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IBMR Fisioterapia - Barra - Noite Fisioterapia Pediátrica - APS Alunos: Auderley Gonçalves da Cunha Grace Kelly Coelho da Silva Hemmilly Fernandes Caetano Ikaro Ferreira Paiva Rondon Laerte dos Santos Correia Jamil Cardoso 1. Prezados alunos, com base no caso clínico apresentado abaixo, leiam e respondam esta Atividade Prática Supervisionada para guiar o seu aprendizado. Juliane, 43 anos, engravidou pela terceira vez, após 19 anos da sua última gestação. Durante o pré-natal o exame de ultrassonografia transvaginal apontou a presença de uma baixa implantação de orelha e presença de prega palmar simiesca, levando a necessidade de mais investigações. Foi realizada o exame de transluscência nucal com aumento fluído nucal, sendo maior de 2,5ml. Esse achado apontou para um alto risco para a Síndrome de Down. Juliane optou por não realizar nenhum exame invasivo e aguardar o nascimento para confirmação do diagnóstico. Com 40 semanas de gestação, Juliane entrou em trabalho de parto, nascendo uma menina com 45 cm, 2,200g e APGAR 7/8. Julia Vitória apresentou fenótipo para Síndrome de Down, sendo indicado a realização de cariograma. Atualmente Julia Vitória está com 1 ano e 2 meses. Realiza fisioterapia desde a alta hospitalar, com 23 dias de nascida, além de Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia. Nesse período ficou afastada das terapias por 60 dias pela necessidade de cirurgia cardíaca corretiva. Atualmente mantém quadro de hipotonia universal, normotrofismo muscular e força aparentemente preservada para os quatro membros. Seu trofismo cutâneo revela pele áspera e áreas de ressecamento. Sua sensibilidade geral é normal com discreta hiporreflexia patelar bilateralmente. Sua visão desenvolve-se com falhas pela presença de estrabismo convergente e miopia. Durante seu desenvolvimento vem apresentando reflexos primitivos e tônicos atenuados e com reações corporais em desenvolvimento. Apresenta a RPB somente para frente e Reação de equilíbrio somente em supino e prono. Julia Vitória realiza as transferências posturais baixas, mas necessita de auxílio para a passagem para sentado. Permanece sentada sem apoio com equilíbrio instável e ainda não arrasta, engatinha ou anda. Seu interesse lúdico, embora com evidências de atraso em virtude da Deficiência Mental, vem se desenvolvendo de forma satisfatória. Manipula brinquedos afetivos, de construção e de movimento. Gosta de boneca de pano e bolas coloridas. Mãe informa que vai matricular sua filha na creche que oferece psicomotricidade e que vai iniciar equoterapia. Com base no quadro clínico acima: a) Trace o diagnóstico funcional: A paciente apresenta comportamento motor com atraso relativo a bebês de aproximadamente 6 meses, já que seu comportamento motor indica o desenvolvimento nesta idade (muda de decúbito sem auxílio, pega objetos, têm reações de equilíbrio), é capaz de permanecer sentada sem auxílio mas necessita ajuda para alcançar a postura. b) Objetivos do tratamento: Aperfeiçoar as habilidades motoras: Puppy Rolar dissociando cinturas; Mudança da posição supina para sentada; Estimular as habilidades: Arrastar e engatinhar (padrão extensor) Estimular coordenação motora fina. Estimular coordenação óculo manual; c) Trace um plano de tratamento: Atividade lúdica com fantoche Exercício com rolo e bola para estimular reação protetora dos braços Jogo de encaixe em prono e jogo de alcance em supino com estímulo visual Suspensão para estimular arrastamento e gatinhas d) Prognóstico fisioterapêutico: Positivo para o desenvolvimento das habilidades e competências de arrastar e sentar com conforto e equilíbrio em 2 meses. E, ainda estar motivada a ficar de pé e caminhar com auxílio e) Determine as possibilidades de ação na atenção primária em saúde: Estimular a família a realizar os planos de alternativas terapêuticas mencionadas, sinalizando para a importância da manutenção da equipe multidisciplinar. Pontuar a necessidade de diálogo dentro da equipe. Orientar sobre as novas etapas de desenvolvimento. Nesse sentido, estimular que a família dedique momentos de estimulo/brincadeiras com a criança: em superfícies protegidas e firmes; brincadeiras com diferentes texturas e materiais; jogos na frente do espelho. 2. - Ainda com ajuda da Diretriz e com outras pesquisas na internet, determine como é feito o diagnóstico pré-natal e pós-natal da Síndrome de Down. O diagnóstico para síndrome de Down no período pré natal é feito através do exame de translucência nucal, biópsia e amniocentese. O diagnóstico pós natal é feito pela avaliação fenotípica, características físicas, morfológicas e comportamentais. E, cariótipo que é o estuda da representação cromossômica. - Aproveite a figura abaixo pra você apontar as principais características faciais que são utilizadas nesse diagnóstico. As principais características fenotípicas identificadas nas fotos são: Pescoço curto com excesso de tecido adiposo; Nariz pequeno; Facie com contornos achatados; Nariz pequeno com ponte nasal deprimida ne abertura nasal estreita; Olhos estreitos e pálpebras oblíquas com dobras epicantais; Protusão lingual. 3. A Síndrome de Down além das características físicas, hipotonia muscular e o atraso no DNPM, outros distúrbios podem vir associados que envolvem o aparelho cardiorrespiratório, digestório, urológico, dermatológico, assim como o aparelho osteoarticular. Aponte quais são esses distúrbios completando a tabela abaixo: Cardiovascular e respiratório: Cardiopatias congênitas; Apnéia do sono. Digestório: Atresia do esôfago e do duodeno. Urológico: Disfunção miccional; Válvula de uretra posterior; Testículos mal descidos; Hipospádia: Fimose; Patologia de junção uretero-pélvica; Infecções no trato urinário. Oftalmológico: Catarata, Pseudo-estenose do ducto lacrimal; Vício de Refração; Dermatológico: Pele ressecada; Risco de Infecção; Muscular e Osteoarticular: Subluxação cervical sem lesão; Subluxação Cervical com lesão medular; Luxação de quadril; Instabilidade das articulações em algum grau; Pés planos; Escoliose; Instabilidade Patelar; 4. Aprofundando sobre as alterações ortopédicas, elas podem resultar da hipotonia muscular associada à hiperflexibilidade das articulações e frouxidão ligamentar congênita. A escoliose está presente em cerca de 50% das pessoas com SD, sendo encontrada com mais frequência naqueles que possuem problemas cardíacos congênitos associados. Entre as alterações posturais dos membros inferiores, o geno valgo é a mais comum, associado aos pés planos, além de contribuírem para a alteração do alinhamento no segmento atlantoaxial. Leia os artigos abaixo e conheça um pouco mais sobre esse assunto. Depois aponte a correlação das disfunções posturais com o sobrepeso e os principais sinais e sintomas importantes a serem observados nos casos de instabilidade atlanto-axial. As alterações posturais são mais frequentes em quem tem excesso de peso (sobrepeso ou obesidade). Favorecendo o aumento da lordose lombar, anteversão pélvica, joelhos valgos e anteriorização da cabeça. Como os sinais e sintomas relativos à instabilidade atlanto axial são parecidos com o padrão fenotípico do down faz-se necessário o acompanhamento radiográfico. No entanto são eles: Incontinência fecal e urinária , dificuldade de equilíbrio, fraqueza em membros inferiores e dificuldade de locomoção (todos agravados pelo sobrepeso). 5. Existem vários movimentos e ações para conhecimento e estimulação das crianças com a Síndrome de Down. Conheça o MOVIMENTO DOWN visitando a página http://www.movimentodown.org.br/movimento-down/ . Explore a página e veja tudo que ela te oferece de informação e esclarecimento. O que você achou mais interessante? Agora baixe o GUIADE ESTIMULAÇÃO PARA CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWM que usaremos na nossa prática. A página do MOVIMENTO DOWN indicada, é rica em informações para os portadores da síndrome, familiares e sociedade como um todo. Se dedica a agregar e publicar informação relevante e atualizada com objetivo de potencializar a inserção e autonomia deste grupo de pessoas. Além de desenvolver projetos de pesquisa, atendimento, oficinas culturais e ativação social, e, estar conectada a Federação Brasileira de Associações de Síndrome de Down e a Down Syndrome International, marca sua posição inclusiva não divulgando, apoiando o termo “especial” para se referir aos portadores da síndrome de Down. A publicação “Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down”, do ministério da saúde é acessível desde a página de apresentação do site, para nós da saúde isso merece destaque e deve ser conhecido. A área do site que nos pareceu mais interessante foi a aba dedicada a Fisioterapia, dentro do campo Desenvolvimento e Estimulação. A ideia de interação entre profissional e família na exploração do potencial do Down é clara. Oferecem um guia de estimulação precoce, composto de uma cartilha para pais e mães (que inclui temas relacionais), caderneta de saúde (com tópicos pragmáticos de cuidado), link para informações atualizadas e em inglês. Também oferecem sugestão direta aos pais para atividades do dia a dia e condutas como estimular a interação com outras crianças, material que serve como apoio para profissionais que estejam em posição de orientar familiares. O guia mencionado na questão e os vídeos da questão 6 deste trabalho compõem o material da sessão Fisioterapia. Ainda, vale ressaltar a publicação Cuidados de Saúde para as pessoas com Síndrome de Down, feito para os portadores, que traz informações sobre sua condição, explicações sobre os aspectos biológicos e clínicos com objetividade e qualidade. 6. Assista os 12 vídeos/tutoriais que você encontra em http://www.movimentodown.org.br/crescer-com-sindrome-de-down-tutoriais/ e descreva as atividades que estão sendo realizadas. Importante você apontar os objetivos de cada uma das práticas realizadas. Tutorial 1 (0-3 meses) - Atividade: Troca de Roupa, Virar de Prono para lateral; Dar “fronteira para o corpo”/ Conter reações primitivas; Falar com a criança, mudanças de entonação e tom. - Objetivos: Contenção das reações primitivas, criação de vínculo, aumento do repertório sonoro. Tutorial 2 (0-3 meses) - Atividade: estímulos no colo, contato visual, escova de cabelo no pé; Suspenção com balancinho, Pronação; Brinquedos com estímulo visual - Objetivos: Estímulo tátil; Controle de Cabeça e Cervical; preparar para movimentos dos braços. Tutorial 3 (6-9 meses) - Atividade: Posição Prono , estímulos com brinquedo, suspenção com balanço em prono, Mudança de Supino para sentado - Objetivos: Pivô no próprio corpo; Apoio de braço, Facilitar o quatro apoios; Facilitar o sentar Tutorial 4 (6-9 meses) - Atividade: Uso de brinquedos distantes para que o bebê mude de deitado supino para prono; Tecido sobre o bebê para orientar o rolamento - Objetivos: Rolar Tutorial 5 (6-9) - Atividade: Cavalinho na perna do terapeuta, lados e cima/ baixo, carga leve nos pés - Objetivos: Controle de tronco sentado Tutorial 6 (9-12 meses) - Atividade: Postura de gato, uso de brinquedos sobre almofada; Entre as pernas do terapeuta ou usando tecido sob a barriga (eliminando o peso do corpo para facilitar o apoio em um só braço; Postura de Urso - Objetivos: Fortalecer braços e joelhos, posição de gato; Peso/fortalecimento Pé e mãos Tutorial 7 (9-12 meses) - Atividade: Mudança de deitado para sentado (Supino - lado - sentado); Variação com almofada; Posicionamento distante dos brinquedos - Objetivos: Sentar sozinho ou com pouco auxílio; Ampliar a capacidade de deslocamento e alcançar objetos Tutorial 8 (9-12) - Atividade: Estímulo vestibular, organização do tônus, Girar, balanço em “rede” com tecido largo - Objetivos: Equilíbrio, organização vestibular-tônica Tutorial 9 (acima de 12 meses) - Atividade: Atividade com roupa resistiva, não impeditiva; Uso de sapato estável, mais rígido evitando dorsiflexão - Objetivos: estabilização de articulação, exigir maior esforço para movimento/ fortalecimento. Tutorial 10 (acima de 12 meses) - Atividade: Brincar de pé usando superfícies que possibilitem subir sem auxílio ou se posicionar de pé sem auxílio, Cubo macio e cadeira - Objetivos: Estimular a passagem para posição de pé Tutorial 11 (acima de 12 meses) - Atividade: Apoio das mãos em superfícies ou parede usando brinquedos ou outros estímulos de desenho ou cores; Apoio anterior e posterior - Objetivos: facilitar o andar de pé; apoio das mãos e transferência de apoio anterior e posterior. Tutorial 12 ( - Atividade: Brincadeiras de cadê - achou/ permanência do objeto; música com mímica que nomeia o corpo; - Objetivos: Estímulo cognitivo, reconhecimento do próprio corpo. 7. Leia o artigo: SILVA, Allan dos Santos da, VALENCIANO, Paola Janeiro e FUJISAWA, Dirce ShizukoAtividade Lúdica na Fisioterapia em Pediatria: Revisão de Literatura. Revista Brasileira de Educação Especial [online]. 2017, v. 23, n. 4 [Acessado 8 Outubro 2022] , pp. 623-636. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-65382317000400011>. ISSN 1980-5470. https://doi.org/10.1590/S1413-65382317000400011. Agora leia a tirinha abaixo: [...] E então aponte a importância do lúdico no tratamento fisioterapêutico de crianças com Síndrome de Down. O artigo apresenta o trabalho com crianças como uma tarefa complexa que deve observar aspectos biopsicossociais. Afirma que o desenvolvimento neuropsicomotor depende do brincar e brinquedo para seu sucesso. E, que o recurso lúdico, em vários estudos, foi o facilitador para se tolerar, envolver o paciente, aproximar terapeuta e paciente e alcançar o sucesso da intervenção. Tanto brinquedos, objetos cotidianos adaptados e realidade virtual. 8. A equoterapia também vem sendo utilizada no tratamento de crianças com Síndrome de Down. Faça uma busca virtual e encontre uma reportagem ou artigo científico que liste suas vantagens e cuidados. Escreva eles aqui. Para te ajudar vou colocar aqui um link:http://177.107.89.34:8080/jspui/bitstream/123456789/246/1/SilvaRibeiro.pdf De acordo com a monografia sugerida, O efeito da equoterapia no tratamento de crianças com síndrome de Down: revisão de literatura, as vantagens da equoterapia podem ser listadas em quatro linhas de efeitos terapêuticos positivos: Relação (autoconfiança, autocontrole, comunicação e atenção); Psicomotricidade (tônus muscular, mobilidade da coluna e quadril, equilíbrio, postura, propriocepção, coordenação, dissociação de movimentos, gestos precisos); de natureza técnica (aprendizagem de cuidados com o animal, técnica de equitação); Socialização (interação com equipe e outros praticantes). São elas: melhora da postura e do equilíbrio, coordenação de movimentos, estimulação da sensibilidade, ritmo, adequação de tônus, estimulação da força muscular, coordenação motora fina, organização e consciência corporal, interação sensorial, capacidade ventilatória, memória, concentração, superação de medos, independência e estimula afetividade. Embora SILVA e RIBEIRO indiquem, fortemente, a equoterapia para portadores da Síndrome de Down. Especialmente como estímulo precoce. As autoras listam as contraindicações: para hipercifose, escoliose acima de 40 graus, hérnia de disco, luxação e subluxação de quadril, https://doi.org/10.1590/S1413-65382317000400011 http://177.107.89.34:8080/jspui/bitstream/123456789/246/1/SilvaRibeiro.pdf excessiva lassidão ligamentar das primeiras vértebras, obesidade, doenças cardíacas graves, doenças inflamatórias e infecciosas, alergia ao pelo do cavalo ou medo excessivo.No artigo jornalístico Equoterapia como recurso terapêutico na síndrome de Down, a colunista Maria Eduarda Cardoso, estudante de medicina corrobora com o estudo citado, destacando melhora no tônus e equilíbrio, com impacto positivo nas AVDs dos portadores. https://www.sanarmed.com/equoterapia-como-recurso-terapeutico-na-sindrome-de-down- colunistas https://www.sanarmed.com/equoterapia-como-recurso-terapeutico-na-sindrome-de-down-colunistas https://www.sanarmed.com/equoterapia-como-recurso-terapeutico-na-sindrome-de-down-colunistas
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