ser praxe na política nacional. De modo que, podemos elencar em resumo, dentre muitos outros, alguns aspectos mais difíceis, no Brasil, para a implantação de práticas de desenvolvimento sustentável quais sejam:
1) Elementos históricos de conformismo com a desigualdade social;
2) Cultura da política nacional de beneficiar as classes ricas e desprezar as pobres;
3) Enorme corrupção em todos os níveis da política nacional;
4) Dificuldade de criar estratégias para o desenvolvimento em função da corrupção;
5) País de dimensões continentais e múltiplas culturas;
6) Inúmeras realidades a ser enfrentadas em regiões e culturas diferentes;
7) Ainda maior falta de interesse dos atuais gestores públicos pela desigualdade social;
8) A visão dos governos de que educar as pessoas e as tornar livres é para eles ameaça política;
9) País com pouca cultura de voluntariado; 
10) Atual crise econômica e política; 
11) Falta de interesse pelas questões da sustentabilidade;
12) Pais com muitas riquezas naturais, não criou a cultura da preservação.
Essas são apenas algumas das inúmeras dificuldades a ser enfrentadas numa sociedade pouco educada, tão plural, governada com tanta corrupção e com um povo tão submisso. Temos também pontos que são extremamente positivos e que poderiam ser muito explorados para o desenvolvimento sustentável, geração e distribuição de renda, mas devido a todos esse contexto, acabam não sendo aproveitados. Como por exemplo, as já mencionadas tantas riquezas naturas, o sol que em todo país poderia ser grande fonte inesgotável de produção de energia limpa, a nossa imensa biodiversidade, a própria diversificação de nosso povo, que multicultural e poderia produzir tantas coisas como artesanatos sustentáveis, a nossa criatividade que é reconhecida mundialmente e tantas outras coisas, lamentavelmente tudo isso não é aproveitado como poderia em função da constante cultura de exploração.
O direito é uma das áreas que muito pode contribuir e vem contribuindo objetivamente para mudarmos esse quadro, exemplo disso é como iniciativas dentro do Ministério Público e do judiciário, vem empreendendo esforços na luta contra a corrupção. Vale ressaltar que a corrupção funciona na sociedade como bombas que são espalhadas em todas as iniciativas e vão explodindo e minando todas as ações que poderiam provocar transformação e melhoria. A corrupção, quando desvia recursos, impede a construção de escolas, universidades, hospitais, creches, impedem o trabalho de pesquisa, o avanço da ciência, causa desemprego e destrói a distribuição de renda. Literalmente, a corrupção é um dos maiores males em uma sociedade, talvez o maior.
Outra questão, é que o Brasil possui hoje um conjunto de leis que se bem manejados, podem ajudar imensamente a fazer valer inúmeros direitos das pessoas que se encontram em situações vulneráveis, exemplo disso, é o crescente número de pessoas que vem obtendo acesso à saúde através da obtenção de liminares na justiça, assim como a outros direitos sociais. Embora o ideal fosse que o sistema funcionasse melhor e não fosse necessária a intervenção da justiça, mas diante do não cumprimento pelo Estado dos direitos fundamentais, o direito tem de fato, contribuído com a população. Nossa Constituição é uma grande conquista, considerada uma Constituição cidadã, ela é de fato abrangente e protege os cidadãos, mas cabe aos órgãos da sociedade civil e principalmente à advocacia, defender a sociedade e fazer valer os direitos e garantias sociais constitucionalmente previstos. Existem hoje, além das previsões constitucionais, diversas leis hoje que podem contribuem para a redução da violência de gênero, como a Maria da Penha, que protege os direitos da criança e adolescente, como o ECA, do idoso, como o Estatuto do Idoso, bem como a CLT que protege a mulher no ambiente de trabalho contra desigualdade de gênero. Além de diversas outras.
Outra maneira que o direito pode contribuir muito na implementação de ações que levem ao desenvolvimento sustentável e ao cumprimento da Agenda 2030, é a utilização das diversas leis de renúncia fiscal, já existentes, por exemplo, das áreas da educação, cultura, lazer e esporte e ciência e tecnologia. Esses mecanismos funcionam muito bem e se bem utilizados, podem fazer com que uma parte bastante significativa da arrecadação de tributos municipais, estaduais e federais, sejam aplicados nessas respectivas áreas e isso pode viabilizar a criação de inúmeros postos de trabalho e distribuição de renda, bem como fomentar o desenvolvimento cultural em nível nacional e em todas as regiões e microculturas, pode ajudar na melhoria da educação e desenvolvimento do esporte em inúmeras modalidades, tudo isso gerando emprego, renda e desenvolvimento sustentável. O investimento em ciência e tecnologia por exemplo, pode trazer a longo prazo enorme crescimento e desenvolvimento sustentável. Tudo isso pode ser feito utilizando mecanismos legais já existentes, com a contribuição do direito.
4 Conclusão
Com o implemento do documento “Transformando Nosso Mundo: a agenda de 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” cujo o objetivo primordial é o de que os Estados que se filiaram à tais metas, busquem juntos alcançar de forma globalizada o Desenvolvimento Sustentável até em 2030, o Brasil tem pela frente um grande desafio, das 17 metas estabelecidas, selecionamos cinco, que julgamos ser absolutamente fundamentais para o desenvolvimento sustentável, são elas: A Erradicação da Pobreza; Redução das Desigualdades; Saúde e Bem Estar; Educação de qualidade; Trabalho Descente e Crescimento Econômico.
A implementação dessas metas não é tarefa fácil, uma vez que o Brasil é um país de dimensões continentais e possui problemas de desigualdade social histórico desde a sua fundação, uma cultura política de corrupção institucionalizada e claramente de desprezo pelas populações de baixa renda. Por outro lado, temos como fatores positivos enormes riquezas naturais e um povo muito criativo. Temos também leis bastante consolidadas e uma constituição cidadã com uma grande abrangência de proteção aos direitos fundamentais, que trazem proteção contra a desigualdade de gênero, violência doméstica, a criança e adolescente, aos idosos. Existem também uma grande quantidadede leis de renúncia fiscal que permitem que uma grande quantidade de recursos possam ser utilizados para programas culturais, educativos, de esporte, lazer e ciência e tecnologia. De forma que, o direito tem muito a contribuir com a implementação da Agenda 2030.
5 Bibliografia Utilizada
MILLER. D. Igualdade e desigualdade. In: OUTHWAITE, W.; BOTTOMORE, T. (Org.). Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. 
DIAS, R. Sociologia e administração. Campinas, SP: Alínea, 2001.
FERREIRA, D. Sociologia. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
https://news.un.org/pt/story/2018/10/1643882
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/desigualdade-social.htm
https://nacoesunidas.org/relatorio-da-onu-pede-continuidade-de-politicas-de-combate-a-fome-no-brasil/
https://www.undp.org/content/dam/brazil/docs/agenda2030/undp-br-Agenda2030-completo-pt-br-2016.pdf
https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/pesquisador-analisa-desafios-para-implementacao-da-agenda-2030-no-brasil/ - consulta realizada em 21/04/2020
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